Doenças do sistema radicular
As podridões radiculares ocorrem em quase todas as lavouras na região Sul do país e ocasionam, em determinados anos, danos severos à cultura de cevada. Os principais organismos associados a essas doenças são Bipolaris sorokiniana, agente causal da podridão comum de raízes, e Gaeumannomyces graminis var. tritici, agente causal do mal-do-pé.
A podridão comum ocorre de forma generalizada na lavoura e causa redução acentuada na capacidade de absorção de água e de nutrientes pelas raízes (provoca falhas na granação das espigas, deixando-as eretas, e impede o dobramento normal das espigas de cevada). Isso ocasiona o desenvolvimento de plantas com pouco vigor e, consequentemente, suscetíveis ao ataque de outras doenças.
O mal-do-pé, geralmente, causa manchas ou reboleiras de plantas mortas. Seus danos, entretanto, podem variar desde plantas mortas isoladas até a destruição total da lavoura.
A monocultura de cevada, de trigo, de triticale, de centeio ou de outras gramíneas, como o azevém, é a principal causa de ocorrência dessas doenças.
Medidas de controle
Como ainda não se dispõem de cultivares resistentes a essas doenças, e o uso de fungicidas no solo é inviável, restam como opções as seguintes medidas de controle, que devem ser aplicadas conjuntamente:
a) Rotação de culturas
Para a redução da população desses fungos no solo e dos danos por eles causados à cultura, indica-se plantar cevada em áreas com, no mínimo, um inverno sem esse cereal, sem trigo, sem centeio, sem triticale ou pastagem (gramínea), exceto aveia. Isso significa que o produtor poderá voltar a cultivar cevada após um inverno de rotação.
Culturas como o linho, a canola e as leguminosas em geral constituem as melhores opções num sistema de rotação, com vistas ao controle dessas doenças.
As aveias são praticamente imunes ao mal-do-pé. Entre as aveias branca, preta e amarela, a aveia preta é a mais resistente à podridão comum. Dessa maneira, as aveias em geral e, especialmente a preta, constituem opção aos agricultores que não tenham outra alternativa e/ou que têm problemas de mal-do-pé na lavoura, desde que não repetidas por mais de um ano na sequência de rotação.
b) Áreas livres de gramíneas
Durante o período de rotação ou de pousio, indica-se eliminar ou reduzir ao máximo a presença de gramíneas invasoras ou cultivadas (azevém, trigo, cevada, centeio e triticale espontâneos). Essa medida tem por objetivo evitar a perpetuação de fungos no solo e aumentar o nível de inóculo em restos culturais.
Tratamento de semente
As sementes de cevada, frequentemente, encontram-se infectadas por fungos patogênicos, entre eles Drechslera teres e Bipolaris sorokiniana.
Para evitar a introdução de organismos patogênicos, principalmente em áreas onde se pratica a rotação de culturas, indica-se o tratamento de sementes com um dos fungicidas apresentados na Tabela 1, onde estão listados todos os fungicidas (para sementes e parte aérea), e respectivas doses, registrados no Mapa para uso em cevada. A eficácia dos fungicidas indicados para o tratamento de sementes depende, fundamentalmente, da uniformidade de distribuição dos produtos sobre elas. Para tanto, os fungicidas devem ser adicionados parceladamente para que todas as sementes sejam cobertas de maneira uniforme. Resultados de pesquisa mostram que combinações das moléculas químicas iprodiona (para os fungos Bipolaris sorokiniana e Drechslera siccans) ou difenoconazol (para os fungos Bipolaris sorokiniana e Drechslera siccans) com carbendazim (para o fungo Fusarium graminearum) apresentam eficácia para o controle desses fungos associados a sementes. Entretanto, esses produtos não estão registrados junto ao Mapa para essa finalidade. Vale destacar que resultados de pesquisa também mostram que o oídio da cevada teve a sua sensibilidade reduzida ao triadimenol.
Tabela 1. Fungicidas
registrados no Mapa para uso em cevada.
Marca comercial
|
Ingrediente ativo (grupo químico)
|
Concentração i.a.
|
Comercial (P.C.)
|
Patógeno alvo*
|
Registrante
|
Alterne
|
tebuconazol (triazol)
|
200 g/L
|
0,75 L/ha
|
Bs
Dt
|
Adama Brasil S/A - Londrina
|
Artea
|
ciproconazol (triazol)
propiconazol (triazol)
|
80 g/L
250 g/L
|
0,25-0,30 L/ha
|
Bs
Dt
|
Syngenta Proteção de Cultivos Ltda. – São Paulo
|
Attic
|
iprodiona (dicarboximida)
|
500 g/L
|
30-50 g i.a./100 kg semente
|
Dt
|
FMC Química do Brasil Ltda. - Campinas
|
Azimut**
|
azoxistrobina (estrobilurina)
tebuconazol (triazol)
|
120 g/L
200 g/L
|
0,50 L/ha
|
Dt
Ph
|
Adama Brasil S/A - Londrina
|
Bayfidan EC
|
triadimenol (triazol)
|
250 g/L
|
0,75 L/ha
|
Dt
Ph
Bgh
|
BAYER S.A. São Paulo/ SP
|
Baytan FS**
|
triadimenol (triazol)
|
150 g/L
|
200-270 mL 100 kg semente
|
Bgh
Dt
|
BAYER S.A. São Paulo/ SP
|
Biver
|
epoxiconazol (triazol)
|
125 g/L
|
0,75 L/ha
|
Dt
Ph
|
Cheminova Brasil Ltda. – São Paulo
|
Bumper
|
propiconazol (triazol)
|
250 g/L
|
0,50 L/ha
|
Bs
Dt
|
Adama Brasil S/A - Londrina
|
Burgon
|
propiconazol (triazol)
|
250 g/L
|
0,25-0,30 L/ha
|
Bs
Dt
|
Syngenta Proteção de Cultivos Ltda. – São Paulo
|
Comet
|
piraclostrobina (estrobilurina)
|
250 g/L
|
0,80 L/ha
|
Bs
Dt
|
BASF S.A. – São Paulo
|
Constant
|
tebuconazol (triazol)
|
200 g/L
|
0,75 L/ha
|
Bs
Dt
Bgh
Ph
|
BAYER S.A. São Paulo/ SP
|
Elite
|
tebuconazol (triazol)
|
200 g/L
|
0,75 L/ha
|
Bs
Dt
Ph
|
BAYER S.A. São Paulo/ SP
|
Erradicur
|
tebuconazol (triazol)
|
200 g/L
|
0,75 L/ha
|
Dt
Ph
|
Genbra Distribuidora de Produtos Agrícolas Ltda.
|
Fagot
|
trifloxistrobina (estrobilurina)
ciproconazol (triazol)
|
187,5 g/L
80 g/L
|
0,30 L/ha (Bgh)
0,30-0,50 L/ha (Ph)
|
Bgh
Ph
|
BAYER S.A. São Paulo/ SP
|
Ferrax
|
tebuconazol (triazol)
|
200 g/L
|
150 g i.a.
|
Dt
Ph
|
Cheminova Brasil Ltda. – São Paulo
|
Folicur EC
|
tebuconazol (triazol)
|
250 g/L
|
0,75 L/ha
|
Dt
Bgh
Ph
|
BAYER S.A. São Paulo/ SP
|
Folicur PM
|
tebuconazol (triazol)
|
250 g/kg
|
0,75 L/ha
|
Dt
Bgh
Ph
|
BAYER S.A. São Paulo/ SP
|
Folicur 200 EC
|
tebuconazol (triazol)
|
200 g/L
|
0,75 L/ha
|
Dt
Bgh
Ph
|
BAYER S.A. São Paulo/ SP
|
Guapo
|
cresoxim-metílico (estrobilurina)
epoxiconazol (triazol)
|
125 g/L
125 g/L
|
0,60-0,80 L/ha
|
Dt
Bs
|
Adama Brasil S/A - Londrina
|
Jade
|
procloraz (imidazolilcarboxamida)
|
450 g/L
|
1,00 L/ha
|
Dt
|
Adama Brasil S/A - Londrina
|
Juno
|
propiconazol (triazol)
|
250 g/L
|
0,50 L/ha
|
Dt
Bs
|
Adama Brasil S/A - Londrina
|
Keep 125 SC
|
epoxiconazol (triazol)
|
125 g/L
|
0,50-0,70 L/ha
|
Dt
Bs
Ph
|
Adama Brasil S/A - Londrina
|
Manzate 800
|
mancozebe [alquilenobis (ditiocarbamato)]
|
800 g/kg
|
2,5 kg/ha
|
Dt
|
United Phosphorus do Brasil Ltda.
|
Nativo
|
trifloxistrobina (estrobilurina)
tebuconazol (triazol)
|
100 g/L
200 g/L
|
0,60 L/ha (Bgh e Ph)
0,60-0,70 L/ha (Dt)
|
Bgh
Dt
Ph
|
BAYER S.A. São Paulo/ SP
|
Opera
|
epoxiconazol (triazol)
piraclostrobina (estrobilurina)
|
50 g/L
133 g/L
|
1,00 L/ha
|
Dt
Bs
|
BASF S.A. – São Paulo
|
Opus SC
|
epoxiconazol (triazol)
|
125 g/L
|
0,75 L/ha
|
Bs
|
BASF S.A. – São Paulo
|
Orius 250 EC
|
tebuconazol (triazol)
|
250 g/kg
|
0,60 L/ha
|
Dt
Bs
|
Adama Brasil S/A - Londrina
|
Pladox
|
epoxiconazol (triazol)
piraclostrobina (estrobilurina)
|
50 g/L
133 g/L
|
1,00 L/ha
|
Dt
Bs
|
BASF S.A. – São Paulo
|
Praise
|
epoxiconazol (triazol)
|
125 g/L
|
0,75 L/ha
|
Bs
|
BASF S.A. – São Paulo
|
Premis**
|
triticonazol (triazol)
|
200 g/L
|
225 mL/100 kg semente
|
Dt
|
BASF S.A. – São Paulo
|
Primo
|
azoxistrobina (estrobilurina)
ciproconazol (triazol)
|
200 g/L
80 g/L
|
0,30 L/ha
|
Dt
Ph
|
Syngenta Proteção de Cultivos Ltda. – São Paulo
|
Priori
|
azoxistrobina (estrobilurina)
|
250 g/L
|
0,20 L/ha
|
Dt
|
Syngenta Proteção de Cultivos Ltda. – São Paulo
|
Priori Top
|
azoxistrobina (estrobilurina)
difenoconazol (triazol)
|
200 g/L
125 g/L
|
0,30-0,40 L/ha
|
Dt
|
Syngenta Proteção de Cultivos Ltda. – São Paulo
|
Priori Xtra
|
azoxistrobina (estrobilurina)
ciproconazol (triazol)
|
200 g/L
80 g/L
|
0,30 L/ha
|
Dt
Ph
|
Syngenta Proteção de Cultivos Ltda. – São Paulo
|
Propiconazole Nortox
|
propiconazol (triazol)
|
250 g/L
|
0,60-0,75 L/ha
|
Dt
Ph
Bgh
|
Nortox S.A.
|
Prospect
|
epoxiconazol (triazol)
piraclostrobina (estrobilurina)
|
50 g/L
133 g/L
|
1,00 L/ha
|
Dt
Bs
|
BASF S.A. – São Paulo
|
Regio
|
epoxiconazol (triazol)
|
125 g/L
|
0,75 L/ha
|
Bs
|
BASF S.A. – São Paulo
|
Riza 200 EC
|
tebuconazol (triazol)
|
200 g/L
|
0,75 L/ha
|
Dt
Ph
|
Cheminova Brasil Ltda. – São Paulo
|
Rovral SC**
|
Iprodiona (dicarboxamida)
|
500 g/L
|
100 mL/ 100 kg semente
|
Dt
|
FMC Química do Brasil Ltda. - Campinas
|
Rubric
|
epoxiconazol (triazol)
|
125 g/L
|
0,75 L/ha
|
Dt
Ph
|
Cheminova Brasil Ltda. – São Paulo
|
Sauvage
|
tebuconazol (triazol)
|
200 g/L
|
150 g i.a.
|
Dt
Ph
|
Cheminova Brasil Ltda. – São Paulo
|
Soprano 125 SC
|
epoxiconazol (triazol)
|
125 g/L
|
0,50-0,75 L/ha
|
Dt
Bs
Ph
|
Adama Brasil S/A - Londrina
|
Spectro**
|
difenoconazol (triazol)
|
150 g/L
|
200 mL/100 kg semente
|
Dt
Bs
Bgh
|
Syngenta Proteção de Cultivos Ltda. – São Paulo
|
Sphere Max
|
trifloxistrobina (estrobilurina)
ciproconazol (triazol)
|
375 g/L
160 g/L
|
0,20 L/ha
|
Bgh
Ph
|
BAYER S.A. São Paulo/ SP
|
Sportak 450 EC
|
procloraz (imidazolilcarboxamida)
|
450 g/L
|
1,00 L/ha
|
Dt
|
FMC Química do Brasil Ltda. - Campinas
|
Standak Top**
|
piraclostrobina (estrobilurina)
tiofanato-metílico [benzimidazol (precursor de)]
fipronil (pirazol)
|
25 g/L
225 g/L
250 g/L
|
200 mL/100 kg semente
|
Pythium spp.
Aspergillusspp.
Penicillium spp.
Fusarium graminearum
|
BASF S.A. – São Paulo
|
Tebuco Nortox
|
tebuconazol (triazol)
|
200 g/L
|
0,75 L/ha
|
Dt
Bs
|
Nortox S.A.
|
Tebuconazole CCAB 200 EC
|
tebuconazol (triazol)
|
200 g/L
|
0,75 L/ha
|
Dt
Ph
|
CCAB Agro S.A. – São Paulo
|
Tebuconazole Nortox
|
tebuconazol (triazol)
|
200 g/L
|
0,75 L/ha
|
Dt
Bs
|
Nortox S.A.
|
Tebuconazole Nortox 200 EC
|
tebuconazol (triazol)
|
200 g/L
|
0,75 L/ha
|
Dt
Bs
|
Nortox S.A.
|
Tilt
|
propiconazol (triazol)
|
250 g/L
|
0,50 L/ha
|
Dt
Bs
Bgh
Ph
|
Syngenta Proteção de Cultivos Ltda. – São Paulo
|
Triade
|
tebuconazol (triazol)
|
200 g/L
|
0,75 L/ha
|
Dt
Bs
Bgh
Ph
|
BAYER S.A. São Paulo/ SP
|
Vincit 50 SC**
|
flutriafol (triazol)
|
50 g/L
|
150-200 mL/100 kg semente
|
Dt
Alternariaalternata
|
Cheminova Brasil Ltda. – São Paulo
|
Virtue
|
epoxiconazol (triazol)
|
125 g/L
|
0,75 L/ha
|
Bs
|
BASF S.A. – São Paulo
|
Vitavax Thiram 200 SC**
|
carboxina (carboxanilida)
tiram (dimetilditiocarbamato)
|
200 g/L
200 g/L
|
250-300 mL/100 kg semente
|
Aspergillusspp.
Alternaria spp.
Alternariaalternata
Phoma spp.
Penicillium spp.
Fusariumgraminearum
Dt
Bs
|
Chemtura Indústria Química do Brasil Ltda. – São Paulo
|
Vitavax-Thiram WP**
|
carboxina (carboxanilida)
tiram (dimetilditiocarbamato)
|
375 g/kg
375 g/kg
|
250 g/100 kg semente
|
Aspergillusspp.
Alternaria spp.
Alternariaalternata
Penicillium spp.
Dt
Bs
|
Chemtura Indústria Química do Brasil Ltda. – São Paulo
|
Warrior
|
epoxiconazol (triazol)
|
125 g/L
|
0,75 L/ha
|
Ph
Dt
|
Cheminova Brasil Ltda. – São Paulo
|
*Bs: Bipolaris sorokiniana (mancha
marrom, podridão comum da raiz); Dt: Drechslera teres (mancha
em rede, mancha reticular); Bgh: Blumeria graminis f.sp. hordei (oídio,
cinza); Ph: Puccinia hordei (ferrugem da folha);
**Fungicida para tratamento de sementes.
Fonte: relatório consolidado de
produtos formulados registrados para a cultura da cevada, AGROFIT. Disponível:
http://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons, acesso
em 23 out. 2015.
Doenças da parte aérea
Em decorrência de condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento de fungos e à suscetibilidade do material em cultivo, a lavoura de cevada pode ter seu rendimento severamente prejudicado pelo ataque de doenças fúngicas da parte aérea.
Na região Sul do Brasil, as doenças de maior importância são: mancha marrom (Bipolaris sorokiniana), mancha reticular (Drechslera teres), oídio (Blumeria graminis f.sp. hordei), ferrugem da folha (Puccinia hordei), septoriose (Phaeosphaeria nodorum), brusone (Magnaporthe oryzae) e giberela (Fusarium graminearum). Além dessas, podem ocorrer esporadicamente a escaldadura (Rhynchosporium secalis), a ferrugem do colmo do trigo (Puccinia graminis f. sp. tritici), o carvão nu (Ustilago nuda) e o carvão coberto (Ustilago hordei).
Medidas de controle
As medidas indicadas para o controle das principais doenças da parte aérea são:
a) Rotação de culturas
Essa prática cultural exerce papel extremamente importante na redução do potencial de inóculo de organismos patogênicos associados ao solo e aos restos culturais de cevada. A rotação cultural é uma medida eficiente no controle da mancha marrom, da mancha reticular, da escaldadura e da septoriose.
b) Tratamento de semente
O tratamento de semente é indicado para o controle de patógenos transmitidos pela semente. Preferencialmente, deverá ser empregado quando se pretende usar áreas novas ou áreas em rotação de culturas e/ou quando a germinação estiver abaixo dos padrões, em decorrência da presença de fungos. A monocultura de cereais de inverno em uma mesma área pode ser responsável pelo aumento do inóculo de fungos que atacam o sistema radicular e os órgãos aéreos de plantas.
c) Tratamento da parte aérea
O uso de fungicidas na parte aérea de plantas de cevada deve ser realizado como parte de um sistema integrado, em suplementação às medidas de controle gerais, como rotação de culturas, tratamento de semente, uso de cultivares resistentes e observância das demais indicações da pesquisa para a produção comercial.
O sistema indicado para o controle químico é dinâmico, e o critério de decisão é a existência de um nível crítico de severidade de doenças.
Toda a decisão técnica deve ser tomada levando-se sempre em conta o conhecimento sobre a reação da cultivar usada, uma vez que existem diferenças quanto ao grau de resistência/suscetibilidade entre as indicadas para cultivo (Tabela 1 do item Cultivares).
Para o controle de manchas foliares de rápida proliferação, como mancha marrom e mancha reticular, a aplicação de fungicidas sistêmicos isoladamente ou em misturas formuladas deve ser realizada quando as plantas na lavoura apresentarem níveis médios de severidade (área foliar infectada) entre 2% e 3%, correspondendo à incidência de 20% a 40%. Aplicar novamente quando o nível crítico de 3% de severidade for atingido, até o estádio de grãos em massa mole. Embora sejam de período residual mais longo, as misturas formuladas de triazol com estrobirulina apresentam controle inicial mais lento que os triazois isoladamente.
Para controle de oídio e ferrugem da folha em cultivar altamente suscetível, a aplicação deve ser feita quando o nível de severidade atingir entre 1% e 2%, respectivamente. Reaplicar quando o nível crítico de severidade for atingido novamente. Nas cultivares suscetíveis ao oídio, a primeira aplicação pode também ser feita com fungicida específico para esta doença.
Embora o controle químico de brusone e de giberela com certos fungicidas seja tecnicamente viável, no momento não há produto comercial com registro no Mapa para controle dessas doenças em cevada.
Fatores a serem considerados antes da aplicação de fungicidas
a) Diagnose correta.
A diagnose correta da(s) doença(s) ocorrente(s) será importante para a escolha do fungicida mais eficiente.
b) Estádio limite de aplicação.
O limite para aplicação de fungicidas vai até o estádio de grãos em massa mole.
c) Técnicas corretas de aplicação.
Além da exigência de potencial de rendimento, da diagnose correta de doenças e da escolha do produto mais eficiente, o sucesso do uso de fungicidas depende fundamentalmente da técnica de aplicação empregada. Como consequência, essa é uma prática que exige, em todas as suas fases, a participação da assistência técnica. É importante considerar também:
- a época de aplicação de fungicidas é um dos fatores mais importantes para a obtenção de resultado positivo;
- a reação (suscetibilidade/resistência) da cultivar define o momento da aplicação, bem como o gradiente de evolução da doença;
- a adição de espalhante adesivo;
- evitar aplicação em dias com possibilidade de chuva;
- evitar aplicações de quatro a cinco dias após geadas fortes.
Técnicas indicadas para a aplicação de fungicidas
Os fungicidas poderão ser aplicados de forma terrestre ou aérea, usando-se equipamentos adequados para cada caso.
Aplicações terrestres de fungicidas para o controle de doenças da parte aérea deverão obedecer aos seguintes parâmetros: