domingo, 19 de junho de 2016

Pragas Iniciais do Milho



A ocorrência de doenças, plantas daninhas e insetos pragas, juntos ou individualmente podem afetar significativamente o potencial produtivo da planta de milho. Também os insetos pragas em especial, podem afetar de maneira total ou parcial esse potencial produtivo. É possível encontrar em determinada região ou determinado ano agrícola, a presença de espécies de pragas que têm a capacidade de reduzir o número ideal de plantas, seja por danificar e matar a semente logo após o plantio, ou a plântula antes ou após a emergência. A planta também pode ser morta pelo efeito sinérgico do ataque dos insetos praga e pela competição com outros fatores, como plantas daninhas, doenças ou estresses abióticos como escassez de água, por exemplo. Em função da espécies de insetos e da época de ataque pode não ocorrer a morte da planta, e sim uma redução parcial de sua capacidade de produção. No entanto, como pode haver ataques por mais de uma espécie, o somatório das perdas pode atingir valores significativos, a ponto de comprometer a rentabilidade do agronegócio. O manejo de pragas tem sido considerado como fator fundamental para reduzir as perdas ocasionadas pelas pragas levando em consideração além dos aspectos econômicos, também os aspectos ambientais, notadamente quando ainda se considera a utilização de um inseticida químico como parte das táticas do manejo. A tabela 1 relaciona todos os inseticidas registrados para a cultura do milho

Pragas Iniciais
Vários insetos atacam as sementes, raízes e plântulas (Plantas jovens) do milho após a semeadura. O tipo de ataque reduz o número de plantas na área cultivada e o potencial produtivo da lavoura. Esses insetos são de hábito subterrâneo ou superficiais e a maioria das vezes passam despercebidos pelo agricultor, dificultando o emprego de medidas para o seu controle. A importância desses insetos variam de acordo com o local, ano e sistema de cultivo. As principais espécies, sua importância para a cultura, sintomas de danos e métodos de controle disponíveis são descritos a seguir:
Pragas que atacam sementes e raízes
Larva alfinete (Diabrotica spp.)
Importância econômica - No Brasil, a espécie predominante é a D. speciosa, cujos adultos (Figura 1) alimentam-se das folhas de hortaliças, feijoeiro, soja, girassol, bananeira, algodoeiro e milho. As larvas, atacam as raízes do milho e tubérculos de batata. O prejuízo causado por essa larva tem sido expressivo nos estados do Sul e em algumas áreas das regiões Sudeste e Centro-Oeste.
Foto: Ivan Cruz / Paulo Afonso Viana
Figura 1. Pragas que atacam sementes e raízes.
Sintomas de danos - a larva alimenta das raízes do milho (Figura 2) e interfere na absorção de nutrientes e água, e também reduz a sustentação das plantas. O ataque, ocasiona o acamamento das plantas em situações de ventos fortes e de alta precipitação pluviométrica. Mais de 3,5 larvas por planta são suficientes para causar danos ao sistema radicular.
Foto: Ivan Cruz / Paulo Afonso Viana
Figura 2. Pragas que atacam sementes e raízes.
Métodos de controle - No Brasil, o controle dessa larva é pouco realizado na cultura do milho e tem-se baseado quase que exclusivamente no emprego de inseticidas químicos (Tabela 2) aplicados via tratamento de sementes, granulados e pulverização no sulco de plantio. Excesso e baixa umidade do solo são desfavoráveis a larva. O método de preparo de solo influência a população desse inseto. A ocorrência da larva é maior em sistema de plantio direto do que em plantio convencional. Os agentes de controle biológico mais eficientes são através dos inimigos naturais, Celatoria bosqi, Centistes gasseni, e dos fungos Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae.



Tabela 1. Inseticidas registrados para o controle de insetos-praga na cultura do milho. 2002.

PragaIngrediente ativoNome comercialForm.C.TOX.Dose (p.c./ha)Fabricante
Agrotis ipsiloncarbarylCarbaryl Fersol 480 SCSCII2,0 - 3,0 lFersol




Carbaryl Fersol Pó 75DPIII15,0 - 20,0 kgFersol


carbofuranFuradan 350 TSSCI2,0 - 3,0 l/100 kg sem.FMC




Ralzer 350 SCSCI2,0 - 3,0 l/100 kg sem.Fersol


terbufosCounter 150 GGRI13,0 kgBasf




Counter 50 GGRI40,0 kgBasf


chlorpyrifosLorsban 480 BRECII1,0 lDow AgroSciences




VexterECII1,0 lDow AgroSciences


cypermethrinGalgotrinECII0,06 lChemotécnica Sintyal


lambdacyhalothrinKarate Zeon 250 CSCSIII0,01 lSyngenta


permethrinPounce 384 CEECII0,01 - 0,013 lFMC
Astylus variegatuscarbofuranFuradan 350 TSSCI2,0 - 3,0 l/100 kgsem.
Cornitermes snydericarbofuranFuradan 350 TSSCI2,0 - 3,0 l/100 kg sem.FMC




Furazin 310 TSSCI2,25 l/100 kg sem.FMC


carbosulfanMarshal TSSCII2,0 - 2,8 l/100 kg sem.FMC




Marzinc 250 TSDSII2,0 kg/100 kg sem.FMC
Daubulus maidisimidaclorpridGaucho FSSCIV0,8 lBayer


thiomethoxanCruiserDPIII0,15 - 0,2 kg/100 kg sem.Syngenta
Deois flavopictacarbofuranDiafuran 50GRI20,0 kgHokko


carbosulfanMarshal TSFSII2,4 - 2,8 l/100 kg sem.FMC


imidaclopridGaucho FSFSIV0,6 l/100 kg sem.Bayer


thiamethoxanCruiser 700 WSWSIII0,15 - 0,20 kg/100 kg sem.Syngenta


thiodicarbSemevin 350SCIII2,0 l/100 kg sem.Aventis
Diabrotica speciosachlorpyrifosAstroEWIII2,6 lBayer




Lorsban 10 GGRIV11,0 kgDow AgroSciences




SabreEWIII2,6 lDow AgroSciences


fipronilRegente 800 WGWGII0,1 kgAventis


imidaclopridGauchoWPIV0,7 kg/100 kg sem.Bayer


phorateGranutox 150 GGRII17 kgBasf


terbufosCounter 50 GGRI40 kgBasf




Counter 150 GGRI13 kgBasf
Dichelops furcatusimidaclopridGaucho FSSCIV0,35 l/100 kg sem.Bayer


thiamethoxanCruiser 700 WSDPIII0,3 kg/100 kg sem.Syngenta
Diloboderus abderusthiodicarbFutur 300SCIII2,0 l/100 kg sem.Aventis




Semevin 350SCIII2,0 l/100 kg sem.Aventis
Elasmopalpus lignoselluscarbarylCarbaryl Fersol 480 SCSCII2,0 - 2,3 lFersol




Carbaryl Fersol Pó 75DPIII15,0 - 20,0 kgFersol




Sevin 480 SCSCII1,9 - 2,25 lAventis


carbofuranCarbofuran Sanachem 350 TSSCI2,0 - 3,0 l/100 kg sem.Dow AgroSciences




Carboran Fersol 350 SCSCI2,0 l/100 kg sem.Fersol




Diafuran 50GRI30 kgHokko




Furandan 350 SCSCI3,0 - 4,0 lFMC




Furadan 350 TSSCI2,0 - 3,0 l/100 kg sem.FMC




Furadan 50 GGRIII30,0 kgFMC




Furazin 310 TSSCI2,25 l/100 kg semFMC




Ralzer 350 SCSCI2,0 - 3,0 l/100 kg sem.Fersol




Ralzer 50 GRGRI30,0 kgFersol


carbosulfanMarshal TSSCII2,4 - 2,8 l/100 kg sem.FMC




Marzinc 250 TSDPII2,0 kg/100 kg sem.FMC


chlorpyrifosLorsban 480 BRECII1,0 lDow AgroSciences




VexterECII1,0 lDow AgroSciences


furathiocarbPromet 400 CSSLIII1,6 l/100 kg sem.Syngenta


thiodicarbFutur 300SCIII2,0 l/100 kg sem.Aventis




Semevin 350SCIII2,0 l/100 kg sem.Aventis
Frankliniella williamsiimidaclopridGaucho FSSCIV0,8 l/100 kg sem.Bayer
Helicoverpa zeacarbarylCarbaryl Fersol 480 SCSCII2,0 - 2,3 lFersol




Carbaryl Fersol Pó 75DPIII15,0 - 20,0 kgFersol




Sevin 480 SCSCII1,90 - 2,25 lAventis


parathion-methylBravik 600 CEECI0,45 - 0,67 lAction


trichlorphonDipterex 500SLII0,8 - 2,0 lBayer




Trichorfon 500 MilenaSLII1,0 - 2,0 lMilenia
Mocis latipescarbarylCarbaryl Fersol 480 SCSCII2,0 - 2,3 lFersol




Carbaryl Fersol Pó 75PDIII15,0 - 20,0 kgFersol




Sevin 480 SCSCII1,9 - 2,,25 lAventis


chlorpyrifosLorsban 480 BRECII0,6 lDow AgroSciences




VexterECII0,6 lDow AgroSciences


malathionMalathion 500 CE SultoxECIII2,5 lAction


parathion-methylBravik 600 CEECI0,45 - 0,675 lAction




Folisuper 600 BRECI0,25 - 0,65 lAgripec


trichlorphonDipterex 500SLII0,8 - 2,0 lBayer




Triclorfon 500 MileniaSLII1,0 - 2,0 lMilenia
Procornitermes triaciferbenfuracarbLaser 400 SCSCII1,75 - 2,5 l/100 kg sem.Iharabras




Oncol SipcamSCII1,75 - 2,5 l/100 kg sem.Sipcam


carbofuranFuradan 350 TSSCI2,0 - 3,0 l/100 kg sem.FMC




Furazin 310 TSSCI2,25 l/100 kg sem.FMC


carbosulfanMarshal TSSCII2,0 - 2,8 l/100 kg sem.FMC




Marzinc 250 TSDSII2,0 kg/100 kg sem.FMC


imidaclopridGaucho FSFSIV0,25 l/100 kg sem.Bayer


terbufosCounter 50 GGRI40 kgBasf




Counter 150 GGRI13 kgBasf
Rhopalosiphum maidisimidaclopridGaucho FSSCIV0,8 l/100 kg sem.Bayer
Scaptocoris castaneaterbufosCounter 50 GGRI40 kgBasf




Counter 150 GGRI13 kgBasf
Spodopteraalpha-cypermethrinFastac 100 SCSCIII0,05 lBasf
frugiperdabeta-cyfluthrinBulldock 125 SCSCII0,04 lBayer




FullECII0,1 lBayer




NovapirECII0,1 lCheminova




TurboECII0,1 lBayer


carbarylCarbaryl Fersol 480 SCSCII2,0 - 2,3 lFersol




Carbaryl Fersol Pó 75DPIII15,0 - 20,0 kgFersol Ltda.




Sevin 480 SCSCII1,9 - 2,25 lAventis


carbofuranCarbofuran Sanachem 350 TSSCI2,0 - 3,0 lDow AgroSciences




Carboran Fersol 350 SCSCI2,0 kg/100 kg sem.Fersol




Diafuran 50GRI20,0 - 30,0 kgHokko




Furadan 350 TSSCI2,0 - 3,0 l/100 kg sem.FMC




Furadan 50 GGRIII20,0 - 30,0 kgFMC




Ralzer 350 SCSCI2,0 - 3,0 l/100 kg sem.Fersol




Ralzer 50 GRGRI20,0 - 30,0 kgFersol


chlorfenapyrPirateSCIII0,5 - 0,75 lBasf


chlorfluazuronAtabron 50 CEECI0,15 - 0,3 lIshihara


chlorpyrifosAstroEWIII0,3 - 0,5 lBayer




Clorpirifós Fersol 480 CEECII0,4 - 0,6 lFersol




Clorpirifos Sanachem 480 CEECI0,4 - 0,6 lDow AgroSciences




Klorpan 480 CEECII0,4 - 0,6 lAgripec




Lorsban 480 BRECII0,4 - 0,6 lDow AgroSciences




Nufos 480 CEECIII0,4 - 0,6 lCheminova




Pyrinex 480 CEECII0,4 lAgricur




SabreEWIII0,3 - 0,5 lDow AgroSciences




VexterECII0,4 - 0,6 lDow AgroSciences


cyfluthrinBaytroid CEECIII0,3 lBayer


cypermethrinArrivo 200 CEECIII0,05 - 0,08 lFMC




Cipermetrina Nortox 250 CEECI0,04 - 0,065 lNortox




CipertrinECII0,05 - 0,06 lPrentiss




Commanche 200 CEECIII0,05 - 0,06 lFMC.




Cyptrin 250 CEECI0,05 - 0,06 lAgripec




GalgotrinECII0,05 lChemotécnica Sintyal




Ripcord 100ECII0,1 lBasf


deltamethrinDecis 25 CEECIII0,2 lAventis




Decis 4 UBVULIII1,3 - 2,0 lAventis




Decis 50 SCSCIV0,05 - 0,075 lAventis




Decis Ultra 100 CEECI0,04 - 0,05 lAventis




Keshet 25 CEECI0,2 lAgricur


deltamethrin + triazophosDeltaphosECI0,25 - 0,35 lAventis


diflubenzuronDimilinWPIV0,1 kgUniroyal


enxofreKumulus DFWGIV1,0 kgBasf


esfenvalerateSumidan 25 CEECI0,6 - 0,8 lSumitomo


etofenproxTrebon 300 CEECIII0,07 - 0,1 lSipcam


fenitrothionSumibase 500 CEECII1,0 - 2,0 lSumitomo




Sumithion 500 CEECII1,0 - 1,5 lSumitomo


fenpropathrinDanimen 300 CEECI0,1 - 0,12 lSumitomo


furathiocarbPromet 400 CSSLIII1,6 l/100 kg sem.Syngenta


lambda-cyhalothrinKarate 50 CEECII0,15 lSyngenta




Karate Zeon 250 CSCSIII0,03 lSyngenta




Karate Zeon 50 CSCSIII0,15 lSyngenta


lufenuronMatch CEECIV0,3 lSyngenta


malathionMalathion 500 CE SultoxECIII2,5 lAction


methomylLannate BRSLI0,6 lDu Pont




Lannate ExpressSLII0,6 lDu Pont




Methomex 215 LSSLII0,6 lAgricur


methoxyfenozideIntrepid 240 SCSCIV0,15 - 0,18 lDow AgroSciences




ValientSCIV0,15 - 0,18 lBayer


monocrotophosAgrophos 400SLI0,6 - 0,9 lAgripec


novaluronGallaxy 100 CEECIV0,15 lAgricur




Rimon 100 CEECIV0,15 lAgricur


parathion-methylBravik 600 CEECI0,45 - 0,675 lAction




Folidol 600ECII0,45 - 0,675 lBayer




Folidol MECSIII0,7 lBayer




Folisuper 600 BRECI0,25 - 0,65 lAgripec




Mentox 600 CEECII0,65 lPrentiss




Paracap 450 MCSCSIII0,7 lCheminova




Parathion Metílico PikapauDPI0,65 lQuímicas São Vicente


permethrinAmbush 500 CEECII0,05 lSyngenta




Corsair 500 CEECII0,1 lAventis.




Permetrina Fersol 384 CEECI0,1 - 0,13 lFersol




PiredanECII0,065 lDu Pont




Pounce 384 CEECII0,065 lFMC




Talcord 250 CEECII0,1 lBasf




Valon 384 CEECII0,065 lDow AgroSciences


profenofosCuracron 500ECIII0,5 lSyngenta


pyridaphenthionOfunack 400 CEECIII0,5 lSipcam


spinosadCredenceSCIII0,037 - 0,1 lDow AgroSciences




TracerSCIII0,037 - 0,1 lDow AgroSciences


tebufenozideMimic 240 SCSCIV0,3 lDow AgroSciences


thiodicarbFutur 300SCIII2,0 l /100 kg sem.Aventis.


thiodicarbFutur 300SCIII2,0 l /100 kg sem.Aventis.




Larvin 800 WGWGII0,1 - 0,15 lAventis.




Semevin 350SCIII2,0 l/100 kg sem.Aventis


triazophosHostathion 400 BRECI0,3 - 0,5 lAventis.


trichlorphonDipterex 500SLII0,8 - 2,0 lBayer




Triclorfon 500 MilenaSLII1,0 - 2,0 lMilenia


triflumuronAlsystin 250 PMWPIV0,1 kgBayer




Alsystin 480 SCSCIV0,05 lBayer.




BrigadierWPII0,1 kgBayer




CerteroSCIV0,05 lBayer




RigelSCIV0,05 lCheminova


zeta-cypermethrinFury 180 EWEWII0,04 lFMC




Fury 200 EWEWIII0,08 - 0,1 lFMC




Fury 400 CEECII0,05 - 0,08 lFMC
Syntermes molestusbenfuracarbLaser 400 SCSCII1,75 - 2,5 l/100 kg sem.Iharabras




Oncol SipcamSCII1,75 - 2,5 l/100 kg sem.Sipcam


carbofuranFuradan 350 TSSCI2,0 - 3,0 l/100 kg sem.FMC




Furazin 310 TSSCI2,25 l/100 kg sem.FMC


carbosulfanMarshal TSSCII2,0 - 2,8 l/100 kg sem.FMC




Marzinc 250 TSDSII2,0 kg/100 kg sem.FMC


imidaclopridGauchoWSIV1 kg/100 kg sem.Bayer




Gaucho FSFSIV0,4 l/100 l águaBayer


terbufosCounter 50 GGRI40 kgBasf




Counter 150 GGRI13 kgBasf


thiodicarbFutur 300SCIII2,0 l/100 kg sem.Aventis




Semevin 350SCIII2,0 l/100 kg sem.Aventis

Fonte: MAPA Agrofit


Larva-arame (Conoderus spp., Melanotus spp)
Importância econômica - esse grupo de inseto causa danos esporádicos em várias culturas. Para o milho, os danos são mais severos em lavouras semeadas em áreas de pastagens, situação em que o solo não é preparado anualmente, proporcionando uma condição favorável para o desenvolvimento da larva.
Sintomas de danos - as larvas danificam as sementes após a semeadura e o sistema radicular da planta de milho e de outras gramíneas. Geralmente, constrói galerias e destrói a base do colmo das plantas (Figura 3).
Foto: Ivan Cruz.
Figura 3. Larva-arame (Conoderus spp., Melanotus spp).
Métodos de controle - ainda não existem informações sobre o nível de controle para esse grupo de inseto. A biologia dessas espécies não é bem conhecida e os hábitos são variados. Embora o controle químico tenha sido realizado em áreas experimentais, não há inseticidas registrados para o controle desse inseto. Em áreas que apresentam histórico de ataque da larva-arame, medidas de controle deverão ser utilizadas preventivamente na semeadura. Inseticidas utilizados no controle da larva-alfinete, também apresentam boa performance para a larva-arame. A umidade do solo é um fator importante no manejo dessa praga. Em sistemas irrigados, a suspensão da irrigação e a consequente drenagem da camada agricultável do solo, força a larva aprofundar-se, reduzindo o dano no sistema radicular.
Bicho-bolo, coró ou pão de galinha (Diloboderus abderus, Eutheola humilis, Dyscinetus dubius, Stenocrates sp, Liogenys, sp.)
Importância econômica - para o milho, a importância econômica dessa praga é maior para lavouras de safrinha, instaladas em semeadura direta sobre a resteva da soja. Geralmente, a população do inseto é alta em áreas cultivadas anteriormente com gramíneas como é o caso de pastagem.
Sintomas de danos - As larvas danificam as sementes após o plantio prejudicando sua germinação (Figura 4). Também alimentam-se das raízes provocando o definhamento e morte das plantas. O nível de dano para esse inseto ocorre a partir de 5 larvas/m2.
Foto: Ivan Cruz.
Figura 4. Bicho-bolo, coró ou pão de galinha (Diloboderus abderus, Eutheola > humilis, > > Dyscinetus dubius, Stenocrates sp, Liogenys, sp.).
Métodos de controle - agentes de controle biológico natural de larvas do bicho-bolo são nematoides, bactérias, fungos, principalmente Metarhizium e Beauveria sp e parasitoides da ordem Diptera. O preparo de solo com implementos de disco é uma alternativa de controle cultural da larva. Com essa prática, ocorre o efeito mecânico do implemento sobre as larvas que possuem corpo mole e são expostas a radiação solar e aos inimigos naturais, especialmente pássaros. O controle químico pode ser utilizado via tratamento de sementes (Tabela 2). Experimentalmente, a pulverização de inseticidas no sulco de semeadura tem se mostrado viável para o controle dessa larva.
Percevejo castanho (Scaptocoris castanea e Atarsocoris brachiariae)
Importância econômica - essa praga ataca várias culturas, podendo causar danos na soja, algodão, pastagens, feijão e no milho. Em áreas localizadas, o percevejo ataca o milho, acarretando sérios prejuízos. A ocorrência deste inseto é esporádica o que dificulta o estabelecimento de um programa de manejo para impedir os danos desta praga.
Sintomas de danos - as ninfas e os adultos (Figura 5) alimentam nas raízes e sugam a seiva. O ataque severo causa o definhamento e morte da planta. Os sintomas de ataques variam com a intensidade e época do ataque e muitas vezes são confundidos com deficiência nutricional ou doença da planta.
Foto: Ivan Cruz.
Figura 5. Percevejo castanho (Scaptocoris castanea e Atarsocoris brachiariae).
Métodos de controle - O método cultural pode ser empregado para o manejo desse inseto. A aração e a gradagem expõem os insetos aos predadores e causam o esmagamento das ninfas e adultos. A aração com arado de aiveca é o que apresenta maior eficiência no controle do percevejo castanho. O fungo Metarhizium anisopliae é um agente de controle biológico da praga. Devido ao hábito subterrâneo do percevejo, o controle químico (Tabela 2) é difícil de ser realizado e a recomendação de uso de inseticidas tem sido preventivo.
Larva Angorá (Astylus variegatus)
Importância econômica - essa praga ataca várias espécies de plantas cultivadas e é considerada uma praga secundária da cultura do milho. Somente alta população do inseto causa prejuízos para cultura de baixa densidade de sementes como a do milho.
Sintomas de danos - as larvas (Figura 6) alimentam-se preferencialmente das sementes do milho após a semeadura e de raízes, reduzindo a germinação e o número de plantas na lavoura.
Foto: Ivan Cruz.
Figura 6. Larva Angorá (Astylus variegatus).
Métodos de controle - método cultural como a aração e gradagem, ocasiona a morte de larvas. O controle químico (Tabela 2) deve ser realizado em áreas com histórico de ocorrência da praga. O tratamento de sementes com inseticidas evita o dano da praga.
Cupim (Procorniterms sp., Cornitermes sp., Syntermes sp. e Heterotermes sp.)
Importância econômica - os cupins são insetos sociais, organizados em castas e que se alimentam de celulose. São insetos que atacam inúmeras culturas. Entre a grande variação existente para esse grupo de inseto, os cupins de hábitos subterrâneos dos gêneros Proconitermes e Syntermes (Figura 7), são os mais importantes para a cultura do milho.
Foto: Ivan Cruz.
Figura 7. Cupim (Procorniterms sp., Cornitermes sp., Syntermes sp. e Heterotermes sp.).
Sintomas de danos - esses insetos atacam as sementes após a semeadura do milho, destruindo-as antes da germinação, acarretando falhas na lavoura. As raízes também são atacadas, causando descortiçamento das camadas externas, e as plantas amarelecem, murcham e morrem.
Métodos de controle - os cupins subterrâneos são difíceis de controlar. Pode-se reduzir a infestação e os danos na lavoura com o emprego de inseticidas (Tabela 2) aplicados no sulco de plantio ou através de tratamento de sementes.
Pragas que atacam as plântulas (Plantas jovens)
Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus)
Importância econômica - é uma praga esporádica com grande capacidade de destruição num intervalo curto de tempo. Seus danos estão associados a à estiagem logo após a emergência das plantas, condições que aumenta a susceptibilidade da planta pelo atraso no desenvolvimento da planta e favorece a explosão populacional de lagartas na lavoura. Maiores danos são observados em solos leves e bem drenados, sendo sua incidência menor sob plantio direto.
Sintomas de danos - as lagartas recém eclodidas iniciam raspando as folhas e dirigem para a região do coleto da planta (Figura 8), onde cava uma galeria vertical. A destruição do ponto de crescimento provoca inicialmente murcha e posteriormente morte das folhas centrais proporcionando provocando o sintoma conhecido como "coração morto" (Figura 9).
Foto: Ivan Cruz.
Figura 8. Pragas que atacam as plântulas (Plantas jovens).
Foto: Ivan Cruz.
Figura 9. Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus).
Métodos de controle - em áreas de risco, deve ser usado o tratamento de sementes com inseticidas sistêmicos à base de tiodicarb, carbofuran ou imidacloprid (Tabela 2). Sob condições de estresse hídrico mesmo esse tratamento não é efetivo, recomendando-se a aplicação de um inseticida de ação de contato e profundidade como os a base de clorpirifós. A alta umidade do solo contribui para reduzir os problemas causados pela lagarta-elasmo no milho.
Tripes (Frankliniela williamsi)
Importância econômica - reclamações por produtores são frequentes nos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul. Os danos causados pelos tripes têm sido verificados nos períodos de estiagem logo após a emergência das plântulas, podendo, sob altas infestações, causar até morte das plantas com perdas econômicas significativas.
Sintomas de danos - devido à raspadura do limbo foliar, as folhas apresentam-se amarelecidas, esbranquiçadas ou prateadas. A infestação pode ser confirmada pela verificação de pequenos insetos amarelados (Figura 10) no interior do cartucho e sob altas infestações ocorre murcha das folhas.
Foto: Ivan Cruz.
Figura 10. Tripes (Frankliniela williamsi).
Métodos de controle - inicialmente, o tratamento de sementes com inseticidas sistêmicos dá boa proteção às plantas (Tabela 2), entretanto, sob condições de altas refinfestação pode ser necessário pulverizações.
Percevejos - barriga-verde (Dichelops furcatusD. melacanthus), verde (Nezara viridula)
Importância econômica - os percevejos são pragas tipicamente da soja, mas com o plantio do milho em sucessão ou mesmo em rotação passaram a causar danos também ao milho logo após a emergência das plantas. Os danos ocorrem na fase inicial de desenvolvimento da cultura, podendo causar perdas parciais ou totais das lavouras.
Sintomas de danos - os adultos e ninfas ao se alimentarem na base das plântulas (Figura 11) de milho, introduzem seus estiletes através da bainha até as folhas internas causando lesões que posteriormente, após a abertura das folhas, mostram vários furos de distribuição simétrica no limbo foliar, apresentando halos amarelados ao redor dos furos. Outros sintomas são a deformação das plantas podendo levá-las a morte e/ou intenso perfilhamento que são totalmente improdutivos.
Foto: Ivan Cruz.
Figura 11. Percevejos - barriga-verde (Dichelops furcatus, D. melacanthus), verde (Nezara viridula).
Métodos de controle - pode ser feito com o tratamento de sementes com inseticidas sistêmicos (Tabela 2) ou através de pulverizações logo após a emergência das plantas quando constado a presença dos insetos.
Cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis)
Importância econômica - os danos diretos causados pela sucção de seiva dos adultos e ninfas pode reduzir principalmente o desenvolvimento do sistema radicular, mas os principais prejuízos causados por essa espécie é devido a transmissão de fitopatógenos como o vírus do rayado fino e dois milicutes Spiroplasma kunkelli (enfezamento pálido) e fitoplasma (enfezamento vermelho). Os prejuizos causados por essas doenças pode chegar a mais de 80% dependendo do patógeno, dos fatores ambientais e da sensibilidade dos híbridos cultivados. A incidência da doença está associada à alta densidade populacional de insetos infectivos o que ocorre no final do verão (plantios tardios).
Sintomas de danos - a presença do inseto (Figura 12) pode ser constatada diretamente pelo exame do cartucho das plantas ou através de amostragem com rede entomológica passada no topo das plantas. A incidência das doenças só é confirmada depois do aparecimento dos sintomas:
  • Rayado fino - folhas com riscas amareladas (paralelas às nervuras) com aparência pontilhada.
  • Enfezamento pálido - no início, plantas podem apresentar folhas com deformações e posteriormente inicia-se pela descoloração (clorose) das bordas da base das folhas que pode progredir para toda a planta, nanismo acentuado com os últimos internódios pouco desenvolvido dando à planta a aparência de uma palmeira o que é facilmente confundido com plantas "dominadas".
  • Enfezamento vermelho - dependendo do estádio de infecção das plantas pode não se observar o nanismo, mas geralmente ele está presente, com últimos internódios pouco desenvolvidos e folhas com avermelhamento generalizado. Na fase reprodutiva, nota-se manchas descoloridas nos grãos incompletamente cheios o que dá à espiga certa flexibilidade ao ser torcida nas mãos.
Foto: Embrapa Milho e Sorgo.
Figura 12. Cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis).
Métodos de controle - os mais eficientes são os culturais evitando-se a multiplicação do vetor em plantios sucessivos, erradicação de plantas voluntárias na área antes do plantio e uso de cultivares menos susceptíveis aos patógenos. Evitar o plantio de milho pipoca e milho doce em áreas com histórico recente de alta incidência dos enfezamentos dado à alta susceptibilidade da maioria dessas cultivares. Finalmente pode também ser utilizado o tratamento de semente com inseticidas sistêmicos (Tabela 2).
Pulgão-do-milho (Rhopalosiphum maidis)
Importância econômica - este é a espécie de inseto de ocorrência mais endêmica no milho, mas raramente constitui problema para a cultura pela ação eficiente dos inimigos naturais (predadores e parasitoide). Ele ataca as partes jovens da planta, preferencialmente o cartucho, mas pode infestar também o pendão e gemas florais. Seus danos diretos ocorrem somente quando a densidade populacional é muito alta e a planta esteja sofrendo de estresse hídrico. Os maiores danos ocorrem sob condições favoráveis para transmissão do vírus do mosaico. Neste caso, mesmo sob densidades muitas vezes não detectáveis pode ocorrer perdas significativas, pois o principal vetor é a forma alada e o vírus é de transmissão estiletar, ou seja transmite de plantas doentes para sadias simplesmente por via mecânica, através da picada de prova.
Sintomas de danos - sob altas populações é visível a colônias sobre as plantas (Figura 13) e sob estresse hídrico as folhas mostram-se murchas e com bordas necrosadas. O sintoma da doença aparece no limbo foliar na forma de um mosaico de coloração verde claro num fundo verde escuro.
Foto: Ivan Cruz / Paulo Afonso Viana
Figura 13. Pulgão-do-milho (Rhopalosiphum maidis).
Métodos de controle - para o controle da doença, os métodos culturais, na forma de eliminação dos hospedeiros nativos do patógeno e do vetor (gramíneas em geral), têm sido os mais eficientes. No inicio de desenvolvimento das plantas, o tratamento de sementes oferece proteção (Tabela 2). Durante o ciclo da planta os inimigos naturais têm ação primordial na manutenção do equilíbrio. Raramente tem sido necessário tomar outras medidas de controle.
Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda)
Importância econômica - a lagarta-do-cartucho atacando plantas mais jovens de milho pode causar a sua morte, especialmente quando a cultura é instalada após a dessecação no sistema de plantio direto. Nessas condições, a lagarta já está presente na área e quando o milho emerge as lagartas podem causar danos nas plantas ainda jovens, aumentando significativamente sua importância no estabelecimento da população de plantas ideal na lavoura.
Sintomas de danos - embora a esta espécie ataca tipicamente o cartucho da planta (Figura 14) , o que pode ocorrer desde a emergência até o pendoamento, todavia, quando o ataque ocorre no início de desenvolvimento da cultura, a lagarta pode perfurar a base da planta, atingindo o ponto de crescimento e provocar o sintoma de "coração morto", típico da elasmo.
Foto: Ivan Cruz
Figura 14. Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda).
Métodos de controle - o tratamento de sementes tem sido o método mais recomendado para controle das pragas iniciais do milho (Tabela 2). Os inseticidas sistêmicos dão controle até cerca de 17 dias após o plantio sob condições satisfatórias de suprimento de água. Sob estresse hídrico os tratamento de semente não apresentam a mesma eficiência e devem ser suplementados por pulverizações dirigidas para o sitio de ataque do inseto.
Cigarrinha-das-pastagens (Deois flavopicta)
Importância econômica - o milho, o arroz e o sorgo não são considerados hospedeiros dessa espécie por não permitirem o fechamento do seu ciclo biológico. Portanto, a infestação do milho pela cigarrinha é resultado da imigração de adultos proveniente de áreas de pastagens, principalmente daquelas formadas com capins do gênero Brachiaria.
Sintomas de danos - é relativamente fácil observar a presença dos insetos (Figura 15) alimentando-se nas folhas que após serem picadas, mostram áreas de clorose, amarelecimento e necrose, podendo causar a morte de toda planta. A sensibilidade das plantas é tanto maior quanto mais nova forem.
Foto: Ivan Cruz
Figura 15. Cigarrinha-das-pastagens (Deois flavopicta).
Métodos de controle - evitar sempre que possível, o cultivo de milho em áreas próximas a pastagens de brachiárias. O tratamento de sementes com inseticidas sistêmicos também pode reduzir significativamente os danos causados às plantas (Tabela 2).
Broca-da-cana (Diatraea saccharalis)
Importância econômica - tem sido mais problema em plantas mais desenvolvidas, mas essa praga pode também infestar as plantas recém emergidas. Neste caso, as plantas atacadas são totalmente improdutivas sendo os prejuízos proporcionais à redução da população de plantas.
Sintomas de danos - os danos pela broca-da-cana em plantas novas são semelhantes aos causados pela lagarta-elasmo, folhas raspadas no inicio da infestação e posteriormente o sintoma de "como o coração morto" e/ou perfilhamento das plantas sobreviventes (Figura 16).
Foto: Ivan Cruz
Figura 16. Broca-da-cana (Diatraea saccharalis).
Métodos de controle - neste caso os métodos recomendados são os mesmos anteriormente citados. Experimentalmente, o tratamento de sementes com inseticidas sistêmicos ou pulverização dirigida para a base da planta utilizando inseticidas de efeito de profundidade e/ou de ação translaminar possibilita um bom controle da praga.
Lagarta-rosca (Agrotis ipsilon)
Importância econômica - predomina em áreas de solos pesados, mal cultivado ou seja áreas "sujas". Os danos resultam da redução da população de plantas produtivas cujos prejuízos são proporcionais a taxa de infestação.
Sintomas de danos - as larvas atacam a região do coleto, cortando as plantas na base (Figura 17) o que provoca morte ou perfilhamento. Em áreas muito infestadas nota-se muitas plantas cortadas, mas os insetos não são facilmente visíveis já que têm atividade preferencialmente noturna.
Foto: Ivan Cruz
Figura 17. Lagarta-rosca (Agrotis ipsilon).
Métodos de controle - os culturais envolvem a antecipação da eliminação de plantas daninhas principalmente via dessecante o que pode reduzir a infestação, pois as mariposas preferem ovipositar em plantas ou restos culturais ainda verdes. O tratamento de sementes com inseticidas sistêmicos também é recomendado em áreas com histórico de incidência dessa praga. Em áreas menores é recomendado também a distribuição de iscas preparadas a base de farelo, melaço e um inseticida sem odor como o trichlorfon (Tabela 2).













Formulário de contato

Nome

E-mail *

Mensagem *