Arborização
Os principais efeitos ligados à arborização dos cafezais são:
Produção de entrenós mais longos;
Redução do número de folhas, porém aumento da área foliar de cada folha;
Produção de frutos maiores, mais moles e açucarados;
Melhoria do aspecto vegetativo do cafeeiro;
Aumento do número de ramos primários e secundários;
Aumento da capacidade produtiva do cafeeiro;
Obtenção de cafés de bebida mais suave;
Redução na bianualidade de produção;
Menor incidência da seca dos ponteiros e da cercosporiose.
Em regiões quentes e de menor altitude, a arborização é recomendada com base na fisiologia da planta, para reduzir os picos de temperatura e elevar as temperaturas mínimas, criar condições de conservação de umidade do solo, reduzir a evapotranspiração e a ação dos ventos, principal causa de ressecamento.
Do ponto de vista do solo, a arborização proporciona aporte de matéria orgânica, através da queda de folhas, reduz a decomposição das mesmas pela diminuição da temperatura, assim como as perdas de nitrogênio, contribuindo para a melhoria da fertilidade (Muñoz & Alvarado, 1997). Seu efeito sobre a conservação da umidade do solo, associado à incorporação de matéria orgânica, favorece a biologia e a microbiologia do solo.
A presença de árvores atenua o impacto das chuvas sobre o solo, aumenta a capacidade de absorção e infiltração de água, reduzindo o risco de erosão, aspecto importante na conservação dos solos, especialmente em áreas onde o declive é acentuado. Quando as espécies utilizadas são leguminosas, aumenta a fixação biológica do nitrogênio do ar e, conseqüentemente, a disponibilidade deste nutriente para as plantas (Tabela 8.1).
O cafeeiro é capaz de fazer fotossíntese em condições de baixa luminosidade porque apresenta uma baixa irradiância de saturação (de 300 a 600 μmol m-2 s-1;) ou seja, a assimilação total diária é maior à sombra do que a pleno sol
O cafeeiro responde ao sombreamento diminuindo a temperatura foliar e aumentando a área foliar.
A taxa fotossintética é reduzida sob alta intensidade luminosa, em decorrência do aumento da temperatura foliar e da conseqüente elevação da concentração interna de CO2.
Apesar da grande adaptabilidade morfológica e fisiológica do cafeeiro a diferentes intensidades luminosas em áreas de baixa altitude e alta temperatura, pode haver necessidade de sombreamento parcial para aumentar a sustentabilidade e longevidade da cultura. Mesmo submetidas a um sombreamento de até 50% as plantas desempenham funções compensatórias e mantêm um crescimento normal.
Café Conilon sob manejo orgânico em consórcio com feijão guandu (Cajanus cajan) para adubação verde
Café arábica sob manejo orgânico, consorciado com bananeira e Erythrina verna.
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