O feijão Caupi é uma cultura tradicionalmente explorada por pequenos
agricultores, normalmente descapitalizados, por isso mesmo, na maioria das vezes, com
emprego de pouca tecnologia. Tara-se de uma leguminosa de alto valor nutricional, e com
boa aceitação no mercado. É uma cultura pouco exigente no que diz respeito à fertilidade
do solo, pois tem a grande vantagem de ser uma planta fixadora de nitrogênio, um dos
elementos essências à cultura. No entanto, variações climáticas podem afetar
significativamente a produtividade da cultura.
Morte das plântulas (Damping off)
Sintomas: Frequentemente, quando o ataque é provocado por Rhizoctonia, os sintomas são logo perceptíveis no caule, onde se observam lesões deprimidas, alongadas e marrons, circundando às vezes todo o colo. Quando o ataque é de Pythium a doença avança até acima da linha do solo e, nesse caso, a lesão assume tonalidade esverdeada de aspecto aquoso. Nessa situação, quando as condições climáticas externam muita umidade e temperaturas amenas, o desenvolvimento das lesões é muito rápido, determinando murcha e tombamento das plantas em um curto espaço de tempo. Assim, observa-se falha na germinação e consequentemente, redução no estande (Rios, 1988; Ponte, 1996).
Controle: Os métodos de controle se baseiam fundamentalmente no emprego de sementes sadias e certificadas e na proteção das sementes com emprego de fungicidas antes do plantio.
Podridão-das-raízes
Sintomas: O sintoma primário tem início na raiz principal que, a princípio, apresenta discreta coloração avermelhada, progredindo em intensidade e extensão. Posteriormente, a coloração avermelhada assume um tom marrom, época em que os tecidos se rompem em fendas longitudinais e são verificados apodrecimento do parênquima e desintegração dos feixes vasculares com a conseqüente interrupção da circulação de seiva, surgindo um amarelecimento geral, murcha, seca e morte das plantas (Ponte, 1996).
Controle: Na ausência de cultivares comprovadamente resistentes, devem ser adotadas a remoção e queima das plantas doentes, eliminação dos restos culturais e rotação de cultura com algodão e/ou gramíneas. A aplicação de calcário, na ordem de 1 t/ha tem sido destacada por Santos et al. (1996) como eficiente para o controle da enfermidade.
Podridão-do-colo
Sintomas: A doença se exprime inicialmente no colo das plantas, ao nível do solo, causando lesões necróticas deprimidas, de aspecto aquoso, que com a rápida evolução atinge todo o caule e também os primeiros ramos, dando lugar à extensa área necrosada e podre (Figura 1). Em condições favoráveis à doença, surge, muitas vezes, na superfície das lesões, discreto crescimento branco, correspondendo às estruturas reprodutivas do patógeno. Nessas condições, as plantas afetadas murcham e fenecem rapidamente.
Foto: Cândido Athayde Sobrinho
Figura 1. Podridão-do-colo.
Controle: O controle deve visar ao estabelecimento de condições que sejam desfavoráveis à doença. Assim, deve-se evitar plantios adensados, solos excessivamente úmidos, e, em casos muito especiais, promover tratamento com fungicidas específicos, a exemplo de produtos à base de metalaxyl e tratamento de sementes com produtos à base de captan.
Podridão cinzenta do caule
Sintomas: A doença pode se manifestar em todos os estádios de desenvolvimento das plantas. Os sintomas iniciais aparecem freqüentemente no colo, atingindo, posteriormente, a raiz pivotante e as partes superiores do caule e ramos primários, onde são observadas lesões acinzentadas, difusas, de aspecto úmido, que evoluem para intensa podridão dos tecidos, definindo uma desagregação parcial ou total do parênquima e feixes vasculares.
Ponte (1996) destaca que na superfície das lesões são muitas vezes observadas inúmeras pontuações negras - as estruturas reprodutivas do patógeno (picnídios). Atrelado à desestruturação dos tecidos, sobrevêm um amarelecimento generalizado, murcha, seca e morte das plantas.
Controle: Os métodos de controle recomendados se baseiam no emprego de sementes sadias, certificadas, plantio pouco adensado e, em áreas irrigadas, o manejo adequado da água visando a evitar encharcamento (Ponte, 1996). Recomenda-se um plano de rotação cultural com inclusão de gramíneas forrageiras. O tratamento de sementes com produtos à base de benzimidazóis também representa importante medida de controle.
Murcha-de-fusarium
Sintomas: Os sintomas se expressam primeiramente na redução do crescimento, Figura 2, clorose acompanhada de queda prematura de folhas que evolui para murcha e posterior morte das plantas (Rios, 1988). Seccionando-se longitudinalmente o caule percebe-se uma descoloração dos feixes vasculares, os quais assumem uma pigmentação castanha, demonstrando a colonização necrotóxica do patógeno nos tecidos condutores da hospedeira.
Foto: Cândido Athayde Sobrinho
Figura 2. Murcha-de-fusarium.
Controle: Para o controle da doença deve-se considerar um conjunto de medidas: escolha da área isenta do patógeno; definição adequada da época do plantio para se evitar o plantio sob condição de encharcamento; estabelecimento de um plano de rotação cultural; emprego de sementes certificadas, produzidas em áreas indenes e realização de tratamento de sementes com fungicidas à base de benomyl (Oliveira, 1981). Para esse fim, pode-se adotar uma associação de produtos a base de benomil + thiran.
Murcha/podridão-de-esclerócio
Foto: Antônio Apoliano dos Santos
Figura 3. Murcha-de-esclerócio
Sintomas: O sintoma mais representativo da doença constitui-se em um emaranhado miceliano de coloração branca, com ou sem pequenos corpúsculos esféricos (esclerócios), inicialmente brancos, posteriormente, amarelados, situado no colo da planta (Ponte, 1996) (Figura 3). Sob essas estruturas é ordinariamente observada intensa desestruturação dos tecidos do que resulta em danos ao sistema vascular com conseqüente amarelecimento, murcha, seca e morte das plantas.
Controle: Na ausência de materiais que apresentem resistência à doença, algumas medidas são recomendadas, visando sobretudo o controle preventivo. Dentre elas destacam-se: durante o preparo do solo, promover aração profunda, enterrando, abaixo de 15 cm, os restos culturais; evitar acúmulo de matéria orgânica junto ao colo e caule das plantas; empregar espaçamentos abertos;promover plano de rotação de cultura, incluindo milho e algodão, plantas consideradas resistentes; efetuar tratamento do solo, no ato da semeadura, com fungicidas à base de PCNB, o que pode ser complementado pela aplicação quinzenal do mesmo produto, via pulverização dirigida para o colo/caule (Ponte, 1996). Tal recomendação pressupõe situação muito especial, tendo-se que considerar convenientemente a relação benefício/custo.
Carvão
Foto: Cândido Athayde Sobrinho
Figura 4. Carvão.
Sintomas: A doença caracteriza-se pela presença, nos folíolos, de manchas arredondadas, castanho-escuras, firmes e lisas, alcançando, em média, 4 a 8 mm (Figura 4). Referidas lesões aparecem circundadas por um notável halo clorótico. Tais manchas, quando numerosas, coalescem, induzindo, aos folíolos, um intenso amarelecimento e queda precoce, do que resulta em diminuição da produtividade (Ponte, 1996).
Controle: No caso de ataque severo, sobre cultivares suscetíveis, seria conveniente o uso de fungicida cúprico, mediante pulverizações semanais. Três a quatro aplicações preventivas, no geral, são suficientes (Ponte, 1996). De acordo com Rios (1988) o controle curativo pode ser obtido pelo emprego de fungicidas benzimidazóis.
Mancha-café
Sintomas: Apesar do fungo infectar folhas (nervuras, pecíolos), ramos, pedúnculo, almofada floral, os sintomas mais freqüentemente observados têm estado restritos à vagem e ao pedúnculo onde são encontradas manchas de coloração marrom-escura ou café, de tamanho e conformação variados. Na superfície das lesões, frequentemente despontam as frutificações negras do patógeno (acérvulos), destacando setas escuras, perceptíveis ao tato (Ponte, 1996).
Controle: Emprego de sementes sadias, produzidas em áreas comprovadamente indenes, destruição dos restos de cultura. De acordo com Ponte (1996) em casos muito especiais, pode-se efetuar pulverizações semanais, com produtos à base de mancozeb.
Cercosporiose (Mancha-vermelha)
Sintomas: De acordo com Rios (1988) a doença surge preferencialmente por ocasião do início da floração. Nos folíolos, observam-se manchas necróticas, secas, ligeiramente deprimidas de coloração avermelhada e contorno irregular, notadamente, nas lesões mais velhas (Ponte, 1996). Com a evolução da doença, a coloração do centro da lesão torna-se pardo-acinzentada, sendo o conjunto, circundado por um discreto halo clorótico. Em condições de elevada umidade, sobressai da superfície da mancha, uma massa compacta marrom, que corresponde as estruturas reprodutivas do patógeno.
Controle: Dada a pouca expressão que essa doença apresenta nas condições da região Nordeste do Brasil, não se justifica a adoção de medidas específicas de controle de caráter sistemático (Ponte, 1996).
Mela
Sintomas: De acordo com Ponte (1996) a doença incide mais frequentemente nas folhas, onde, no início dos sintomas, surgem pequenas lesões circulares que evoluem, crescem e, rapidamente coalescem, formando grandes manchas de aspecto aquoso, tomando grande parte da área do folíolo (Figura 5). Muitas vezes, o fungo produz uma trama de micélio (teia micélica) que, às vezes liga umas folhas às outras. Há ocasiões em que ocorre queda prematura de folhas e morte das plantas atacadas.
Foto: Cândido Athayde Sobrinho
Figura 5. Mela.
Controle: Medidas isoladas para o controle da doença não têm sido satisfatórias. O correto seria a adoção de um conjunto de medidas visando minimizar a ação do patógeno (Rios, 1988). Assim, medidas como o emprego de sementes sadias, evitar cultivos em baixios ou em áreas sujeitas a elevada umidade, aração profunda do solo, incorporando os restosculturais a grandes profundidades.
Em situações muito especiais, pode-se eventualmente efetuar o controle químico por meio de fungicidas à base de quintozene (Ponte, 1996). Recomenda-se, também, para áreas onde já ocorreu ataque, o tratamento de sementes com fungicidas do mesmo grupo.
Mancha-zonada
Sintomas: O fungo ataca exclusivamente os folíolos, onde provoca manchas necróticas circulares de tamanho variado (2-20 mm) e em anéis concêntricos (zonas). Normalmente, tais manchas mostram-se avermelhadas com o centro escuro (Ponte, 1996).
Controle: Como se trata de uma doença de pouca expressão, não há, com frequência, necessidade de medidas de controle. Ponte (1996) recomenda que, se ocorrerem surtos epifitóticos em locais específicos, medidas gerais como a rotação cultural e controle químico com produtos à base de tiabendazóis (benomyl) e mancozeb devem ser implementadas.
Ferrugem
Sintomas: A doença se caracteriza, de acordo com Rios (1988), pela formação de pústulas em ambas as superfícies foliares. Tais pústulas, são reveladas por meio de pequenas manchas necróticas, amareladas e levemente salientes. Muitas vezes ao friccionarem-.se os folíolos contendo pústulas, sente-se, ao tato, a presença das estruturas reprodutivas do patógeno (uredósporos), liberadas das referidas pústulas. Ao final do ciclo, as manchas passam a apresentar cor escura, em função da liberação de outros tipos de esporos (teliósporos), os quais, individualmente, são marrons ou vermelhos e escuros quando em massa.
Controle: Como se trata de uma doença de pouca expressão para as condições da região Meio-Norte do Brasil, não há, com frequência, necessidade de medidas de controle.
Mancha-de-alternária
Sintomas: Presença de manchas necróticas, ligeiramente circulares, apresentando, quando novas, coloração avermelhada, depois pardo-clara. Quando bem desenvolvidas, essas manchas atingem um diâmetro de 15 mm. Uma característica marcante da doença é a presença de anéis concêntricos, que fazem lembrar um painel de tiro-ao-alvo (Ponte, 1996). A doença, quando surge, manfesta-se, via de regra, nos folíolos mais velhos.
Controle: Por se tratar de doença pouco frequente, manifestando-se de forma restrita e incidindo sobre os folíolos mais velhos, próximos à senescência, torna-se dispensável qualquer medida de controle.
Oídio ou cinza
Sintomas: A doença pode atingir todas as partes das plantas, salvo o sistema radicular. O principal sintoma da doença se constitui no crescimento de uma "massa" branco-acinzentada de aspecto pulverulento, formada pelas estruturas vegetativas do patógeno, a qual se manifesta, inicialmente, nos folíolos e depois se estende aos pecíolos, caules, órgãos florais e vagens, até recobrir toda a superfície da planta efetada.
Controle: Em condições normais de cultivo a doença dispensa medidas de controle específicas. Contudo, nas zonas semi-áridas podem ocorrer surtos da doença que em situações muito especiais, podem comprometer o desempenho da cultura. Nesses casos, pode-se empregar fungicidas a base de enxofre ou benomyl, em pulverização foliar (Ponte, 1996).
Sarna
Sintomas: Presença de lesões em qualquer parte da planta: folha, caule, ramos, pedúnculo, pecíolo e vagens (Figura 6). Nas folhas, no início da infecção, observam-se pequenas pontuações (manchas) amarelo-amarronzadas, tornando-se brancas ou marrons. Com a evolução da doença, as pontuações tornam-se necróticas e, em seguida, rompem-se definindo pequenas perfurações no limbo (Rios, 1988). Nas demais partes da planta, os sintomas aparecem na forma de lesões ovaladas a ligeiramente alongadas, profundas, de centro esbranquiçado e bordos marrons. O ataque às vagens deixam-nas encurvadas, atrofiadas e, muitas vezes secas, acarretando grande perda na produção.
Foto: Antônio Apoliano dos Santos
Figura 6. Sarna.
Controle: O emprego de cultivares resistentes é o melhor método. Dessa forma, para o controle da sarna, tem-se o BR 14 - Mulato com alto padrão de resistência para as condições locais (Cardoso et al., 1991). Outras medidas complementares de controle podem ser adotadas, entre elas destacam-se o emprego de sementes sadias, livres do patógeno e destruição dos restos culturais (Torres Filho & Sá, 1994).
Mofo-cinzento-das-vagens
Sintomas: Os sintomas são expressos sobretudo nas vagens, onde, inicialmente, aparecem pequenas áreas encharcadas que depois escurecem, culminando com o apodrecimento dos tecidos lesados. Nesse estádio de desenvolviemento da doença, nota-se, à superfície das lesões, um crescimento acinzentado, evidenciando as estruturas reprodutivas do patógeno.
Controle: Como a enfermidade ocorre nas vagens, preferindo tempo úmido, constitui importante medida de controle efetuar o plantio de modo a não coincidir a fase de desevolvimento e maturação desses órgãos com as condições ambientais supracitadas. Caso essa prática seja impossível, recomenda-se emprego de fungicidas a base de benomyl em aplicações semanais.
Mancha-bacteriana
Sintomas: A doença se manifesta na forma de manchas foliares, com centro avermelhado, envolvidas frequentemente por um halo amarelado (anasarca) de tecido encharcado. Em certas condições, o patógeno pode invadir o caule de onde surgem cancros bem característicos (fissuras longitudinais). Nas vagens são observadas manchas irregulares de aspecto úmido de onde o patógeno invade as sementes. As manchas foliares ocorrem principalmente ao longo da estação chuvosa.
Controle: Plantio de sementes sadias livre do patógeno, além da utilização sempre que possível de variedades resistentes (Santos & Freire Filho, 1982).
Mosaico-severo-do-caupi
Sintomas: Os sintomas apresentados por plantas doentes, são, no geral, severos, expressos na forma de intenso encrespamento do limbo foliar, em função de numerosas bolhosidades associadas a presença de mosqueado, isto é, alternância, nos folíolos, de zonas de coloração verde-clara, com outras de cor verde-escura (Figura 7 e 8). Freqüentemente, são observados subdesenvolvimento das nervuras principais, resultando em franzimento e redução do limbo, distorção foliar e, quando as plantas são infectadas no início do ciclo, apresentam intenso nanismo, com severos prejuízos à produção. Estudos conduzidos em casa de vegetação revelaram que na dependência da idade da planta infectada com o virus a produção pode ser reduzida em até 81% (Gonçalves & Lima, 1982). As sementes produzidas de plantas atacadas, apresentam-se deformadas, "chochas" e manchadas, com acentuada redução no poder germinativo.
Controle: Considerando-se a ocorrência generalizada, severa e permanente desta virose em toda a região, a melhor forma de controle a ser adotada é o emprego de cultivares comerciais altamente resistentes. Neste particular, indicam-se a BR 10 - Piauí, BR 14 - Mulato (Cardoso et al., 1990; 1991) e BR 17 - Gurguéia (Freire Filho et al., 1994). Medidas auxiliares de controle devem ser conduzidas quando o produtor, por desconhecimento das cultivares aludidas, adotar em seus plantios materiais susceptíveis. Tais medidas devem ser embasadas no controle sistemático dos vetores, plantio em época de baixa população dos vetores, e, eliminação, sempre que possível, das hospedeiras silvestres.
Foto: Antônio Apoliano dos Santos
Figura 7. Mosaico-severo
Foto: Antônio Apoliano dos Santos
Figura 8. Mosaico-severo.
Mosaico-rugoso
Sintomas: O sintoma mais evidente é o mosaico, isto é, presença marcante, nos folíolos, de áreas intensamente verde-escuras, entremeadas por zonas de cor verde esmaecido (Figura 9 e 10). Tais órgãos concomitantemente exprimem intensa bolhosidade e enrugamento. Com muita freqüência são também observados sintomas do tipo faixa verde das nervuras, que são faixas de verde normal acompanhando algumas ou todas as nervuras do folíolo, com as zonas próximas apresentando um verde amarelado. A redução do porte das plantas não tem sido verificado com frequência.
Controle: As medidas de controle devem ser fundamentalmente embasadas no emprego de cultivares resistentes. Ao longo dos anos têm sido recomendadas diversas cultivares com excepcional resistência a essa enfermidade (Freire Filho et al., 1985). Entre elas destacam-se: BR 1 - Poty, CE 315, Pitiúba, VITA - 7, e mais recentemente, dispõem-se de cultivares como BR 10 - Piauí, BR 12 - Canindé, BR 14 - Mulato e BR 17 - Gurguéia. Por outro lado, caso o produtor não disponha de nenhum desses materiais, medidas outras podem ser adotadas, entre elas destaca-se o controle eficiente dos vetores logo no início do ciclo cultural.
Foto: Antônio Apoliano dos Santos
Figura 9. Mosaico-rugoso.
Foto: Antônio Apoliano dos Santos
Figura 10. Mosaico-rugoso.
Mosqueado-severo
Sintomas: A doença exprime-se nos folíolos por meio de extensas áreas cloróticas em alternância com áreas de verde normal, sendo que as zonas cloróticas apresentam-se bem mais extensas (Figura 11). Freqüentemente é observada distorção foliar, sobretudo no ápice do folíolo. Plantas severamente afetadas apresentam porte reduzido.
Foto: Antônio Apoliano dos Santos
Figura 11. Mosqueado-severo.
Controle: O controle também consiste no emprego de variedades resistentes, entre as quais destacam-se o BR 10 - Piauí, BR 14 - Mulato, BR 17 - Gurguéia. O controle sistemático dos afídeos vetores durante a fase de desenvolvimento vegetativo representa importante medida quando da impossibilidade do emprego de materiais comprovadamente resistentes indicados pela pesquisa.
Mosaico-do-pepino
Sintomas: Sempre que o virus se manifesta isoladamente, os sintomas são bastante discretos, quase imperceptíveis, sendo observado discreto mosaico nos folíolos, acompanhado de leve redução do porte das plantas. Todavia, quando em sinergismo com alguns potyvirus, podem surgir sintomas do tipo faixa verde das nervuras, intensa distorção foliar e até nanismo.
Controle: Em função do caráter de grande severidade dessa doença quando em associação com os potyvirus acima citados, as medidas de controle eficazes indicadas para o referido grupo mostram-se também importantes para este. Algumas medidas complementares como controle de afídeos vetores e emprego de sementes certificadas oriundas de campos comprovadamente sadios, são de grande valia para o controle efetivo da doença.
Mosaico-dourado
Sintomas: A doença, inicialmente, se expressa na forma de pequenas pontuações verde-amareladas (Figura 12). Proporcionalmente a sua evolução, tais pontuações crescem em formato e extensão, cobrindo toda a superfície do limbo foliar, finalizando por deixar os folíolos com a coloração amarelo-dourado (Figura 13). As vezes, tem-se observado redução no porte das plantas, sem contudo, apresentar distorção nem deformação foliar.
Controle: Recomenda-se o emprego de cultivares com alguma resistência ou tolerância. Neste particular, apresentam-se como resistentes as cultivares BR 10 - Piauí, BR 14 - Mulato e BR 17 - Gurguéia. Eventualmente essas cultivares podem apresentar, em condições de campo, infecções leves da doença, sem comprometer o rendimento da cultura.
Foto: Antônio Apoliano dos Santos
Figura 12. Mosaico-dourado.
Foto: Cândido Athayde Sobrinho
Figura 13. Mosaico-dourado.
Na Tabela 1 encontram-se produtos recomendados para controle de doenças.
Tabela 1. Produtos recomendados, doenças controladas, doses do produto comercial (PC) e intervalo de segurança (IS)
Produto
|
Doença controlada
|
PC (dose)
|
IS (dia)
|
Benomyl
|
Podridão da raiz, morte das plântulas, podridão cinza do caule, murcha-de- fusário
|
100g/100 kg sementes (T.S.)(1)
|
17
|
Captan
|
Mancha-café, murcha-de-esclerócio, podridão, murcha-de-fusario, podridão-de-raiz, podridão-do-colo, morte de seedling
|
200g/100 kg sementes (T.S.)
|
-
|
Carboxin
|
Mancha-café, morte seedling
|
200-400g/100 kg sementes (T.S.)
|
-
|
Daconil
|
Mancha-café
|
2-3 l/ha
|
7
|
Hidroxido de cobre
|
Ferrugem, mancha-café
|
300 ml/100 l
|
7
|
Mancozeb
|
Ferrugem, mancha-café
|
2 kg/ha
|
7
|
Oxycarboxin
|
Ferrugem
|
0,5-0,8 kg/ha
|
21
|
Tiofanato metilico
|
Mancha-café
|
100 ml/100 l
|
21
|
Quintozene
|
Morte seedling, murcha-de-esclerócio, Mancha-café, cercosporiose, podridão-das-raízes, podridão-do-colo
|
100-350 g/100 (T.S.)
100 g/100 l(2)
|
-
-
|
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