segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Cultivares de Gergelim (Variedades)




Cultivares
A escolha correta da cultivar para um determinado ambiente é de grande importância para a obtenção de boa produtividade. Entretanto, é comum os produtores de gergelim reutilizarem suas próprias sementes para formação da nova lavoura, prática que provoca prejuízos, como a proliferação de doenças, depreciação comercial dos produtos, além da perda de produtividade e uniformidade.

As variedades de gergelim diferenciam-se por vários atributos, como altura, ciclo (de 70 a mais de 170 dias), coloração das sementes e tipo de ramificação. As variedades de sementes de cor branca e ou creme são as de maior valor comercial, ao passo que as de cor preta têm demanda restrita, mas em ascensão no mercado externo. A maioria das cultivares brasileiras apresenta ramificações e sementes de cor creme.

O programa de melhoramento genético do gergelim da Embrapa Algodão, em Campina Grande, PB, já viabilizou o desenvolvimento de cinco cultivares comerciais (EMBRAPA, 2000; EMBRAPA, 2007; ARRIEL et al., 2009; EMBRAPA, 2011). As principais características dessas cultivares de gergelim são as seguintes:

Cultivar CNPA G2: Cultivar de porte mediano (até 1,60 m); ciclo médio (100 dias) e hábito de crescimento ramificado; apresenta três frutos por axila foliar, semente de coloração creme; possui tolerância à mancha-angular e susceptibilidade à cercosporiose. É recomendada para plantio de sequeiro e irrigado em todos os estados do Nordeste por causa da sua alta estabilidade produtiva.

Cultivar CNPA G3: Cultivar de porte médio (até 1,60 m), ciclo: 90 a 100 dias, hábito de crescimento ramificado, floração e maturação uniformes. Apresenta um fruto poraxila e semente de coloração creme. Possui resistência à mancha-angular e susceptibilidade à cercosporiose e à macrophomina. É indicada para a região semiárida nordestina, onde a mancha-angular é a principal doença da cultura.

Cultivar CNPA G4: Cultivar de porte mediano (1,55 m), ciclo 90 dias, hábito de crescimento ramificado com floração e maturação uniformes; um fruto por axila e sementes de cor creme, com teor de óleo variando de 48% a 50%. É tolerante à murcha-de-macrophomina, mancha-angular e cercosporiose. É indicada para cultivo na região Nordeste e Cerrado de Goiás.

Cultivar BRS Seda: Possui porte médio 1,55 m; ciclo médio de 90 dias, hábito de crescimento ramificado; início do florescimento aos 36 dias após a germinação com floração e maturação uniforme. Apresenta um fruto/axila, cujas sementes são de cor branca e possuem um teor de óleo superior a 52%. Peso de 1.000 sementes: 3,20 g. Mostra-se tolerante à murcha-de-macrophomina, mancha-angular e cercosporiose. É indicada para o cultivo na região Nordeste, Cerrados de Goiás e região norte fluminense.

IAC-OURO

O germoplasma que deu origem ao cultivar foi a introdução I-51964, de 1977, procedente dos Estados Unidos, da qual foram selecionadas linhagens que passaram por vários ciclos de seleção massal. A seleção foi dirigida para obtenção de alto potencial produtivo.
As características principaís são hábito de crescimento ereto, ramificado, com dois a quatro ramos inseridos na haste principal a 30 cm do solo; altura de 120 a 150 cm; haste verde, pubescente durante o ciclo e dourada na maturação, com 25 internódios; folha é pubescente, verde-amarelada durante o ciclo e amarelo-esverdeada e senescente na maturação; flor, pilosa, levemente arroxeada, interior branco; o fruto é uma cápsula verde, retangular, pubescente, com cerca de 60 sementes. Na maturação, abre-se pelas suturas longitudinais, soltando as sementes, mudando a cor do amarelo para o marron. O número de frutos por axila é de 1 a 3, em geral 3; a semente tem coloração creme tendendo a branca, podendo a tonalidade variar com as diferenças ambientais de secagem.
A variedade é extremamente uniforme na maturação, sendo o início do processo marcado pelo amarelecimento e queda das folhas. Os frutos basais têm a coloração transformada do verde para o amarelo, ocorrendo progressivamente da base para o ápice da planta, possibilitando intervalo relativamente longo para a colheita, evitando perdas pela deiscência dos frutos quando maduros. O peso de 1.000 sementes é de 3,3 g e o teor de óleo na semente é de 52%. O variedade tem potencial de produtividade na faixa de 1.000 a 1.500 kg/ha. Está em distribuição comercial desde 1983.




terça-feira, 15 de outubro de 2019

Calagem e Adubação do Gergelim



A correção do solo compreende o uso de calcário para corrigir a acidez e o emprego de fertilizantes, a fim de elevar a fertilidade do solo a níveis adequados, conforme as exigências da cultura. As recomendações para correção de acidez e adubação devem ser feitas com base em resultados de análise química e física do solo.

Após a escolha da área, recomenda-se enviar, para análise laboratorial, uma amostra do solo a partir de subamostras retiradas da camada arável, que normalmente é alterada, seja por arações e gradagens, seja pela adição de corretivos, fertilizantes e restos culturais.

Calagem - Correção de acidez
No Brasil há predominância de solos ácidos. O emprego da calagem via cálcio e carbonato é importante para neutralização da acidez do solo; e, além de fornecer os nutrientes cálcio e magnésio, também melhora o aproveitamento dos fertilizantes e dos elementos já existentes no solo por corrigir o pH (MANUAL INTERNACIONAL DE FERTILIDADE DO SOLO, 1998).

Para calagem, é recomendado dar maior ênfase à porcentagem de saturação de alumínio do que ao seu teor isoladamente; porém, devem ser também levados em consideração os teores de cálcio e magnésio do solo. Em áreas já calcariadas, que serão aproveitadas com rotação de culturas, a amostragem, para fins de indicação de fertilizantes, pode ser feita logo após a maturação fisiológica da cultura anterior. Se houver necessidade de calagem em áreas onde se pretende produzir gergelim pela primeira vez, a amostra do solo tem que ser feita de modo a possibilitar que o calcário esteja incorporado pelo menos dois meses antes da semeadura do gergelim, para poder reagir e exercer seu papel de correção do solo. Para a correção da acidez, deve-se dar preferência ao uso de calcário dolomítico, que possui de 25% a 30% de CaO e mais 12% de MgO. A aplicação pode ser feita manual ou mecânica, com bastante uniformidade na distribuição. Para os solos ácidos, tanto cauliníticos quanto de Cerrado, Oxissolos, recomenda-se o uso de gesso agrícola como complemento da calagem. No caso dos solos ácidos, a mistura de calcário mais o gesso aumentam a velocidade de percolação de bases e a correção da acidez das camadas profundas. Porém, em solos com baixos teores de potássio, não se recomenda o uso de gesso (BELTRÃO et al., 2001).

Adubação
Para que a planta possa externar todo seu potencial produtivo, é necessário que o solo forneça nutrientes em quantidade adequada.

O gergelim extrai do solo, em termos relativos, quantidades elevadas de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K), que variam conforme a produção, o estado nutricional, a variedade utilizada e a parte da planta colhida. Em geral, a planta precisa de 50 kg ha-1 – 14 kg ha-1 – 60 kg ha-1 de N-P2O5–K2O para produzir 1.000 kg de sementes. O corte das plantas para colheita implica na perda de quase 97% dos nutrientes extraídos do solo pelas plantas. Desse total, os frutos contêm de 33% a 60% do NPK extraído (BASCONES; RITAS, 1961).

As plantas de gergelim absorvem pouco NPK até os 30 dias após o plantio. A partir dessa data, os requerimentos da planta por esses nutrientes crescem rapidamente alcançando a demanda máxima de nitrogênio aos 74 dias, de fósforo dos 60 aos 90 dias e de potássio, depois dos 35 dias crescendo até o final do ciclo (FERREIRA, 2005). (dados não publicados).

Vários fatores influenciam na resposta à adubação, tais como: os tipos de fertilizantes, as épocas e o modo de aplicação, a textura e o teor de matéria orgânica do solo, entre outros.

Em relação aos principais macronutrientes, se a análise do solo evidenciar um teor de fósforo assimilável menor que 10 mg/dm3 (10 ppm), teor de matéria orgânica inferior a 2,6% e teor de potássio abaixo de 0,23 cmolc/dm3, há necessidade de correção com o uso de fertilizantes, cuja aplicação deve ser feita em razão da mobilidade do nutriente no solo e da textura do solo.

O fósforo, cuja mobilidade no solo é mínima, deve ser aplicado de uma vez por ocasião do plantio; o nitrogênio, cuja mobilidade é grande, pode ser aplicado em duas vezes: metade após o desbaste e metade 25 dias depois, e, de preferência, usando como fonte o sulfato de amônio. Graças à elevada dinâmica do nitrogênio, os fertilizantes devem ser usados em cobertura, em sulcos cobertos para reduzir as perdas por volatização, denitrificação e outros. O potássio, por possuir mobilidade intermediária, pode ser aplicado no plantio ou dividido junto com o nitrogênio, dependendo da capacidade de lixiviação do solo (BELTRÃO et al., 2001b).

Uma forma eficiente e relativamente barata de se melhorar a qualidade do solo, em especial o teor de matéria orgânica, é fazer uso de adubação verde e da adição de adubos orgânicos. Além dos estercos, vários produtos podem ser utilizados como adubo orgânico: camas de galinha, palha, restos vegetais, composto, biofertilizante e torta resultante da prensagem de sementes de oleaginosas.

Pereira et al. (2001, 2002) observaram aumento significativo no rendimento de grãos das cultivares de gergelim CNPA G4 e CNPA G3 usando diferentes níveis de adubação orgânica: T0 – testemunha sem adubo; T1 – 10t; T2 – 20t; T3 – 30t e T4 – 40t de esterco bovino/hectare.

A adubação verde consiste no cultivo de plantas que estruturam e enriquecem o solo com nitrogênio, fósforo, potássio, enxofre, cálcio e micronutrientes - no caso das leguminosas: feijão-guandu, leucena, mucuna-cinza, mucuna-preta e feijão-de-porco, as quais são incorporadas ao solo durante seu estádio de floração, auxiliado com equipamento, como o “rolo de faca” tracionado por animais. Esta técnica eleva a fertilidade do terreno e aumenta a produtividade das culturas exploradas pelo agricultor (TORRES et al., 2006).

Com o esterco originado de sua criação de caprinos, agricultores de São Francisco de Assis do Piauí usaram 20 t de esterco/hectare visando a melhorar a fertilidade dos seus solos (QUEIROGA et al., 2008).



As recomendações de correção de acidez e de adubação devem ser feitas com base em resultados de análise química e física do solo, as quais devem basear-se em amostras retiradas da camada arável, normalmente a mais intensamente alterada seja por arações e gradagens, seja pela adição de corretivos, de fertilizantes e de restos culturais.
Para minimização de custos, a adubação deve pautar-se sempre pela relação custo/benefício.

Calagem – Em áreas já com calcário, que serão aproveitadas para rotação de culturas, a amostragem do solo para fins de indicação de fertilizantes pode ser feita logo
após a maturação fisiológica da cultura anterior.
Se houver necessidade de calagem em áreas onde se pretenda produzir gergelim pela primeira vez, a amostragem do solo tem de ser feita de modo que possibilite a incorporaçãodo calcário pelo menos dois mesesantes da semeadura.
Para a correção da acidez do solo deve-se dar preferência ao calcário dolomítico que possui de 25% a 30% de óxido de cálcio (CaO) e mais 12% de óxido de magnésio (MgO).
Além de reduzir a incidência de pragas, a prática de rotação de culturas com adubos
verdes melhora a produtividade não só do gergelim como também das culturas que
vierem a entrar no sistema de rotação.

Adubação – O gergelim extrai do solo quantidades elevadas de nitrogênio (N), de fósforo (P) e de potássio (K), que variam conforme a produção, o estado nutricional, a variedade utilizada e a parte da planta colhida (Tabela 1). Em geral a planta precisa de 50 kg/ha de N, de 14 kg/ha de P2O5 e de 60 kg/ha de K2O para produzir 1.000 kg/ha de sementes.
Arrancar a cultura implica a saída de quase 97% dos nutrientes extraídos, do solo, pelas plantas.
Desse total, os frutos respondem por um percentual que varia de 33% a 60% do NPK extraído. Isso empobreceo solo.
Para garantir a produtividade de plantios posteriores, essas quantidades de nutrientes precisam ser repostas pela adubação.

O gergelim absorve pouco nitrogênio, fósforo e potássio (NPK) até o trigésimo dia após o plantio. A partir dessa data, a exigência da planta por esses nutrientes cresce rapidamente e alcança a demanda máxima de nitrogênio aos 74 dias; de fósforo, dos 60
aos 90 dias; e de potássio depois do 35º dia
crescendo até o final do ciclo.
Para obter-se maior eficiência na prática da adubação, além das exigências da cultura
em nutrientes vários fatores devem ser levados em consideração, a fim de conseguir-se
um uso racional dos principais fertilizantes minerais.
Dentre tais fatores têm-se o tipo de solo e a solubilidade, a qual determina a maior ou a menor mobilidade dos nutrientes, e, conseqüentemente, o maior grau de lixiviação, principalmente em solos arenosos.
O fósforo, cuja mobilidade no solo é mínima, deve ser totalmente aplicado por ocasião do plantio do gergelim. Em virtude de sua maior mobilidade, o nitrogênio e o potássio devem ser aplicados parceladamente.
O nitrogênio pode ser aplicado em duas vezes: metade após o desbaste, metade 25 dias depois, e sempre em solo úmido para evitar que evapore, usando-se, de preferência, o sulfato de amônio.
O potássio pode ser incorporado ao solo ou com o fósforo, ou em duas vezes (com o nitrogênio), de acordo com a capacidade de lixiviação do solo.
Quando há deficiência de nutrientes no solo, ou quando as condições do ambiente não são favoráveis, as plantas podem exibir sintomas de deficiência (Tabela 2).

Tabela 2. Sintomas de deficiência de nutrientes em gergelim.
Clorose geral com ou sem o murchamento das plantas Inicialmente, os sintomas aparecem nas folhas mais velhas, associadosao seguinte:
􀁹 Deficiência de nitrogênio (N): Plantas de cor verde-clara, sem ramificação, de caules delgados e com folhas eretas.
As folhas superiores apresentam-se com uma coloração de tom verdepálido.
Em estado avançado dessa deficiência, as folhas inferiores tornam-se amareladas, depois, alaranjadas, e em seguida caem.
􀁹 Deficiência de fósforo (P): Plantas sem ramificações, de caules finos e de porte baixo. As folhas superiores apresentam coloração verde-forte, as mais velhas ficam opacas e escuras e exibem uma coloração verde-acinzentada. Ocorre necrose nas folhas mais velhas, que, em seguida, caem.
􀁹 Deficiência de magnésio (Mg): As folhas mais velhas apresentam clorose internervural, a princípio ligeiramente amarelada, e, depois, alaranjada. O verde persiste nas nervuras e nas veias, com padrão característico.
Clorose mosqueada com e sem necrose
Deficiência de potássio (K): Plantas nanicas e com as folhas mais velhas onduladas e encarquilhadas para cima. Inicialmente ocorre uma clorose mosqueada, depois alaranjada e, finalmente, cor de cobre. Não há queda de folhas.
Efeitos localizados nas regiões de crescimento
Deficiência de cálcio (Ca): Morte da gema apical seguida de distorção no ápice e na base das folhas jovens, as quais formam um gancho para baixo (ápice) que, depois, é torcido e enrugado.




quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Café com qualidade de exportação



Qualidade para exportação é meta oficial brasileira

"O Brasil é o único país capaz de produzir qualquer tipo e qualidade de café que os consumidores demandam: arábica ou robusta, natural, cereja descascado com mucilagem e sem mucilagem ou despolpado, origem única, variedades e blends [(misturas)], volumes grandes ou cafés especiais e também commodities e nichos de mercado; só precisa saber vender os seus produtos industrializados", resume Emília Miya Mori, pesquisadora do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital).
Apesar de ser o maior produtor mundial de café e o maior exportador de café verde em grão, quando se trata de café industrializado, o Brasil fica muito longe da Itália e da Alemanha, campeões em exportação do produto. Entre as iniciativas que buscam alterar esse quadro e ampliar o perfil exportador brasileiro de café torrado e moído (T&M), que tem maior valor agregado, está a conquista de novos mercados e o Programa Setorial Integrado para a Exportação do Café Industrializado (PSI), com validade para o período 2002-2004.

MELHOR BLEND Para Alberto Martins Resende, professor do Departamento de Economia Rural da Universidade Federal de Viçosa (UFV), mais do que deficiência em tecnologia, a qualidade é fator fundamental e é determinada pela matéria-prima utilizada nos blends. O blend de café expresso da Illy Café, por exemplo, de acordo com a pesquisadora do Ital, tem em sua composição, entre outros, café brasileiro, que dá à bebida o corpo importante ao expresso; café colombiano, que é responsável pela característica de suavidade; e cafés da Etiópia com aroma e sabor desejáveis à bebida.
No caso do Brasil, segundo Resende, diante da "incapacidade de desenvolver um padrão desejável de café para exportação, em volume e preço competitivo", para competir no mercado interno a indústria nacional opta por misturas mais baratas, que comprometem a qualidade. Mori ressalta, porém, que as torrefadoras grandes e médias e setor público brasileiro preocupam-se com a inovação tecnológica para a obtenção de cafés de qualidade superior e de origem controlada para a elaboração de blends característicos.
As empresas que integram o PSI, convênio estabelecido entre a Agência de Promoção de Exportadores (Apex) e o Sindicato da Indústria de Café do Estado de São Paulo (Sindicafé-SP), são orientadas a terem um gerenciamento eficiente e trabalharem no conceito de café de qualidade, adequando-se aos mercados mundiais. Além disso, o selo "Cafés do Brasil" é atribuído a produtos e empresas atestados por auditorias e testes laboratoriais de qualidade, com o objetivo de criar uma percepção mundial de qualidade e de excelência do produto nacional.

Saiba como alcançar um café com qualidade de exportação

O valor agregado e a diversificação de mercados estão entre os principais benefícios para o agricultor que exporta o seu café. Em 2018, mais de 35 milhões sacas do produto foram embarcadas pelo país, segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Alcançar qualidade para tanto, porém, exige do produtor uma série de cuidados que vão desde a escolha de um local ideal de plantio até o pós-colheita.

Entre as características buscadas pelos importadores está o café de alta pontuação. “Essa pontuação é uma análise sensorial, na qual são avaliados dez fatores, entre eles doçura, acidez e textura da bebida. A pontuação vai de zero a cem, quanto maior o valor, maior o diferencial. Valores superiores a 85 pontos já mostram um café de excelente qualidade, que pode ser destinado para exportação”, explica o engenheiro agrônomo Marcos Revoredo, gerente técnico especializado em hortifrúti e café da Alltech Crop Science.

Outro requisito básico é o uso de produtos que não agridam o meio ambiente e que sejam seguros para o produtor, complementa o gerente de Desenvolvimento Técnico da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), Mário Ferraz de Araújo. “Deve-se respeitar as normas em vigência no Brasil e nos países compradores, envolvendo a área trabalhista e social também.”, explica. Segundo Araújo, mais de 80% do café produzido na região de atuação da cooperativa (Sul de Minas, Cerrado Mineiro e Vale do Rio Pardo – SP) é apropriado para exportação.

Em São Sebastião do Paraíso (MG), João Carlos Pieroni, além de consultor, é cafeicultor há 25 anos e tem foco na produção do grão para exportação. No manejo aplicado em sua lavoura, prioriza o uso de tecnologias naturais e sustentáveis. “Minha fazenda é certificada, então ganhamos bastante ponto com isso”, destaca. Ao longo do processo produtivo, o cafeicultor utiliza um conjunto de soluções à base de nutrientes como cobre, cálcio, magnésio, boro e aminoácidos. Entre os resultados positivos observados estão melhor pegamento dos frutos, enchimento e qualidade dos grãos.

Revoredo afirma que outro ponto que merece atenção do produtor é a manutenção da parte aérea, mantendo-a sempre saudável para que a planta consiga produzir mais energia e, consequentemente, se desenvolva melhor, gerando reserva de energia para ser direcionada para os frutos. Toda essa composição vai influenciar na qualidade”, complementa. Vale ressaltar ainda os cuidados na colheita do fruto - que deve ocorrer na fase cereja -, assim como a atenção no pós-colheita, durante o processamento, a secagem e o armazenamento dos frutos.

O gerente de Controle de Qualidade da Cooxupé, Francisco Donizete da Cruz, afirma que o mercado consumidor vem evoluindo bastante. “A Cooxupé exporta para cerca de 40 países, sendo que cada um deles possui suas exigências específicas, existindo diferença, inclusive, dentro da própria região. Cada país tem um tipo de exigência conforme o hábito de consumo do cliente final deles”, complementa. Por isso, a cooperativa oferece auxílio técnico durante o manejo e no controle da qualidade da produção, contando com um sistema automatizado que aciona o agrônomo da área de atuação em que o lote apresentou algum problema.

Dicas do especialista

Entre as dicas do gerente técnico da Alltech Crop Science para produção de um café com qualidade de exportação, está o uso de duas soluções naturais. A primeira indicação é o Copper Crop, fertilizante mineral misto à base de cobre, que visa fornecer o nutriente de maneira equilibrada e com qualidade. “O cobre é um elemento que participa de várias funções fisiológicas da planta, principalmente as ligadas à fotossíntese e à respiração. Sendo assim, ela consegue gerar mais energia, o que vai resultar na melhor formação de frutos e grãos”, afirma. Outra solução indicada pelo engenheiro agrônomo é o Bulk, fertilizante organomineral Classe A composto de Potássio e aminoácidos que auxiliam no desenvolvimento da planta e no transporte de carboidratos das folhas para os frutos de maneira equilibrada. “Esse produto está diretamente relacionado a qualidade final da bebida”.

Sobre a Alltech Crop Science

A Alltech Crop Science, divisão agrícola da Alltech Inc., desenvolve soluções naturais para os desafios da agricultura nos principais mercados do mundo. Por meio de produtos com alto valor agregado e tecnologia exclusiva nas linhas de nutrição, solo, proteção e performance, garante sustentabilidade e lucratividade ao produtor rural. A Alltech Crop Science do Brasil é formada pela maior fábrica de leveduras do mundo, localizada em São Pedro do Ivaí (PR), pela sede em Maringá (PR) e pela unidade em Uberlândia (MG).






terça-feira, 1 de outubro de 2019

Solos para Gergelim



Solos
A cultura do gergelim caracteriza-se por nível razoável de resistência às condiçõesde baixa umidade e fertilidade do solo, nas quais é possível obter produtividades acima da média mundial. Apesar de cultivável em diversos tipos de solo, a planta atinge a plenitude em solos profundos, de pelo menos 60 cm, bem drenados e de boa fertilidade natural, francos do ponto de vista textural, desde franco-arenosos até francoargilosos, descartando-se as texturas extremas.
Tem preferência por solos de reação neutra, com pH próximo de  7,0. Não tolera acidez elevada, ou seja, abaixo de pH 5,5; nem alcalinidade excessiva, isto é, acima de pH 8,0; por ser uma planta extremamente sensível à salinidade, e, mais ainda, à alcalinidade, em virtude do sódio trocável que, dependendo de sua concentração, pode ornar-se tóxico ao seu metabolismo.
No Nordeste brasileiro, predominam nas regiões produtoras de gergelim os seguintes tipos de solo: Podzólico Vermelho-
Amarelo equivalente eutrófico; Vertissolos; Bruno Não Cálcico; Solos Litólicos eutróficos;
Planossolos Solódicos; Solonetz Solodizado; Latossolos Vermelho-Amarelo distróficos; Areias Quartzosas distróficas e Cambissolo eutrófico. Isso mostra que o gergelim é uma cultura que pode ser produzida em diferentes tipos de solo, apresentando, portanto, ampla adaptação às
diversas condições edáficas.
As recomendações de correção de acidez e de adubação devem ser feitas com base em resultados de análise química e física do solo, as quais devem basear-se em amostras retiradas da camada arável, normalmente a mais intensamente alterada seja por arações e gradagens, seja pela adição de corretivos, de fertilizantes e de restos culturais. 
Para minimização de custos, a adubação deve pautar-se sempre pela relação custo/benefício.
O gergelim se desenvolve bem em diversos tipos de solo; porém, a planta atinge a plenitude em solos profundos, pelo menos 60 cm, bem drenados e de boa fertilidade natural, francos do ponto de vista textural, desde franco-arenosos até franco-argilosos. Os solos muito argilosos devem ser evitados, pois as plantas são extremamente susceptíveis, mesmo a curtos períodos de alagamento, e em qualquer estádio do seu desenvolvimento. A planta tem preferência por solos de reação neutra, pH próximo de 7,0, não tolera acidez elevada, abaixo de pH 5,5, nem alcalinidade excessiva, acima de pH 8,0, sendo extremamente sensível à salinidade, e especialmente à alcalinidade, em virtude do sódio trocável que pode tornar-se tóxico ao metabolismo da planta, dependendo da concentração.
Por ser sensível aos sais, deve-se ter cuidado com o cultivo do gergelim em áreas irrigadas no Nordeste do Brasil, onde várias áreas em diversos Perímetros Irrigados já apresentam problemas de salinização. No início do desenvolvimento da plântula, o gergelim apresenta tolerância à salinidade; porém, nos demais estádios de crescimento, é extremamente sensível.
Nas regiões produtoras de gergelim no Nordeste brasileiro, predominam os solos: Podzólico Vermelho-Amarelo Equivalente eutrófico, Vertissolos, Bruno Não–Cálcico, Solos Litólicos eutróficos, Planossolos solódicos, Solonetz solodizado, Latossolos Vermelho-Amarelo distróficos, areias quartzosas distróficas e Cambissolo eutrófico, o que reflete a ampla adaptação da cultura à diversidade edáfica, pois, nessas condições, tem sido possível obter produtividades acima da média mundial. Em solos da região de Cerrado, como é o caso dos Oxissolos e Ultissolos, ocorre considerável quantidade de alumínio trocável, e, por isso, deve ser dada atenção especial  à correção do solo via calagem.

Figura 1. Solo para cultivo de gergelim textura arenosa

O gergelim se desenvolve bem em diversos tipos de solo, porém, a planta atinge um melhor desenvolvimento em solos profundos, com profundidade de pelo menos 60 cm, bem drenados e de boa fertilidade natural – francos do ponto de vista textural, desde franco-arenosos até franco-argilosos. Os solos muito argilosos devem ser evitados, pois as plantas são extremamente susceptíveis ao encharcamento, mesmo quando submetidas a curtos períodos de alagamento, e em qualquer estádio do seu desenvolvimento. A planta tem preferência por solos de reação neutra (pH próximo de 7,0), não tolera acidez elevada (pH abaixo de 5,5), nem alcalinidade excessiva (pH acima de 8,0), e é extremamente sensível à salinidade e, especialmente, à alcalinidade, em virtude do sódio trocável, que pode tornar-se tóxico ao metabolismo da planta, dependendo da concentração.
SOLO- requer solos férteis, profundos, bem drenados, evitando-se os que se encharcam. Embora vegete bem em diversos tipos de solos, preferencialmente os solos leves facilitam o desenvolvimento do sistema radicular e, em consequência, o melhor desenvolvimento da planta.

Outra característica importante quando se trata da cultura do gergelim é a sua intolerância a falta de oxigênio no solo. Conforme avaliação realizada por Beltrão et al (2000) os efeitos do encharcamento do solo com a falta ou deficiência de oxigênio, mesmo que temporariamente, ocorre uma alta sensibilidade no processo fotossintético e consequentemente a diminuição do metabolismo e desenvolvimento do gergelim. 
A planta de gergelim é extremamente sensível à deficiência de oxigênio no solo, não suportando a hipoxia. A baixa tolerância do gergelim ao excesso de água no solo é fator de predisposição para instalação do problema nessa espécie devido às alterações morfofisiológicas sofridas na planta sob deficiência de oxigênio no solo... 
A tolerância a seca e a intolerância a falta de oxigênio no solo são características interligadas para o cultivo do gergelim, pois uma elevada pluviosidade ou uma irrigação inadequada podem levar ao encharcamento do solo e consequentemente diminuição da sua oxigenação, se tornando num dos principais fatores limitantes para a cultura. 




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