terça-feira, 28 de julho de 2020

Adubação nitrogenada, adubação fosfatada e potássica na Mandioca


Adubação nitrogenada, adubação fosfatada e potássica

a) adubação nitrogenada 
A mandioca responde bem à aplicação de adubos orgânicos (estercos, tortas, compostos, adubos verdes e outros), que devem ser preferidos como fonte de nitrogênio. Esses adubos devem ser aplicados na cova, sulco ou a lanço, no plantio ou com alguns dias de antecedência para que ocorra a sua fermentação, como acontece com a torta de mamona. A adubação mineral é recomendada na dose de 40 kg de N/ha, com uréia ou sulfato de amônio. Essa aplicação deve ser efetuada em cobertura ao redor da planta, no período de 30 a 60 dias após a brotação das manivas, com o solo úmido.

b) adubação fosfatada e potássica

A recomendação é efetuada de acordo com a disponibilidade de fósforo e potássio mostrados na análise do solo. O método de análise normalmente utilizado na rotina para determinação desses nutrientes é o método de Mehlich 1, e a interpretação dos resultados da análise para fósforo é efetuada de acordo com o teor de argila do solo, conforme sugerido na Tabela 2.

Para a cultura da mandioca recomenda-se a adubação no sulco de plantio conforme a Tabela 3. Nessa recomendação não está prevista a adubação corretiva e utiliza-se, portanto, uma adubação de manutenção maior no sulco de plantio. O superfosfato simples e o superfosfato triplo são os adubos fosfatados mais utilizados, sendo que o superfosfato simples tem a vantagem de conter também cerca de 12% de enxofre na sua composição, nutriente que será fornecido juntamente com o fósforo. Para adubação potássica utiliza-se o cloreto de potássio. Normalmente utilizam-se formulações que contêm o fósforo e o potássio para suprimento desses nutrientes, ajustando-se o volume aplicado para que forneça os nutrientes em quantidades próximas às recomendadas.


Tabela 2. Interpretação dos resultados da disponibilidade de fósforo e potássio, extraídos pelo método de Mehlich-1.
Classe de disponibilidade 
Fósforo
Potássio
Idade da folha
41-60
21-40
< 20% argila
 mg/dm3
Muito baixa
 0-1
 0-3
 0-5
 0-6
-
Baixa
1,1-2
3,1-6
 5,1-10
 6,1-12
<25 span="">
Média
2,1-3
6,1-8
10,1-14
12,1-18
25-50
Alta
  >3
  >8
   >14
   >18
>50

Tabela 3. Recomendação de adubação fosfatada e potássica no sulco de plantio, de acordo com a disponibilidade dos nutrientes pela análise (Mehlich-1), e com o teor de argila do solo para o fósforo.
Classe de disponibilidade
P2O(kg/ha)
K2O (kg/ha)
>60
41-60
21-40
<20 argila="" span="">
Muito baixa
100
80
70
60
-
Baixa
80
60
50
40
60
Média
60
40
30
30
40

c) Micronutrientes – Os dados de resposta da mandioca aos micronutrientes ainda são escassos. Como referência para interpretação da análise de solo, são apresentados os níveis críticos para culturas anuais na Tabela 4. Para evitar possíveis prejuízos na produção da mandioca, recomenda-se a aplicação preventiva desses micronutrientes no sulco, juntamente com o fósforo e o potássio. A recomendação mencionada na Tabela 4 é equivalente à metade da recomendada para culturas anuais. Nas lavouras com deficiências de zinco e manganês evidenciadas nas folhas, sugere-se pulverizar com uma solução contendo 2 a 4% de sulfato de zinco e de sulfato de manganês.

Tabela 4. Interpretação dos resultados da análise do solo para disponibilidade de boro (B) extraído por água quente, e cobre (Cu), manganês (Mn) e zinco (Zn), extraídos pelo método de Mehlich-1, e recomendação de adubação no solo.
Classe de disponibilidade
B
Cu
Mn
Zn
mg/dm3
Baixa
<0 span="">
<0 span="">
<1 span="">
<1 span="">
Média
0,3-0,5
0,5-0,8
2,0-5,0
1,1-1,6
Alta
>0,5
>0,8
>5,0
>1,6
Recomendação de adubação no sulco (kg/ha)
Baixa
1
1
3
3
Média
0,3
0,3
0,8
0,8

Contribuição da micorriza arbuscular no crescimento da mandioca

Um aspecto importante para a nutrição da mandioca é a contribuição da micorriza arbuscular na eficiência de práticas agronômicas como a calagem e adubação, principalmente da adubação fosfatada. A micorriza é uma associação simbiótica natural entre fungos micorrízicos do solo e as raízes das plantas. O efeito benéfico da micorriza arbuscular ocorre particularmente nas plantas que apresentam um sistema radicular reduzido e pouco ramificado, como a mandioca. As hifas externas do fungo podem estender-se no solo, funcionando como um sistema radicular adicional, e absorver nutrientes de um volume maior de solo, transferindo-os para as raízes colonizadas. Isso é especialmente importante para a absorção de nutrientes com baixa mobilidade no solo, como o fósforo. A mandioca é altamente dependente da micorriza arbuscular e apresenta alta colonização radicular por fungos micorrízicos arbusculares nativos, como por exemplo a espécie Glomus manihotis, que se desenvolve melhor em solos ácidos. A aparente baixa necessidade em fósforo da mandioca cultivada em campo pode ser devido à contribuição da micorriza na maior absorção desse nutriente.

Quando presentes no solo e na planta, os fungos micorrízicos arbusculares alteram a resposta da mandioca à calagem e adubação fosfatada, aumentando a eficiência desses insumos no crescimento das plantas. Esses fungos ocorrem naturalmente nos solos e têm sido demonstrado que a rotação de culturas favorece a sua multiplicação e estimula a formação da micorriza. Culturas anuais como feijão, milho e adubos verdes (mucuna, crotalárias, feijão-de-porco, guandu, girassol, milheto, mamona), assim como forrageiras (estilosantes, andropogon, braquiária), apresentam elevado grau de dependência micorrízica; quando utilizadas em um sistema de rotação elas aumentam a população dos fungos micorrízicos arbusculares e beneficiam os cultivos subseqüentes. Desse modo, o cultivo da mandioca de forma consorciada ou em rotação poderá aumentar a população de fungos micorrízicos arbusculares e, conseqüentemente, a eficiência dos insumos utilizados para correção da acidez e da fertilidade do solo.

Conservação do solo

Dois aspectos devem ser considerados na conservação do solo para o cultivo da mandioca: 1) o solo é pouco protegido contra a erosão, pois o crescimento inicial é muito lento e o espaçamento é amplo, fazendo com que demore a cobrir o solo para protegê-lo das chuvas e enxurradas; e 2) o solo tende ao esgotamento, pois quase tudo que produz (raízes, folhas e manivas) é exportado da área, para produção de farinha, na alimentação humana e animal e como sementes para novos plantios, sendo muito pouco retornando ao solo sob a forma de resíduos.

Primeiramente, deve-se fazer a análise do solo, para aplicar o calcário e os adubos de acordo com as recomendações para a cultura, o que permitirá melhor e mais rápido desenvolvimento das plantas. O preparo do solo e o plantio devem ser feitos em nível (“cortando” as águas). Se o solo necessitar ficar algum tempo sem cultura nenhuma, aguardando a época de plantio mais adequada, por exemplo, recomenda-se o semeio, nesse período, de alguma leguminosa como adubação verde, para incorporar matéria orgânica e nutrientes e melhorar a estrutura do solo. Para evitar ou reduzir o esgotamento dos nutrientes do solo, deve-se proceder a rotação da mandioca com outras culturas, principalmente com leguminosas, como também, quando a mandioca for plantada no sistema de fileiras duplas, utilizar a prática de consórcio com culturas adequadamente como feijão, milho, amendoim etc., pois dessa forma ocorrerá uma melhor cobertura do solo.

Em áreas inclinadas, o consórcio é recomendável para melhorar a cobertura do solo e evitar os efeitos erosivos das chuvas e enxurradas; o plantio de mandioca + milho é mais eficiente do que mandioca + feijão ou mandioca + algodão na proteção contra a erosão. Pode-se também optar pelo plantio em leirão ou camalhões e em nível, pelo excelente controle da erosão que proporciona. Outras práticas conservacionistas recomendadas em áreas inclinadas são as seguintes: a) combinar faixas de plantio de mandioca com faixas de outras culturas (milho, feijão, amendoim etc.), ajudando a melhorar a cobertura do solo e a protegê-lo contra a erosão; b) enleirar em nível os restos culturais, auxiliando a conter as águas e a reduzir os riscos de erosão; c) sempre que houver disponibilidade de resíduos vegetais, cobrir o solo com vegetação morta, que protege o solo contra a erosão, incorpora matéria orgânica e conserva por mais tempo a umidade do solo; d) usar capinas alternadas, ou seja, capinar uma linha de mandioca e deixar a seguinte sem capinar, até chegar-se ao final da área, para que o solo não fique descoberto e desprotegido contra o escoamento das águas; depois de uma ou duas semanas, retorna-se capinando aquelas linhas que ficaram para trás; e e) utilizar plantas de crescimento denso, como o capim vetiver, por exemplo, para formar linhas de vegetação cerrada que quebram a velocidade das águas, quando implantadas em curvas de nível no meio do plantio da mandioca.

As práticas conservacionistas mencionadas (preparo do solo e plantio em nível, rotação e consorciação, culturas em faixas e em nível, enleiramento em nível dos restos culturais, capinas alternadas etc.) são eficientes por si só em áreas com declividade de até 3%. Daí em diante, além de tais medidas, deve-se recorrer às práticas mecânicas de conservação do solo (terraços e canais escoadouros), que são mais onerosas que as anteriores e, por isso, somente utilizadas em condições extremas de riscos de erosão.




sábado, 11 de julho de 2020

Clima e Solos para Mandioca



Clima

A mandioca é cultivada entre 30 graus de latitudes Norte e Sul, embora sua concentração de plantio esteja entre as latitudes 15oN e 15oS. Suporta altitudes que variam desde o nível do mar até cerca de 2.300 metros, sendo regiões baixas ou com altitude de até 600 a 800 metros as mais favoráveis.

A faixa ideal de temperatura situa-se entre 20 a 27oC (média anual). As temperaturas baixas, em torno de 15oC, retardam a germinação e diminuem ou mesmo paralisam sua atividade vegetativa, entrando em fase de repouso.

A faixa mais adequada de chuva é entre 1.000 a 1.500 mm/ano, bem distribuídos. Em regiões tropicais, a mandioca produz em locais com índices de até 4.000 mm/ano, sem estação seca em nenhum período do ano; nesse caso, é importante que os solos sejam bem drenados, pois o encharcamento favorece a podridão de raízes. É também muito cultivada em regiões semi-áridas, com 500 a 700 mm de chuva por ano ou menos; nessas condições, é importante adequar a época de plantio, para que não ocorra deficiência de água nos primeiros cinco meses de cultivo, o que prejudica a produção; a deficiência de água após os primeiros cinco meses de cultivo, quando as plantas já formaram suas raízes de reserva, não causa maiores reduções na produção.

O período de luz ideal está em torno de 12 horas/dia. Dias com períodos de luz mais longos favorecem o crescimento de parte aérea e reduzem o desenvolvimento das raízes de reserva, enquanto que os períodos diários de luz mais curtos promovem o crescimento das raízes de reserva e reduzem o desenvolvimento dos ramos.

Solos

Como o principal produto da mandioca são as raízes, ela necessita de solos profundos e friáveis (soltos), sendo ideais os solos arenosos ou de textura média, por possibilitarem um fácil crescimento das raízes, pela boa drenagem e pela facilidade de colheita. Os solos muito argilosos devem ser evitados, pois são mais compactos, dificultando o crescimento das raízes, apresentam maior risco de encharcamento e de apodrecimento das raízes e dificultam a colheita, principalmente se ela coincide com a época seca. Os terrenos de baixada, com topografia plana e sujeitos a encharcamentos periódicos, são também inadequados para o cultivo da mandioca, por provocarem um pequeno desenvolvimento das plantas e o apodrecimento das raízes. É importante observar o solo em profundidade, pois a presença de uma camada argilosa ou compactada imediatamente abaixo da camada arável pode limitar o crescimento das raízes, além de prejudicar a drenagem e a aeração do solo.

Com relação à topografia, deve-se buscar terrenos planos ou levemente ondulados, com declividade menor que 5%, podendo ir até 10%. Em ambos os casos, deve-se utilizar práticas conservacionistas do solo, pois os plantios de mandioca estão sujeitos a acentuadas perdas de solo e água por erosão.

A faixa favorável de pH é de 5,5 a 7, sendo 6,5 o ideal, embora a mandioca seja menos afetada pela acidez do solo do que outras culturas. Ela produz muito bem em solos de alta fertilidade, embora rendimentos satisfatórios sejam obtidos em solos degradados fisicamente e com baixos teores de nutrientes, onde a maioria dos cultivos tropicais não produziria satisfatoriamente. Os solos de cerrado, desde que melhorados por calagem e adubações oferecem condições ótimas ao cultivo da mandioca.

Preparo do solo

Além do controle do mato, o preparo do solo visa melhorar as suas condições físicas para a brotação das manivas e crescimento das raízes e, conseqüentemente, das partes vegetativas, pelo aumento da aeração e infiltração de água e redução da resistência do solo ao crescimento radicular.

Se for necessário desmatamento e destoca para a instalação do mandiocal, quando feitos mecanicamente deve-se evitar muita movimentação da camada superficial do solo, pela desestruturação que causa compactação, além de remover a matéria orgânica; quando feitos manualmente, no caso de áreas para pequenos plantios, esses problemas são mínimos. Em ambos os casos, deve-se deixar faixas de vegetação natural na área, bem como efetuar o enleiramento em nível (“cortando” as águas) dos restos vegetais que não apresentem valor econômico e que não justifiquem a sua retirada do terreno desmatado.

O preparo do solo deve ser o mínimo possível, apenas o suficiente para a instalação da cultura e para o bom desenvolvimento do sistema radicular, e sempre executado em curvas de nível, orientação esta que também deve ser seguida no plantio. A aração deve ser na profundidade de 40 cm e, 30 dias depois, executadas duas gradagens em sentido cruzado, a segunda em curva de nível, deixando-se o solo bem destorroado para ser sulcado e plantado. Nos plantios em fileiras duplas pode-se executar o preparo do solo apenas nas linhas duplas de plantio. No caso de pequenos produtores, o preparo do solo manual restringe-se à limpeza da área, coveamento e plantio.

Vale lembrar que o solo deve ser revolvido o mínimo possível, devendo ser preparado nem muito úmido e nem muito seco, com umidade suficiente para não levantar poeira e nem aderir aos implementos; além disso, deve-se alternar o tipo de implemento (por exemplo, arado de discos, arado de aiveca etc.) e a profundidade de trabalho, usando máquinas e implementos menos pesados possíveis, acompanhar as curvas de nível do terreno e deixar o máximo de resíduos vegetais na superfície.

Calagem e adubação

A mandioca absorve grandes quantidades de nutrientes e praticamente exporta tudo o que foi absorvido, quase nada retornando ao solo sob a forma de resíduos culturais: as raízes tuberosas são destinadas à produção de farinha, fécula e outros produtos, bem como para a alimentação humana e animal; a parte aérea (manivas e folhas), para novos plantios, alimentação humana e animal. Em média, para uma produção de 25 toneladas de raízes + parte aérea de mandioca por hectare são extraídos 123 kg de N, 27 kg de P, 146 kg de K, 46 kg de Ca e 20 kg de Mg; assim, a ordem decrescente de absorção de nutrientes é a seguinte: K > N > Ca > P > Mg.

Os sintomas de deficiência e de toxidez de nutrientes em mandioca são apresentados na Tabela 1.

No Brasil, de modo geral, não se tem conseguido aumentos acentuados na produção da mandioca pela aplicação de calcário, confirmando a tolerância da cultura à acidez do solo. No entanto, após vários cultivos na mesma área, a planta pode responder à aplicação de calcário, principalmente como suprimento de cálcio e magnésio, que são o terceiro e quinto nutrientes mais absorvidos pela cultura. Nos solos ácidos da Região dos Cerrados tem-se obtidos boas produtividades da mandioca com a aplicação de calcário para elevar a saturação por bases do solo para 25%.

A adubação da mandioca prevê a reposição dos principais nutrientes extraídos pela cultura como cálcio, magnésio, nitrogênio, fósforo e potássio. O cálcio e o magnésio são adicionados em quantidade suficiente com o calcário. Quanto ao nitrogênio, a mandioca tem apresentado respostas pequenas à sua aplicação, em solos com baixos teores de matéria orgânica, embora ele seja o segundo nutriente absorvido em maior quantidade pela planta. Possivelmente, esse fato deve-se à presença de bactérias diazotróficas, fixadoras de nitrogênio atmosférico, no solo da rizosfera, nas raízes absorventes, nas raízes tuberosas e nas manivas da mandioca. Embora o fósforo não seja extraído em grandes quantidades pela mandioca, a resposta da cultura à adubação fosfatada tem sido significativa em solos de Cerrado, com aumentos expressivos de produtividade. Deve-se salientar que os solos brasileiros em geral e, em particular os cultivados com mandioca, normalmente classificados como marginais, são pobres nesse nutriente. O potássio é o nutriente extraído em maior quantidade pela mandioca, sendo que a resposta da cultura à adubação potássica tem sido baixa nos primeiros cultivos, acentuando-se nos cultivos subseqüentes. Os solos cultivados apresentam normalmente teores baixos a médios deste nutriente, que se vai esgotando por meio de cultivos sucessivos na mesma área. Quanto aos micronutrientes, foram realizados poucos estudos com a cultura da mandioca. Nos períodos de grandes estiagens, principalmente no litoral do Nordeste, tem-se observado sintomas de deficiências de zinco e de manganês, denominados de “chapéu-de-palha” e “amarelão”. 

A calagem e adubação em mandioca devem ser definidas em função da análise química do solo, realizada com antecedência, para que haja tempo suficiente para aquisição dos insumos e para sua aplicação. Com a utilização de calcário e fertilizantes, estima-se a obtenção de um rendimento médio de 20 toneladas de raízes por hectare, sendo que a média nacional é de cerca de 13 t/ha. Adicionalmente, deve-se salientar que a eficiência dos corretivos e fertilizantes utilizados, principalmente dos adubos fosfatados, é incrementada por processos biológicos naturais como a micorriza arbuscular.

As recomendações para calagem e adubação para a cultura da mandioca são feitas com base na análise do solo, como se segue:

Calagem

1) Calcular a necessidade de calcário (NC), em toneladas por hectare (t/ha), em função da análise do solo, considerando os teores de cálcio, magnésio e alumínio trocáveis em cmolc/dm3, de acordo com as fórmulas 01 ou 02. Utilizar aquela que recomenda maior quantidade de calcário.

Tabela 1. Sintomas de deficiência e de toxidez de nutrientes em mandioca.
Nutrientes
Sintomas de deficiência
N
crescimento reduzido da planta; em algumas cultivares ocorre amarelecimento uniforme e generalizado das folhas, iniciando nas folhas inferiores e atingindo toda a planta.
P
crescimento reduzido da planta, folhas pequenas, estreitas e com poucos lóbulos, hastes finas; em condições severas ocorre o amarelecimento das folhas inferiores, que se tornam flácidas e necróticas e caem; diferentemente da deficiência de N, as folhas superiores mantêm sua cor verde escura, mas podem ser pequenas e pendentes.
K
crescimento e vigor reduzido da planta, entrenós curtos, pecíolos curtos e folhas pequenas; em deficiência muito severa ocorrem manchas avermelhadas, amarelecimento e necrose dos ápices e bordas das folhas inferiores, que envelhecem prematuramente e caem; necrose e ranhuras finas nos pecíolos e na parte superior das hastes.
Ca
crescimento reduzido da planta; folhas superiores pequenas, com amarelecimento, queima e deformação dos ápices foliares; escassa formação de raízes.
Mg
clorose internerval marcante nas folhas inferiores, iniciando nos ápices ou bordas das folhas e avançando até o centro; em deficiência severa as margens foliares podem tornar-se necróticas; pequena redução na altura da planta.
S
amarelecimento uniforme das folhas superiores, similar ao produzido pela deficiência de N; algumas vezes são observados sintomas similares nas folhas inferiores.
B
altura reduzida da planta, entrenós e pecíolos curtos, folhas jovens verdes escuras, pequenas e disformes, com pecíolos curtos; manchas cinzas, marrons ou avermelhadas nas folhas completamente desenvolvidas; exsudação gomosa cor de café nas hastes e pecíolos; redução do desenvolvimento lateral da raiz.
Cu
deformação e clorose uniforme das folhas superiores; ápices foliares tornam-se necróticos e as margens das folhas dobram-se para cima ou para baixo; pecíolos largos e pendentes nas folhas completamente desenvolvidas; crescimento reduzido da raiz.
Fe
clorose uniforme das folhas superiores e dos pecíolos, os quais se tornam brancos em deficiência severa; inicialmente as nervuras e os pecíolos permanecem verdes, tornando-se de cor amarela-pálida, quase branca; crescimento reduzido da planta; folhas jovens pequenas, porém em formato normal.
Mn
clorose entre as nervuras nas folhas superiores ou intermediárias completamente expandidas; clorose uniforme em deficiência severa; crescimento reduzido da planta; folhas jovens pequenas, porém em formato normal.
Zn
manchas amarelas ou brancas entre as nervuras nas folhas jovens, as quais com o tempo tornam-se cloróticas, com lóbulos muito pequenos e estreitos, podendo crescer agrupadas em roseta; manchas necróticas nas folhas inferiores; crescimento reduzido da planta.

Sintomas de toxidez
Al
redução da altura da planta e do crescimento da raiz; amarelecimento entre as nervuras das folhas velhas sob condições severas.
B
manchas brancas ou marrons nas folhas velhas, especialmente ao longo dos bordos foliares, que posteriormente podem tornar-se necróticas.
Mn
amarelecimento das folhas velhas, com manchas pequenas escuras de cor marrom ou avermelhada ao longo das nervuras; as folhas tornam-se flácidas e pendentes e caem no solo.
Fonte: Howeler (1981)

NC (t/ha) = [2 - (Ca2+ + Mg2+)] x f        
NC (t/ha) = 2 x Al3+
f = 100/PRNT,
 onde f = fator de correção do calcário para PRNT 100%.

2) Calcular a necessidade de calcário (NC), em toneladas por hectare (t/ha), de acordo com a análise do solo, para elevar a saturação por bases do solo para 25%, empregando a fórmula 03. V1 é a saturação por bases existente no solo; S é a soma de bases; T é a CTC do solo a pH 7,0 e o teor de (H + Al) é determinado na análise do solo com acetato de cálcio a pH 7,0.

NC (t/ha) = (25-V1) x (T/100) x f,
onde V1= S/T x100, S= (Ca2+ + Mg2+ + K+ + Na+) e T= S + (H + Al).

Recomenda-se a utilização de calcário dolomítico ou magnesiano, podendo ser utilizada também uma mistura de calcários, desde que seja mantida a relação Ca:Mg no calcário na faixa entre 1:1 a 6:1. O calcário deve ser aplicado a lanço em toda a área, de modo uniforme, e incorporado até a profundidade de 20 cm, com antecedência de um a dois meses do plantio, para dar tempo de reagir no solo. A reação do calcário vai depender da disponibilidade de água no solo.




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