terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

A produção de soja no Brasil


 

A produção de soja no Brasil

Na Figura 2, observa-se a distribuição espacial da soja no Brasil. Nota-se um importante contraste entre as duas principais regiões produtoras de soja. Na Região Sul prevalecem microrregiões que são formadas por vários municípios com pequena área territorial, onde as sedes estão relativamente

próximas umas às outras. De outra forma, a região Centro-Oeste é formada por microrregiões, cujos municípios possuem áreas significativas e sedes mais distantes umas das outras. Esse aspecto, quando integrado a outros, como, por exemplo, capacidade de armazenagem e eficiência dos modais de transportes, tem reflexos nas cadeias produtivas, impactando em fatores fundamentais para o desenvolvimento regional, como estrutura fundiária, tipos de indústrias (ex. cooperativas agroindustriais, empresas nacionais, organizações transnacionais, etc.), modelo agroindustrial (nível de integração vertical e diversificação dos negócios), logística agropecuária e custos de serviços essenciais (ex. frete agrícola), entre outros.

Não obstante as regiões Sul e Centro-Oeste concentrarem 78,2% da área nacional de soja, na Figura 2 observa-se que a soja também tem ampliado sua fronteira no Norte e no Nordeste do País, sobretudo na região conhecida como MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e no estado do Pará, que em razão das características edafoclimáticas, necessita de tecnologias mais adaptadas à realidade local (Hirakuri et al., 2018).

A produção brasileira de soja apresentou uma taxa geométrica de crescimento anual de 6,2% entre as safras agrícolas 2000/2001 e 2017/2018, o que fez a quantidade colhida mais do que triplicar, saltando de 38,4 milhões para 119,3 milhões de toneladas. Para tanto, dois elementos tiveram grande importância: área e produtividade.

A área nacional apresentou um crescimento significativo no período (4,6% a.a.), passando de 14,0 milhões para 35,1 milhões de hectares (Mha), assim como a produtividade (1,5% a.a.), que na safra 2000/2001 foi de 2.751 kg/ha, saltando para 3.394 kg/ha na safra 2017/2018.

Como consequência do aumento de produtividade e área, o Brasil obteve recordes de produção quase sucessivos (Tabela 1). Isso causou fortes e sustentáveis impactos positivos na balança comercial brasileira, com o complexo agroindustrial da soja liderando as exportações do agronegócio, alcançando US$ 40,7 bilhões no ano de 2018 (Brasil, 2019).

Figura 2. Distribuição espacial da soja no Brasil – safra 2016/2017.Fonte: IBGE [2018].

A soja representou 52,4% da produção total de grãos do País na safra 2017/2018. Conforme destacado, o cultivo da soja está concentrado nas regiões Sul e Centro-Oeste, que possuem os cinco estados maiores produtores nacionais da cultura, Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso do Sul.

Embora os incrementos de área e produção nas regiões Centro-Oeste e Sul sejam os mais significativos em valores absolutos, no período indicado na Tabela 1, quando se considera as taxas de crescimento, verifica-se um avanço significativo de área e produção nas regiões Norte (16,4% e 17,5% a.a.) e Nordeste (7,1% e 8,8% a.a.). Isso ocorreu, sobretudo, em função do crescimento da sojicultura na Região do MATOPIBA e no Pará, que possuem áreas significativas com condições favoráveis à expansão da fronteira agrícola, notadamente em áreas de pastagens degradadas (Hirakuri et al., 2018). Além disso, ressalta-se que essas regiões também tiveram evolução destacada na produtividade, que já são similares aos valores alcançados por grandes produtores nacionais, tais como o Mato Grosso, em condições edafoclimáticas favoráveis.




quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Cultivo de Soja no Cerrado


A soja é a mais importante oleaginosa cultivada no mundo. Da produção mundial das principais oleaginosas, a participação da soja corresponde a mais de 50%. Contudo, embora o óleo seja um importante produto, os principais responsáveis pelo crescimento da produção de soja têm sido os seus farelos proteicos, dada sua relação direta com a produção e o consumo de carnes. Os farelos proteicos são o produto mais barato por unidade de proteína, haja vista, sua participação na dieta alimentar animal, principalmente, de suínos e aves.

A produção mundial de soja foi de 336,7 milhões de toneladas em 2018. O Brasil aparece como o segundo maior produtor, com 34,8% desse total, com produtividade média da ordem de 3.333 kg/ha.

Os estados brasileiros com maior produção em 2018 foram Mato Grosso, com 31,88 milhões de toneladas, Paraná, com 19,07 milhões de toneladas, e Rio Grande do Sul, com 16,96 milhões de toneladas. O estado de Roraima aparece na relação dos produtores de grãos como área de fronteira agrícola onde a soja é plantio recente. Em 2018 foram plantados 38.200 hectares, com produtividade média estimada de 3.077 kg/ha e estimativa de crescimento tanto da área plantada como em produtividade. Estima-se que, em 2019, haja crescimento, tanto na área plantada como na produtividade de pelo menos 10%.

Para o cultivo da soja tem importância ímpar na incorporação das áreas de cerrado ao processo produtivo. Os solos pobres do ecossistema, melhorados pela correção do solo e pela fixação de nitrogênio realizada pela leguminosa, possibilitam o desenvolvimento de cultivos subsequentes como os de milho, arroz, algodão, bem como a integração lavoura-pecuária e integração lavoura-pecuária-floresta. A maior oferta de insumos agrícolas, devida ao cultivo da soja, deve viabilizar outros segmentos produtivos, como a fruticultura, a piscicultura, a pecuária bovina e a criação de pequenos e médios animais.

Esta publicação apresenta os conhecimentos e as tecnologias necessários para o desenvolvimento da cultura da soja no cerrado, cabendo aos técnicos e produtores fazerem os ajustes e adaptações necessárias a cada ambiente ou sistema de produção em que forem aplicados.

Os preços internacionais dos produtos do complexo agroindustrial da soja

A partir da década de 2000, o crescimento econômico significativo e acelerado de grande parte dos países emergentes elevou o poder de compra da população. Com o incremento sustentado de renda, criou-se condições amplamente favoráveis para o evento mais impactante do cenário agrícola mundial, que foi o aumento contínuo na demanda por alimentos, especialmente por proteína animal. Foi nesse âmbito que as variáveis de oferta e demanda se tornaram os drivers do preço da soja na CBOT (Chicago Board of Trade), que é uma bolsa de mercadorias, referência no comércio mundial de soja e derivados.

A Figura 1 ilustra as séries históricas mensais (jan/1998 a dez/2018) dos preços de produtos do complexo agroindustrial da soja (grão, farelo e óleo), fixados na CBOT. A partir da referida figura, as seguintes inferências podem ser feitas sobre o comportamento desses preços:

• Com as variáveis de oferta e demanda assumindo o papel de driver do mercado, os preços estabelecidos se tornaram bastante voláteis, o que pode ser verificado pelos coeficientes de variação dos produtos, que ficaram entre 36,12% e 38,46%.

• Durante o período, vê-se que os preços da soja em grão seguiram uma trajetória ascendente até o ano de 2014, estimulados, sobretudo, pelo desequilíbrio na balança oferta/demanda. Esse desequilíbrio foi ocasionado por quebras na safra da oleaginosa devido a eventos climáticos, notadamente entre os anos agrícolas 2007/2008 e 2013/2014.

• Entre as safras 2014/2015 e 2017/2018, as condições climáticas foram favoráveis para grande parte dos principais países produtores de soja, sobretudo Estados Unidos e Brasil, propiciando produções mundiais substanciais.

Nesse cenário, os preços da soja em grão recuaram significativamente em 2015, mantendo relativa estabilidade até dezembro de 2018 (Figura 1a).

Entretanto, em um patamar superior ao período de 1998 a 2006.

• Não obstante as variáveis de oferta e demanda constituírem o driver do mercado atual de grãos e oleaginosas, outras variáveis podem causar interferências no fluxo de valor das cotações. Por exemplo, movimentos estratégicos podem influir no mercado, como a realização de lucros, em que investidores realizam vendas em um momento de valorização para obter ganhos financeiros.

• Embora o farelo seja o principal produto derivado da soja e o que mais contribui para a liquidez da commodity, os novos mercados do óleo (ex. biodiesel) tornaram esse produto mais competitivo, podendo causar oscilações em suas cotações no mercado internacional e interno.







terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Importância do Cultivo da Ervilha

 

O provável centro de origem da ervilha ( Pisum sativum L.) é o Oriente Médio com sua distribuição natural alcançando o nordeste da India e Afeganistão. A Etiópia e tida também como centro de origem secundário. A cultura e bem significativa para a historia, existindo vários relatos de ervilha na Biblia, alem de ter sido de grande importância para pesquisas de Gregor Mendel, criador da genetica moderna. Atualmente, as ervilhas continuam tendo enorme importância, principalmente na nutricao humana, por ser um excelente alimento, contendo em sua composição elevados teores de proteínas, vitaminas do complexo B (tiamina, riboflavina e niacina), minerais (ferro, calcio, potassio e fosforo), alem dos carotenoides luteina, β-caroteno e violaxantina.

O teor do aminoácido lisina faz com que seja, em termos nutricionais, um bom complemento dos cereais.

Apresenta ainda uma maior digestibilidade (90%) quando comparada ao feijão (73%). A India e o maior produtor mundial, com um volume anual com cerca de 35% da produção, seguida da China, com cerca de 23%.

Esses dois países atingem produtividades de ate 9 t/ha. A Uniao Europeia (U.E.) e responsável por aproximadamente 16% e os E.U.A. por cerca de 10% da producao mundial. Na U.E., a Franca e o maior produtor, com cerca de 5% do total mundial. As maiores produtividades desta cultura são obtidas na Belgica, Paises Baixos e Franca (14 t/ha -18 t/ha).

No Brasil, a ervilha e consumida principalmente na forma de grãos secos reidratados e enlatados ou como ervilha partida (dry pea); como ervilha verde / fresca (green pea ou garden pea ) debulhada, enlatada ou congelada; como ervilha de vagem comestível (sugar pea) achatada (snow pea) ou arredondada (snap pea) . Existe ainda a ervilha forrageira que e destinada ao consumo animal (gado leiteiro principalmente) ou utilizada como adubo verde (ou cobertura do solo). Ate a decada de 1980, quase toda a ervilha consumida no Brasil era importada acarretando uma evasão anual de divisas na ordem de sete milhões de dólares. Atualmente, toda a demanda poderia ser atendida pela producao nacional, gracas as pesquisas realizadas pela Embrapa Hortaliças, juntamente com as empresas de pesquisa e extensão rural dos Estados de Minas Gerais e Mato Grosso do Sul e as industrias de processamento, através do desenvolvimento de cultivares adaptadas e técnicas de cultivo.


A produção de ervilha (seca ou verde) destinada a industria tem sido realizada na forma de contrato entre o produtor e a empresa, onde sao estabelecidos a area a ser cultivada, a epoca de plantio, a cultivar, os insumos e as demais atribuições relacionadas a produção, entrega e preço do produto.

A partir da decada de 1990, as agroindústrias passaram a importar grãos de ervilha novamente, e dependendo da taxa cambial, este produto e produzido aqui no pais ou e importado.

Dados mostram que a importação de ervilha tem sido relativamente alta nos últimos anos, chegando em 2015 ao volume importado de 41 mil toneladas, representando um valor de 23 milhoes de dolares (Figura 1).

Em 2010, a area cultivada com ervilhas no Brasil foi de, aproximadamente, 2.575 ha, com producao de 5.963 toneladas. Apesar da expansao da producao de ervilha no pais nos últimos anos, a participação do Brasil no mercado mundial de ervilhas ainda e inexpressiva, apresentando consideráveis oscilações em termos de area cultivada e de produção ao longo dos anos. Assim, e de extrema importância a melhoria de tecnologia de produção e ou incentivos que favoreçam o aumento dessa produção no pais. As informacoes que seguem visam apresentar aspectos importantes relacionados a produção de ervilha nas condições tropicais do Brasil.


quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Arborização no Cafezal Orgânico

 

Arborização

Os principais efeitos ligados à arborização dos cafezais são:

􀂃 Produção de entrenós mais longos;

􀂃 Redução do número de folhas, porém aumento da área foliar de cada folha;

􀂃 Produção de frutos maiores, mais moles e açucarados;

􀂃 Melhoria do aspecto vegetativo do cafeeiro;

􀂃 Aumento do número de ramos primários e secundários;

􀂃 Aumento da capacidade produtiva do cafeeiro;

􀂃 Obtenção de cafés de bebida mais suave;

􀂃 Redução na bianualidade de produção;

􀂃 Menor incidência da seca dos ponteiros e da cercosporiose.

Em regiões quentes e de menor altitude, a arborização é recomendada com base na fisiologia da planta, para reduzir os picos de temperatura e elevar as temperaturas mínimas, criar condições de conservação de umidade do solo, reduzir a evapotranspiração e a ação dos ventos, principal causa de ressecamento.

Do ponto de vista do solo, a arborização proporciona aporte de matéria orgânica, através da queda de folhas, reduz a decomposição das mesmas pela diminuição da temperatura, assim como as perdas de nitrogênio, contribuindo para a melhoria da fertilidade (Muñoz & Alvarado, 1997). Seu efeito sobre a conservação da umidade do solo, associado à incorporação de matéria orgânica, favorece a biologia e a microbiologia do solo.

A presença de árvores atenua o impacto das chuvas sobre o solo, aumenta a capacidade de absorção e infiltração de água, reduzindo o risco de erosão, aspecto importante na conservação dos solos, especialmente em áreas onde o declive é acentuado. Quando as espécies utilizadas são leguminosas, aumenta a fixação biológica do nitrogênio do ar e, conseqüentemente, a disponibilidade deste nutriente para as plantas (Tabela 8.1).

O cafeeiro é capaz de fazer fotossíntese em condições de baixa luminosidade porque apresenta uma baixa irradiância de saturação (de 300 a 600 μmol m-2 s-1;) ou seja, a assimilação total diária é maior à sombra do que a pleno sol

O cafeeiro responde ao sombreamento diminuindo a temperatura foliar e aumentando a área foliar.

A taxa fotossintética é reduzida sob alta intensidade luminosa, em decorrência do aumento da temperatura foliar e da conseqüente elevação da concentração interna de CO2. 

Apesar da grande adaptabilidade morfológica e fisiológica do cafeeiro a diferentes intensidades luminosas em áreas de baixa altitude e alta temperatura, pode haver necessidade de sombreamento parcial para aumentar a sustentabilidade e longevidade da cultura. Mesmo submetidas a um sombreamento de até 50% as plantas desempenham funções compensatórias e mantêm um crescimento normal.

Café Conilon sob manejo orgânico em consórcio com feijão guandu (Cajanus cajan) para adubação verde 

Café arábica sob manejo orgânico, consorciado com bananeira e Erythrina verna. 



segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Como Fazer o Biofertilizante Vairo

 

Biofertilizante Vairo

No preparo do biofertilizante tipo Vairo, deve-se usar esterco de vacas o que possibilita um efluente de melhor qualidade, pois os animais recebem dieta balanceada que contém uma variedade de microrganismos, o que acelera a fermentação. Para o respectivo preparo, o esterco fresco, complementado ou não com urina, deve ser misturado em volume igual de água não clorada, sendo a mistura colocada em biodigestor hermeticamente selado. Podem ser empregadas bombonas plásticas, tomando-se o cuidado de manter o nível da mistura a um mínimo de 10 cm abaixo da tampa, onde se adapta um sistema de válvula hidraúlica de pressão ou uma mangueira plástica fina, cuja extremidade é mergulhada em recipiente com água, para permitir a saída do gás metano produzido na fermentação, assim mantendo a condição de anaerobiose.

O final do processo, que dura de 30 a 40 dias, coincide com a cessação do borbulhamento observado no recipiente d'água. Nessa ocasião, a solução deverá ter atingido pH próximo a 7,0. Para separação da parte ainda sólida do produto, utiliza-se peneiramento e coagem.

Os biofertilizantes podem ser feitos com qualquer tipo de matéria orgânica fresca. Na maioria das vezes se utiliza estercos, mas também é possível usar somente restos vegetais. 

O biofertilizante Vairo é produzido a partir da fermentação de esterco bovino fresco. Seu uso se dá no tratamento de sementes, na produção de mudas e em aplicações em todas as culturas. 

Esse biofertilizante sofre uma fermentação na ausência de oxigênio (anaeróbica).

Ingredientes: 

- Metade de água; 

- Metade de esterco; 

- Vasilhame para fermentação do biofertilizante; 

- Mangueira; 

- Garrafa PET de 2 litros. 

 Como preparar o biofertilizante Vairo: 

1º passo: 

- Colocar no vasilhame uma medida de esterco fresco mais a outra medida de água (pura e sem cloro), deixando 20% do total do vasilhame sem preenchimento com ingredientes. O recipiente deve possuir uma tampa que proporcione uma boa vedação; 

- Fazer uma abertura no centro da tampa do reservatório, do tamanho que possa passar uma mangueira; 

- Após isso, introduzir uma mangueira que passe pelo buraco com o comprimento adequado. Uma ponta ficará localizada entre os 20% que estão sem água no reservatório e a outra dentro da garrafa pet com água. 



2º passo: 

- Deixar fermentar por 30 a 40 dias. 

-Teremos um sinal de que o biofertilizante estará pronto quando parar o borbulhamento observado na garrafa PET. 

3º passo: 

- Coar o biofertilizante Vairo e usá-lo de acordo à tabela de aplicação do Biofertilizante Vairo. 

 Importante! 

O biofertilizante deve ser usado logo após o preparo ou até a primeira semana para que tenha maior eficiência. 

A parte sólida poderá ser usada como adubo de berço para plantio de mudas (cova) ou na formação de compostagem. 

Produtores orgânicos devem consultar a OCS ou OAC para autorização do uso de biofertilizantes, principalmente quanto à aplicação em partes comestíveis das plantas. 

O uso de biofertilizante é permitido desde que ele esteja fermentado e bioestabilizado (curado).



quinta-feira, 7 de outubro de 2021

Como Preparar o Biofertilizante Agrobio

 

Biofertilizante Agrobio

Para a produção de 500 litros do Agrobio são necessários:

􀂃 200 litros de água,

􀂃 100 litros de esterco fresco bovino,

􀂃 20 litros de leite de vaca ou soro de leite

􀂃 3 kg de melaço.

Misturar bem e deixar fermentar por uma semana em um bombona ou caixa d'água de plástico com tampa, com capacidade de 500 litros (ver figura abaixo).

A esse caldo nutritivo, nas sete semanas subseqüentes, são acrescentados, semanalmente, e em sequência, os seguintes ingredientes previamente dissolvidos em água:

􀂃 430 g de bórax ou ácido bórico,

􀂃 570 g de cinzas de lenha,

􀂃 850 g de cloreto de cálcio,

􀂃 43 g de sulfato ferroso,

􀂃 60 g de farinha de ossos,

􀂃 60 g de farinha de carne,

􀂃 143 g de termofosfato silício-magnesiano,

􀂃 1,5 kg de melaço,

􀂃 30 g de molibdato de sódio,

􀂃 30 g de sulfato de cobalto,

􀂃 43 g de sulfato de cobre,

􀂃 86 g de sulfato de manganês,

􀂃 143 g de sulfato de magnésio,

􀂃 57 g de sulfato de zinco,

􀂃 29 g de torta de mamona

􀂃 30 gotas de solução de iodo a 1%.

Nas quatro últimas semanas, são adicionados 500 ml de urina de vaca. A calda deve ser bem misturada duas vezes por dia.

Após oito semanas o volume deve ser completado para 500 litros e coado.

O Agrobio pronto apresenta cor escura e odor característico de produto fermentado e pH na faixa de 5 a 6.

A análise química do biofertilizante forneceu os seguintes resultados: 34,69 g/l de matéria orgânica; 0,8% de carbono; 631 mg/l de N; 170 mg/l de P; 1,2 g/l de K; 1,59 g/l de Ca e 480 mg/l de Mg, além de traços dos micronutrientes essenciais às plantas.

Testes microbiológicos não detectaram coliformes fecais, bactérias potencialmente patogênicas em produtos preparado conforme as recomendações.

Produção do biofertilizante líquido Agrobio. a) caixa d'água com tampa; b) bancada de concreto; c) registro de 2 polegadas; d) balde com tela para coagem; e) pá.

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Biofertilizante Supermagro para Cafeicultura Orgânica


Biofertilizante Supermagro

No preparo do Supermagro deve-se primeiramente preparar as misturas minerais:

Mistura número 1: 2 kg de sulfato de zinco + 300g de sulfato de manganês + 300g de sulfato de ferro + 300g de sulfato de cobre.

Mistura número 2: 2 kg de cloreto de cálcio + 1 kg de ácido bórico.

Mistura número 3: 2 kg de sulfato de magnésio + 50g de sulfato de cobalto.

Mistura número 4: 100g de molibdato de sódio (este sal não pode ser misturado com nenhum outro mineral, devendo ser acrescentado na última etapa de preparo do biofertilizante).

O preparo final do biofertilizante Supermagro é simples, basta seguir as etapas descritas a seguir:

Ingredientes básicos e misturas de sais minerais necessários para preparar 250 litros do biofertilizantes Supermagro.

Existe uma formulação de Supermagro adaptada para a cultura do café que é a seguinte (Pedini, 2000):

Para 200 litros de biofertilizante, misturar 40 kg de esterco verde com 6,0 kg de mato fresco e vigoroso. Adicionar a cada cinco dias 1,0 kg de uma mistura de micronutrientes, mais 50g de sulfato de cobre, 1,0 litro de leite; 1,0 litro de melaço (ou 0,5 kg de açúcar), 100 ml de EM-4 ou 2 copos de leite fermentado contendo lactobacilos, 0,5 kg de calcário e 0,5 litro de sangue ou 200g de farinha de ossos ou 0,5 kg de restos de peixe. Deixar fermentando por 30 dias antes de coar e usar.


O biofertilizante supermagro é um fertilizante usado em sistemas orgânicos e obtido da mistura de materiais orgânicos e minerais com água. Seu uso é por via foliar e complementar aos adubos aplicados no solo tais como esterco ecomposto. O experimento foi instalado em uma lavoura implantada em abril de1998, sobre um Latossolo Vermelho Amarelo e conduzida em sistema orgânico a partir de janeiro de 1999, na Fazenda Experimental de Venda Nova (750 m de altitude). Utilizou-se a variedade Catuaí Vermelho-81 plantada no espaçamento de 2,0 m x 1,0 m. Adotou-se o delineamento em blocos casualizados com parcelas divididas, com quatro repetições e seis plantas úteis por subparcela. Nas parcelas aplicou-se o biofertilizante supermagro em intervalos de 60 dias, a partir da 1a semana de janeiro de 1999, nas concentrações de 0,0%, 1,5%, 3,0%, 6,0%, 12,0%, 24,0% e 48,0%. Nas subparcelas adubou-se com 7,50 e 3,75 t ha-1 de composto orgânico dividido em duas aplicações nos meses de fevereiro e novembro. Avaliou-se a altura de plantas, o diâmetro do colo, o número de ramos e o diâmetro da saia em 03/08/1999 e 30/12/1999. Não houve efeito do supermagro sobre o crescimento inicial do cafeeiro. Houve efeito do composto sobre o cafeeiro apenas no diâmetro da saia, com crescimento 4,5% maior na dose de 3,75 t ha-1 em relação a 7,5 t ha-1. 

Até o 12º mês após o início dos tratamentos não se observou efeito do supermagro sobre a altura, o diâmetro do colo, o número de ramos e o diâmetro da saia (Tabela 1). Tais confirmam as observações de Lohmann et al. (1998), Souza (2001) e Maia (2002) que não observaram efeito do supermagro em milho, pimentão e alface, respectivamente. Porém, Araújo (2004) observou efeito positivo do supermagro, nas concentrações entre 14% e 16%, aplicado mensalmente, no crescimento de cafeeiros até o sexto mês após o transplantio em vasos. Certamente, o cultivo em vasos e em ambiente protegido (casa de vegetação), constituiu um diferencial que permitiu resultados positivos do supermagro e que não se repetiram a campo no presente trabalho.

Em relação ao composto, houve efeito sobre o diâmetro da saia no 12º mês com a dose de 7,5 t ha-1 4,5% superior a 15,0 t ha-1 (Tabela 2). Os resultados indicam que a dose de 3,75 t ha-1, correspondente a 0,75 kg/planta à base de massa seca, foi suficiente para a nutrição do cafeeiro em formação, em relação à dose de 7,5 t ha-1. Possivelmente, a dose de composto de 0,75 kg/planta, correspondente a 12 g/planta de N, permitiu a nutrição adequada dos cafeeiros pois, a quantidade fornecida é intermediária entre 9 e 15 g/planta recomendada por Guimarães et al. (1999) 



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