terça-feira, 7 de setembro de 2021

Anexo 1,2,3,4, (mudas,solarizador,relação cn,compostagem) no Café Orgânico

 

Anexo 1- Viveiro de mudas

As dimensões a serem adotadas para um viveiro de 1000 mudas (10 m2) são as seguintes (Guimarães et al., 1989):

􀂃 Espaçamento entre esteios: 3,20-3,60m x 3,20-3,60m;

􀂃 Largura dos canteiros: 1,00 a 1,20m;

􀂃 Largura do corredor central para entrada de veículos: 3,50m;

􀂃 Comprimento dos canteiros: 10 a 20m;

􀂃 Espaçamento entre canteiros: 0,40 a 0,60m;

􀂃 Altura (pé-direito) para cobertura alta: 2,00m;

􀂃 Altura (pé-direito) para cobertura baixa: 0,70 a 1,00m;

􀂃 Área total: área útil + 60%.

Um telado de baixo custo foi desenvolvido pela PESAGRO-RIO, usando o mesmo princípio das barracas de acampamento (M.A. de A. Leal, comunicação pessoal).

Anexo 2 – Modelo de solarizador (PESAGRO-RIO, EES)

O solarizador é uma alternativa barata e eficiente para a eliminação de patógenos (organismos causadores de doenças) em substratos para produção de mudas. São equipamentos simples que concentram o calor da luz do sol e o transmite para o substrato a ser tratado, promovendo o aquecimento e eliminação de patógenos.

A PESAGRO RIO desenvolveu um modelo de solarizador mostrado abaixo, que concilia baixo custo e alta eficiência (M.A.de A.Leal, comunicação pessoal), simples de ser construído. Utiliza material facilmente encontrado no comércio, sendo de fácil descarga, resistente e durável.

Solarizador de substrato modelo desenvolvido pela PESAGRO-RIO.

Anexo 3 - Relações C:N de diferentes resíduos

Relações C:N de diferentes resíduos viáveis para compostagem ou cobertura do solo (valores médios).

Material C:N Material C:N

Esterco bovino 18/1 Crotalaria juncea 26/1 Esterco de aves 10/1 Capim colonião 27/1

Esterco de suíno 19/1 Capim jaraguá 64/1 Esterco de ovinos 15/1 Capim-limão (cidreira) 62/1

Esterco de equinos 18/1 Capim pé-de-galinha 41/1 Cama de aviário 14:1 Capim mimoso 79/1

Laranja: bagaço 18/1 Capim guiné 33/1 Mandioca: folhas 12/1 Capim gordura 81/1

Mandioca: hastes 40/1 Banana: talos de cachos 61/1 Café: borra 25/1 Banana: folhas 19/1

Café: palha 31/1 Trigo: cascas 56/1 Café: casca 53:1 Cana-de-açúcar: bagaço 22/1

Arroz: casca e palha 39/1 Trigo: palhas 70/1 Serragem de madeira 865/1 Mandioca: folhas 12/1

Sangue seco 4/1 Mandioca: ramas 40/1 Algodão: casca de sementes 78/1 Mandioca: cascas de raízes 96/1

Cápsulas de mamona 44/1 Aveia: cascas 63/1 Milho: palha 112/1 Aveia: palhas 72/1

Milho: sabugos 101/1 Abacaxi: fibras 44/1 Feijão: palha 32/1 Eucalipto: resíduos 15/1

Grama batatais 36/1 Torta de mamona 10/1 Grama seda 31/1 Torta de cacau 11/1

Mucuna preta: sementes 14/1 Torta de coco 12/1 Feijão guandu 29/1 Torta de babaçu 14/1

Feijão-de-porco: folhas 19/1 Serrapilheira 17/1 Feijão-de-porco: vagens 49/1 Samambaia 109/1

Fonte: Parte dos dados desta tabela foram extraídos de Kiehl (1985).

Anexo 4 - Compostagem:

A compostagem é um processo biológico onde ocorre a desintegração dos resíduos como conseqüência da decomposição aeróbica. Os resíduos são decompostos nas suas unidades mais simples, metabolizados pelos microrganismos (bactérias, fungos e actinomicetos), transformando-se em biomassa microbiana. Há grande desprendimento de CO2 e vapor d’água, sendo grande parte da energia decorrente da atividade dos microrganismos liberada na forma de calor.

O material para compostagem pode incluir diversos resíduos vegetais (palha, cascas, podas e aparas, etc.) e também alguns resíduos de origem animal (restos de abatedouro, escamas de peixe, etc.) misturados ao esterco oriundo das criações.

Quase todo material de origem animal ou vegetal pode entrar na produção do composto. Contudo, existem alguns subprodutos que não devem ser usados (madeira tratada com pesticidas ou verniz, couro, papel e esterco de animais alimentados em pastagens que receberam herbicidas). A serragem pode ser usada, desde que de madeira não tratada. Além disso, a regulamentação da Lei 10.831/2003 prevê apenas o uso de resíduos de madeira extraída legalmente.

O material que vem de fora da unidade de produção deve ser usado com o máximo cuidado e sempre mediante autorização da certificadora. O uso de material produzido na própria unidade integra suas várias atividades e é o mais recomendável.

A relação C:N da mistura deve ser de aproximadamente 30:1. Na prática, a proporção dos componentes da mistura deve ficar em torno de 70% de material fibroso e 30% de esterco. Uma regra simples é que a quantidade de material fibroso (palha) deve ser 3 vezes maior que a quantidade de esterco.

São comuns as adições de termofosfato, pó de rocha, cinzas, tortas, farinha de ossos, borra de café, dentre outros suplementos. A adição de uma fonte de fósforo favorece a compostagem. Durante o processo ocorre formação de fósforo orgânico, que é uma excelente fonte para as culturas, principalmente em solos ácidos. A cinza é fonte de diversos nutrientes e enriquece o composto, sobretudo em potássio.

A primeira camada deve ser de material fibroso para atenuar a perda de nitrogênio para o solo. Essa camada deve alcançar 30 cm de altura. A segunda camada deve ser de material rico em nitrogênio, com cerca de 10 cm de altura para manter a proporção. O esterco deve ser misturado a essa segunda camada e o material de enriquecimento deve ser colocado sobre ela. A pilha assim formada deve ser umedecida uniformemente. A seqüência de camadas deve ser repetida, sendo a última camada de material fibroso.

Recomenda-se formar pilhas de cerca de 1,2 m de altura com até 1,5m de largura.

Devem ser protegidas de insolação excessiva, do vento e, particularmente, de chuva.

Recomenda-se o uso de local sombreado, bem como, uma cobertura de plástico, folhas de bananeira, palmeiras, sapê, etc., para cobrir a pilha nos primeiros 3 dias da compostagem ou quando houver risco de chuvas fortes.

Após os primeiros 3 dias, a temperatura no interior da pilha deve alcançar 55ºC ou mais. Depois desse período inicial, a pilha deve ser revirada para favorecer a mistura dos componentes e prover as condições aeróbicas. A temperatura deve ser mantida entre 55 e 70ºC por um prazo de pelo menos 15 dias. O perfil de temperatura/tempo de exposição a ser alcançado durante a compostagem, para assegurar desinfestação satisfatória quanto a materiais de origem fecal, é de 1 hora a > 62ºC, 1 dia a > 50ºC ou 1 semana a > 46ºC (Feachem et al., 1983, citados por Dumontet et al., 1999). Na prática, como a temperatura flutua durante o decorrer do dia, recomenda-se que o material atinja temperaturas de 55º por um mínimo de 15 dias e que a pilha seja misturada pelo menos 2 vezes nesse período para garantir a descontaminação de todo o material no que diz respeito a microrganismos potencialmente patogênicos, porventura presentes.

O teor de umidade ideal é de cerca de 60%. Um teste simples pode ser feito para avaliar a umidade da pilha. Apertar fortemente entre os dedos uma amostra, sentindo-a úmida, porém sem que nenhum líquido escorra.

É importante garantir uma adequada aeração de todas as partes da pilha, pois os microrganismos responsáveis pela decomposição necessitam de oxigênio. Quando bem arejada, a decomposição da mistura é mais rápida. As dimensões da pilha são de importância fundamental no processo de compostagem. A pilha não deve ser muito pequena para que não haja perda rápida de umidade, nem deve ser grande demais, pois fica prejudicada a troca de ar. Devem-se misturar resíduos pequenos e grandes para favorecer a aeração e, ao mesmo tempo, conservar o calor. A pilha pode ser montada sobre estrados feitos de troncos e galhos para favorecer a aeração da camada inferior. Pode-se ainda usar tubos ou bambus para criar canais que facilitem a entrada do ar. Mas é a reviragem periódica a melhor prática para garantir a aeração das pilhas, a mistura dos componentes e, mais importante, a exposição uniforme de todo o material às reações de compostagem e às altas temperaturas resultantes.

Durante a compostagem, temperatura e umidade devem ser controladas. A faixa ideal de temperatura é de 55 a 70oC pelo menos durante 15 dias. Verifica-se a temperatura introduzindo um vergalhão de ferro até o centro da pilha por 15 minutos. Retirado o vergalhão, se não for possível tocá-lo, significa que a temperatura está excessivamente elevada. Neste caso, deve-se promover o revolvimento para baixar a temperatura. Se a umidade do substrato for insuficiente, a pilha deser ser também regada. Se a temperatura do vergalhão for suportável ao tato é sinal de que a decomposição transcorre normalmente e se estiver frio, depreende-se que a decomposição está terminada ou que não está se processando.

É importante escolher local adequado para montagem das pilhas. O local deve ter ligeiro declive para favorecer a drenagem, próximo a árvores que promovam sombreamento e proteção contra ventos, bem como de uma fonte de água despoluída.

As pilhas devem ser protegidas contra enxurradas por um sistema de canaletas, que podem ser conectadas a um coletor de chorume, se possível reciclado para a pilha.


quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Certificação e comercialização de café orgânico


 

A certificação é o processo de verificação da conformidade da produção com normas e padrões técnicos pré-estabelecidos, sejam eles privados ou baseados nas legislações dos países (Neves, 2004). No Brasil, a Lei 10.831/2003 estabelece que o processo pode ser efetivado através de certificações por auditoria (inspeções de um técnico capacitado que verifica se a unidade de produção pode ou não ser considerada orgânica) ou através da certificação participativa, em que essa avaliação é procedida pelos atores da cadeia. Na certificação do café, não só as lavouras são inspecionadas, mas também todo o processo de beneficiamento (torrefadoras, embaladoras, etc).

A certificação do produto orgânico garante sua origem e qualidade. Para o agricultor, a certificação enquadra o produto num segmento diferenciado, através da rotulagem, que o valoriza e o protege de eventual fraude que possa vir a ser praticada no mercado. O mesmo se aplica aos processadores e distribuidores. Finalmente, a certificação dá suporte à rastreabilidade do produto, possibilitando que qualquer tentativa de burla ao processo seja identificada e que providências sejam tomadas a tempo de proteger o consumidor final e o próprio sistema.

Um outro modelo de certificação que vem surgindo com bastante força é o do fair trade (comércio justo), que trata de aspectos éticos ligados à comercialização. Tem como característica a preocupação, por parte dos consumidores, não só com a qualidade e o valor biológico dos produtos, mas também quanto às questões de cunho social e ecológico. Em diversos países, organizações não-governamentais emitem selos de certificação para o comércio justo, o que estabelece um caráter fiscalizador, garantindo a distribuição igualitária de lucros, a transparência nos processos comerciais e o monitoramento social das cadeias produtivas. As normas de produção de café fair trade podem ser obtidas na FLO (Fair Trade Label Organization, www.fairtrade.net) que é uma das certificadoras mais importantes do segmento.

O café orgânico é um produto diferenciado, de maior valor agregado cujo mercado tem crescido e se fortalecido ao longo dos anos (Caixeta, 2000).



segunda-feira, 19 de julho de 2021

Beneficiamento, Armazenamento e Transporte do Café Orgânico

 

Beneficiamento

De acordo com o Manual de Segurança e Qualidade para a Cultura do Café (2004), o beneficiamento é uma operação pós-colheita que transforma, pela eliminação das cascas e separação dos grãos, o fruto seco (coco ou pergaminho) em grãos de café que passa a ser a denominação de café beneficiado ou café verde. A operação de beneficiamento deve ser realizada o mais próximo possível da época de comercialização, para que o produto possa manter suas características originais.

Dependendo das condições em que o café foi secado ou mesmo em virtude das mudanças que podem ocorrer durante o armazenamento, é conveniente passar o produto, com bastante cuidado, por secador de tulha aerados, para que haja homogeneização do teor de umidade para um valor ideal para o beneficiamento. Caso se use um secador a alta temperatura para solucionar um problema de umidade alta, deve-se ter o cuidado de não beneficiar o produto quente. O resfriamento natural evita a incidência de grãos quebrados.

Uma unidade de beneficiamento deve sempre possuir, dentre vários outros equipamentos necessários, um conjunto de peneiras com diferentes tipos de furos, com a finalidade de separar o café das impurezas (graúdas e miúdas) e um catador equipado com sistema magnético que retém materiais metálicos, além de pedras.

Esses equipamentos são importantes para garantia da segurança do produto para o consumidor final.

A maioria dos pequenos cafeicultores, sem condições de investimentos em máquinas próprias ou sem a disponibilidade do serviço de cooperativas, usa geralmente, o serviço de beneficiadoras.

Uma unidade de beneficiamento deve sempre possuir, dentre vários outros equipamentos necessários, um conjunto de peneiras com diferentes tipos de furos, com a finalidade de separar o café das impurezas (graúdas e miúdas) e um catador equipado com sistema magnético que retém materiais metálicos, além de pedras.

Esses equipamentos são importantes para garantia da segurança do produto para o consumidor final.

A maioria dos pequenos cafeicultores, sem condições de investimentos em máquinas próprias ou sem a disponibilidade do serviço de cooperativas, usa geralmente, o serviço de beneficiadoras.

Aspectos ecológicos no processamento do café

Manejo das águas usadas

Muita água é usada nas atividades de lavagem e descascamento de frutos, principalmente se o beneficiamento for feito por via úmida. Na produção orgânica do café, os cuidados com o tratamento das águas usadas não devem ser negligenciados.

A água de lavagem é rica em material orgânico e inorgânico e não deve de modo algum ser lançada diretamente nos cursos de água. O tratamento preliminar das águas usadas inclui a coagem para reter os material sólido e sedimentação do material em suspensão em tanques de decantação. Chagas et al. (2002) recomendam como alternativa de tratamento das águas, após a coagem em grade de malha de tamanho adequado, ou mesmo após a sedimentação, a deposição sobre o solo, por ser de baixo custo. As formas de deposição podem ser a infiltração, a fertirrigação ou o escoamento superficial. A técnica de escoamento superficial requer um terreno inclinado e cultivado com vegetação rasteira densa, em geral gramínea. A água escoa pelo terreno lentamente. Parte da água se infiltra e parte evaporada, sendo o material orgânico usada pelas plantas e microrganismos. Na parte de baixo da rampa, a água restante é coletada em canais e direcionada para a lavoura.

Chagas e colaboradores enfatizam que essa técnica, além do baixo custo permite o tratamento de grandes volumes em uma área relativamente pequena e o aproveitamento do potencial fertilizante dos resíduos. A cobertura vegetal produzida pode ser usada como adubo verde. O solo da rampa deve ser continuamente cultivado para não correr o risco de salinização.

Armazenamento e Transporte

Consiste em estocar o café em coco ou pergaminho, após a secagem e antes do beneficiamento. São utilizadas tulhas para o acondicionamento do café a granel e para o café beneficiado são utilizadas sacas de aniagem.

Um fator que precisa ser monitorado durante o armazenamento é a atividade de água (Aw) que consiste na água presente no interior dos grãos. Outro fator a monitorar é o binômio atividade de água x temperatura, que são os principais fatores para a produção de micotoxinas. A Aw não pode ultrapassar o limite de 0,75, para que não haja desenvolvimento dos fungos e a produção de micotoxinas. (Manual de Segurança ..., 2004).

Armazenamento do café na propriedade

É preferível armazenar o café em coco ou pergaminho do que beneficiado, porque preserva-se muito mais as características do produto. Condições inadequadas de armazenamento poderão conferir sabores estranhos à bebida (de madeira, mofo, etc).

O café deverá ser mantido nas tulhas que devem ser construídas em locais de boa insolação, drenagem e ventilados, com temperatura ambiente ao redor de 20°C e umidade relativa do ar até 65%. É fundamental conservar o café com 11 a 12% de umidade, já que é bastante higroscópico, podendo absorver umidade do ar se mantido em ambiente inapropriado. Também é recomendável que as tulhas ou armazéns tenham baixa luminosidade, para que o café (principalmente o beneficiado) não perca cor pela exposição excessiva à luz.

Armazenamento do café beneficiado

Apesar dos avanços tecnológicos dos últimos anos, a quase totalidade do café beneficiado, no Brasil, é armazenada em sacos de 60 kg, dispostos em pilhas no armazém. O saco de café é uma unidade que se adapta ao manuseio e ao comércio em pequena escala. Esse tipo de armazenagem possui vantagens e desvantagens, em relação aos sistemas de armazenagem em silos a granel. Entretanto, apesar das desvantagens (grande volume, custo de operação), o armazenamento em sacaria permite a segregação de lotes, aspecto muito importante, considerando-se que o produto é avaliado, além de outros padrões de qualidade, pelo teste de xícara e também por procedência. Além disso, a facilidade de acesso aos lotes, de circulação de ar sobre a sacaria, de inspeção e amostragem são fatores importantes a serem considerados durante o armazenamento do café em armazéns onde é possível manter o produto armazenado por períodos relativamente longos (acima de três anos), sem grandes riscos de deterioração.

A sacaria para uso no armazenamento do café orgânico não pode ser tratada com agrotóxicos, além disso, esses produtos não são permitidos no controle de pragas durante a estocagem e o uso de fumigantes durante o transporte, quando requeridos por lei, deve ser discutido e autorizado pelo órgão certificador.

O local de armazenamento deve ser limpo, abrigado do sol, da chuva e bem ventilado.

A utilização de sacos de junta é vantajosa por serem estes resistentes e facilitam a vedação de aberturas feitas por ocasiões da retirada de amostras.

Alguns pontos relativos à construção, que influenciam na utilização do armazém devem ser criteriosamente observados quando se decide pelo uso de sistemas em sacarias. É, portanto, indispensável:

• A instalação de portas em números e locais tecnicamente escolhidos, de modo a facilitar as operações de cargas e descargas;

• Que as portas sejam instaladas frontalmente, isto é, no mesmo alinhamento, em paredes opostas.

• Que o pé-direito tenha altura mínima de 5 m.

• A construção de paredes lisas, evitando-se reentrâncias e terminando em “meias cana” junto ao piso e nunca em ângulo reto. O fechamento lateral das paredes, junto ao piso e á cobertura, para evitar acesso de roedores pássaros e insetos no interior do armazém.

• A colocação de aberturas laterais de ventilação, protegidas por estruturas de telas e com aberturas reguláveis.

• A instalações de lanternins, tecnicamente dispostos para a boa circulação de ar natural.

• A utilização de telhas transparentes, para melhorar a iluminação natural (mínimo de 8% da área coberta).

• Que o piso seja impermeável, de concreto, e que esteja, no mínimo, a 40 cm acima do nível do solo.

• A construção, em cada porta, de marquises, para carga e descarga em dias chuvosos.

• Para o máximo de aproveitamento, que a área do piso seja projetada em função dos estrados e das ruas principais e secundárias.

• A instalação de sistema de prevenção e combates a incêndios.

Na armazenagem em sacaria, devem ser levados em consideração alguns pontos, visando aumentar a eficiência e a proteção do café.

a) Excesso de luz deve ser evitado por causar mudanças na cor do café (branqueamento);

b) Prover o teto e a parte inferior das paredes do armazém com aberturas reguláveis e protegidas, para remoção natural do ar;

c) Instalar exaustores, se possível;

d) Impermeabilizar o piso ou adotar pisos suspensos;

e) É indispensável, mesmo que o piso seja impermeável, a utilização de estrados para permitir a circulação de ar na base da pilha.

Transporte

O Manual de Segurança e Qualidade para a Cultura do Café (2004) lista alguns procedimentos importantes para manter a segurança e qualidade do café durante o transporte, a saber:

􀂃 Cobrir as sacas durante o transporte e armazenamento, prevenindo uma reumidificação;

􀂃 Carregar e descarregar os containers em dias secos ou sob cobertura;

􀂃 Garantir que os pallets e os containers encontram-se secos;

􀂃 Evitar a re-umidificação da última camada de sacos;

􀂃 Implementar um sistema de controle de qualidade




terça-feira, 13 de julho de 2021

Secagem do Café Orgânico

 

Secagem

De acordo com o Manual de Segurança e Qualidade para a Cultura do Café (2004), esta operação é de grande importância tanto no aspecto de segurança como no de qualidade do café. A secagem do café é comparativamente mais difícil de ser executada do que a de outros produtos. Além do elevado teor de açúcares presentes na mucilagem, os frutos normalmente apresentam teores iniciais relativamente altos de umidade.

A secagem pode ser feita em terreiros ou utilizando-se secadores mecânicos. Por vezes, efetua-se uma pré-secagem no terreiro, completando-se o processo em secadores mecânicos. O terreiro de secagem deve ser de construção adequada, recomendando-se o terreiro pavimentado por permitir maior facilidade de operação e limpeza.

Secagem natural em terreiro

A secagem natural é realizada pela exposição do café ao sol em terreiros. Apesar de a energia solar não apresentar custo real na operação de secagem, existem algumas desvantagens como o seu baixo rendimento, condicionado à necessidade de um período prolongado para a secagem, exigência de extensas áreas de terreiro, além de o produto estar sujeito a variações climáticas, podendo ser re-umedecido. Desta forma, alguns cuidados durante a secagem no terreiro devem ser observados:

a) Esparramação

Inicialmente, o café é esparramado em camadas finas, aumentando-se a espessura gradativamente, à medida que acontece a secagem. Durante a secagem os frutos devem ser protegidos da chuva e do sereno.

Os frutos devem ser revolvidos por, no mínimo, 10 vezes ao dia, para acelerar a secagem e evitar o aparecimento de grãos mofados e fermentados.

O café colhido não deve, de modo algum, secar diretamente sobre o solo. Esporos de fungos oriundos de outros lotes podem permanecer no solo e contaminar posteriormente todos os demais lotes. O terreiro para a secagem do café deve ter a superfície lisa e deve ser mantido em boas condições de higiene.

A camada de cerejas durante a secagem não deve ser maior que 4 cm e não deve permanecer por mais que 3 dias.

b) Enleiramento

Após o segundo dia de secagem, os frutos devem ser arrumados em pequenas leiras, de 15 a 20 cm de altura, ao final da tarde, esparramando-se o café no outro dia pela manhã.

Em caso de ocorrência de chuvas, as leiras devem ser maiores, colocadas no sentido do declive do terreiro. A troca de lugar das leiras deve ser efetuada o maior número de vezes possível, para arejar a massa de frutos e evitar fermentações. Após o término das chuvas, as leiras devem ser revolvidas, até secagem completa do piso do terreiro.

O café cereja só deve ser amontoado depois da meia-seca. A fase final da secagem no terreiro acontece quando o café atinge 18 a 20 %% de umidade, devendo ser amontoado à tarde e coberto com lonas. Recomenda-se que a operação seja iniciada por volta das 15 horas, quando é menor a umidade do ar e os grãos estão quentes. Na manhã seguinte deverá ser novamente esparramado, em horário próximo das 10 horas, para evitar o resfriamento excessivo e a reabsorção de umidade.

c) Final da secagem em terreiro

No final da secagem o café deverá apresentar entre 11-12% de umidade, sendo que o tempo total de permanência no terreiro varia entre 10 e 20 dias, dependendo da região e das condições climáticas. A determinação prática deste ponto final pode ser feita com base na observação da dureza e coloração dos grãos, ou pela relação volume/peso em que 1 litro de café coco pesa aproximadamente 420-450g. Uma maneira mais exata de determinação de umidade é através de medidores apropriados. É importante destacar que os níveis finais de umidade do café são críticos quanto aos aspectos de segurança e qualidade do produto: abaixo de 11%, o café permanece mais tempo ocupando mão de obra e espaço de terreiro, além de sofrer perda de peso e quebra de grãos no beneficiamento; com valores acima de 12% os grãos branqueiam mais rápido no armazenamento, além de ocorrer o risco de deterioração.

Na fase de secagem existe risco máximo de proliferação de fungos, Aspergillus ochraceus e Penicillium verrucosum, produtores da micotoxina ocratoxina A, potencialmente carcinogênica. A umidade dos grãos quando mantida na faixa 11-12% impede o crescimento desses fungos.

Desta forma, alguns cuidados durante a secagem no terreiro devem ser observados:

a) Não misturar lotes diferentes de café.

b) Esparramar o café, lavado ou não, no mesmo dia da colheita em camadas finas de 3 a 5 cm e proceder-se à formação das mini-leiras.

c) Revolver o café pelo menos oito vezes ao dia, de acordo com a posição do sol. A sombra do trabalhador deve ficar à sua frente ou atrás, para que as pequenas leiras feitas durante o revolvimento não sombreiem o café.

d) Fazer com o café, após o segundo dia de seca, pequenas leiras de 15 a 20 cm de altura, no final da tarde, e esparramar no dia seguinte bem cedo, o que acelerará a secagem e impedirá que o sereno umedeça muito o café.

e) Fazer leiras grandes com o café, no sentido da maior declividade do terreiro, em caso de chuvas. Essas leiras devem ser trocadas de lugar o maior número de vezes possível, a fim de aumentar o contato com ar na massa de café. Quando a chuva passar, deve-se continuar a resolver as leiras até que o terceiro seque. Logo após esparramar o café, deve-se proceder no item b.f) Nunca amontoar o café cereja antes do ponto meia-seca, ponto em que não estará mais colando na mão quando apertado.

g) Amontoar o café por volta das 15 horas e, se possível, deixá-lo coberto com lona até o dia seguinte. É uma operação muito importante, devido à propriedade de fácil troca térmica que o grão de café em coco tem, proporcionando homogeneidade na secagem.

h) Esparramar o café por volta das 9 horas, quando a umidade do ar é adequada, e, como no item c, movimentá-lo até às 15 horas, quando deve ser novamente amontoado.

i) Continuar o processo até secagem final, recolhendo o café frio pela manhã, para a tulha, com 11% a 12% de umidade.

Dentro do terreiro podem ser construídas “coroas ou meias-luas”, que são pequenas muretas de 5 cm de altura e 3 m de diâmetro, cuja finalidade é servir de local para amontoar o café, evitando-se escorrimento da água de chuva sob lona.

Deve-se evitar a construção de terreiros em lugares úmidos, como baixadas e próximo de represas ou locais sombreados e com construções adjacentes.

Secagem artificial

Existem diferentes modelos de secadores comercialmente disponíveis, recomendandose utilizar, de preferência, secadores com fornalha de fogo indireto (trocador de calor) ou queimador de gás, para evitar que o café adquira odor de fumaça. Recomenda-se usar a própria casca do café como combustível. O secador deve ser carregado com café apresentando teor uniforme de umidade, o que permite otimizar o processo de secagem (maior rapidez e menor consumo de combustível). O café muito úmido, de inicio de colheita, com muitos frutos cerejas e verdes, deve sofrer uma pré-secagem em terreiro ou pré-secador antes de ir para o secador.

A temperatura de secagem é extremamente importante. A fim de se obter bebida fina, a temperatura não deve nunca ultrapassar 39oC para o café em casca medida na massa de café. Quando houver um percentual elevado de frutos verdes a temperatura da massa deverá ser mantida abaixo de 30oC, para evitar a ocorrência de café verde escuro e preto-verde. O processo de secagem não deve ser muito rápido, de forma a garantir uniformidade, segurança e economia da operação. Em geral, a secagem estará completada entre 24 e 36 horas.

Secagem do café cereja descascado

A secagem deve iniciar-se imediatamente após o término do descascamento. O café é esparramado em camadas finas no terreiro (não superiores a 2,5 cm) e revolvido com rodo dentado 20 vezes ao dia para uniformizar a umidade e promover a rápida secagem da mucilagem, evitando-se que os grãos grudem uns aos outros.

Após 4 a 5 horas de plena exposição ao sol, ou pelo menos de um dia seco, confirmar a completa secagem da mucilagem. Se estiver seca, colocar o café em leiras de 5-10cm de altura, todas as tardes, aumentando para 20-30cm até que se atinja o estádio de meia-seca.

Quando for utilizada a secagem mecânica, a temperatura da massa de café não deverá ultrapassar 38°C, usando-se, de preferência, secadores rotativos para evitar que o pergaminho grude nas paredes. Hoje, também se trabalha com terreiros suspensos, de tela de sombrite (Anexo 16), cobertos (tipo estufa) ou não, de onde se obtém cafés de bebidas finas. Pode-se, no primeiro ou o segundo dia, trabalhar com o café no terreiro comum até perder a mucilagem e após esse período transferir para o terreiro suspenso. O importante é rodar o café o dia todo, usando um rodo arredondado de madeira, bem leve (tipo Pinus).





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quarta-feira, 30 de junho de 2021

Colheita e Pós-colheita do Café Orgânico


Colheita

O café está pronto para a colheita quando os frutos atingem o estádio cereja. A colheita deve então ser realizada o mais rapidamente possível, sendo ideal que se complete num período de 2 a 3 meses. Antes do período de colheita deve-se organizar o material a ser usado (panos, sacaria, etc.) e providenciar o ajuste e regulagem de todo o equipamento. Deve-se também assegurar a arruação para facilitar a colheita e a varrição dos frutos caídos (café de varrição). Os terreiros e secadores devem ser revisados e criteriosamente limpos, eliminando todos os resíduos de café e outras sujidades.

Café Conilon em estágio cereja. Fazendinha Agroecológica Km 47, Seropédica, RJ.

Cuidados na colheita

A colheita do café orgânico é feita principalmente por derriça manual. A catação manual favorece a colheita seletiva do café cereja, o que resulta em qualidade superior do produto. Na derriça manual, a área sob as plantas deve ser coberta com panos ou plásticos limpos para que os frutos colhidos não entrem em contato com o solo, evitando, assim, uma possível contaminação com fungos produtores de micotoxinas.

De acordo com o Manual de Segurança e Qualidade para a Cultura do Café (2004), o principal cuidado a ser observado durante a colheita do café é, justamente, evitar-se contaminação dos frutos com fungos presentes no solo e produtores de micotoxinas.

Deve-se, portanto evitar a mistura de grãos caídos com os grãos colhidos.

Pós-colheita

As operações de pós-colheita do café orgânico envolvem diversas etapas até o armazenamento, que são importantes para a preservação das características sensoriais e de segurança. Não diferem daquelas usadas na produção convencional, sendo assim, a descrição das etapas do processo de produção pós-colheita é uma adaptação do Manual de Qualidade e Segurança da Cultura do Café (2004).

Após a colheita o café deve ser transportado para o local de processamento o mais rapidamente possível, evitando-se que fique amontoado na área de produção enquanto aguarda o transporte. Recomenda-se nunca estocar o café colhido por períodos prolongados, seja nas carretas ou principalmente em sacos, para minimizar o problema de fermentação que é obviamente mais intensa quanto maior for a umidade dos frutos.

Após a colheita, manual ou mecânica, deve-se proceder a uma varrição para eliminar os frutos caídos fora dos panos ou da colheitadeira. O café de varrição deve ser devidamente separado, e processado separadamente.

Limpeza

Após a colheita, tanto por derriça manual no pano ou mecanizada, o café deve ser submetido ao processo de limpeza e separação das impurezas, que pode ser feito por peneiramento manual (abanação), ventilação forçada ou por separadores de ar e peneira (máquinas de pré-limpeza).

Processamento

O café pode ser processado por via seca ou por via úmida (Fluxograma abaixo).

O preparo via úmida dá origem aos cafés despolpados ou desmucilados através do processo de fermentação rápida ou desmucilagem. O despolpamento consiste na retirada da casca dos frutos maduros ou cerejas por meio de um descascador mecânico e posterior fermentação e lavagem dos grãos, eliminando-se a mucilagem. É uma prática comum entre os produtores do México, da Colômbia e do Quênia, mas no Brasil o despolpamento é pouco utilizado. É indicado para áreas onde o período póscolheita ocorre sob condições de elevada umidade relativa do ar. Neste caso, a retirada da mucilagem, através da operação de despolpamento, reduz os riscos de desenvolvimento de microrganismos associados aos frutos, responsáveis por fermentações indesejáveis. Além deste fato, o café despolpado e o cereja descascado apresentam a vantagem de diminuir consideravelmente a área de terreiro e o tempo necessário para secagem (um terço do tempo gasto em relação ao café integral). Nas fases posteriores do preparo, reduz-se em até 60% o volume necessário de secadores, silos e tulhas.

No processamento por via seca, mais comum no Brasil, o fruto é seco na sua forma integral (com casca) ou descascado (cereja descascado).

Processamento via seca

No processamento via seca os grãos de café, após a abanação, lavagem e separação das frações (cereja, verde e bóia) são encaminhados para a secagem em terreiro ou para secadores artificiais. Esse tipo de processamento, também pode ser conduzido com prévio descascamento dos cafés cereja e verde, porém mantendo-se a mucilagem que envolve o grão. Os grãos descascados são então encaminhados para secagem.

Lavagem e separação

Mesmo com a retirada das impurezas (gravetos, terra, pedras, folhas, etc.), o café deve passar pelo lavador ou separador hidráulico que promove a separação de acordo com o estádio de maturação dos frutos que apresentam diferentes densidades. Frutos com graus diferentes de maturação se mantidos juntos, resultam em bebida de qualidade inferior.

A lavagem deve ocorrer no mesmo dia da colheita e o café lavado não deve ser amontoado, seguindo imediatamente para o local de secagem. Na lavagem ou separação hidráulica há uma parte que flutua, conhecida pelo nome de café bóia, representada pelo grão que secou na planta, café-passa, frutos verdes, mal granados

ou leitosos. A fração que submerge é composta de frutos maduros e de meia maturação, constituindo um café de maior valor agregado. Por isso, as duas parcelas resultantes da separação hidráulica (cerejas e bóias) devem ser secas e armazenadas separadame te.

O café de varrição (colhido no chão) que deve ser lavado posteriormente, pois tem maior potencial de contaminação com fungos do solo.

Pequenos produtores podem-se fazer a lavagem do café utilizando uma caixa d’água ou outro recipiente similar disponível, e uma bombona de plástico cortada tipo balaio toda perfurada e uma peneira (Anexo 15).



quarta-feira, 16 de junho de 2021

Controle alternativo de pragas e doenças no Café Orgânico


 

Controle alternativo de pragas e doenças

A agricultura moderna caracteriza-se pela simplificação do agroecossistema em vastas áreas, substituindo a diversidade natural por um pequeno número de espécies cultivadas. Esta simplificação causa grande impacto e, conseqüentemente, desequilíbrio ao meio ambiente. Uma intensificação da incidência de pragas e doenças é resultante desse modelo. Portanto, deve-se primeiramente buscar o equilíbrio de cada ambiente através da manutenção de áreas de matas, aumento da diversidade de espécies vegetais dentro do cafezal, isolamento quanto a vizinhos com manejo convencional, etc. Estas táticas visam aumentar o número de inimigos naturais e, conseqüentemente, diminuir a pressão de pragas e doenças. Direcionadas a um correto manejo nutricional das plantas e da fertilidade do solo, essas práticas culturais evitam os excessos de adubos, principalmente os nitrogenados, e são consideradas medidas anti-estresse. Permitem que as plantas expressem plenamente seus mecanismos naturais de defesa (Akiba et al., 1999).

Entretanto, algumas vezes, estas medidas não são suficientes para impedir a ocorrência de problemas fitossanitários, principalmente em função de desequilíbrios temporários naturais que acarretam estresse, do uso de cultivares suscetíveis e de fatores não controláveis que venham determinar o aumento da incidência de pragas e concentrada deve ser diluída. Para controlar essa diluição, determina-se a densidade através de um densímetro ou aerômetro de Baumé, com graduação de 0 a 50º Bé (graus de Baumé), sendo considerada boa a calda que apresentar densidade entre 28 e 32º Bé.

O uso rotineiro da calda sulfocálcica requer certos cuidados, a seguir listados:

1. a qualidade e a pureza dos componentes da calda determinam sua eficácia, sendo que a cal não deve ter menos que 95% de CaO;

2. a calda é alcalina e altamente corrosiva, danifica recipientes de metal, as roupas e a pele. Após manuseá-la, é necessário lavar bem os recipientes e as mãos com uma solução a 10% de suco de limão ou de vinagre em água;

3. a calda pode ser fitotóxica para muitas plantas, principalmente quando a temperatura ambiente é elevada, sendo conveniente testá-la antes de emprego em maior escala e sempre preferir efetuar os tratamentos à tardinha;

4. utilizar equipamento de proteção individual (EPI) quando da realição das pulverizações;

5. não descartar os excedentes em nascentes, cursos d"água, açudes ou poços;

6. após aplicação de caldas à base de cobre (bordalesa e viçosa), deve-se respeitar o intervalo mínimo de 20 dias para tratamento com sulfocálcica.

􀂃 Calda bordalesa

É uma suspensão coloidal, de cor azul celeste, obtida pela mistura de uma solução de sulfato de cobre com uma suspensão de cal virgem ou hidratada, cujo preparo está descrito no Anexo 12.

O uso rotineiro da calda bordalesa deve obedecer a certos requisitos, a seguir relacionados:

1. sulfato de cobre deve possuir, no mínimo, 98% de pureza e a cal não deve conter menos que 95% de CaO;

2. a calda deve ser empregada logo após o seu preparo ou no máximo dentro de 24 horas; quando estocada pronta, perde eficácia com rapidez;

3. aplicar a calda somente com tempo claro e seco;

4. os recipientes de plástico, madeira ou de agentes de doenças.

Nesses casos, faz-se necessário o uso de defensivos alternativos, que podem ser de preparação caseira ou adquiridos no comércio, a partir de substâncias não prejudiciais à saúde humana e ao meio ambiente. Pertencem a esse grupo as formulações que têm como características principais: baixa ou nenhuma toxicidade ao homem e à natureza, eficiência no combate aos artrópodes e microrganismos nocivos, não favorecimento à ocorrência de formas de resistência desses fitoparasitas, disponibilidade e custo reduzido. Estão incluídos na categoria, entre outros, os diversos biofertilizantes líquidos, as caldas (sulfocálcica, viçosa e bordalesa), os extratos de determinadas plantas e os agentes de biocontrole (Penteado, 1999).

Caldas de preparo caseiro

􀂃 Calda sulfocálcica

É resultante de uma reação corretamente balanceada entre o cálcio e o enxofre, dissolvidos em água e submetidos à fervura, constituindo uma mistura de polissulfetos de cálcio, cujo preparo está descrito no Anexo 11.

Além do seu efeito fungicida, exerce ação sobre ácaros, cochonilhas e outros insetos sugadores, além de ter ação repelente sobre "brocas" que atacam tecidos lenhosos.

Antes da aplicação sobre as plantas, através de pulverizações foliares, a calda concentrada deve ser diluída. Para controlar essa diluição, determina-se a densidade através de um densímetro ou aerômetro de Baumé, com graduação de 0 a 50º Bé (graus de Baumé), sendo considerada boa a calda que apresentar densidade entre 28 e 32º Bé.

O uso rotineiro da calda sulfocálcica requer certos cuidados, a seguir listados:

1. a qualidade e a pureza dos componentes da calda determinam sua eficácia, sendo que a cal não deve ter menos que 95% de CaO;

2. a calda é alcalina e altamente corrosiva, danifica recipientes de metal, as roupas e a pele. Após manuseá-la, é necessário lavar bem os recipientes e as mãos com uma solução a 10% de suco de limão ou de vinagre em água;

3. a calda pode ser fitotóxica para muitas plantas, principalmente quando a temperatura ambiente é elevada, sendo conveniente testá-la antes de emprego em maior escala e sempre preferir efetuar os tratamentos à tardinha;

4. utilizar equipamento de proteção individual (EPI) quando da realição das pulverizações;

5. não descartar os excedentes em nascentes, cursos d"água, açudes ou poços;

6. após aplicação de caldas à base de cobre (bordalesa e viçosa), deve-se respeitar o intervalo mínimo de 20 dias para tratamento com sulfocálcica.

􀂃 Calda bordalesa

É uma suspensão coloidal, de cor azul celeste, obtida pela mistura de uma solução de sulfato de cobre com uma suspensão de cal virgem ou hidratada, cujo preparo está descrito no Anexo 12.

O uso rotineiro da calda bordalesa deve obedecer a certos requisitos, a seguir

relacionados:

1. sulfato de cobre deve possuir, no mínimo, 98% de pureza e a cal não deve conter menos que 95% de CaO;

2. a calda deve ser empregada logo após o seu preparo ou no máximo dentro de 24 horas; quando estocada pronta, perde eficácia com rapidez;

3. aplicar a calda somente com tempo claro e seco;

4. os recipientes de plástico, madeira ou alvenaria são os mais indicados, porque não são atacados pelo cobre e pela cal; 5. utilizar equipamento de proteção individual quando da realização das pulverizações;

6. não descartar excedentes em nascentes, cursos d'água, açudes ou poços;

7. obedecer intervalos de 15 a 25 dias entre aplicações de calda sulfocálcica e de calda bordalesa

􀂃 Calda viçosa

Foi desenvolvida a partir da calda bordalesa pela Universidade Federal de Viçosa. É recomendada para controle de diversos fitopatógenos, dentre os quais o agente da cercosporiose do cafeeiro; por ser complementada com sais minerais (cobre, zinco, magnésio e boro) também funciona como adubo foliar. Detalhes do preparo estão descritos no Anexo 13.

Devem ser tomados os mesmos cuidados indicados para as caldas bordalesa e sulfocálcica. A uréia, que faz parte da formulação original, não pode ser acrescentada à receita por que seu uso não está permitido pelas normas vigentes da agricultura orgânica.

􀂃 Nim (Azadirachta indica) 

É uma planta da família Meliaceae, cuja origem provável é a Índia e o sul da Ásia, onde é muito utilizada para fins medicinais e como pesticida. O óleo das sementes do nim é um inseticida de amplo espectro capaz de atuar contra mais de 418 espécies de pragas, incluindo: a mosca branca, pulgões e besouros, assim como contra nematóides (Ciociola Jr. & Martinez, 2002; Ferraz & Freitas, 2004).

No Brasil, já se encontram disponíveis no mercado o óleo das sementes e extrato de folhas para pulverizações de plantas. No Anexo 14 há uma receita simples de extrato de nim, recomendada pelo Grupo Temático de Práticas Ambientais Sustentáveis (2002).

Controle alternativo de fitopatógenos 

As doenças que normalmente ocorrem em cafeeiros assumindo certo grau de importância, de acordo com as condições climáticas regionais, são: 

􀂃 Ferrugem (Hemileia vastatrix)

Ocorre principalmente nas lavouras implantadas em altitudes entre 500 e 900m, sob condições de temperaturas relativamente elevadas (22 a 26ºC) e molhamento foliar contínuo superior a 12 horas. A incidência é maior nas áreas expostas a ventos, granizo e ao frio intenso e nos espaçamentos mais reduzidos.

Sintomas: manchas amareladas na face superior das folhas, variando em diâmetro, com erupções esporulantes alaranjadas na face inferior (constituídas de uredosporos do fungo). Desfolhamento mais ou menos intenso, dependendo das condições ambientais.

Agente causal: fungo da classe dos basidiomicetos que tem nos uredosporos sua principal via de disseminação.

Controle: pode ser feito pelo plantio de cultivares resistentes como: Icatu, Catucaí (Catuaí x Icatu) e Catimor (Catuaí Vermelho x Híbrido de Timor), além do Conilon. Os biofertilizantes podem ser utilizados e o controle preventivo iniciado quando a incidência da ferrugem é de no máximo 5% de folhas com pústulas esporuladas, pode ser feito com o uso da caldas viçosa. Adubações equilibradas, desbrotas e podas para melhorar o arejamento do cafezal também contribuem para manter o controle sobre a incidência da ferrugem.

􀂃 Olho Pardo ou Cercosporiose (Cercospora coffeicola)

A doença é também conhecida como mancha circular, mancha parda ou olho de pombo, presente de forma endêmica em quase todas as regiões do país (Godoy et al.,1997). As principais causas da incidência da enfermidade são: deficiência nutricional principalmente na formação de mudas em substratos pobres, excesso de insolação, queda de temperatura e estresse hídrico.

Sintomas: lesões pequenas e circulares, com 0,5 a 1,5 cm de diâmetro, de coloração pardo-clara ou marron-escura, com centro branco-acinzentado, envolvidas por anel arroxeado ou amarelado, lembrando um olho. As folhas atacadas caem rapidamente, ocorrendo desfolha e seca de ramos. Os frutos podem ser infestados, ocasionando depreciação da qualidade da bebida.

Agente causal: fungo da classe dos deuteromicetos que produz esporodóquios no centro das lesões, onde os conidióforos septados e cilíndricos são agrupados em fascículos. Apresenta conídios hialinos e multisseptados.

Controle: o fungo pode ser eficientemente controlado em plantios sombreados (Samayoa-Juárez & Sánchez-Garcia, 2000) e, também, utilizando-se caldas bordalesa ou de viçosa (1,0 a 1,5%) em pulverizações foliares a intervalos de 15 dias. Entre as práticas culturais recomendadas estão o bom preparo do solo, que deve estar livre de compactação e adensamentos de modo a proporcionar um bom arejamento das raízes, adubações equilibradas, controle do sombreamento já que a incidência da doença aumenta com o plantio a pleno sol.

􀂃 Seca dos ramos e ponteiros (Phoma spp., Phomopsis sp., Colletotrichum spp.)

É ocasionada por um complexo de fatores, destacando-se principalmente as condições climáticas desfavoráveis e má nutrição das plantas.

Sintomas: ocorre em cafeeiros de qualquer idade e caracteriza-se pela desfolha e morte descendente dos ramos.

Agente causal: diversos fungos da classe dos deuteromicetos.

Controle: preventivo, através de pulverizações foliares quinzenais com as caldas bordalesa ou viçosa (1,0 a 1,5%) e adubação foliar com biofertilizante tipo Supermagro ou Agrobio (4%). Quebra-ventos e adubações equilibradas são práticas que favorecem o controle da doença.

􀂃 Mancha aureolada (Pseudomonas syringae pv. garcae)

É uma doença bacteriana que afeta principalmente folhas jovens, rosetas, frutos novos e ramos do cafeeiro, atingindo mudas no viveiro e plantas no campo. Em regiões altas e desprotegidas de ventos, a bactéria provoca a queda prematura das folhas, prejudica o pegamento de flores e a produção do ano seguinte.

Sintomas: manchas necróticas, de coloração pardo-escura, circundadas por um halo amarelado. As lesões são mais freqüentes nas bordas das folhas. Um outro sintoma importante da doença é a seca de ramos laterais e com isto, a planta emite ramos novos, provocando um superbrotamento.

Controle: deve iniciar-se ainda na fase de viveiro, com a escolha do local de instalação, que deve estar protegido de ventos frios, sendo que a adoção de quebraventos é importante medida de mitigação da doença, tanto nos viveiros quanto no campo. As mudas atacadas devem ser podadas à altura do terceiro par de folhas e pulverizadas com as caldas bordalesa ou de viçosa (1,0 a 1,5%). Adubações equilibradas e o uso de quebra-ventos são práticas recomendadas.

Controle alternativo de insetos-pragas, ácaros e nematóides

􀂃 Bicho mineiro (Leucoptera coffeella)

O adulto deste inseto se apresenta como uma pequena mariposa. Na fase larval, a lagarta se alimenta das folhas do cafeeiro, cavando galerias ou mins, onde se aloja e se desenvolve. O ataque da praga reduz a área foliar e, por vezes, provoca intenso desfolhamento.

Controle: pulverizações foliares com calda sulfocálcica (2,5%), nos períodos mais secos do ano (Penteado, 1999), armadilhas com feromônio e controle com extratos vegetais, principalmente o nim (solução aquosa a 20 a 40%) (Martinez et al., 2001) e o mentrasto (Ageratum conyzoides). Como práticas culturais recomendadas estão a utilização de quebra-ventos e a arborização. São indicadas a seringueira, macadâmia, cajueiro, ingazeiro, grevílea robusta e bananeira. As lagartas podem ser controladas por parasitóides (Colastes letifer, Mirax sp., Closterocerus coffeella, Horismenus sp.), que podem causar cerca de 18% de mortalidade das larvas do minador, e por predadores, principalmente as vespas, tais como Proctonectarina sylveirae, Brachygastra lecheguana e Polybia scutellaris, que podem causar até 70% de mortalidade do minador nas fases de ovo, larva e pupa. Para a manutenção de uma população de vespas adequada na lavoura de café, recomenda-se a preservação de matas remanescentes e/ou o plantio de áreas de refúgio.

􀂃 Broca dos frutos (Hypothenemus hampei)

É um besouro preto, luzidio, de corpo cilíndrico e ligeiramente recurvado para trás. Este inseto ataca os frutos do cafeeiro em qualquer estágio de maturação. A fêmea perfura os frutos para fazer a oviposição, aberturas que permitem a entrada de fungos causadores de podridão. As larvas, ao se alimentarem, destroem parcial ou totalmente a semente.

Controle: o controle cultural é o melhor método quando a colheita do café é realizada em uma época definida, e consiste em iniciar a colheita nos talhões mais infestados, realizar uma colheita bem feita, sem deixar frutos na planta e no chão e fazer o “repasse” da colheita, colhendo os frutos que sobraram no chão e na planta. pulverizações foliares com o fungo entomopatogênico Beauveria bassiana, na proporção de 1 a 2kg/ha de formulações comerciais em pó (Penteado, 1999). É possível controlar a broca-do-café através do parasitóide Cephalonomia stephanoderis, vulgarmente conhecida como vespa-da-Costa-do-Marfim (Benassi, 1996). O controle também pode ser conseguido por meio de armadilhas de etanol com adição de óleo de café que atraem as fêmeas adultas (Reis et al., 2002).

􀂃 Ácaro vermelho (Oligonychus ilicis)

As fêmeas medem em torno de 0,5 mm de comprimento e vivem na parte superior das folhas. Em anos de inverno seco e menos rigoroso, causam desfolhamento do cafeeiro.

Controle: pulverizações foliares com calda sulfocálcica (2%).

Cigarras

Nos últimos anos, esse inseto tem aumentando em importância para a cultura do café, devido principalmente à utilização de áreas de cerrado para plantio. Os gêneros já foram registradas infestar cafeeiros são: Quesada, cujos adultos medem de 6 a 7 cm de comprimento, Dorisiana, Fidicina e Carineta, que são de menor tamanho, medindo de 2 a 3 cm. Causam debilitação das plantas devido à sucção contínua de seiva das raízes pelas ninfas, as plantas apresentam uma clorose nas folhas da extremidade dos ramos, semelhante a deficiências nutricionais, ocorrendo posteriormente queda de folhas com conseqüente queda de flores e frutos e as extremidades dos ramos secam, causando sensível diminuição da produção em lavouras entre 6 a 10 anos. Nas condições brasileiras, a fase de ninfa pode durar de um ano a mais.

Controle: Há relatos de que o fungo Metarhizium anisopliae causa mortalidade das ninfas (Reis et al., 2002). O controle por prática cultural consiste na arborização com espécies que não sejam hospedeiras para as cigarras, por exemplo, as grevíleas. Nos casos de infestação grave só resta a eliminação do cafezal e replantio somente após pelo menos 3 anos. Os cafeeiros em formação não são atacados pelas cigarras.

Nematóides

Os nematóides formadores de galhas radiculares, principalmente Meloidogyne incognita, são limitantes para a cultura em solos arenosos. As infestações normalmente ocorrem em reboleiras. Em áreas infestadas, é necessária a introdução de leguminosas antagonistas como: mucuna preta, mucuna anã e Crotalaria spectabilis (Thomaziello, 2000) ou, ainda, utilizar mudas de C. arabica enxertadas sobre a cultivar resistente Apoatã (Zambolim, 2000). Já em solos livres de infestação, recomenda-se o plantio de mudas certificadas de cafeeiro.



sábado, 12 de junho de 2021

Controle da vegetação espontânea no Café Orgânico


Controle da vegetação espontânea é uma etapa muito importante visto que o cafeeiro é muito sensível à competição por água e nutrientes, importante especialmente, durante algumas fases do ano.

É comum chamar as plantas que ocorrem espontaneamente na área, de “invasoras” ou “daninhas”, por considerar que causam mais danos do que benefícios às plantas cultivadas, devendo, dessa forma, serem erradicadas. Todavia, na agricultura orgânica, nem toda planta espontânea é considerada daninha. As plantas espontâneas são capazes de reciclar nutrientes das camadas mais profundas do solo para a superfície, disponibilizando-os novamente para o café.

O controle eiro; promovem a descompactação do solo; protegem o solo da erosão e da insolação; aumentam a aeração e a retenção de água dos solos; aumentam a diversidade de espécies ocorrentes na área que podem auxiliar no controle biológico de pragas; quando cortadas, podem ser utilizadas na preparação de compostos orgânicos e de biofertilizantes , bem como são produtoras de biomassa.

Portanto, essas plantas não devem ser erradicadas, mas sim, manejadas ou controladas.

Certas espécies, como por exemplo, beldroega, sapê e carqueja, são indicadoras das condições físicas e químicas do solo. Uma lista de plantas indicadoras é apresentada no Anexo 10.

A ocorrência das plantas espontâneas varia conforme o período do ano. No período chuvoso (outubro a abril), meses onde a temperatura e a disponibilidade de água são maiores, estas espécies tornam-se mais abundantes, predominando as gramíneas.

Nos meses mais secos (maio a setembro), predominam as espécies de folhas largas, por possuírem um sistema radicular pivotante, capaz de retirar água de camadas mais profundas. Neste período é muito importante controlar essas populações porque coincide com a época de florescimento e de frutificação do cafeeiro (Fernandes, 1986; Alcântara et al., 1989), a fim de diminuir a competição.

O crescimento de plantas espontâneas é mais intenso em lavouras jovens, devido à maior disponibilidade de luz. À medida que os cafeeiros crescem, menor se torna o espaço nas entrelinhas disponível à entrada de luz, diminuindo dessa forma, os níveis de ocorrência.

Uma alternativa viável para reduzir significativamente a concorrência de plantas espontâneas nos primeiros anos da lavoura é o consórcio dos cafeeiros com feijão,milho, crotalária, lab-lab, guandu, entre outras. Além de controlar as plantas espontâneas, as culturas consorciadas podem funcionar como adubos verdes, aumentando o aporte de matéria orgânica e de nutrientes (especialmente de nitrogênio, no caso das leguminosas), a proteção dos solos e a diversidade das populações de insetos benéficos na área, além de possibilitarem lucro adicional.

Na cafeicultura orgânica o uso de herbicidas está proibido. O manejo das plantas espontâneas, é feito normalmente através de roçadas e capinas manuais e mecânicas, evitando-se a exposição completa do solo, mantendo-o coberto a maior parte do ano.

A roçada/capina manual, feita com foices/enxadas, é eficaz, mas o rendimento é baixo, tornando-se onerosa por necessitar de considerável mão-de-obra. É mais usada em áreas relativamente pequenas e/ou declivosas. A capina seletiva elimina somente as espécies mais agressivas.

A roçada/capina mecânica tratorizada é rápida, mas depende de um espaçamento largo que permita a passagem das máquinas e implementos. Depende ainda do cafezal estar bem alinhado, da declividade da área e da presença suficiente de carreadores. A necessidade de mão-de-obra é menor, porém mais especializada. Como desvantagens, exige alto investimento em equipamentos e constitui-se numa prática apenas “tolerável” pelas normas da produção orgânica, uma vez que desestrutura o solo e promove sua compactação.

A roçada pode ser feita com roçadeira costal motorizada.O rendimento é muito bom, sem muitas das desvantagens da capina mecânica tratorizada: pode ser adotada em espaçamentos menores, áreas mais declivosas e exige menor investimento.

O esterco de animais a pasto representa uma fonte de sementes de espécies espontâneas, sendo, portanto, de grande importância a sua compostagem antes da utilização, visto que, a elevação da temperatura durante o processo, reduz consideravelmente a viabilidade das sementes.



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