terça-feira, 15 de outubro de 2019

Calagem e Adubação do Gergelim



A correção do solo compreende o uso de calcário para corrigir a acidez e o emprego de fertilizantes, a fim de elevar a fertilidade do solo a níveis adequados, conforme as exigências da cultura. As recomendações para correção de acidez e adubação devem ser feitas com base em resultados de análise química e física do solo.

Após a escolha da área, recomenda-se enviar, para análise laboratorial, uma amostra do solo a partir de subamostras retiradas da camada arável, que normalmente é alterada, seja por arações e gradagens, seja pela adição de corretivos, fertilizantes e restos culturais.

Calagem - Correção de acidez
No Brasil há predominância de solos ácidos. O emprego da calagem via cálcio e carbonato é importante para neutralização da acidez do solo; e, além de fornecer os nutrientes cálcio e magnésio, também melhora o aproveitamento dos fertilizantes e dos elementos já existentes no solo por corrigir o pH (MANUAL INTERNACIONAL DE FERTILIDADE DO SOLO, 1998).

Para calagem, é recomendado dar maior ênfase à porcentagem de saturação de alumínio do que ao seu teor isoladamente; porém, devem ser também levados em consideração os teores de cálcio e magnésio do solo. Em áreas já calcariadas, que serão aproveitadas com rotação de culturas, a amostragem, para fins de indicação de fertilizantes, pode ser feita logo após a maturação fisiológica da cultura anterior. Se houver necessidade de calagem em áreas onde se pretende produzir gergelim pela primeira vez, a amostra do solo tem que ser feita de modo a possibilitar que o calcário esteja incorporado pelo menos dois meses antes da semeadura do gergelim, para poder reagir e exercer seu papel de correção do solo. Para a correção da acidez, deve-se dar preferência ao uso de calcário dolomítico, que possui de 25% a 30% de CaO e mais 12% de MgO. A aplicação pode ser feita manual ou mecânica, com bastante uniformidade na distribuição. Para os solos ácidos, tanto cauliníticos quanto de Cerrado, Oxissolos, recomenda-se o uso de gesso agrícola como complemento da calagem. No caso dos solos ácidos, a mistura de calcário mais o gesso aumentam a velocidade de percolação de bases e a correção da acidez das camadas profundas. Porém, em solos com baixos teores de potássio, não se recomenda o uso de gesso (BELTRÃO et al., 2001).

Adubação
Para que a planta possa externar todo seu potencial produtivo, é necessário que o solo forneça nutrientes em quantidade adequada.

O gergelim extrai do solo, em termos relativos, quantidades elevadas de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K), que variam conforme a produção, o estado nutricional, a variedade utilizada e a parte da planta colhida. Em geral, a planta precisa de 50 kg ha-1 – 14 kg ha-1 – 60 kg ha-1 de N-P2O5–K2O para produzir 1.000 kg de sementes. O corte das plantas para colheita implica na perda de quase 97% dos nutrientes extraídos do solo pelas plantas. Desse total, os frutos contêm de 33% a 60% do NPK extraído (BASCONES; RITAS, 1961).

As plantas de gergelim absorvem pouco NPK até os 30 dias após o plantio. A partir dessa data, os requerimentos da planta por esses nutrientes crescem rapidamente alcançando a demanda máxima de nitrogênio aos 74 dias, de fósforo dos 60 aos 90 dias e de potássio, depois dos 35 dias crescendo até o final do ciclo (FERREIRA, 2005). (dados não publicados).

Vários fatores influenciam na resposta à adubação, tais como: os tipos de fertilizantes, as épocas e o modo de aplicação, a textura e o teor de matéria orgânica do solo, entre outros.

Em relação aos principais macronutrientes, se a análise do solo evidenciar um teor de fósforo assimilável menor que 10 mg/dm3 (10 ppm), teor de matéria orgânica inferior a 2,6% e teor de potássio abaixo de 0,23 cmolc/dm3, há necessidade de correção com o uso de fertilizantes, cuja aplicação deve ser feita em razão da mobilidade do nutriente no solo e da textura do solo.

O fósforo, cuja mobilidade no solo é mínima, deve ser aplicado de uma vez por ocasião do plantio; o nitrogênio, cuja mobilidade é grande, pode ser aplicado em duas vezes: metade após o desbaste e metade 25 dias depois, e, de preferência, usando como fonte o sulfato de amônio. Graças à elevada dinâmica do nitrogênio, os fertilizantes devem ser usados em cobertura, em sulcos cobertos para reduzir as perdas por volatização, denitrificação e outros. O potássio, por possuir mobilidade intermediária, pode ser aplicado no plantio ou dividido junto com o nitrogênio, dependendo da capacidade de lixiviação do solo (BELTRÃO et al., 2001b).

Uma forma eficiente e relativamente barata de se melhorar a qualidade do solo, em especial o teor de matéria orgânica, é fazer uso de adubação verde e da adição de adubos orgânicos. Além dos estercos, vários produtos podem ser utilizados como adubo orgânico: camas de galinha, palha, restos vegetais, composto, biofertilizante e torta resultante da prensagem de sementes de oleaginosas.

Pereira et al. (2001, 2002) observaram aumento significativo no rendimento de grãos das cultivares de gergelim CNPA G4 e CNPA G3 usando diferentes níveis de adubação orgânica: T0 – testemunha sem adubo; T1 – 10t; T2 – 20t; T3 – 30t e T4 – 40t de esterco bovino/hectare.

A adubação verde consiste no cultivo de plantas que estruturam e enriquecem o solo com nitrogênio, fósforo, potássio, enxofre, cálcio e micronutrientes - no caso das leguminosas: feijão-guandu, leucena, mucuna-cinza, mucuna-preta e feijão-de-porco, as quais são incorporadas ao solo durante seu estádio de floração, auxiliado com equipamento, como o “rolo de faca” tracionado por animais. Esta técnica eleva a fertilidade do terreno e aumenta a produtividade das culturas exploradas pelo agricultor (TORRES et al., 2006).

Com o esterco originado de sua criação de caprinos, agricultores de São Francisco de Assis do Piauí usaram 20 t de esterco/hectare visando a melhorar a fertilidade dos seus solos (QUEIROGA et al., 2008).



As recomendações de correção de acidez e de adubação devem ser feitas com base em resultados de análise química e física do solo, as quais devem basear-se em amostras retiradas da camada arável, normalmente a mais intensamente alterada seja por arações e gradagens, seja pela adição de corretivos, de fertilizantes e de restos culturais.
Para minimização de custos, a adubação deve pautar-se sempre pela relação custo/benefício.

Calagem – Em áreas já com calcário, que serão aproveitadas para rotação de culturas, a amostragem do solo para fins de indicação de fertilizantes pode ser feita logo
após a maturação fisiológica da cultura anterior.
Se houver necessidade de calagem em áreas onde se pretenda produzir gergelim pela primeira vez, a amostragem do solo tem de ser feita de modo que possibilite a incorporaçãodo calcário pelo menos dois mesesantes da semeadura.
Para a correção da acidez do solo deve-se dar preferência ao calcário dolomítico que possui de 25% a 30% de óxido de cálcio (CaO) e mais 12% de óxido de magnésio (MgO).
Além de reduzir a incidência de pragas, a prática de rotação de culturas com adubos
verdes melhora a produtividade não só do gergelim como também das culturas que
vierem a entrar no sistema de rotação.

Adubação – O gergelim extrai do solo quantidades elevadas de nitrogênio (N), de fósforo (P) e de potássio (K), que variam conforme a produção, o estado nutricional, a variedade utilizada e a parte da planta colhida (Tabela 1). Em geral a planta precisa de 50 kg/ha de N, de 14 kg/ha de P2O5 e de 60 kg/ha de K2O para produzir 1.000 kg/ha de sementes.
Arrancar a cultura implica a saída de quase 97% dos nutrientes extraídos, do solo, pelas plantas.
Desse total, os frutos respondem por um percentual que varia de 33% a 60% do NPK extraído. Isso empobreceo solo.
Para garantir a produtividade de plantios posteriores, essas quantidades de nutrientes precisam ser repostas pela adubação.

O gergelim absorve pouco nitrogênio, fósforo e potássio (NPK) até o trigésimo dia após o plantio. A partir dessa data, a exigência da planta por esses nutrientes cresce rapidamente e alcança a demanda máxima de nitrogênio aos 74 dias; de fósforo, dos 60
aos 90 dias; e de potássio depois do 35º dia
crescendo até o final do ciclo.
Para obter-se maior eficiência na prática da adubação, além das exigências da cultura
em nutrientes vários fatores devem ser levados em consideração, a fim de conseguir-se
um uso racional dos principais fertilizantes minerais.
Dentre tais fatores têm-se o tipo de solo e a solubilidade, a qual determina a maior ou a menor mobilidade dos nutrientes, e, conseqüentemente, o maior grau de lixiviação, principalmente em solos arenosos.
O fósforo, cuja mobilidade no solo é mínima, deve ser totalmente aplicado por ocasião do plantio do gergelim. Em virtude de sua maior mobilidade, o nitrogênio e o potássio devem ser aplicados parceladamente.
O nitrogênio pode ser aplicado em duas vezes: metade após o desbaste, metade 25 dias depois, e sempre em solo úmido para evitar que evapore, usando-se, de preferência, o sulfato de amônio.
O potássio pode ser incorporado ao solo ou com o fósforo, ou em duas vezes (com o nitrogênio), de acordo com a capacidade de lixiviação do solo.
Quando há deficiência de nutrientes no solo, ou quando as condições do ambiente não são favoráveis, as plantas podem exibir sintomas de deficiência (Tabela 2).

Tabela 2. Sintomas de deficiência de nutrientes em gergelim.
Clorose geral com ou sem o murchamento das plantas Inicialmente, os sintomas aparecem nas folhas mais velhas, associadosao seguinte:
􀁹 Deficiência de nitrogênio (N): Plantas de cor verde-clara, sem ramificação, de caules delgados e com folhas eretas.
As folhas superiores apresentam-se com uma coloração de tom verdepálido.
Em estado avançado dessa deficiência, as folhas inferiores tornam-se amareladas, depois, alaranjadas, e em seguida caem.
􀁹 Deficiência de fósforo (P): Plantas sem ramificações, de caules finos e de porte baixo. As folhas superiores apresentam coloração verde-forte, as mais velhas ficam opacas e escuras e exibem uma coloração verde-acinzentada. Ocorre necrose nas folhas mais velhas, que, em seguida, caem.
􀁹 Deficiência de magnésio (Mg): As folhas mais velhas apresentam clorose internervural, a princípio ligeiramente amarelada, e, depois, alaranjada. O verde persiste nas nervuras e nas veias, com padrão característico.
Clorose mosqueada com e sem necrose
Deficiência de potássio (K): Plantas nanicas e com as folhas mais velhas onduladas e encarquilhadas para cima. Inicialmente ocorre uma clorose mosqueada, depois alaranjada e, finalmente, cor de cobre. Não há queda de folhas.
Efeitos localizados nas regiões de crescimento
Deficiência de cálcio (Ca): Morte da gema apical seguida de distorção no ápice e na base das folhas jovens, as quais formam um gancho para baixo (ápice) que, depois, é torcido e enrugado.




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