quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Plantas Daninhas na Erva-Mate



É normal pensar que a erva-mate, por ser uma espécie nativa, suporta bem a concorrência com as plantas espontâneas. Mas isto não é verdade, pois a erva-mate é uma das culturas mais suscetíveis à competição com essas plantas. 

As erveiras devem estar protegidas da concorrência com o mato, no período de outubro a abril. Para isso, recomenda-se o uso de cobertura morta na projeção da copa da erveira.

Métodos de controle mecânicos
O uso de roçadeiras com pequenos tratores é recomendável ao controle de plantas espontâneas desde que bem conduzidos. Caso contrário, eles podem provocar grandes perdas de solo. O uso indiscriminado de grades tracionadas por tratores pesados e em épocas inapropriadas, por exemplo, logo após as chuvas, tem sido um dos maiores fatores que causam a diminuição da produtividade dos ervais plantados.

Métodos de controle culturais
Deve-se utilizar a cobertura verde (no inverno: aveia, ervilhaca, nabo forrageiro; no verão: soja comum, feijão-de-porco), rotações de cultivo (trigo/soja – aveia- preta/soja; trigo/soja – aveia preta + ervilhaca/soja; aveia preta + ervilhaca/soja – aveia preta + ervilhaca/milho) nas entrelinhas e cobertura morta (restos de mato das entrelinhas; restos de palha de milho e de feijão; bagaços e palha de cana-de-açúcar; podas de ramos de timbó – Ateleia glazioveana; capim-elefante cortado e fenado).

Métodos de controle químicos
O uso de produtos químicos para o controle de plantas espontâneas não é permitido. Esta prática é proibida por lei, pois não há registros de produtos para utilização em plantas espontâneas nos ervais.





sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Recuperação de ervais degradados (Erva-Mate)



Recuperação de ervais degradados

A recuperação de um erval degradado tem que ser analisada de forma conjuntural. 

A idade não pode ser o fator único limitante, pois há ervais com 20 anos produzindo ainda muito bem, e há ervais com 14 anos em pleno declínio. Da mesma forma, densidade e rendimento são fatores que não podem ser analisados isoladamente. Há ervais apresentando bom estado fitossanitário, mas que não produzem quase nada. Pode-se encontrar ervais com 3% a 5% de matéria orgânica no solo e que não apresentam bom desempenho. Até mesmo o número de falhas não define, por si só, um erval degradado, pois há ervais com 10% de falhas e que não produzem bem, enquanto há outros com 50% de falhas e que produzem muito bem. 

Não se deve concluir que um erval com produção inferior a 2.200 kg por hectare ao ano deva ser eliminado só por esse fato, pois ele poderá ser recuperado vantajosamente, no aspecto econômico. Da mesma forma, não se pode concluir que um erval produzindo 20 mil kg por hectare ao ano não possa ser melhorado.

 Há produtores que não acham interessante recuperar ervais antigos, preferindo plantar outro, devido ao custo de recuperação ser maior que o de implantação. 

 Outro problema que faz com que os produtores relutem em recuperar ervais é a necessidade de adotar um manejo diferenciado entre as plantas adultas que estão se recuperando e as plantas que estão sendo implantadas. Neste caso, necessita-se de mais mão de obra. Muitas vezes, recuperar uma planta pode ter um custo quatro vezes maior que aquele de plantá-la novamente. Todavia, se não houver solos disponíveis na propriedade para plantar um erval novo, a única opção é renovar.

 O capim-elefante deve ser utilizado sempre que se estiver recuperando um erval sobre solo já bastante degradado, uma vez que o mesmo retira potássio das camadas inferiores, aumenta o teor de magnésio e de cálcio, aumenta a matéria orgânica para 4% a 5% e aumenta o N pela associação com fixadores livres de N.

Esta gramínea pode servir, também, como produtora de biomassa que, após cortada, pode servir como cobertura morta para as erveiras.

O capim elefante deve ser mantido sempre roçado, pois, se deixá-lo produzir e disseminar suas sementes, ele se tornará uma planta daninha potencial. Outro problema é o alto custo de sua implantação e manejo.

Outra atividade envolvida na recuperação de ervais é a poda de renovação que pode ser do tipo rebaixamento total ou gradual. 

Normalmente, a planta gasta muita energia para se recuperar do rebaixamento total e, por isso, no primeiro ano, reage bem, mas depois sofre uma queda na sua produção. É necessário, antes do rebaixamento, manter a erveira livre de plantas daninhas e adubada, de acordo com as recomendações da assistência técnica.

Cobertura do solo

O uso de cobertura de solo é de fundamental importância para o plantio de erva-mate. Ele exerce várias funções no sistema de plantio: proteção do solo, adubação verde e controle de plantas daninhas.

O solo pode receber coberturas vivas ou coberturas mortas. Ao longo do ano, utilizam-se coberturas vivas de inverno e coberturas vivas de verão. Para o inverno, recomenda-se a aveia-preta ou a ervilhaca-comum, dependendo da cultura a ser semeada no verão. Quando não se planeja produzir culturas comerciais para o verão, a semeadura de soja comum ou feijão-de-porco poderá ser uma opção como cobertura para essa estação.

Coberturas vivas do solo

As coberturas vivas podem ser de inverno ou de verão. Alguns técnicos têm indicado coberturas mistas de aveia-preta e ervilhaca para o inverno. De todos os benefícios trazidos pela cobertura viva, talvez o maior seja a produção de matéria orgânica para incorporação ao solo, melhorando as condições físicas e estimulando processos químicos e biológicos, além de melhorar a estrutura e a capacidade de retenção da umidade dos solos. A utilização racional de coberturas vivas, para recobrir e proteger o solo contra erosão, com suas raízes, deve sempre ser levada em conta no planejamento da produção de uma propriedade agrícola.

Uma boa cobertura verde deve ser constituída de espécies com as seguintes características:

vegetem bem nas condições locais de clima e solo;
tenham sistema radicular eficiente para a sua fixação ao solo;
tenham sistema foliar significativamente denso e de porte baixo;
não sejam competitivas com a erva-mate;
sejam aproveitáveis como adubo verde;
ressemeiem;
sejam fixadoras de nitrogênio;
tenham um custo de implantação acessível aos pequenos produtores.
É bom salientar, todavia, que a prática de cobertura vegetal viva pode ser contraindicada se o custo das sementes for muito elevado, requerendo também precauções contra a disseminação de pragas ou doenças. Em regiões secas, elas podem competir por água com a erva-mate. Portanto, às vezes, é melhor enfatizar o uso de coberturas espontâneas, que devem ser invernais, com semeadura natural e competitivas com as plantas daninhas. A gradagem realizada no mês de março favorece a germinação das espécies espontâneas.

Coberturas vivas de inverno
Recomenda-se, como as melhores coberturas de inverno a aveia (Avena sativa) e a ervilhaca comum (Vicia villosa). Coberturas mistas de inverno usando-se a aveia e a ervilhaca são bastante interessantes.

Coberturas mistas de inverno
No inverno, o ideal seria trabalhar com coberturas mistas, utilizando uma mistura de uma parte de aveia e uma parte de ervilhaca, semeadas na primeira quinzena de abril.

Deve-se atentar para o fato de que, se a cobertura estiver muito próxima da erva-mate e secar de repente, ela poderá fazer com que as plantas de erva-mate sejam prejudicadas pela ação intensa do sol.

Em algumas situações, pode-se adicionar o nabo forrageiro (Raphanus sativus L.) que possui um crescimento inicial rápido e elevada capacidade de reciclar nutrientes, principalmente nitrogênio e fósforo. Outra característica muito interessante é agir como subsolador natural.

Coberturas vivas de verão
O feijão-de-porco (Canavalia ensiformis) pode ser plantado no espaçamento de 0,5 m x 0,5 m, ou em dois sulcos separados de 1,0 m, com 0,5 cm de espaçamento entre as plantas, nas linhas, isto em ervais plantados com espaçamento de 3,5 m x 1,5 m.

O uso do caupi, da mucuna-anã e da soja comum (Glycine max) também são recomendados. O caupi, por sua vez, deve ser de crescimento determinado e ereto e a mucuna-anã deverá possuir uma boa procedência da sementes, para garantir uma boa germinação e cobertura do solo.

Alguns produtores têm utilizado o amendoim-forrageiro (Arachis pintoi). Vale salientar que o plantio dessa espécie requer cuidados especiais quanto ao seu controle na linha de plantio da erva-mate, uma vez que ela, nas épocas de “veranico”, exerce uma forte concorrência com a erva-mate. Recomenda-se a roçagem do amendoim–forrageiro, periodicamente, usando-se a matéria verde proveniente da sua roçagem para a cobertura da linha da erva-mate. Assim, com o transcorrer do tempo, o erval terá a cobertura morta na linha e a cobertura viva de amendoim-forrageiro na entrelinha.

Coberturas mortas do solo
Moacir José Sales Medrado; Renato Antônio Dedecek; Gabriel Correa

A cobertura morta objetiva manter a umidade do solo, controlar o mato, evitar a erosão e aumentar a atividade microbiológica do solo.

O uso de sobras de palitos de indústrias ervateiras ou de palhada obtida com a roçada das entrelinhas tem apresentado excelentes resultados.

Palha de feijão e de soja têm mostrado bons resultados para esse objetivo. Outra forma muito interessante de se obter cobertura morta, para evitar a concorrência com plantas daninhas nos períodos críticos do verão, é com o plantio de aveia, durante o inverno, e sua rolagem com rolo-faca tracionado por animal (Figura 1).

Com as mudanças climáticas, a região produtora de erva-mate tem sido castigada com intensos períodos de estiagem e veranicos, o que ressalta uma maior importância da cobertura morta aos ervais.

Foto: Moacir J. S. Medrado
Figura 1. Cobertura morta com aveia-preta obtida pela rolagem com rolo-faca tracionado por animal, na propriedade do Sr. Lauro Popieviski, em Áurea, RS.

Controle de plantas espontâneas

É normal pensar que a erva-mate, por ser uma espécie nativa, suporta bem a concorrência com as plantas espontâneas. Mas isto não é verdade, pois a erva-mate é uma das culturas mais suscetíveis à competição com essas plantas. 

As erveiras devem estar protegidas da concorrência com o mato, no período de outubro a abril. Para isso, recomenda-se o uso de cobertura morta na projeção da copa da erveira.

Métodos de controle mecânicos
O uso de roçadeiras com pequenos tratores é recomendável ao controle de plantas espontâneas desde que bem conduzidos. Caso contrário, eles podem provocar grandes perdas de solo. O uso indiscriminado de grades tracionadas por tratores pesados e em épocas inapropriadas, por exemplo, logo após as chuvas, tem sido um dos maiores fatores que causam a diminuição da produtividade dos ervais plantados.

Métodos de controle culturais
Deve-se utilizar a cobertura verde (no inverno: aveia, ervilhaca, nabo forrageiro; no verão: soja comum, feijão-de-porco), rotações de cultivo (trigo/soja – aveia- preta/soja; trigo/soja – aveia preta + ervilhaca/soja; aveia preta + ervilhaca/soja – aveia preta + ervilhaca/milho) nas entrelinhas e cobertura morta (restos de mato das entrelinhas; restos de palha de milho e de feijão; bagaços e palha de cana-de-açúcar; podas de ramos de timbó – Ateleia glazioveana; capim-elefante cortado e fenado).

Métodos de controle químicos
O uso de produtos químicos para o controle de plantas espontâneas não é permitido. Esta prática é proibida por lei, pois não há registros de produtos para utilização em plantas espontâneas nos ervais.



domingo, 16 de setembro de 2018

Adubação na Cultura da Erva-Mate



Adubação
A maior disponibilidade de elementos nutritivos no solo se apresenta entre os meses de setembro e dezembro, coincidindo com o período de maior eficiência da planta. Nitrogênio e potássio participam com a maior porcentagem na composição nutricional da planta de erva-mate. 

Deve-se distinguir a adubação nas diferentes situações: adubação de sementeira, adubação de viveiro, adubação de pré-plantio e adubação de produção.

O uso de calagem não tem sido comumente adotado em função das diferentes e contrastantes respostas obtidas pelos produtores.

Adubação de plântulas nas sementeiras
Não é recomendável a adubação de plântulas nas sementeiras, pois os problemas referentes às sementeiras parecem depender mais da natureza e qualidade do substrato do que da adição de nutrientes aos mesmos.

Adubação de pré-plantio
Antes da instalação do erval, preferencialmente a lanço, aplicam-se fertilizantes fosfatados e potássicos, de acordo com os resultados da análise do solo. 

Se o produtor tiver interesse em plantar uma outra cultura entre as linhas da erva-mate, a aplicação dos adubos deve ser feita na área total e na formulação e dosagem indicadas para a cultura intercalar.

Caso não haja interesse em intercalar uma outra cultura, o produtor poderá adubar somente uma faixa de 1,5 m, ao longo da linha de plantio da erva-mate, com 50 kg a 100 kg por hectare do adubo com fórmula (NPK) 10-20-10. Esta prática tem obtido sucesso por alguns produtores. Nos anos posteriores, de acordo com o crescimento das plantas, pode-se ampliar o domínio dessa faixa. 

Para as adubações de cova, recomenda-se 2,5 g de superfosfato simples ou yoorin, 0,5 g de cloreto de potássio, 50 mg de bórax e 100 mg de sulfato de zinco por litro de terra retirada da cova. Como condicionador de solo, sempre que possível, deve-se usar adubos orgânicos curtidos, ao redor de um quinto do volume da cova.

Adubação de produção
Do terceiro ano em diante, quando as plantas entram em produção comercial, recomenda-se fazer a análise do solo e recorrer aos agrônomos ou engenheiros florestais do serviço de extensão rural. Para cada tipo de solo, há uma adubação específica e, em muitos casos, é necessária apenas uma adubação de reposição dos nutrientes que são levados com as folhas para as indústrias de processamento. 

As adubações devem ser feitas em duas aplicações, sendo uma em setembro e a outra em dezembro, preferencialmente. Deve-se avaliar a possibilidade de, pelo menos, a primeira aplicação de adubos fosfatados e potássicos ser feita no início da brotação. A primeira aplicação de nitrogênio deve ser feita, se possível, no inchamento das gemas.

Independente do teor na folha, não se recomenda aplicar potássio, se a sua quantidade no solo for maior que 100 ppm (partes por milhão), na camada de 0-20 cm e maior que 50 ppm, na camada de 20 cm a 40 cm do solo.
Os adubos devem ser distribuídos ao redor das plantas de erva-mate, na projeção da copa e distanciados 30 cm do tronco.

Sempre que houver possibilidade, deve-se usar o adubo orgânico. Para tanto, deve-se considerar o teor de nitrogênio e de potássio do adubo orgânico e a necessidade de aplicação desses nutrientes. 

Adubação de viveiro
Tal como na sementeira, a adubação de viveiro depende muito da fertilidade natural do substrato utilizado. Naqueles substratos de baixa fertilidade, podem ser adicionados os adubos na fórmula (NPK): 4-14-8; 4-30-10 e 10-20-10 à base de 2 kg a 3 kg por m³ de terra.

Calagem
Os trabalhos sobre o efeito da calagem do solo no comportamento do erval têm sido poucos até o momento e os resultados dessa pesquisa têm sido contrastantes, em termos de correlação positiva da calagem com o crescimento das plantas. Isso demonstra, portanto, a necessidade de aprofundar os estudos nessa área, de forma a averiguar melhor o efeito dessa prática. A erva-mate é uma cultura que absorve grandes quantidades de cálcio e magnésio, porém cresce com maior vigor em solos ácidos (baixo pH), tolerando altos teores de alumínio.

Solos
Consideram-se solos aptos para o plantio da erva-mate aqueles que apresentam boa profundidade, boa drenagem e fertilidade natural de média a alta. 

Solos com menos de um metro de profundidade ocasionam queda no desenvolvimento e rendimento da erva-mate, acentuados em períodos de deficiência hídrica, reduzindo a vida útil das plantas. A cultura não suporta solos compactados e/ou encharcados.



domingo, 9 de setembro de 2018

Implantação da Cultura da Erva-Mate



A implantação de um erval ideal exige dedicação do produtor até nos quatro primeiros anos, pois, caso contrário, não se obterá boa produtividade. 

É importante que se faça a correta escolha da área e, depois, o preparo adequado do solo, para o bom desenvolvimento das mudas. Uma vez preparado o solo, deve-se, dependendo do tipo de produtor (pequeno, médio ou grande) e do sistema de plantio, puro ou em sistemas agroflorestais, escolher o espaçamento.

O plantio do erval deve ser feito a partir do mês de abril, podendo estender-se até setembro. A partir de outubro, na maioria dos locais, as chuvas em excesso podem ocasionar problemas, limitando ou diminuindo, acentuadamente, o ritmo de crescimento das plantas. 

Deve-se destinar ao plantio apenas mudas de boa qualidade, que podem ter sido produzidas em viveiro convencional ou viveiro de tubetes, pois o mais importante é que o produtor de mudas tenha a fiscalização do Ministério da Agricultura e tenha assistência técnica apropriada.

Independentemente se as mudas forem adquiridas de terceiros ou se forem de produção própria, é necessário realizar antes do plantio uma verificação das condições radiculares. Isto poderá ser feito usando-se o “teste do balde”. As mudas para o plantio devem ter o tamanho equivalente ao recipiente e ter passado por um período de rustificação.

Imediatamente antes do plantio, deve-se realizar o preparo das mudas, que consiste do corte da parte basal do recipiente, com o propósito de podar possíveis raízes com cachimbamento e a retirada de eventuais raízes enroladas.

Escolha da área 
Quanto às condições físicas do solo, a erva-mate é uma cultura muito exigente. Em função disso, deve-se dar preferência às áreas de solos profundos e bem arejados e não sujeitos aos encharcamentos. Em caso de solo compactado, deve-se proceder à subsolagem.

Outra preocupação na instalação do erval é quanto à declividade do terreno. Se for acentuada, deve-se efetuar o plantio em nível e melhorar as práticas de conservação e controle da erosão. A erva-mate vegeta bem em solos ácidos, aqueles em que, para plantar as principais culturas agrícolas, precisa de aplicação de calcário, mesmo naqueles com pH muito baixo e próximos de quatro.

Preparo do solo para plantio
Deve-se proceder o preparo do solo por meio de aração e gradagem, para o plantio das mudas. A época do preparo do solo vai depender do período em que o produtor pretende fazer o plantio, que normalmente ocorre de abril a setembro, com exceção dos plantios de adensamento, ou seja, erva-mate plantada em sub-bosque de ervais nativos, cujo plantio pode ser feito durante o ano todo.

Quase sempre é necessário realizar a recuperação do solo antes do plantio, por meio de um controle de plantas invasoras e descompactação, com a utilização de um subsolador. Caso não seja possível preparar o terreno, as covas para o plantio das mudas devem ter 30 cm de largura, por 30 cm de profundidade, colocando-se terra solta no fundo das covas, para que a parte superior do recipiente fique no nível do terreno.

Definição de espaçamento
Inúmeros testes de espaçamentos demonstraram melhores resultados para linhas simples. Os espaçamentos em linhas duplas implicam em menores rendimentos por hectare, maior dificuldade no plantio e maiores custos com limpeza. Desta forma, orienta-se o uso dos seguintes espaçamentos:

Pequenos produtores familiares
Em sistemas de plantio solteiro
a)100% da área com 4,50 m x 1,50 m (1.480 plantas por ha).
b)100% da área com 3,50 m x 1,50 m (1.900 plantas por ha).
c)80% da área com 4,50 m x 1,50 m e 20% da área com 2,25 m x 1,5 m.
d)80% da área com 3,50 m x 1,50 m e 20% da área com 2,25 m x 1,5 m.

Em sistemas agroflorestais (erva-mate x culturas agrícolas de ciclo curto) 
100% da área com 4,50 m x 1,50 m (1.480 plantas por ha).

Em sistemas sombreados
100% da área com 2,25 m x 1,5 m.

Médios e grandes produtores
Em sistemas de plantio solteiro
a) 2,50 m x 1,50 m (2.660 plantas por ha).
b) 2,25 m x 1,50 m (2.960 plantas por ha).

Em sistemas agroflorestais (erva-mate x culturas agrícolas de ciclo curto) 
a) 1,50 m na linha e espaçamento da entrelinha a depender do maquinário para plantio da cultura agrícola.

Em sistemas sombreados
a) 100% da área com 2,25 m x 1,5 m.

Assistência técnica 
Sempre que ocorrer dúvidas sobre a condução do erval, deve-se procurar um extensionista rural da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de seu município, nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. Para o Estado de Santa Catarina, deve-se recorrer à Epagri.

Endereços dos Escritórios Centrais das Empresas Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural:

Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri)
Rodovia Admar Gonzaga, 1.347, Itacorubi, Caixa Postal 502
Florianópolis, SC, Brasil, CEP 88034-901
Fone: (48) 3239-5500, Fax: (48) 3239-5597 

Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater)
Rua da Bandeira, 570, Bairro Ahu, Curitiba, PR, CEP 800035-270
Fone: PABX (41) 3250-2100, SAC (41) 3250-2166

Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio Grande do Sul (Ascar)
Rua Botafogo, 1051, 2º andar, Bairro Menino de Deus, Porto Alegre, RS, CEP: 90150-053
Fone: (51) 2125-3144

Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural do Mato Grosso do Sul (Agraer)
Av. Desembargador José Nunes da Cunha, Bloco 12
Parque dos Poderes, Campo Grande, MS, CEP 79031-310
Fone: PABX (67) 3318-5100

Plantio das mudas 
As mudas devem ser plantadas na época em que as temperaturas não sejam extremas e também haja disponibilidade de água suficiente para o seu desenvolvimento normal. O momento em que a muda está apta para ser levada ao campo é quando ela apresenta a parte aérea no mesmo comprimento da embalagem (Figura 1). 

Antes do plantio, as mudas devem ser preparadas para evitar o cachimbamento, cortando-se o fundo do recipiente de plástico (Figuras 2 e 3). Em seguida, a lateral do recipiente deve ser cortada (Figura 4) e o recipiente retirado e guardado para não poluir o ambiente. Imediatamente antes do plantio, as raízes laterais, quando estiverem enrolando o torrão, devem ser aparadas com canivete amolado. Feito isto, a muda estará pronta para ir à cova (Figura 5). Após a colocação da muda na cova, já adequadamente adubada, procede-se o fechamento da mesma (Figura 6).

Após o plantio, as mudas devem ser protegidas do sol.

Foto: Ivar Wendling
Figura 1. Muda no ponto ideal de ir a campo.

Foto: Ivar Wendling

Figura 2. Corte do fundo do recipiente.

Foto: Ivar Wendling
Figura 3. Fundo do recipiente destacado.

Foto: Ivar Wendling
Figura 4. Corte da lateral do recipiente.

Foto: Ivar Wendling
Figura 5. Colocação da muda na cova.

Foto: Ivar Wendling
Figura 6. Muda plantada.

Época de plantio 
O plantio de mudas produzidas em sacos plásticos deve ser feito no período de abril a setembro. Plantios que ultrapassam este período prejudicam o desenvolvimento do erval e, às vezes, chegam a sofrer graves perdas em função de ocorrência de veranicos. Isto tem ficado mais evidente com as mudanças climáticas ocorridas no Sul do Brasil.

Proteção das mudas 
As mudas, além de previamente adaptadas ao sol ainda nos viveiros, devem ser protegidas quando plantadas em épocas de muita insolação. A proteção, quando necessária, pode ser feita com o uso de tabuinhas ou restos de capim, para evitar que os raios solares atinjam diretamente o colo da planta (Figura 7).

Foto: Moacir J. S. Medrado
Figura 7. Sistema de proteção de mudas com restos de madeira.

Verificação das condições
As mudas para o plantio devem ser selecionadas quanto à sanidade e desenvolvimento, evitando-se aquelas com alturas superiores a 20 cm, quando em embalagens de 7,5 cm x 18 cm, para diminuir os riscos de cachimbamento das raízes. Na prática, deve-se escolher mudas com a parte aérea do tamanho próximo da altura da embalagem e realizar o “teste do balde”, preconizado pelo Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). Este teste consiste em separar dez mudas ao acaso, retirando-as da embalagem e deixando-as dentro d’água até destorroar, observando-se, em seguida, quantas mudas têm raiz com cachimbamento (Figura 8). No máximo, deve-se tolerar uma muda com raiz defeituosa em cada dez mudas analisadas.

Foto: Moacir J. S. Medrado
Figura 8. Muda com cachimbamento das raízes.

Teste do balde
Consiste em separar dez mudas ao acaso, retirar a embalagem e deixá-las dentro d’água até destorroar, observando em seguida quantas mudas têm raiz com cachimbamento. No máximo, deve-se tolerar uma muda com raiz defeituosa em cada dez mudas.

Foto: Moacir J. S. Medrado
Figura 9. Teste do balde feito no viveiro em Inácio Martins, PR.




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