Pragas do Feijoeiro
Ao cultivo do feijoeiro pode estar associada uma série de espécies de artrópodes e moluscos, que podem causar reduções no rendimento do feijoeiro que varia de 11 a 100%, dependendo da espécie da praga, da cultivar plantada e da época de plantio.
Dentre as principais pragas com ocorrência generalizada nas regiões produtoras incluem a mosca-branca, as vaquinhas, a cigarrinha-verde e os carunchos.
Pragas principais com ocorrência regional incluem o ácaro-branco, a larva-minadora, a lagarta das folhas, os tripes, a lagarta-elasmo, a lagarta rosca, as lesmas, as lagartas-das-vagens e os percevejos.
Como pragas ocasionais e de ocorrência localizada tem-se o ácaro rajado, a bicheira-do-feijoeiro, a broca-das-axilas, a broca-da-vagem, o gorgulho-do-solo e o tamanduá-da-soja.
Tecnologias de manejo integrado de pragas do feijoeiro (MIP-Feijão), se bem implementadas, podem reduzir, em média, 50% a aplicação de químicos, sem aumentar o risco de perdas de produção devido ao ataque de pragas. O MIP-Feijão leva em consideração o reconhecimento das pragas que realmente causam danos à cultura, a capacidade de recuperação das plantas aos danos causados pelas pragas, o número máximo de indivíduos dessas pragas que podem ser tolerados antes que ocorra dano econômico (nível de controle), e o uso de inseticidas seletivos de forma criteriosa. Desta forma, espera-se produzir feijão mais eficientemente, minimizando os custos, diminuindo o impacto ambiental dos produtos químicos e garantindo a sobrevivência dos inimigos naturais das pragas (insetos benéficos).
O feijoeiro, durante toda sua fase de desenvolvimento e mesmo após a colheita, está sujeito ao ataque de inúmeras pragas. Dependendo da espécie da praga, da cultivar utilizada, da época de semeadura e da região de cultivo, as perdas podem chegar a 100%.
As principais pragas que atacam o feijoeiro, nas safras das "águas" e da "seca", na região sul de Minas Gerais são: cigarrinha-verde, percevejos, ácaro-branco, lesmas e carunchos.
A cigarrinha-verde (Empoasca kraemeri) pode ser considerada a praga mais importante da cultura do feijoeiro na região sul do Estado de Minas Gerais, por causar sérios prejuízos na produção, principalmente na safra da "seca", quando é verificada sua maior ocorrência.
As ninfas e os adultos desse inseto são mais facilmente encontrados na face inferior das folhas e nos pecíolos. Apresentam coloração verde, semelhante à da folha do feijoeiro, e os adultos medem cerca de 3 mm (Figura 1). É um inseto ágil que se locomove com rapidez em movimentos laterais característicos.
Em populações elevadas causam encarquilhamento e amarelecimento das bordas das folhas, afetando o desenvolvimento normal das plantas, que ficam de tamanho reduzido. O comprimento e número de vagens e o peso dos grãos também são afetados. Quando o ataque ocorre na fase inicial de desenvolvimento da cultura e durante a floração, o dano é mais elevado e, dependendo da população da praga, pode haver perda total da produção.
Como medida de controle é recomendável evitar o plantio de cultivares muito sensíveis, como a 'Jalo', por exemplo. Na maioria dos casos, a única alternativa é a utilização de produtos químicos, entre os quais os inseticidas sistêmicos, aplicados no ato da semeadura, têm sido os mais eficientes (Tabela 1).
Percevejos
As espécies de percevejos que atacam a cultura do feijoeiro são Neomegalotomus parvus, Nezara viridula e Piezodorus guildini. Os percevejos podem ser observados nas lavouras, após a floração, atacando as vagens e afetando a qualidade dos grãos.
O adulto de N. parvus é de cor marrom-clara e mede cerca de 11 mm. As ninfas são semelhantes a formigas. Já o N. viridula é de coloração verde-escura, com a face central verde-clara, e na fase adulta mede de 13 mm a 17 mm. As ninfas são de coloração escura, com manchas vermelhas, e têm o hábito de permanecer agrupadas sobre a planta. Com aproximadamente 10 mm de comprimento, os adultos de P. guildini têm coloração verde-clara, com uma linha transversal grossa de cor escura com fundo avermelhado. As ninfas apresentam o abdome volumoso e são pretas e vermelhas nos primeiros instares, quando permanecem agrupadas. A partir do terceiro instar começam a se dispersar e adquirem coloração verde.
Os percevejos causam danos expressivos, mesmo em baixas populações, podendo reduzir significativamente a produção, por provocar o abortamento de grande número de grãos e a malformação de vagens. Os grãos atacados ficam pequenos, enrugados, chochos e mais escuros, e o poder germinativo das sementes é reduzido. Os percevejos transmitem a mancha-de-levedura, causada pelo fungo Nematospora corylli, que deprecia acentuadamente a qualidade do grão. Como medida de controle é recomendada a aplicação de produtos químicos (Tabela 1).
Ácaro-Branco
A ocorrência de ácaro-branco (Polyphagotarsonemus latus) é maior na safra da "seca", podendo causar severos prejuízos ao rendimento da cultura. É um inseto praticamente invisível a olho nu, e sua coloração vai de branco a verde-claro, com o tegumento brilhante.
A infestação inicial ocorre em reboleiras, o que faz que as folhas do feijoeiro enrolem para cima. Posteriormente, a face inferior da folha torna-se bronzeada, e a superior, verde-escura. Em altas infestações, as folhas tornam-se coriáceas e quebradiças, e o ataque pode atingir as vagens que ficam bronzeadas e retorcidas.
Lesmas
As lesmas (Vaginulus sp) podem se tornar praga de grande importância em determinadas situações, como em áreas de plantio direto e em lavouras de feijoeiros plantados entre pés de café, um sistema bastante comum na região sul de Minas Gerais.
A lesma é um molusco de corpo achatado e úmido, de coloração parda e com 5 cm a 7 cm de comprimento. Para o seu desenvolvimento necessita de alta umidade; assim, é na safra das "águas" que ocorre seu ataque. Podem viver até 18 meses. De hábito noturno, escondem-se durante o dia sob pedras, restos culturais e no solo. No período de seca, ficam inativas, enterrando-se no solo.
O ataque das lesmas começa nas bordas da cultura e, posteriormente, progride para o interior. As lesmas jovens consomem totalmente as folhas, deixando somente os talos; já as mais desenvolvidas consomem toda a folha e podem cortar as plantas rente ao solo. Segundo dados de pesquisa, uma lesma ativa por metro quadrado pode causar redução de 20% das plantas e de 16% no rendimento.
O controle das lesmas pode ser realizado com iscas contendo produtos químicos.
Carunchos
O caruncho-do-feijão, Zabrotes subfasciatus, é considerado a principal praga de feijão armazenado nas regiões tropicais, podendo também ser encontrado em regiões de clima temperado e frio.
Os carunchos afetam o poder germinativo das sementes e depreciam a qualidade do grão devido à presença de furos e ovos dos insetos adultos e de larvas no interior dos grãos. Os feijões do grupo manteiga, tipo Jalo, por exemplo, são os mais afetados. Quando não se faz o controle dessa praga, o produto armazenado pode ser totalmente perdido.
O controle químico com fosfeto de alumínio tem se mostrado eficiente. Em pequenas quantidades, o armazenamento dos grãos dentro de garrafas tipo pet é também uma boa forma de evitar o ataque e desenvolvimento dessa praga.
Tabela 1. Inseticidas e acaricidas indicados para a cultura do feijoeiro. | ||||||
Nome técnico
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Nome comercial
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Dose
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Pragas controladas
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Cigarrinha-verde
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Percevejos
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Ácaro-Branco
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Carunchos
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Abamectina | Vertimec | 0,3-0,6 L ha-1 |
X
| |||
Acephate | Orthene 750 BR | 0,2-0,5 L ha-1 |
X
| |||
Orthene 750 BR para sementes | 1,0 kg/100 kg sementes |
X
| ||||
Betacyflutrin | Turbo | 0,1 L ha-1 |
X
| |||
Bulldock125SC | 0,05 L ha-1 |
X
| ||||
Bifenthrin | Brigade 25 CE | 0,2-0,25 L ha-1 |
X
| |||
Carbaryl | Sevin 480 SC | 1,9-2,5 L ha-1 |
X
| |||
Carbaryl Fersol 480 SC | 2,0-2,3 L ha-1 |
X
| ||||
Carbaryl Fersol Pó 75 | 15-20 kg ha-1 |
X
| ||||
Sevin 850 SC | 1,2-1,5 L ha-1 |
X
| ||||
Carbofuran | Ralzer 50 GR | 20 kg ha-1 |
X
| |||
Ralzer 350 GR | 2,0 L/100 kg sementes |
X
| ||||
Furadan 50 G | 20 kg ha-1 |
X
| ||||
Diafuran 50 | 20 kg ha-1 |
X
| ||||
Carbosulfan | Marzinc 250 TS GrDA | 1,5-2,0 kg/100 kg sementes |
X
| |||
Clorpirifós | Vexter | 0,8 L ha-1 |
X
| |||
Lorsban 480 BR | 0,8-1,5 L ha-1 |
X
|
X
| |||
Clorpirifós | 0,8 L ha-1 |
X
| ||||
Fersol 480 CE |
X
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Cufluthrin | Baytroid CE | 0,2 L ha-1 |
X
| |||
Deltamethrin | Deltaphos | 0,35-0,50 L ha-1 |
X
| |||
Dimetoato | Tiomet 400 CE | 0,32-0,64 L ha-1 |
X
| |||
Disulfoton | SolvirexGR100 | 1,5 kg ha-1 |
X
| |||
Esfenvalerate | Sumidan 25 CE | 0,4 L ha-1 |
X
| |||
Etonfeprox | Trebon 300 CE | 0,5 L ha-1 |
X
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Fenitrothion | Sumithion 500 CE | 1,0-1,5 L ha-1 |
X
|
X
| ||
Fenpropathrin | Danimen300CE | 0,1-0,2 L ha-1 |
X
| |||
Meothrin 600 | 0,1-0,2 L ha-1 |
X
| ||||
Fosfeto de alumínio | Gastoxin | 1-3 pastilhas/m3 |
X
|
X
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Imidacloprid | Gaucho | 0,2 kg/ 100 kg sementes |
X
| |||
Gaucho FS | 0,25 L/100 kg sementes |
X
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Provado | 0,15 kg ha-1 |
X
| ||||
Confidor 700 | 0,15 kg ha-1 | |||||
Metamidofós | Stron | 0,5-1,0 L ha-1 |
X
| |||
Hamidop 600 | 0,5-1,0 L ha-1 |
X
| ||||
Metafós | 0,5-1,0 L ha-1 |
X
| ||||
Metamidofós | 0,5-1,0 L ha-1 |
X
| ||||
Metasip | 0,5-1,0 L ha-1 |
X
| ||||
Faro | 0,5 L ha-1 |
X
| ||||
Tamaron BR | 0,5 L ha-1 |
X
|
X
| |||
Monocrotophos | Agrophos 400 | 0,75-1,25 L ha-1 |
X
| |||
Azodrin | 0,75-1,25 L ha-1 |
X
| ||||
Nuvacron 400 | 0,75-1,25 L ha-1 |
X
| ||||
Paration metílico | Folisuper 600 | 0,45-0,67 L ha-1 |
X
| |||
BR Folidol 600 | 0,45-0,67 L ha-1 |
X
| ||||
Phorate | Granutox | 20-30 kg ha-1 |
X
| |||
Granutox 150 G | 7-10 kg ha-1 |
X
| ||||
Profenofós | Curacron | 0,6-0,8 L ha-1 | ||||
Pyridaphenthion | Ofunack400CE | 1,25 a 1,5 L ha-1 |
X
|
X
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Nuvacron 400 | 1,5 L ha-1 |
X
| ||||
Terbufós | Counter 50 G | 40 kg ha-1 |
X
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Counter 150 G | 13 kg ha-1 |
X
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Tetradifon | Tedion 80 | 1,2-2,5 L ha-1 |
X
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Thiacloprid | Calypso | 0,2 L ha-1 |
X
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Thiamethoxan | Cruiser 700 WS | 0,1-0,15 kg/100 kg sementes |
X
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Actara 250 WG | 0,1-0,2 kg ha-1 |
X
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Triazophos | Hostathion 400 | 0,8-1,0 L ha-1 |
X
|
X
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Thiodicarb | BR Futur 300 | 2,0 L/100 kg sementes |
X
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Triclorfon | Dipterex 500 | 1,6 L ha-1 |
X
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Preciso saber como fazer para que as pragas no feijão seja combatido o mais rápido possível sem ter prejuízo na lavoura toda?
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