terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Importância do Cultivo da Ervilha

 

O provável centro de origem da ervilha ( Pisum sativum L.) é o Oriente Médio com sua distribuição natural alcançando o nordeste da India e Afeganistão. A Etiópia e tida também como centro de origem secundário. A cultura e bem significativa para a historia, existindo vários relatos de ervilha na Biblia, alem de ter sido de grande importância para pesquisas de Gregor Mendel, criador da genetica moderna. Atualmente, as ervilhas continuam tendo enorme importância, principalmente na nutricao humana, por ser um excelente alimento, contendo em sua composição elevados teores de proteínas, vitaminas do complexo B (tiamina, riboflavina e niacina), minerais (ferro, calcio, potassio e fosforo), alem dos carotenoides luteina, β-caroteno e violaxantina.

O teor do aminoácido lisina faz com que seja, em termos nutricionais, um bom complemento dos cereais.

Apresenta ainda uma maior digestibilidade (90%) quando comparada ao feijão (73%). A India e o maior produtor mundial, com um volume anual com cerca de 35% da produção, seguida da China, com cerca de 23%.

Esses dois países atingem produtividades de ate 9 t/ha. A Uniao Europeia (U.E.) e responsável por aproximadamente 16% e os E.U.A. por cerca de 10% da producao mundial. Na U.E., a Franca e o maior produtor, com cerca de 5% do total mundial. As maiores produtividades desta cultura são obtidas na Belgica, Paises Baixos e Franca (14 t/ha -18 t/ha).

No Brasil, a ervilha e consumida principalmente na forma de grãos secos reidratados e enlatados ou como ervilha partida (dry pea); como ervilha verde / fresca (green pea ou garden pea ) debulhada, enlatada ou congelada; como ervilha de vagem comestível (sugar pea) achatada (snow pea) ou arredondada (snap pea) . Existe ainda a ervilha forrageira que e destinada ao consumo animal (gado leiteiro principalmente) ou utilizada como adubo verde (ou cobertura do solo). Ate a decada de 1980, quase toda a ervilha consumida no Brasil era importada acarretando uma evasão anual de divisas na ordem de sete milhões de dólares. Atualmente, toda a demanda poderia ser atendida pela producao nacional, gracas as pesquisas realizadas pela Embrapa Hortaliças, juntamente com as empresas de pesquisa e extensão rural dos Estados de Minas Gerais e Mato Grosso do Sul e as industrias de processamento, através do desenvolvimento de cultivares adaptadas e técnicas de cultivo.


A produção de ervilha (seca ou verde) destinada a industria tem sido realizada na forma de contrato entre o produtor e a empresa, onde sao estabelecidos a area a ser cultivada, a epoca de plantio, a cultivar, os insumos e as demais atribuições relacionadas a produção, entrega e preço do produto.

A partir da decada de 1990, as agroindústrias passaram a importar grãos de ervilha novamente, e dependendo da taxa cambial, este produto e produzido aqui no pais ou e importado.

Dados mostram que a importação de ervilha tem sido relativamente alta nos últimos anos, chegando em 2015 ao volume importado de 41 mil toneladas, representando um valor de 23 milhoes de dolares (Figura 1).

Em 2010, a area cultivada com ervilhas no Brasil foi de, aproximadamente, 2.575 ha, com producao de 5.963 toneladas. Apesar da expansao da producao de ervilha no pais nos últimos anos, a participação do Brasil no mercado mundial de ervilhas ainda e inexpressiva, apresentando consideráveis oscilações em termos de area cultivada e de produção ao longo dos anos. Assim, e de extrema importância a melhoria de tecnologia de produção e ou incentivos que favoreçam o aumento dessa produção no pais. As informacoes que seguem visam apresentar aspectos importantes relacionados a produção de ervilha nas condições tropicais do Brasil.


quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Arborização no Cafezal Orgânico

 

Arborização

Os principais efeitos ligados à arborização dos cafezais são:

􀂃 Produção de entrenós mais longos;

􀂃 Redução do número de folhas, porém aumento da área foliar de cada folha;

􀂃 Produção de frutos maiores, mais moles e açucarados;

􀂃 Melhoria do aspecto vegetativo do cafeeiro;

􀂃 Aumento do número de ramos primários e secundários;

􀂃 Aumento da capacidade produtiva do cafeeiro;

􀂃 Obtenção de cafés de bebida mais suave;

􀂃 Redução na bianualidade de produção;

􀂃 Menor incidência da seca dos ponteiros e da cercosporiose.

Em regiões quentes e de menor altitude, a arborização é recomendada com base na fisiologia da planta, para reduzir os picos de temperatura e elevar as temperaturas mínimas, criar condições de conservação de umidade do solo, reduzir a evapotranspiração e a ação dos ventos, principal causa de ressecamento.

Do ponto de vista do solo, a arborização proporciona aporte de matéria orgânica, através da queda de folhas, reduz a decomposição das mesmas pela diminuição da temperatura, assim como as perdas de nitrogênio, contribuindo para a melhoria da fertilidade (Muñoz & Alvarado, 1997). Seu efeito sobre a conservação da umidade do solo, associado à incorporação de matéria orgânica, favorece a biologia e a microbiologia do solo.

A presença de árvores atenua o impacto das chuvas sobre o solo, aumenta a capacidade de absorção e infiltração de água, reduzindo o risco de erosão, aspecto importante na conservação dos solos, especialmente em áreas onde o declive é acentuado. Quando as espécies utilizadas são leguminosas, aumenta a fixação biológica do nitrogênio do ar e, conseqüentemente, a disponibilidade deste nutriente para as plantas (Tabela 8.1).

O cafeeiro é capaz de fazer fotossíntese em condições de baixa luminosidade porque apresenta uma baixa irradiância de saturação (de 300 a 600 μmol m-2 s-1;) ou seja, a assimilação total diária é maior à sombra do que a pleno sol

O cafeeiro responde ao sombreamento diminuindo a temperatura foliar e aumentando a área foliar.

A taxa fotossintética é reduzida sob alta intensidade luminosa, em decorrência do aumento da temperatura foliar e da conseqüente elevação da concentração interna de CO2. 

Apesar da grande adaptabilidade morfológica e fisiológica do cafeeiro a diferentes intensidades luminosas em áreas de baixa altitude e alta temperatura, pode haver necessidade de sombreamento parcial para aumentar a sustentabilidade e longevidade da cultura. Mesmo submetidas a um sombreamento de até 50% as plantas desempenham funções compensatórias e mantêm um crescimento normal.

Café Conilon sob manejo orgânico em consórcio com feijão guandu (Cajanus cajan) para adubação verde 

Café arábica sob manejo orgânico, consorciado com bananeira e Erythrina verna. 



segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Como Fazer o Biofertilizante Vairo

 

Biofertilizante Vairo

No preparo do biofertilizante tipo Vairo, deve-se usar esterco de vacas o que possibilita um efluente de melhor qualidade, pois os animais recebem dieta balanceada que contém uma variedade de microrganismos, o que acelera a fermentação. Para o respectivo preparo, o esterco fresco, complementado ou não com urina, deve ser misturado em volume igual de água não clorada, sendo a mistura colocada em biodigestor hermeticamente selado. Podem ser empregadas bombonas plásticas, tomando-se o cuidado de manter o nível da mistura a um mínimo de 10 cm abaixo da tampa, onde se adapta um sistema de válvula hidraúlica de pressão ou uma mangueira plástica fina, cuja extremidade é mergulhada em recipiente com água, para permitir a saída do gás metano produzido na fermentação, assim mantendo a condição de anaerobiose.

O final do processo, que dura de 30 a 40 dias, coincide com a cessação do borbulhamento observado no recipiente d'água. Nessa ocasião, a solução deverá ter atingido pH próximo a 7,0. Para separação da parte ainda sólida do produto, utiliza-se peneiramento e coagem.

Os biofertilizantes podem ser feitos com qualquer tipo de matéria orgânica fresca. Na maioria das vezes se utiliza estercos, mas também é possível usar somente restos vegetais. 

O biofertilizante Vairo é produzido a partir da fermentação de esterco bovino fresco. Seu uso se dá no tratamento de sementes, na produção de mudas e em aplicações em todas as culturas. 

Esse biofertilizante sofre uma fermentação na ausência de oxigênio (anaeróbica).

Ingredientes: 

- Metade de água; 

- Metade de esterco; 

- Vasilhame para fermentação do biofertilizante; 

- Mangueira; 

- Garrafa PET de 2 litros. 

 Como preparar o biofertilizante Vairo: 

1º passo: 

- Colocar no vasilhame uma medida de esterco fresco mais a outra medida de água (pura e sem cloro), deixando 20% do total do vasilhame sem preenchimento com ingredientes. O recipiente deve possuir uma tampa que proporcione uma boa vedação; 

- Fazer uma abertura no centro da tampa do reservatório, do tamanho que possa passar uma mangueira; 

- Após isso, introduzir uma mangueira que passe pelo buraco com o comprimento adequado. Uma ponta ficará localizada entre os 20% que estão sem água no reservatório e a outra dentro da garrafa pet com água. 



2º passo: 

- Deixar fermentar por 30 a 40 dias. 

-Teremos um sinal de que o biofertilizante estará pronto quando parar o borbulhamento observado na garrafa PET. 

3º passo: 

- Coar o biofertilizante Vairo e usá-lo de acordo à tabela de aplicação do Biofertilizante Vairo. 

 Importante! 

O biofertilizante deve ser usado logo após o preparo ou até a primeira semana para que tenha maior eficiência. 

A parte sólida poderá ser usada como adubo de berço para plantio de mudas (cova) ou na formação de compostagem. 

Produtores orgânicos devem consultar a OCS ou OAC para autorização do uso de biofertilizantes, principalmente quanto à aplicação em partes comestíveis das plantas. 

O uso de biofertilizante é permitido desde que ele esteja fermentado e bioestabilizado (curado).



quinta-feira, 7 de outubro de 2021

Como Preparar o Biofertilizante Agrobio

 

Biofertilizante Agrobio

Para a produção de 500 litros do Agrobio são necessários:

􀂃 200 litros de água,

􀂃 100 litros de esterco fresco bovino,

􀂃 20 litros de leite de vaca ou soro de leite

􀂃 3 kg de melaço.

Misturar bem e deixar fermentar por uma semana em um bombona ou caixa d'água de plástico com tampa, com capacidade de 500 litros (ver figura abaixo).

A esse caldo nutritivo, nas sete semanas subseqüentes, são acrescentados, semanalmente, e em sequência, os seguintes ingredientes previamente dissolvidos em água:

􀂃 430 g de bórax ou ácido bórico,

􀂃 570 g de cinzas de lenha,

􀂃 850 g de cloreto de cálcio,

􀂃 43 g de sulfato ferroso,

􀂃 60 g de farinha de ossos,

􀂃 60 g de farinha de carne,

􀂃 143 g de termofosfato silício-magnesiano,

􀂃 1,5 kg de melaço,

􀂃 30 g de molibdato de sódio,

􀂃 30 g de sulfato de cobalto,

􀂃 43 g de sulfato de cobre,

􀂃 86 g de sulfato de manganês,

􀂃 143 g de sulfato de magnésio,

􀂃 57 g de sulfato de zinco,

􀂃 29 g de torta de mamona

􀂃 30 gotas de solução de iodo a 1%.

Nas quatro últimas semanas, são adicionados 500 ml de urina de vaca. A calda deve ser bem misturada duas vezes por dia.

Após oito semanas o volume deve ser completado para 500 litros e coado.

O Agrobio pronto apresenta cor escura e odor característico de produto fermentado e pH na faixa de 5 a 6.

A análise química do biofertilizante forneceu os seguintes resultados: 34,69 g/l de matéria orgânica; 0,8% de carbono; 631 mg/l de N; 170 mg/l de P; 1,2 g/l de K; 1,59 g/l de Ca e 480 mg/l de Mg, além de traços dos micronutrientes essenciais às plantas.

Testes microbiológicos não detectaram coliformes fecais, bactérias potencialmente patogênicas em produtos preparado conforme as recomendações.

Produção do biofertilizante líquido Agrobio. a) caixa d'água com tampa; b) bancada de concreto; c) registro de 2 polegadas; d) balde com tela para coagem; e) pá.

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Biofertilizante Supermagro para Cafeicultura Orgânica


Biofertilizante Supermagro

No preparo do Supermagro deve-se primeiramente preparar as misturas minerais:

Mistura número 1: 2 kg de sulfato de zinco + 300g de sulfato de manganês + 300g de sulfato de ferro + 300g de sulfato de cobre.

Mistura número 2: 2 kg de cloreto de cálcio + 1 kg de ácido bórico.

Mistura número 3: 2 kg de sulfato de magnésio + 50g de sulfato de cobalto.

Mistura número 4: 100g de molibdato de sódio (este sal não pode ser misturado com nenhum outro mineral, devendo ser acrescentado na última etapa de preparo do biofertilizante).

O preparo final do biofertilizante Supermagro é simples, basta seguir as etapas descritas a seguir:

Ingredientes básicos e misturas de sais minerais necessários para preparar 250 litros do biofertilizantes Supermagro.

Existe uma formulação de Supermagro adaptada para a cultura do café que é a seguinte (Pedini, 2000):

Para 200 litros de biofertilizante, misturar 40 kg de esterco verde com 6,0 kg de mato fresco e vigoroso. Adicionar a cada cinco dias 1,0 kg de uma mistura de micronutrientes, mais 50g de sulfato de cobre, 1,0 litro de leite; 1,0 litro de melaço (ou 0,5 kg de açúcar), 100 ml de EM-4 ou 2 copos de leite fermentado contendo lactobacilos, 0,5 kg de calcário e 0,5 litro de sangue ou 200g de farinha de ossos ou 0,5 kg de restos de peixe. Deixar fermentando por 30 dias antes de coar e usar.


O biofertilizante supermagro é um fertilizante usado em sistemas orgânicos e obtido da mistura de materiais orgânicos e minerais com água. Seu uso é por via foliar e complementar aos adubos aplicados no solo tais como esterco ecomposto. O experimento foi instalado em uma lavoura implantada em abril de1998, sobre um Latossolo Vermelho Amarelo e conduzida em sistema orgânico a partir de janeiro de 1999, na Fazenda Experimental de Venda Nova (750 m de altitude). Utilizou-se a variedade Catuaí Vermelho-81 plantada no espaçamento de 2,0 m x 1,0 m. Adotou-se o delineamento em blocos casualizados com parcelas divididas, com quatro repetições e seis plantas úteis por subparcela. Nas parcelas aplicou-se o biofertilizante supermagro em intervalos de 60 dias, a partir da 1a semana de janeiro de 1999, nas concentrações de 0,0%, 1,5%, 3,0%, 6,0%, 12,0%, 24,0% e 48,0%. Nas subparcelas adubou-se com 7,50 e 3,75 t ha-1 de composto orgânico dividido em duas aplicações nos meses de fevereiro e novembro. Avaliou-se a altura de plantas, o diâmetro do colo, o número de ramos e o diâmetro da saia em 03/08/1999 e 30/12/1999. Não houve efeito do supermagro sobre o crescimento inicial do cafeeiro. Houve efeito do composto sobre o cafeeiro apenas no diâmetro da saia, com crescimento 4,5% maior na dose de 3,75 t ha-1 em relação a 7,5 t ha-1. 

Até o 12º mês após o início dos tratamentos não se observou efeito do supermagro sobre a altura, o diâmetro do colo, o número de ramos e o diâmetro da saia (Tabela 1). Tais confirmam as observações de Lohmann et al. (1998), Souza (2001) e Maia (2002) que não observaram efeito do supermagro em milho, pimentão e alface, respectivamente. Porém, Araújo (2004) observou efeito positivo do supermagro, nas concentrações entre 14% e 16%, aplicado mensalmente, no crescimento de cafeeiros até o sexto mês após o transplantio em vasos. Certamente, o cultivo em vasos e em ambiente protegido (casa de vegetação), constituiu um diferencial que permitiu resultados positivos do supermagro e que não se repetiram a campo no presente trabalho.

Em relação ao composto, houve efeito sobre o diâmetro da saia no 12º mês com a dose de 7,5 t ha-1 4,5% superior a 15,0 t ha-1 (Tabela 2). Os resultados indicam que a dose de 3,75 t ha-1, correspondente a 0,75 kg/planta à base de massa seca, foi suficiente para a nutrição do cafeeiro em formação, em relação à dose de 7,5 t ha-1. Possivelmente, a dose de composto de 0,75 kg/planta, correspondente a 12 g/planta de N, permitiu a nutrição adequada dos cafeeiros pois, a quantidade fornecida é intermediária entre 9 e 15 g/planta recomendada por Guimarães et al. (1999) 



Uso do Bokashi na Cafeicultura Orgânica


 

Bokashi

A formula abaixo é recomendada pela Fundação Mokiti Okada.

Ingredientes

Farelo de arroz - 500 kg

Farelo de algodão - 200 kg

Farelo de soja - 100 kg

Farelo de osso - 170 kg

Farinha de peixe - 30 kg

Termofosfato - 40 kg

Carvão moído - 200 kg

Melaço - 4 litros

EM/4 - 4 litros

Água - 350 litros

OBS: alguns agricultores substituem a formulação comercial EM/4 da Fundação Mokiti Okada por microrganismos coletados na própria unidade produtiva. Observa-se também uma grande variação dos ingredientes utilizados.

Os ingredientes secos devem ser misturados e a água adicionada aos poucos. A umidade ideal é de cerca de 50%. A temperatura de fermentação não deve ultrapassar 50º C. Cada vez que o composto atingir essa temperatura, deve ser revolvido. O Bokahi deve ser amontoado e coberto com sacos de estopa ou lona de algodão, para acelerar a fermentação. Dependendo das condições de temperatura e umidade, o Bokashi chega a 50º C em 20- 24 horas. Em condições ideais, estará pronto entre 7-10 dias.

O principal cuidado no preparo do Bokashi é o seu ponto de umidade. Umidade excessiva pode resultar na putrefação da mistura. Um modo prático de se obter a umidade correta é molhar aos poucos e misturar bem os ingredientes de modo a uniformizar a pilha. A água não deve escorrer entre os dedos quando uma amostra for apertada e a mistura não deve estar seca a ponto de não formar um torrão.


É importante planejar o uso do Bokashi, pois o produto só pode ser armazenado por até 6 meses.



terça-feira, 7 de setembro de 2021

Anexo 1,2,3,4, (mudas,solarizador,relação cn,compostagem) no Café Orgânico

 

Anexo 1- Viveiro de mudas

As dimensões a serem adotadas para um viveiro de 1000 mudas (10 m2) são as seguintes (Guimarães et al., 1989):

􀂃 Espaçamento entre esteios: 3,20-3,60m x 3,20-3,60m;

􀂃 Largura dos canteiros: 1,00 a 1,20m;

􀂃 Largura do corredor central para entrada de veículos: 3,50m;

􀂃 Comprimento dos canteiros: 10 a 20m;

􀂃 Espaçamento entre canteiros: 0,40 a 0,60m;

􀂃 Altura (pé-direito) para cobertura alta: 2,00m;

􀂃 Altura (pé-direito) para cobertura baixa: 0,70 a 1,00m;

􀂃 Área total: área útil + 60%.

Um telado de baixo custo foi desenvolvido pela PESAGRO-RIO, usando o mesmo princípio das barracas de acampamento (M.A. de A. Leal, comunicação pessoal).

Anexo 2 – Modelo de solarizador (PESAGRO-RIO, EES)

O solarizador é uma alternativa barata e eficiente para a eliminação de patógenos (organismos causadores de doenças) em substratos para produção de mudas. São equipamentos simples que concentram o calor da luz do sol e o transmite para o substrato a ser tratado, promovendo o aquecimento e eliminação de patógenos.

A PESAGRO RIO desenvolveu um modelo de solarizador mostrado abaixo, que concilia baixo custo e alta eficiência (M.A.de A.Leal, comunicação pessoal), simples de ser construído. Utiliza material facilmente encontrado no comércio, sendo de fácil descarga, resistente e durável.

Solarizador de substrato modelo desenvolvido pela PESAGRO-RIO.

Anexo 3 - Relações C:N de diferentes resíduos

Relações C:N de diferentes resíduos viáveis para compostagem ou cobertura do solo (valores médios).

Material C:N Material C:N

Esterco bovino 18/1 Crotalaria juncea 26/1 Esterco de aves 10/1 Capim colonião 27/1

Esterco de suíno 19/1 Capim jaraguá 64/1 Esterco de ovinos 15/1 Capim-limão (cidreira) 62/1

Esterco de equinos 18/1 Capim pé-de-galinha 41/1 Cama de aviário 14:1 Capim mimoso 79/1

Laranja: bagaço 18/1 Capim guiné 33/1 Mandioca: folhas 12/1 Capim gordura 81/1

Mandioca: hastes 40/1 Banana: talos de cachos 61/1 Café: borra 25/1 Banana: folhas 19/1

Café: palha 31/1 Trigo: cascas 56/1 Café: casca 53:1 Cana-de-açúcar: bagaço 22/1

Arroz: casca e palha 39/1 Trigo: palhas 70/1 Serragem de madeira 865/1 Mandioca: folhas 12/1

Sangue seco 4/1 Mandioca: ramas 40/1 Algodão: casca de sementes 78/1 Mandioca: cascas de raízes 96/1

Cápsulas de mamona 44/1 Aveia: cascas 63/1 Milho: palha 112/1 Aveia: palhas 72/1

Milho: sabugos 101/1 Abacaxi: fibras 44/1 Feijão: palha 32/1 Eucalipto: resíduos 15/1

Grama batatais 36/1 Torta de mamona 10/1 Grama seda 31/1 Torta de cacau 11/1

Mucuna preta: sementes 14/1 Torta de coco 12/1 Feijão guandu 29/1 Torta de babaçu 14/1

Feijão-de-porco: folhas 19/1 Serrapilheira 17/1 Feijão-de-porco: vagens 49/1 Samambaia 109/1

Fonte: Parte dos dados desta tabela foram extraídos de Kiehl (1985).

Anexo 4 - Compostagem:

A compostagem é um processo biológico onde ocorre a desintegração dos resíduos como conseqüência da decomposição aeróbica. Os resíduos são decompostos nas suas unidades mais simples, metabolizados pelos microrganismos (bactérias, fungos e actinomicetos), transformando-se em biomassa microbiana. Há grande desprendimento de CO2 e vapor d’água, sendo grande parte da energia decorrente da atividade dos microrganismos liberada na forma de calor.

O material para compostagem pode incluir diversos resíduos vegetais (palha, cascas, podas e aparas, etc.) e também alguns resíduos de origem animal (restos de abatedouro, escamas de peixe, etc.) misturados ao esterco oriundo das criações.

Quase todo material de origem animal ou vegetal pode entrar na produção do composto. Contudo, existem alguns subprodutos que não devem ser usados (madeira tratada com pesticidas ou verniz, couro, papel e esterco de animais alimentados em pastagens que receberam herbicidas). A serragem pode ser usada, desde que de madeira não tratada. Além disso, a regulamentação da Lei 10.831/2003 prevê apenas o uso de resíduos de madeira extraída legalmente.

O material que vem de fora da unidade de produção deve ser usado com o máximo cuidado e sempre mediante autorização da certificadora. O uso de material produzido na própria unidade integra suas várias atividades e é o mais recomendável.

A relação C:N da mistura deve ser de aproximadamente 30:1. Na prática, a proporção dos componentes da mistura deve ficar em torno de 70% de material fibroso e 30% de esterco. Uma regra simples é que a quantidade de material fibroso (palha) deve ser 3 vezes maior que a quantidade de esterco.

São comuns as adições de termofosfato, pó de rocha, cinzas, tortas, farinha de ossos, borra de café, dentre outros suplementos. A adição de uma fonte de fósforo favorece a compostagem. Durante o processo ocorre formação de fósforo orgânico, que é uma excelente fonte para as culturas, principalmente em solos ácidos. A cinza é fonte de diversos nutrientes e enriquece o composto, sobretudo em potássio.

A primeira camada deve ser de material fibroso para atenuar a perda de nitrogênio para o solo. Essa camada deve alcançar 30 cm de altura. A segunda camada deve ser de material rico em nitrogênio, com cerca de 10 cm de altura para manter a proporção. O esterco deve ser misturado a essa segunda camada e o material de enriquecimento deve ser colocado sobre ela. A pilha assim formada deve ser umedecida uniformemente. A seqüência de camadas deve ser repetida, sendo a última camada de material fibroso.

Recomenda-se formar pilhas de cerca de 1,2 m de altura com até 1,5m de largura.

Devem ser protegidas de insolação excessiva, do vento e, particularmente, de chuva.

Recomenda-se o uso de local sombreado, bem como, uma cobertura de plástico, folhas de bananeira, palmeiras, sapê, etc., para cobrir a pilha nos primeiros 3 dias da compostagem ou quando houver risco de chuvas fortes.

Após os primeiros 3 dias, a temperatura no interior da pilha deve alcançar 55ºC ou mais. Depois desse período inicial, a pilha deve ser revirada para favorecer a mistura dos componentes e prover as condições aeróbicas. A temperatura deve ser mantida entre 55 e 70ºC por um prazo de pelo menos 15 dias. O perfil de temperatura/tempo de exposição a ser alcançado durante a compostagem, para assegurar desinfestação satisfatória quanto a materiais de origem fecal, é de 1 hora a > 62ºC, 1 dia a > 50ºC ou 1 semana a > 46ºC (Feachem et al., 1983, citados por Dumontet et al., 1999). Na prática, como a temperatura flutua durante o decorrer do dia, recomenda-se que o material atinja temperaturas de 55º por um mínimo de 15 dias e que a pilha seja misturada pelo menos 2 vezes nesse período para garantir a descontaminação de todo o material no que diz respeito a microrganismos potencialmente patogênicos, porventura presentes.

O teor de umidade ideal é de cerca de 60%. Um teste simples pode ser feito para avaliar a umidade da pilha. Apertar fortemente entre os dedos uma amostra, sentindo-a úmida, porém sem que nenhum líquido escorra.

É importante garantir uma adequada aeração de todas as partes da pilha, pois os microrganismos responsáveis pela decomposição necessitam de oxigênio. Quando bem arejada, a decomposição da mistura é mais rápida. As dimensões da pilha são de importância fundamental no processo de compostagem. A pilha não deve ser muito pequena para que não haja perda rápida de umidade, nem deve ser grande demais, pois fica prejudicada a troca de ar. Devem-se misturar resíduos pequenos e grandes para favorecer a aeração e, ao mesmo tempo, conservar o calor. A pilha pode ser montada sobre estrados feitos de troncos e galhos para favorecer a aeração da camada inferior. Pode-se ainda usar tubos ou bambus para criar canais que facilitem a entrada do ar. Mas é a reviragem periódica a melhor prática para garantir a aeração das pilhas, a mistura dos componentes e, mais importante, a exposição uniforme de todo o material às reações de compostagem e às altas temperaturas resultantes.

Durante a compostagem, temperatura e umidade devem ser controladas. A faixa ideal de temperatura é de 55 a 70oC pelo menos durante 15 dias. Verifica-se a temperatura introduzindo um vergalhão de ferro até o centro da pilha por 15 minutos. Retirado o vergalhão, se não for possível tocá-lo, significa que a temperatura está excessivamente elevada. Neste caso, deve-se promover o revolvimento para baixar a temperatura. Se a umidade do substrato for insuficiente, a pilha deser ser também regada. Se a temperatura do vergalhão for suportável ao tato é sinal de que a decomposição transcorre normalmente e se estiver frio, depreende-se que a decomposição está terminada ou que não está se processando.

É importante escolher local adequado para montagem das pilhas. O local deve ter ligeiro declive para favorecer a drenagem, próximo a árvores que promovam sombreamento e proteção contra ventos, bem como de uma fonte de água despoluída.

As pilhas devem ser protegidas contra enxurradas por um sistema de canaletas, que podem ser conectadas a um coletor de chorume, se possível reciclado para a pilha.


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