O manejo de plantas daninhas envolve atividades dirigidas às plantas daninhas (manejo direto) e ao sistema formado pelo solo e pela cultura (manejo indireto). O manejo direto refere-se à eliminação das plantas daninhas com uso de herbicidas, ação mecânica ou manual e ação biológica. Para o uso de herbicidas é necessário identificar as plantas daninhas e o estádio de crescimento para a recomendação de doses e tipos de herbicidas. No manejo do solo (manejo indireto) trabalha-se com a relação sementes ativas e inativas. Neste caso, a recomendação é diminuir o banco de sementes das plantas daninhas, promovendo a germinação destas espécies antes do plantio e depois controlá-las com o uso de técnicas como, por exemplo, a aplicação seqüencial de dessecantes. O manejo cultural se baseia na construção de plantas de feijoeiro com capacidade de manifestar seu potencial produtivo máximo e competir com as plantas daninhas, pela utilização de práticas como o equilíbrio na fertilidade do solo, o estande de plantas uniforme, o manejo de adubação, o arranjo espacial das plantas e a época adequada de plantio. Outro tipo de manejo cultural é o uso de cobertura morta, com capacidade de diminuição da emergência das plantas daninhas por efeitos alelopáticos e físicos. O plantio consorciado de culturas com forrageiras antes do plantio do feijão está sendo uma prática usada para a produção da cobertura morta, sem afetar o cronograma de plantio do produtor. Todas estas práticas do manejo de plantas daninhas têm a finalidade de aumentar a eficiência e a economicidade da lavoura; a preservação ambiental, evita o adensamento do solo, o acúmulo de resíduos de herbicidas e a seleção de plantas daninhas resistentes.
HÁ SITUAÇÕES QUE ATÉ O MILHO É PLANTA DANINHA
Entre os principais problemas que ocorrem na cultura do feijoeiro estão as plantas daninhas que causam vários prejuízos. A competição com água, luz e nutrientes afeta diretamente a produtividade, reduzindo-a tanto mais quanto mais precoce for a ocorrência das plantas daninhas, cujo período de competição mais intenso é de 15 a 30 dias após a emergência do feijoeiro.
Quando as plantas daninhas são observadas no final do ciclo do feijoeiro ocorre um outro problema sério, a dificuldade na colheita. Além da perda de tempo devido à dificuldade de se separar o feijão da planta daninha, há as plantas não colhidas que, evidentemente, reduz a produção.
O manejo das plantas daninhas inclui medidas preventivas e controle mecânico ou químico.
Evitar o uso de sementes contaminadas com propágulos de plantas daninhas.
Na rotação de culturas, não envolver outra leguminosa. Essa prática é essencial para o sucesso da cultura do feijoeiro, especialmente pela redução da ocorrência de certas espécies de plantas daninhas.
No plantio convencional, realizar a gradagem o mais próximo possível do momento da semeadura.
No plantio direto, realizar a dessecação no momento oportuno, buscando obter o máximo de eficiência, isto é, evitar a ocorrência de áreas não dessecadas.
Utilizar espaçamento adequado entre linhas para promover o rápido fechamento das entre linhas e diminuir a incidência de luz nas plantas daninhas.
O controle mecânico envolve a capina manual e o cultivo por meio de tração animal ou trator. A capina manual ainda é muito utilizada pelos agricultores de subsistência, contudo, essa operação só é recomendável para áreas pequenas. A demanda de mão-de-obra é grande, abrangendo em torno de 16 serviços por hectare, e requer um grande contingente de operários em áreas maiores, o que nem sempre se encontra disponível. Como a capina manual é uma operação demorada, deve ser iniciada tão logo as plantas daninhas emerjam. Especialmente na semeadura "das águas", ocorre reinfestação, sendo necessária mais de uma capina. Nessa ocasião, as chuvas podem atrasar o início da operação, colocando em risco o controle das plantas daninhas no momento adequado.
Mesmo apresentando um rendimento bem superior à capina manual, o controle mecânico deve ser evitado, pois a maior movimentação da camada superficial do solo contribui acentuadamente para a ocorrência de erosão. Em muitas situações é necessário proceder ao repasse manual.
O controle químico é o mais recomendado atualmente. De modo geral, é mais barato e tem maior flexibilidade. A dificuldade desse tipo de controle é que se trata de uma operação que exige conhecimentos tecnológicos. É preciso ler com atenção e utilizar as recomendações preconizadas pelos fabricantes.
Os produtos disponíveis no mercado podem ser aplicados no pré-plantio, na pré-emergência e na pós-emergência. Quando corretamente aplicados, todos podem ser muito eficazes. Os herbicidas pós-emergentes têm sido preferidos porque possibilita verificar a infestação que está ocorrendo e escolher o produto e a dosagem apropriada para solucionar o problema específico da propriedade ou até mesmo de regiões dentro da área cultivada. O controle de gramíneas com herbicidas pós-emergentes é, em geral, realizado com sucesso. No caso das plantas de folhas largas, por serem do mesmo grupo do feijão, o controle geralmente é mais difícil.
Mesmo quando se utilizam as doses recomendadas pelo fabricante, os herbicidas causam fitotoxidez, especialmente quando as condições climáticas são favoráveis. Na maioria dos casos, entretanto, as plantas se recuperam rapidamente do dano causado pelo produto químico, não chegando a afetar a produção.
Os principais herbicidas recomendados para o controle de plantas daninhas na cultura do feijoeiro são relacionados na Tabela 1.
É oportuno lembrar que o sucesso da operação irá depender da correta aplicação do produto no que se refere às condições climáticas e de manejo, época correta de aplicação e estádio da planta daninha, quando for o caso.
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