segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Economia da Produção do Milho



Introdução

O desenvolvimento da produção e do mercado do milho devem ser analisados, preferencialmente, sob a ótica das cadeias produtivas ou dos sistemas agro-industriais (SAG). O milho é insumo para produção de uma centena de produtos, porém na cadeia produtiva de suínos e aves são consumidos aproximadamente 70% do milho produzido no mundo e entre 70 e 80% do milho produzido no Brasil. Assim sendo, para uma melhor abordagem do que está ocorrendo no mercado do milho torna-se importante, além da análise de dados relativos ao produto milho "per si", também uma visão, ainda que superficial, do panorama mundial e nacional da produção e consumo da carne de suíno e de frango e de como o Brasil se posiciona neste contexto, para que seja possível o melhor entendimento das possibilidades futuras do milho no Brasil.


Panorama internacional

Produção de milho

Os maiores produtores mundiais de milho são os Estados Unidos, China e Brasil, que, em 2005, produziram: 280,2; 131,1; e 35,9 milhões de toneladas, respectivamente (Tabela 1).

Tabela 1. Principais países produtores de milho - 2001-2005.
Países/Anos
Produção (1.000 t)
2001
2002
2003
2004
2005
Estados Unidos
241.485
228.805
256.905
299.917
280.228
China
114.254
121.497
115.998
130.434
131.145
Brasil
41.955
35.933
48.327
41.806
34.860
México
20.134
19.299
19.652
22.000
20.500
Argentina
15.365
15.000
15.040
15.000
19.500
Índia
13.160
10.300
14.720
14.000
14.500
França
16.408
16.440
11.991
16.391
13.226
Indonésia
9.347
9.654
10.886
11.225
12.014
África do Sul
7.772
10.076
9.705
9.965
11.996
Itália.
10.554
10.554
8.702
11.375
10.622
Fonte: FAO - Agridata.


De uma produção total, no ano de 2005, de cerca de 708 milhões de toneladas (USDA, 2006), cerca de 75 milhões são comercializadas internacionalmente (aproximadamente 10% da produção total em 2005, com uma expectativa de 11,5% em 2006). Isto indica que o milho destina-se principalmente ao consumo interno. Deve-se ressaltar que, dado seu baixo custo de mercado, os custos de transporte afetam muito a remuneração da produção obtida em regiões distantes dos pontos de consumo, reduzindo o interesse no deslocamento da produção a maiores distâncias, ou em condições que a logística de transporte é desfavorável.
O mercado mundial de milho é abastecido basicamente por três países, os Estados Unidos (46 milhões de t de exportações em 2005), a Argentina (14,0 milhões de t em 2005) e a África do Sul (2,3 milhões de t em 2005). A principal vantagem destes países é uma logística favorável, que pode ser decorrente da excelente estrutura de transporte (caso dos EUA), proximidade dos portos (caso da Argentina) ou dos compradores (caso da África do Sul). O Brasil eventualmente participa deste mercado, porém, a instabilidade cambial e a deficiência da estrutura de transporte até aos portos têm prejudicado o país na busca de uma presença mais constante no comércio internacional de milho.
Os principais consumidores são o Japão (16,5 milhões de t em 2005), Coréia do Sul (8,5 milhões de t em 2005), México (6,0 milhões de t em 2005) e Egito (5,2 milhões de t em 2005). Outros importadores relevantes são os países da Sudeste de Ásia (2,9 milhões de t em 2005) e a Comunidade Européia (2,5 milhões de t em 2005). Nestes dois últimos casos, além das importações ocorre um grande montante de trocas entre os países que compõem cada um destes blocos.
Um fato importante a destacar é que a China vem gradativamente diminuindo seus estoques (formados, em grande parte como política derivada da Guerra Fria), por meio de uma agressiva política de exportação. Como a produção chinesa não tem sido suficiente para atender uma demanda crescente, a China deverá, em uma primeira fase reduzir as exportações e, em uma segunda fase passar de exportadora a importadora líquida de milho, em um curto período de tempo. Essa situação abrirá um mercado de cerca de oito ou nove milhões de toneladas adquiridas anualmente por países asiáticos que tradicionalmente compravam da China.
Para finalizar, está ocorrendo um processo de incremento de produção de etanol a partir do milho, nos Estados Unidos, o que pode incrementar o consumo interno deste cereal e reduzir as quantidades disponíveis para exportação, no país que é responsável por mais de 50% da quantidade comercializada internacionalmente.

Suínos e aves

As principais utilizações do milho no mundo são as atividades de criação de aves e suínos. Existem previsões de que a demanda mundial de carnes continue crescendo e estimativas apontam um consumo superior a 110 milhões de toneladas de carne suína e quase 70 milhões de toneladas de carne de frango, até o ano de 2015 .
A China é o país que mais produz e consome carne suína: aproximadamente 50 milhões de toneladas. O segundo lugar é ocupado pelos Estados Unidos, com cerca de 9,5 milhões de toneladas. O Brasil é o sétimo produtor mundial (Tabela 1.2). O consumo per capita registrado com Brasil, de 12 kg/hab/ano, ainda é baixo quando comparado com o observado na China, Estados Unidos e União Européia, que é de 30, 28 e 42 kg/hab/ano, respectivamente. O crescimento verificado nos últimos anos da China é impressionante, pois, nos últimos anos, foi incorporada à produção uma quantidade quase equivalente ao total de carne suína produzida nos Estados Unidos. Com certeza este crescimento está exercendo uma forte pressão sobre a quantidade demandada de milho para alimentação do rebanho suíno.
Tabela 2. Principais países produtores de carne suína - 2001-2005.
Países/Anos
Produção (1.000 t)

2001

2002

2003

2004

2005
China
42.982
44.358
46.233
48.118
50.095
Estados Unidos
8.691
8.929
9.056
9.312
9.402
Alemanha
4.074
4.110
4.239
4.323
4.505
Espanha
2.989
3.070
3.190
3.176
3.310
Brasil
2.637
2.798
3.059
3.110
3.110
França
2.315
2.346
2.339
2.293
2.257
Vietnã
1.515
1.654
1.795
2.012
2.100
Canadá
1.731
1.858
1.882
1.936
1.960
Polona
1.849
2.023
2.209
1.956
1.923
Dinamarca
1.716
1.759
1.762
1.810
1.800
Total Mundial
92.082

95.249

98.473

100.484

102.523
Fonte: FAO - Agridata.


O custo de produção de carne suína na China (US$ 1,32/kg vivo), entretanto, é mais que o dobro do verificado no Brasil (US$ 0,62/kg vivo) e maior que os observados na União Européia (US$ 1,10/kg vivo) e Estados Unidos (US$0,77/kgvivo). Além disso, os números de animais por km 2 , que são de 50,6 na China; 36,8 na União Européia e 10,2 nos Estados Unidos, são substancialmente maiores que os aproximadamente 4,5 animais por km 2 no Brasil. A alta densidade populacional de suínos traz sérias implicações ambientais, derivadas dos efeitos nocivos causados pela disposição dos dejetos dos animais no meio ambiente, e já afeta as decisões sobre a localização de novos empreendimentos voltados para a criação de suínos. Deve-se registrar que, mesmo no Brasil, estas considerações crescem de importância e tem direcionado a produção para áreas com menor concentração de animais e menor impacto ambiental da disposição dos resíduos, localizadas principalmente na região Centro-Oeste.
Com relação à produção de carne de frango, os Estados Unidos, com aproximadamente 16 milhões de toneladas é o maior produtor mundial, seguido pela China e Brasil (Tabela 1.3). A produção mundial é crescente, porém o crescimento se distribui de maneira mais uniforme entre os principais produtores.

Tabela 3. Principais países produtores de carne de aves. 2001-2005.
Países /Anos
Produção (1.000 t)
2001
2002
2003
2004
2005
Estados Unidos
14.267
14.701
14.924
15.514
16.026
China
9.070
9.275
9.660
9.895
10.149
Brasil
6.208
7.050
7.760
8.668
8.668
México
1.928
2.076
2.116
2.225
2.225
Índia
1.250
1.400
1.600
1.650
1.900
Espanha
1.009
1.191
1.185
1.268
1.320
Reino Unido
1.263
1.272
1.295
1.288
1.309
Indonésia
900
1.083
1.118
1.191
1.245
Japão
1.216
1.229
1.239
1.242
1.240
Federação Russa
862
938
1.030
1.152
1.130
Total Mundial
61.523
64.262
65.874
68.322
69.892
Fonte: FAO - Agridata. 


Panorama nacional

Produção de milho

A produção de milho no Brasil tem se caracterizado pela divisão da produção em duas épocas de plantio (Tabela 1.4). Os plantios de verão, ou primeira safra, são realizados na época tradicional, durante o período chuvoso, que varia entre fins de agosto na região Sul até os meses de outubro/novembro no Sudeste e Centro Oeste (no Nordeste este período ocorre no início do ano). Mais recentemente tem aumentado a produção obtida na chamada "safrinha", ou segunda safra. A "safrinha" se refere ao milho de sequeiro, plantado extemporaneamente, em fevereiro ou março, quase sempre depois da soja precoce, predominantemente na região Centro-Oeste e nos estados do Paraná e São Paulo. Verifica-se um decréscimo na área plantada no período da primeira safra, em decorrência da concorrência com a soja, o que tem sido parcialmente compensado pelo aumento dos plantios na "safrinha". Embora realizados em uma condição desfavorável de clima, os plantios da "safrinha" vem sendo conduzidos dentro de sistemas de produção que tem sido gradativamente adaptados a estas condições, o que tem contribuído para elevar os rendimentos das lavouras.

Tabela 4. Produção Brasileira de Milho.
Safra
2001
2002
2003
2004
2005
Produção (1.000 t)
Total
42.290
35.267
47.411
42.192
39.040
1ª Safra
35.833
29.086
34.614
31.617
29.319
2ª Safra
6.457
6.181
12.797
10.574
9.721
Área plantada (1.000 ha)
Total
12.973
12.298
13.226
12.822
12.297
1ª Safra
10.546
9.413
9.664
9.465
9.195
2ª Safra
2.426
2.885
3.563
3.357
3.102
Rendimento (kg.ha -1 )
Total
3.260
2.868
3.585
3.291
3.175
1ª Safra
3.398
3.090
3.582
3.340
3.189
2ª Safra
2.661
2.142
3.592
3.150
3.134
Fonte: CONAB (2006).


A baixa produtividade média de milho no Brasil (3.175 kg por hectare) não reflete o bom nível tecnológico já alcançado por boa parte dos produtores voltados para lavouras comerciais, uma vez que as médias são obtidas nas mais diferentes regiões, em lavouras com diferentes sistemas de cultivos e finalidades.
O milho é cultivado em praticamente todo o território, sendo que 90 % da produção concentraram-se nas regiões Sul (43 % da produção), Sudeste (25 % da produção) e Centro - Oeste (22% da produção). A participação dessas regiões em área plantada e produção vem se alterando ao longo dos anos.
A evolução da produção de milho 1 a safra e 2 a safra, nas principais regiões produtoras e respectivos estados, é mostrada nas Tabelas 5 e 6.

Tabela 5. Produção de milho 1 a safra. Centro-Sul. Brasil. Em 1.000 t.
REGIÃO/UF
2000/01
2001/02
2002/03
2003/04
2004/05
CENTRO-OESTE
5.733
3.884
4.088
3.852
3.308
MT
891
680
772
678
532
MS
1.204
638
681
539
441
GO
3.517
2.435
2.483
2.476
2.165
DF
120
131
153
159
169
SUDESTE
7.687
8.165
8.865
9.515
9.466
MG
4.153
4.657
5.208
5.903
6.068
ES
129
138
145
125
119
RJ
28
27
22
24
26
SP
3.376
3.344
3.490
3.463
3.251
SUL
19.630
14.391
17.658
14.363
10.926
PR
9.446
7.380
8.140
7.523
6.537
SC
3.947
3.106
4.235
3.340
2.818
RS
6.237
3.906
5.283
3.500
1.571
CENTRO-SUL
33.049
26.441
30.611
27.730
23.701
BRASIL
35.833
29.086
34.614
31.617
27.272
Fonte: CONAB (2006).


Nota-se que a produção obtida na primeira safra (com exceção do ano da safra 2004/05, afetada por problemas climáticos) manteve-se relativamente estável, em que pese a redução da área plantada (e mesmo o deslocamento das melhores áreas e dos agricultores comerciais para a cultura da soja). Este equilíbrio foi conseguido pelo incremento da produtividade agrícola nos principais estados produtores, nos quais, a produtividade média na safra de verão (1 a safra) já é superior a 4500 kg/ha. A produtividade na safrinha (2 a safra), embora menor que da safra normal, tem mostrado tendência de crescimento, demonstrando a maior difusão de tecnologias de produção nesta época de plantio, apesar das restrições climáticas.

Suínos e aves

Diferente do que acontece no mundo, onde a carne suína é a mais consumida, no Brasil a carne mais consumida é a de frango, seguida da carne bovina e suína. A tabela 7 mostra a evolução da produção de carnes no Brasil (os dados diferem dos das tabelas 2 e 3, devido à diferença de fontes).

Tabela 6. Produção de milho na 2 a safra. Brasil. Em 1.000 t.
REGIÃO/UF
2000/01
2001/02
2002/03
2003/04
2004/05
NORDESTE
121
265
254
219
219
BA
121
265
254
219
219
CENTRO-OESTE
2.502
3.204
5.843
5.503
4.603
MT
953
1.519
2.456
2.768
2.938
MS
970
708
2.359
1.814
998
GO
563
959
1.002
896
636
DF
16
17
27
24
30
SUDESTE
905
729
1.183
1.134
836
MG
75
131
120
98
104
SP
831
598
1.063
1.036
732
SUL
2.929
1.983
5.517
3.669
1.806
PR
2.929
1.983
5.517
3.669
1.806
CENTRO-SUL
6.336
5.916
12.543
10.306
7.246
BRASIL
6.457
6.181
12.797
10.574
7.704
Fonte: CONAB (2006).


No que se refere à carne de frango, este é o segmento do setor de proteínas animais que mais cresce no país, sendo impulsionado pelas exportações. Do total produzido em 2004, cerca de 71% destinaram-se ao mercado interno e 29% foram exportados. O Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango e exportou, em 2004, para 136 diferentes países, sendo que os do Oriente Médio, Ásia e União Européia foram os que mais adquiriram frango brasileiro.
Mais recentemente verifica-se um forte incremento das exportações de carnes bovinas. A evolução das exportações brasileiras de carnes está na Tabela 8. As exportações de bovinos e aves foram as que mais cresceram.
Para atender à crescente demanda por ração animal, estima-se que serão consumidas 42 milhões de toneladas de milho em 2005, representando um acréscimo de 8% em relação ao ano anterior. (Tabela 1.9). Para 2015, estima-se que para atender, primordialmente, o segmento de ração animal, a produção brasileira de milho terá que ser de aproximadamente 55 milhões de toneladas.

Tabela 7. Evolução da produção de carnes no Brasil (em 1.000 t).
Ano
Aves
Suínos
Bovinos
1997
3.891,2
1.010,4
3.334,9
1998
4.196,0
1.119,1
3.397,9
1999
4.681,3
1.237,8
3.806,7
2000
5.082,0
1.348,5
3.899,8
2001
5.566,7
1.588,1
4.330,3
2002
6.068,9
1.881,1
4.699,6
2003
6.226,4
1.917,5
4.977,2
2004
7.060,0
1.867,6
5.922,3
Fonte: IBGE (2006)


Tabela 8. 
Evolução das exportações brasileiras de carnes. Em toneladas.

TIPO
2000
2001
2002
2003
2004
Carne Suína "in natura"
116.006
247.369
449.202
458.031
470.969
Carne Peru "in natura"
42.487
67.952
89.151
110.446
134.338
Carne Frango Industr.
9.349
16.599
24.963
37.730
45.177
Carne Frango "in natura"
906.746
1.249.288
1.599.924
1.922.046
2.424.513
Carne Bovina Industr.
132.242
132.636
160.480
180.406
231.696
Carne Bovina "in natura"
188.657
368.286
430.272
620.118
925.071
Fonte: MDIC/SECEX - ALICE.
Tabela 9. Consumo de milho por segmento. Milhões de t.

Carne
2004
2005
Variação 2005/04 (%)
Frango
13,70
14,60
7
Ovo
2,20
2,30
5
Suínos
7,60
8,40
11
Bovinos
1,05
1,21
15
Outros
1,45
1,49
3
Rações
26,00
28,00
8
Fonte: Sindirações.


Outro aspecto relevante que deve ser destacado é a localização das unidades industriais de suínos e aves. A região Sul ainda concentra a maioria da produção e vem apresentando crescimento dessa atividade. Mais recentemente, a produção de suínos e de frangos na região Centro-Oeste vem mostrando forte expansão, vinculada à crescente produção de soja e milho nessa região. Essa tendência é plenamente justificável em razão do peso que representa o milho e soja no custo final da ração, tanto para aves quanto para suínos. Além disso, o custo de transporte, especialmente no Brasil, onde são precárias as condições de infra-estrutura, onera muito o preço do milho quando transportado a longas distâncias, refletindo na elevação do custo da ração. Assim, há tendência de se consumir o milho o mais próximo possível das áreas de produção.

Mercado do milho

O milho se caracteriza por se destinar tanto para o consumo humano como por ser empregado para alimentação de animais. Em ambos os casos, algum tipo de transformação industrial ou na própria fazenda pode ser necessária. Um resumo de possíveis utilizações do milho pode ser encontrada na Tabela 10. Nas seções seguintes, as principais transformações necessárias para o consumo animal e humano serão exploradas.

Consumo humano

Mesmo para o consumo humano, o milho necessita de alguma transformação. À exceção do consumo quando os grãos estão em estado leitoso, ou "verde", os grãos secos não podem ser consumidos diretamente pelos seres humanos.
O milho pode ser industrializado através dos processos de moagem úmida e seca. Este último é o mais utilizado no Brasil. Deste processo resultam subprodutos como a farinha de milho, o fubá, a quirera, farelos, óleo e farinha integral desengordurada, envolvendo escalas menores de produção e menor investimento industrial. O processamento industrial do milho rende, em média, 5% do seu peso na forma de óleo. Através do processo de moagem úmida o principal subproduto obtido é o amido, cujo nome do produto foi praticamente substituído pela designação comercial de Maizena.

Tabela 10. Os múltiplos uso do milho (planta, espiga e grão) no Brasil.
Destinação
Forma/Produto Final
Uso Animal DiretoSilagem; Rolão; Grãos (inteiro/desintegrado) para aves, suínos e bovinos.
Uso Humano Direto de Preparo CaseiroEspiga assada ou cozida; Pamonha; Curau; Pipoca; Pães; Bolos; Broas; Cuscuz; Polenta; Angus; Sopas; Farofa.
Indústria de RaçõesRações para aves (corte e postura); outras aves; Suínos; Bovinos (corte e leite); Outros mamíferos.
Indústria de Alimentos
Produtos Finais
Amidos; Fubás; Farinhas comuns; Farinha pré-cozidas; Flocadas; Canjicas; Óleo; Creme; Pipocas; Glicose; Dextrose.
IntermediáriosCanjicas; Sêmola; Semolina; Moído; Granulado; Farelo de germe.
Xarope de GlucoseBalas duras; Balas mastigáveis; Goma de mascar; Doces em pasta; salsichas; salames; Mortadelas; Hambúrgueres; Outras carnes processadas; Frutas cristalizadas; Compotas; Biscoitos; Xaropes; Sorvetes; Para polimento de arroz.
Xarope de Glucose com alto teor de maltoseCervejas
Corantes CarameloRefrigerantes; Cervejas; Bebidas alcoólicas; Molhos.
MaltodextrinasAromas e essências; Sopas desidratadas; Pós para sorvetes; Complexos vitamínicos; Produtos achocolatados.
Amidos AlimentíciosBiscoitos; Melhoradores de farinhas; Pães; Pós para pudins; Fermento em pó; Macarrão; Produtos farmacêuticos; Balas de goma.
Amidos IndustriaisPara papel; Papelão ondulado; Adesivos; Fitas Gomadas; Briquetes de carvão; Engomagens de tecidos; Beneficiamento de minérios.
DextrinasAdesivos; Tubos e tubetes; Barricas de fibra; lixas; Abrasivos; Sacos de papel; multifolhados; Estampagem de tecidos; Cartonagem; Beneficiamento de minérios.
Pré-GelatinizadosFundição de peças de metal.
AdesivosRotulagem de garrafas e de latas; Sacos; Tubos e tubetes; Fechamento de caixas de papelão; Colagem de papel; madeira e tecidos.
Ingredientes ProtéicosRações para bovinos; suínos; aves e cães.
Fonte: Jornal Agroceres (1994).


Em Minas Gerais a moagem seca, como no Brasil é o processo mais utilizado. Devido a pequena necessidade de maquinaria, e também à simplicidade destas, as indústrias processadoras de milho por este processo estão espalhadas pelo Estado, sendo geralmente de pequeno porte e quase que totalmente dedicadas ao processamento para consumo local. A tendência recente está na concentração destes produtos em indústrias de maior porte que tem se instalado em Minas Gerais. Como a maioria indústrias é de pequena dimensão e voltada para o abastecimento local, a proximidade do mercado é mais importante do que a localização das fontes de produção de milho.
Além dos produtos derivados da moagem seca, uma série de novos produtos industriais foram acrescentados dentre os destinados ao consumo humano. Os de maior importância são o amido, derivado da moagem úmida, e o óleo de milho. Devido à complexidade de seu processamento, e à necessidade de capital envolvido, estes produtos são oriundos de empresas de grande porte.
Em Minas Gerais a produção de óleo está concentrada na região Triângulo onde se encontra instalado o maior parque agro-industrial, processador de milho e soja, do estado e um dos mais modernos do País. A produção de derivados mais nobres como a glicose e amido ocorre na região do Triângulo (Uberlândia).
Mais recentemente tem aumentado a produção do milho especificamente destinado ao enlatamento. Esta indústria tem evoluído em termos de qualidade, pois mais recentemente, com a disponibilidade de novos materiais adaptados ao país, passou a processar milho do tipo doce. Existe um movimento no sentido da transferência desta indústria, anteriormente localizada principalmente no extremo Sul do Brasil, para as regiões do Triângulo e do Alto Paranaíba onde, com as novas cultivares, é possível a produção durante todo o ano aproveitando a infra-estrutura de irrigação existente.

Consumo animal.

Neste ponto, a cadeia produtiva do milho passa a se inserir na cadeia produtiva do leite, de ovos e da carne bovina, suína e de aves sendo este canal por onde os estímulos do mercado são transmitidos aos agricultores. Mudanças nestas cadeias passam a ser de vital importância como incentivadoras do processo produtivo do milho. Três grandes derivações ocorrem neste item: a) a produção de silagem, para alimentação de vacas em produção de leite e mais recentemente de gado confinado para engorda no período de inverno; b) a industrialização do grão de milho em ração; c) o emprego do grão em mistura com concentrados protéicos para a alimentação de suínos e de aves.
A atividade de produção de milho para silagem tem sofrido forte influência, tanto da necessidade de modernização do setor de pecuária leiteira de Minas Gerais, como do incremento das atividades de confinamento bovino que ocorreram nos últimos anos.
No caso do item b , o processo de transformação é tipicamente industrial, que resulta no fornecimento de rações prontas, principalmente utilizadas na criação de animais de estimação, como cães, gatos, etc.
Na criação de suínos, item c , devido à quantidade relativamente grande de milho necessária, este normalmente é adquirido em grão, ou é parcialmente produzido, pelos criadores para mistura com concentrados na propriedade rural.
Todas estas três derivações têm se desenvolvido consideravelmente em Minas Gerais, com a criação de pólos regionais de consumo de milho, que não necessariamente estão próximos aos locais de produção, (caso da avicultura na região de Pará de Minas e de suinocultura em Ponte Nova). Ao contrario da industrialização de milho para o consumo humano, este setor apresenta grande dinamismo, com grande incremento do número de indústrias processadoras.

Processamento na fazenda

Uma parcela importante do milho produzido no estado destina-se ao consumo ou transformações em produtos destinados ao consumo na própria fazenda. O milho destinado ao consumo humano - principalmente na forma de fubá, farinha ou canjica - tem menor quantitativo, frente ao destinado à alimentação de pequenos animais, geralmente aves e suínos.
Embora este estágio da cadeia do milho possa gerar eventualmente algum excedente para comercialização fora da propriedade agrícola, sua importância no que diz respeito ao abastecimento urbano é hoje muito reduzida. O aumento na eficiência dos sistemas alternativos de produção de aves e suínos, as próprias características dos produtos demandados pelos consumidores urbanos e as quantidades necessárias para atingir escalas mínimas que compensem o transporte para as regiões consumidoras reduziu, e muito, sua capacidade de competição. Sua importância hoje é muito maior na subsistência destas populações rurais do que como fator de geração de renda capaz de promover melhorias substanciais em seu padrão de vida. O desafio que se defronta neste elo da cadeia seria a transformação da capacidade destes agricultores em se integrar em cadeias de processamento de milho mais modernas e competitivas, sem o que sua situação de marginalidade frente ao processo de desenvolvimento do país não será modificada.

Custo de produção

Sistemas de produção de milho

Há uma grande diversidade nas condições de cultivo do milho no Brasil. Observa-se desde a agricultura tipicamente de subsistência, sem utilização de insumos modernos (produção voltada para consumo na propriedade e eventual excedente comercializado) até lavouras que utilizam o mais alto nível tecnológico, alcançando produtividades equivalentes às obtidas em países de agricultura mais avançada. Independentemente da região, os seguintes sistemas de produção de milho são bastante evidentes:

Produtor comercial de grãos

Normalmente produzem milho e soja em rotação, podendo também envolver outras culturas. São especializados na produção de grãos e têm por objetivo a comercialização da produção. Plantam lavouras maiores. Utilizam a melhor tecnologia disponível, predominando o plantio direto. São os grandes responsáveis pelo abastecimento do mercado.

Produtor de grãos e pecuária

Neste caso o agricultor usa um nível médio de tecnologia, por lhe parecer o mais adequado, em termos de custo de produção. É comum o plantio de milho visando a renovação de pastagens. A região muitas vezes não produz soja e o milho é a principal cultura. As lavouras são de tamanho médio a pequena, A capacidade gerencial não é tão boa e muitas vezes as operações agrícolas não são realizadas no momento oportuno, com o insumo adequado ou na quantidade adequada. A qualidade das máquinas e equipamentos agrícolas podem também comprometer o rendimento do milho.
Recentemente, vem sendo implementada a recuperação de pastagens degradadas, que atingem praticamente 50 milhões de hectares. À medida que avance o programa de recuperação, deverá haver aumento na oferta de milho, uma vez que o sistema de integração lavoura-pecuária, utilizando milho, tem se mostrado o mais apropriado para esse fim.

Pequeno produtor

É aquele produtor de subsistência, onde a maior parte da produção é consumida na propriedade. O nível tecnológico é baixo, inclusive envolvendo o uso de semente não melhorada. O tamanho da lavoura é pequeno. Essa produção tem perdido importância no que se refere ao abastecimento do mercado.

Produção de milho safrinha

Este tipo de exploração ocupa hoje cerca de três milhões de hectares de milho plantados principalmente nos estados PR, SP, MT, MS e GO. O milho é semeado extemporaneamente, após a soja precoce. O rendimento e o nível tecnológico depende muito da época de plantio. Nos plantios mais cedo o sistema de produção é, às vezes, igual ao utilizado na safra normal. Nos plantios tardios o agricultor reduz o nível tecnológico em função do maior risco da cultura devido, principalmente, às condições climáticas (frio excessivo, geada e deficiência hídrica). A redução do nível tecnológico refere-se, basicamente, à semente utilizada e redução nas quantidades de adubos e defensivos aplicados. Essa oferta tem sido importante para a regularização do mercado.

Coeficientes técnicos

Dos sistemas de produção identificados, o que mais prontamente assimila as tecnologias disponíveis na busca de competitividade diz respeito ao "produtor comercial de grãos". Para esse sistema, tem-se observado grande homogeneização do padrão tecnológico empregado pelos produtores na condução das lavouras de milho, variando pouco entre as principais regiões produtoras.
Evidentemente não existe um padrão tecnológico único que atenda a todos os sistemas de produção utilizados e que se adapte a todas as situações inerentes a cada lavoura. Entretanto, especificamente com relação aos produtores enquadrados no sistema acima citado, é possível, com razoável precisão, identificar um padrão tecnológico que se apresenta como o mais adequado para essas lavouras.
Os coeficientes técnicos foram elaborados para as três situações predominantes nas lavouras comerciais, quais sejam: safra normal usando sistema plantio direto (Tabela 11), safra normal usando plantio convencional (Tabela 12) e safrinha (Tabela 13).

Considerações finais

Uma vez que a produção mundial de suínos e aves, principais consumidores de milho, continuará crescendo, a questão que se coloca é a indagação sobre quais regiões reúnem as condições mais favoráveis para suportar esse crescimento.
Certamente haverá um grande peso no sentido de favorecer regiões produtoras de milho que disponham de boa logística de transporte para atender a consumidores situados em uma distância razoável. Este atendimento regional é da maior importância para a sustentabilidade da atividade produtiva, pois provê um escoamento seguro para a produção. Outro fator importante é a disponibilidade de um sistema de armazenamento eficiente, que possibilite aos agricultores realizar a comercialização da produção de forma mais lucrativa ao longo do ano. A disponibilidade de um sistema de comercialização eficiente também é parte deste complexo de aspectos que aumenta a competitividade dos produtores de milho de determinada região. Para finalizar, embora o atendimento à consumidores localizados a distâncias mais curtas possível seja vital, o estabelecimento de um canal de comércio exterior é interessante, tendo em vista que este fornecerá um piso de flutuação dos preços mais estável do que os normalmente verificados nos preços internos.

Tabela 11. Coeficientes técnicos de produção para um hectare de milho (Plantio direto: produtividade 7.000 kg.ha -1).
DESCRIÇÃO
ESPECIFICAÇÃO
UNIDADE
QUANTIDADE
UTILIZADA
PREPARO DO SOLO
Calcário
t
0,7
Gesso
t
0,4
Distribuição do calcárioTrator 85 hp + calcariador
hm
0,125
Dessecação � herbicidaGlifosato
l
3
Distribuição herbicidaTrator 85 hp + pulv. Barra 2000 l
hm
0,3
Mão-de-obra distribuição herbicida
dh
0,25
PLANTIO
SementesHíbridos simples ou triplo
sc.
1
Tratamento de Sementes
Fungicida
l
0,02
Inseticida
l
0,4
Adubação8-28-16 + FTE
kg
300
Plantio / adubação mecânicaTrator 120 hp + plant / adub. 12 linhas
hm
0,8
Transporte Interno plantioTrator 85 hp + carreta 8 t
hm
0,3
TRATOS CULTURAIS
Adubação de coberturaUréia
kg
200
Aplic. adubação de coberturaTrator 85 hp + distr. adubo 5 linhas
hm
0,6
Herbicida � Pós
Herbicida 1
l
2,5
Herbicida 2
l
0,8
Aplicação herbicidaTrator 85 hp + pulv. Barra 2000 l (1X)
hm
0,3
Controle de pragas
Inseticida 1Piretróide
l
0,3
Inseticida 2Fisiológico
l
0,6
Espalhante adesivoÓleo mineral
l
1
Aplicação inseticidaTrator 85 hp + pulv. Barra 2000 l (2X)
hm
0,6
Controle formigas
FormicidaIsca
kg
0,6
COLHEITA
Colheita mecânicaColheitadeira plataforma 4m
hm
0,85
Transporte internoTrator 85 hp + carreta 8 t
hm
0,3
Fonte: Os autores.

Tabela 12. 
Coeficientes técnicos de produção para um hectare de milho (plantio convencional: produtividade 7.000 kg/ha.

DESCRIÇÃO
ESPECIFICAÇÃO (*)
UNIDADE
QUANTIDADE
UTILIZADA
PREPARO DO SOLO
Calcário
t
0,7
Gesso
t
0,4
Distribuição do calcário
hm
0,125
Gradagem AradoraTrator 120 hp + grade pesada.
hm
1,6
Gradagem NiveladoraTrator 120 hp + grade nivel.
hm
0,4
PLANTIO
SementesHíbridos simples ou triplo
sc
1
Fungicida
l
0,02
Inseticida
l
0,4
Distribuição inseticida manual
dh
0,05
Adubação8-28-16 + FTE-CAMPO
kg
300
Plantio / adubação mecânicaTrator 120 hp + plant / adub. 12 linhas
hm
0,8
Transporte interno plantioTrator 85 hp + carreta 8 t
hm
0,3
TRATOS CULTURAIS
Adubação de coberturaUréia
kg
200
Aplic. Adubação de cobertura
hm
0,6
Herbicida � Pós
Herbicida 1
l
2,5
Herbicida 2
l
0,8
Aplicação herbicida - máquinaTrator 85 hp + pulv. barra 2000 l
hm
0,3
Mão-de-obra aplic. herbicida
dh
0,16
Inseticida
Inseticida 1Piretróide
l
0,3
Inseticida 2Fisiológico
l
0,6
Espalhante adesivoÓleo mineral
l
1
Aplicação inseticidaTrator 85 hp + pulv. Barra 2000 l (2X)
hm
0,6
Mão-de-obra aplic. inseticida
dh
0,32
Controle formigas
FormicidaIsca
kg
0,6
COLHEITA
Colheita mecânicaColheitadeira plataforma 4m
hm
0,85
Transporte internoTrator 85 hp + carreta 8 t
hm
0,3
Fonte: Os autores.


Tabela 13. 
Coeficientes técnicos de produção para um hectare de milho (Safrinha: produtividade 3.000 kg/ha.

DESCRIÇÃO
ESPECIFICAÇÃO (*)
UNIDADE
QUANTIDADE
UTILIZADA
PREPARO DO SOLO
Dessecação
Herbicida 1Glifosato
l
1,5
Herbicida 22,4-D
l
0,5
Distribuição herbicidaTrator 85 hp + pulv. Barra 2000 l
hm
0,15
Mão-de-obra distribuição herbicida
dh
0,25
PLANTIO
SementesHíbridos duplo ou triplo
sc.
1
Adubo4-20-20
kg
200
Plantio / adubaçãoTrator 120 hp + plant / adub. 12 linhas
hm
0,8
Transporte interno plantioTrator 85 hp + carreta 8 t
hm
0,3
TRATOS CULTURAIS
Adubação de coberturaUréia
kg
60
Aplic. Adubação
hm
0,5
Inseticida
l
0,6
Aplicação inseticidaTrator 85 hp + pulv. Barra 2000 l (2X)
hm
0,3
Mão-de-obra aplic. inseticida
dh
0,32
COLHEITA
Colheita mecânicaColheitadeira plataforma 4m
hm
0,6
Transporte internoTrator 85 hp + carreta 8 t
hm
0,3
Fonte: Os autores.











quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Cultivo do Milho (Apresentação)



A Embrapa Milho e Sorgo reuniu neste documento os resultados de pesquisa realizada no país, como subsídio para o aumento da produção de milho, principalmente por meio do aumento da produtividade.
A produção de milho no Brasil tem-se caracterizado pela divisão em duas épocas de plantio. Os plantios de verão, ou primeira safra, são realizados na época tradicional, durante o período chuvoso, que varia entre fins de agosto, na região Sul, até os meses de outubro/novembro, no Sudeste e Centro-Oeste (no Nordeste, esse período ocorre no início do ano). Mais recentemente, tem aumentado a produção obtida na safrinha, ou segunda safra. A safrinha refere-se ao milho de sequeiro, plantado extemporaneamente, em fevereiro ou março, quase sempre depois da soja precoce, predominantemente na região Centro-Oeste e nos estados do Paraná, São Paulo e Minas Gerais. Verifica-se nas últimas safras, um decréscimo na área plantada no período da primeira safra, mas que tem sido compensado pelo aumento dos plantios na safrinha e no aumento do rendimento agrícola das lavouras de milho. Embora realizados em uma condição desfavorável de clima, os sistemas de produção da safrinha tem sido aprimorados e adaptados a essas condições, o que tem contribuído para elevar os rendimentos das lavouras também nessa época.
A safra 2009/10, consolidou a utilização de cultivares de milho transgênico (no caso do Milho Bt) no Brasil. Cerca de 35% das sementes adquiridas de milho na safra de verão foram de cultivares com eventos transgênicos e, na safrinha (2010), este percentual atingiu cerca de 42%. Em alguns dos principais estados produtores, as cultivares transgênicas ultrapassaram as convencionais já neste segundo ano de liberação daqueles materiais. Podem ser citados os estados de São Paulo e Bahia na safra de verão e São Paulo e Paraná, na safrinha.
De acordo com o último levantamento sobre a safra de grãos (CONAB, agosto. 2010) a produção nacional de milho se mostra bastante tecnificada, fazendo com que a produtividade apresente aumentos crescentes nos últimos anos. Na maioria das regiões produtoras, a safra de 2009/10 foi conduzida sob condições climáticas favoráveis. Em relação ao milho safrinha, o desenvolvimento da lavoura correu dentro da normalidade ocorrendo  períodos de estiagem, que embora pontuais, causaram pequenos danos à cultura, principalmente naquelas áreas semeadas mais tarde e que se encontravam no período de floração e granação.
A área cultivada com milho na Safra 2009/10, foi de 7.748,7 mil hectares, com redução de (16,5 %) em relação à área cultivada na Safra 2008/09 que foi de 9270,5 mil hectares. Na safrinha, a área estimada foi de 5.187,4 hectares, 5,8% maior  que a área cultivada na  safra 2008/09.A área total cultivada, em todo o país, nas duas safras, ficou em 12.930,1 mil hectares, (8,8%) inferior à área cultivada na safra anterior.
A redução da área cultivada na primeira safra, a nível nacional, foi de 1.527,8 hectares. A diminuição está relacionada com o volume de produto no mercado, com os preços praticados abaixo do esperado pelos produtores e com a escassez de chuvas na região Nordeste, na  época da semeadura. Já a produção ficou muito próxima da obtida na safra anterior, devido a recuperação da produtividade do Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, que na safra passada apresentaram redução devido a estiagem ocorrida nestes estados . A redução prevista de área com milho na safrinha, não se verificou, ao contrário, ocorreu um incremento na área efetivamente plantada. A recuperação se deu no Mato Grosso, que aumentou sua área de plantio de milho em 23,9%. Goiás com aumento de 22,9% e Distrito Federal, que aumentou sua área de milho safrinha em 56,3%, todos comparados com o mesmo tipo de safra cultivada em 2008/09. A produção brasileira de milho (Safra e Safrinha), aumentou em cerca de  três milhões de toneladas (6,6%).
A produtividade média para a Primeira Safra de 2009/10, ficou em 4.417 kgha-1, 21,7% maior que a alcançada na safra 2008/09. O aumento se deve à maior produtividade prevista para estados do Centro-Sul, principalmente Paraná e Rio Grande do Sul, que tiveram frustração na safra anterior, por conta das condições climáticas adversas, principalmente pela má distribuição das chuvas e ocorrência de períodos de estiagem na fase crítica do desenvolvimento da cultura. A produtividade do milho segunda safra (safrinha), teve um aumento de 9,9% com previsão de alcançar mais do que 3.800 kgha-1.
A produção da primeira safra de milho em 2009/10 foi 34.196,8 mil toneladas,  maior do que o foi colhido na safra 2008/09 (1,6 %). Para a safrinha, a previsão é de que sejam colhidas  20.180 mil toneladas, com um crescimento de 16,3% em relação á safra anterior. A safra nacional total de milho deve alcançar a produção de 54.376,7 mil toneladas, representando um crescimento de 6,6% em relação á safra anterior.
Maiores informações sobre estatísticas e conjuntura econômica relacionada a cultura do milho ao longo do ano pode ser encontrada na página do Centro de Inteligência do milho - CIMilho .
 Este trabalho discute os principais aspectos técnicos da produção de milho, considerado os resultados mais recentes de pesquisa e oferecendo alternativas para situações particulares, como, por exemplo, em sistema de produtores, técnicos de assistência técnica extensão rural e de planejamento informações necessárias à sua tomada de decisão, para situações específicas de cada sistema de produção, visando ao aumento de sua produtividade e rentabilidade.


















segunda-feira, 19 de outubro de 2015

CULTURA DO FEIJÃO CAUPI (Resumo)



A CULTURA DO FEIJÃO CAUPI 

Botânica: - Família: Fabaceae = Leguminosae -
Gênero: Vigna - 
Espécie Vigna Unguiculata (L) Walp 

Centro de Origem: Sudeste asiático O feijão Caupi é uma cultura tradicionalmente explorada por pequenos agricultores, normalmente descapitalizados, por isso mesmo, na maioria das vezes, com emprego de pouca tecnologia. Tara-se de uma leguminosa de alto valor nutricional, e com boa aceitação no mercado. É uma cultura pouco exigente no que diz respeito à fertilidade do solo, pois tem a grande vantagem de ser uma planta fixadora de nitrogênio, um dos elementos essências à cultura. No entanto, variações climáticas podem afetar significativamente a produtividade da cultura. 

Clima 
O bom desenvolvimento da cultura ocorre quando a temperatura média do ar fica na faixa de 18 a 34°C. Quando essa temperatura estiver abaixo de 8 a 11°C, a cultura não se desenvolve. Altas temperaturas inibem o crescimento das plantas do feijoeiro Caupi, prejudica a polinização, provoca abortamento de flores, vingamento e retenção final de vagens. Além de contribuir para a ocorrência de doenças. A cultura do feijão Caupi exige um mínimo de 300 mm de precipitação para que produza a contento, sem a necessidade de utilização da prática de irrigação. Assim, as regiões cujas precipitações oscilem entre 250 e 500 mm são consideradas aptas para a exploração da cultura. Na região Meio-Norte do Brasil, a principal causa da variação da produtividade de grãos feijoeiro Caupi em condições de sequeiro está associada á disponibilidade hídrica no solo, devido principalmente à má distribuição das chuvas, que limitam o crescimento e o desenvolvimento da cultura. Outros fatores, como a radiação solar e a umidade relativa do ar, também afetam essa produtividade. 

3 Solo 
O feijão Caupi pode ser cultivado em quase todos os tipos de solo. De um modo geral, desenvolve-se bem em solos com regular teor de matéria orgânica, soltos, leves e profundos, arejados e dotados de uma média a alta fertilidade. No entanto, solos de baixa fertilidade podem ser utilizados, com aplicação de fertilizantes químicos ou orgânicos. 

3.1 Correção de acidez 
As recomendações de correção de acidez devem ser feitas com base em resultados de análise química do solo, e deve levar em consideração a percentagem de saturação de alumínio no solo. Para a cultura do feijão Caupi, recomenda-se que seja feito correção de acidez do solo quando essa percentagem de saturação for igual ou superior a 20%. 

3.2 Adubação 
Além do carbono, hidrogênio e oxigênio, que estão presentes na atmosfera, são essenciais às plantas os macros e os micronutrientes que estão presentes no solo. No caso de qualquer desses nutrientes presentes no solo em níveis muito baixos, constatados por meio de análise de solo, a correção da fertilidade deve ser feita para que a cultura se desenvolva e produza satisfatoriamente. 

Recomendação de adubação química (kg/ha) para a cultura de feijão Caupi com base em resultados de análise de solo. Época N P2O5 K2O P no solo mg dm- ³ K no solo mg dm- ³ Plantio - 0-5 6-10 >10 0-25 26-50 >50 - 60 40 20 40 30 20 Cobertura 20 - - Fonte: EMBRAPA - 2000 

4 Época de plantio 
A melhor época de plantio para as variedades de ciclo médio (70 a 80 dias) é na metade do período chuvoso de cada região. Para as variedades de ciclo precoce (55 a 60 dias), recomenda-se fazer o plantio dois meses antes da previsão de término do período chuvoso. Com isso evita-se que a colheita seja feita em períodos com maior probabilidade de ocorrência de chuvas. Na região Nordeste do Brasil, a má distribuição das precipitações pluviométricas, torna a agricultura de sequeiro uma atividade econômica de alto risco. Para reduzir esse risco é recomendado que se faça o plantio do feijão Caupi escalonado, e num sistema policultivar. A semeadura escalonada consiste em distribuir diferentes variedades com diferentes características de ciclo de desenvolvimento, em diferentes épocas, dentro de intervalo de tempo mais indicado para o plantio da cultura na região. Dentre as vantagens do plantio escalonado, podemos citar: - diminuição dos riscos de perdas por adversidades climáticas; - maior proteção do solo contra erosão; - melhor distribuição das práticas de implantação da lavoura; - possibilidade de colheita e beneficiamento da produção num maior intervalo de tempo; - oportunidade de colocação da produção no mercado por um maior período de tempo e épocas mais adequadas, quando melhore preços podem ser alcançados. Em relação ao sistema de policultivo, a diferença é que variedades de ciclos diferentes podem ser plantadas na mesma época. Quando o cultivo for irrigado, a flexibilização da época de plantio é maior. No entanto, devem ser observadas as oscilações de preços do produto no mercado. Num sistema irrigado deve-se optar por variedades mais precoces e produtivas, e que sejam  indicadas para esse sistema de cultivo. A semeadura deve ser feita em períodos em que o florescimento não coincida com períodos de altas temperaturas. 

5 Métodos de plantio 
O feijão Caupi pode ser plantado pelos mais variados métodos, desde os mais rudimentares até os motomecanizados, com plantadeiras adubadeira. 

5.1 Plantio manual 
É o mais usado em pequenas propriedades, utilizando-se enxadas e “matracas”, também conhecidas como “tico-tico”. Esse tipo de plantadeira permite um melhor rendimento que as enxadas. 

5.2 Plantio a tração animal 
É feito com a utilização de plantadeiras simples, que contém apenas os depósitos de sementes e fertilizantes. São implementos com dispositivos que permitem colocar o fertilizante em faixa, ao lado e abaixo da semente. 

5.3 Plantio motomecanizado 
O implemento que executa esse tipo de plantio tem o mesmo princípio da plantadeira a tração animal. A diferença está na produtividade do serviço e no fato de que algumas possuem mecanismos que facilitam o controle da distribuição da quantidade de semente desejada. 

6 Densidade de plantio 
Uma das causas da baixa produtividade de grãos de feijão Caupi, na região Nordeste do Brasil é a escassez ou excesso de plantas por unidade de área. A escassez pode ser ocasionada por falhas que ocorrem na linha de plantio, podendo ser conseqüência da má regulagem de plantadeira, utilização de sementes de baixo vigor, danos causados por insetos ou doenças que matam as plantas ou devido ao plantio efetuado com pouca umidade no solo. A densidade ótima de plantio é definida como sendo o número de plantas capazes de explorar de maneira mais eficiente e completa uma determinada área de solo. Pesquisas já mostraram que a maior produtividade de grãos é obtida com uma densidade de plantio em torno de 50 a 60 mil plantas por hectare, para variedades de porte ramador e 70 a 90 mil plantas para variedades de porte moita. 

7 Espaçamento 
O número de plantas por unidade de área é definido pela função do espaçamento entre linhas de plantio e a densidade de planta por metro linear. Para variedades de porte ramador é recomendado o espaçamento de 0,8 a 1,0m entre linhas. Para variedades de porte moita, o espaçamento mais recomendado é de 0,6 m. A densidade de semente recomendada por linha de plantio é de 6 a 8 por metro. Plantando-se a cultura na densidade correta haverá um melhor aproveitamento interceptada pelas plantas, principalmente nas regiões que apresentam grande intensidade luminosa, como é o caso da região Nordeste do Brasil.

8 Cultivos consorciados 
O feijão Caupi no Meio-Norte do Brasil é cultivado, em grande parte, em associação com outras culturas, sendo a mais comum o milho. O cultivo em consórcio possibilita a subsistência do produtor, a utilização permanente de mão-de-obra, a alimentação diversificada, e o melhor controle de erosão do solo e de pragas, doenças e ervas invasoras. Este sistema de cultivo é uma opção para o aproveitamento intensivo da terra, além de proporcionar renda familiar relativamente estável ao longo dos anos. 

8.1 Vantagens de cultivos consorciados 
Dentre as principais vantagens deste sistema de cultivo podem ser citadas: - Maior produção de alimento por unidade de área cultivada; - Estabilidade de produção, pois diminui os riscos de insucesso total da lavoura, ou seja, se uma cultura falha ou produz pouco a cultura consorte pode compensá-la. - Aumenta a proteção vegetativa do solo, protegendo-o contra erosão; - Permite melhor aproveitamento de mão-de-obra e o seu uso com mais eficiência; e - Diminui a incidência de pragas e doenças tanto na cultura principal como na consorte. 

8.2 Desvantagens do consórcio - 
Dificuldade de utilização de práticas culturais mais eficientes e capazes de levar a altas produtividades; - Tecnologias mais evoluídas são de difícil utilização neste sistema de cultivo, principalmente quando é pretendido o uso de mecanização. 

8.3 Consorcio Milho x Feijão Caupi 
A associação de milho com feijão Caupi pode ser feita de diversas maneiras. As duas culturas podem ser plantadas simultaneamente na mesma fileira, ou em fileiras intercaladas. Neste caso os sistemas mais utilizados são os de uma fileira de milho para uma de feijão, uma de milho para duas de feijão. Um outro sistema é o de faixas alternadas, sendo o de duas fileiras de milho para três de feijão Caupi o mais recomendado. Neste caso deve ser preservado o espaçamento recomendado para as culturas. 

 9 Escolha de variedades 
Deve ser feita de acordo com indicação da pesquisa para a região, que normalmente levam em consideração as condições climáticas da região e as exigências do mercado consumidor. Vale ressaltar que as tradições regionais também devem ser levadas em consideração. Também deve-se levar em consideração o ciclo da cultivar na hora do planejamento da lavoura. O ciclo do Caupi para as condições tropicais, está classificado em, superprecoce, precoce, médio, médio-precoce, médio-tardio e tardio. Esses ciclos podem ser detalhados da seguinte maneira: Ciclo superprecoce – a maturidade é alcançada até 60 dias após a semeadura; Ciclo precoce – a maturidade é alcançada entre 61 e 70 dias após a semeadura; Ciclo médio – a maturidade é alcançada entre 71 e 90 dias após a semeadura; Ciclo médio-precoce – a maturidade é alcançada entre 71 e 80 dias após a semeadura; Ciclo médio -tardio – a maturidade é alcançada entre 81 e 90 dias após a semeadura; Ciclo tardio – a maturidade é alcançada a partir de 91 dias após a semeadura. 

10 Tratos culturais 
Para a cultura do feijão Caupi, os mais importantes são: - controle de ervas invasoras; - controle de pragas e doenças; e - manejo de restos culturais. 

10.1 Controle de plantas invasoras 
São definidas como plantas invasoras qualquer espécie vegetal crescendo em local não desejado, e que de alguma forma interferem com as atividades produtivas esperadas pelo agricultor. O período crítico de competição das invasoras com o feijão Caupi ocorre aproximadamente até os 35 dias após a emergência. As espécies que se desenvolvem posteriormente a esse período não interferem diretamente na produção de Feijão Caupi. Na necessidade de eliminação de invasoras de determinada área, deve-se, sempre que possível utilizar o controle integrado, ou seja, a combinação de dois ou mais métodos, potencializando os efeitos individuais e aumentando os efeitos das práticas. O planejamento do controle deve levar em consideração a disponibilidade de mãode-obra e de implementos agrícolas. O controle normalmente pode ser: Preventivo – tem o objetivo de prevenir a introdução, o estabelecimento e/ou a disseminação de determinadas espécies de invasoras em áreas de cultivo não infestadas. Controle cultural – aproveitamento de características agronômicas de culturas comerciais com o objetivo de levar vantagens sobre as ervas invasoras. Controle mecânico – utilização de práticas de controle de plantas invasoras por meio de efeitos físico-mecânico, como a capina manual e o cultivo mecânico. A utilização de enxadas, e principalmente, os cultivadores a tração animal são os métodos mais comuns de controle de plantas invasoras em feijão Caupi. Controle químico – é recomendado para grandes áreas, quando justificado, ou em áreas com mão-de-obra escassa. Nesse método são utilizados herbicidas, que podem ser classificados em, de pré-plantio incorporado (PEI), pré-emergente (PE) e pós-emergente (POS). esse método de controle de invasoras deve ser um complemento de outras práticas de manejo, e deve ser utilizado com o objetivo de reduzir as necessidades dos métodos de controle manual ou mecânico. 

 10.2 Principais pragas e seu controle 
Os insetos, geralmente atacam as plantas naquela época em que o seu estágio fenológico está produzindo seu alimento ideal. Assim as pragas do feijão Caupi se distribuem de acordo com estágio fenológico da cultura (Fig.10.2.1). O conhecimento dessa relação inseto/planta é importante para que o técnico ou produtor faça um acompanhamento adequado do nível populacional das pragas para fins de manejo e/ou controle. O controle é normalmente feito com a utilização de produtos químicos, e nunca deve ser realizado sem a orientação e acompanhamento técnico.

10.3 Doenças 
Os agentes de doenças que infestam o feijão Caupi determinam perdas tanto no volume de produção quanto na qualidade do produto. A forma de controle mais recomendada engloba um conjunto de procedimento a serem utilizados por ocasião da implantação da cultura. Entre tais procedimentos constam, a utilização de variedades resistentes, sementes sadias e certificadas, rotação de cultura, época correta de semeadura. Solos encharcados devem ser evitados. No caso de todos esses procedimentos falharem, o controle químico é recomendado. Mas só deve ser feito com orientação e acompanhamento técnico. As principais doenças que infestam a cultura do Caupi se dividem em: 
Podridão de raiz-colo-caule - Tombamento (Damping off); - 
Podridão das raízes; - 
Podridão do colo; - 
Podridão cinzenta do caule; - 
Murcha de fusarium; e - 
Murcha/podridão de esclerótico. 
Doenças foliares - Mosaico severo do Caupi; - 
Mosaico rugoso; - Mosqueado severo; - 
Mosaico do pepino; - 
Mosaico dourado; - Carvão; - 
Mancha café; - 
Cercosporiose (Mancha vermelha); - 
Mela; - Mancha zonada; - Ferrugem; - 
Mancha de alternaria; - 
Oídio cinza; e - 
Mancha bacteriana. 
Doenças das flores vagens e sementes - 
Sarna; - Mofo cinzento das vagens. 

11 Colheita 
O momento da colheita constitui-se num fator de grande importância para a obtenção de grãos de boa qualidade. A colheita deve ser realizada quando as plantas atingirem a maturidade fisiológica, que caracteriza-se pela mudança da cor das vagens e dos grãos obedecendo aos padrões das variedades consideradas. A maturação fisiológica no feijão Caupi ocorre normalmente vinte dias após o início da fase de formação das vagens. A colheita antecipada faz com que o tempo e o custo para secagem sejam elevados, além de dificultar o processo de trilha. Se for adiada, pode ser reduzida a produtividade de grãos, em função da deiscência das vagens no campo. Poderá haver também deterioração dos grãos por eventuais incidências de fungos e ataque de insetos, além de aumentar os riscos de germinação de grãos nas vagens. 

11.1 Colheita Manual 
O feijão é colhido vagem por vagem, e a debulha é feita manualmente ou por meio de bateção. 

11.2 Colheita Mecânica 
É feita por meio de máquinas especiais para essa operação. 

11.3 Colheita Semimecanizada. 
É a combinação da colheita manual e mecânica, envolvendo as operações de arranquio e recolhimento manual e bateção (trilha) mecanizada. 

12 Secagem e Armazenamento 
A secagem é um processo que utiliza o ar como um meio para conduzir calor e transferir o excesso de umidade da massa de grãos para a atmosfera. Isso geralmente em duas etapas: - Pré-secagem das ramas – feita ao sol na sua forma original ou enleirada no campo, ou ainda espalhada em lonas ou terreiros; - Secagem dos grãos após a trilha – normalmente e feita ao sol, espalhando-se os grãos em lonas ou terreiros. 

13 Armazenamento 
Normalmente é feito a granel, em silos ou ensacados, em armazéns. 

14 Comercialização - 
Em feiras livres, e nas Centrais de Abastecimentos Estaduais, baseado no preço mínimo estabelecido pelo governo, ou a livre concorrência



sábado, 17 de outubro de 2015

Mercado, Comercialização e Coeficientes Técnicos da Cultura do Feijão-Caupi



Mercado e comercialização

O mercado do feijão-caupi ainda se restringe a grãos secos, grãos verdes (hidratados) e sementes, havendo já algumas iniciativas para o processamento industrial de feijão-caupi para produção de farinha e produtos pré-cozidos e congelados. O mercado do feijão-caupi ainda tem contornos regionais, concentrando-se, principalmente, nas regiões Nordeste e Norte. Entretanto, há indícios de uma certa expansão da cultura na região Sudeste, principalmente no norte de Minas Gerais e Rio de Janeiro, predominando nesses Estados o grão da Subclasse Fradinho.
A comercialização do feijão-caupi, tradicionalmente, segue os seguintes passos:

Entre os cerealistas, há alguns que fazem um beneficiamento adicional e empacotamento dos grãos.


Coeficientes técnicos

Os coeficientes técnicos para um hectare de feijão-caupi em regime de sequeiro e irrigado encontram-se nas Tabelas 1 e 2, respectivamente.

Tabela 1. Coeficientes técnicos, médios, para um hectare de feijão-caupi, em regime de sequeiro

Discriminação
Unidade
Quantidade
A. Insumos
Sementes
kg
20
Inseticida
l
2
Herbicida
l
3

N

kg
20
P205
kg
60
K20
kg
50
Subtotal
B. Serviços
Preparo da área, semeadura e adubação
hm
4
Aplicação de herbicida
hm
0,5
Aplicação de inseticidas
hm
0,5
Aplicação de inseticida
dh
1
Tratos culturais (capina)
dh
6
Energia elétrica
Kw.h
2050
Manejo da irrigação
dh
10
Trato fitossanitário
hm
0,5
Trato fitossanitário
dh
1
Colheita
dh
8
Transporte interno
hm
0,5
Trilha
hm
2
Sacaria
sc
34
Subtotal
C. Custo variável total (A + B)(1)
D. Produção (kg).
E. Valor da produção (R$)(2)
F. Receita líquida (E – C) R$
G. Benefício/custo (F/C)
Administração (3,0 % do valor da produção)
(1) Aos preços vigentes 
(2) Ao preço de R$ 

Obs.: hm = hora máquina, dh= dia homem, sc = saco capacidade de 60 kg, ha = hectare.

Tabela 2. Coeficientes técnicos, médios, para um hectare de feijão-caupi, em regime irrigado por aspersão convencional.

Discriminação
Unidade
Quantidade
A. Insumos
Sementes
kg
20
Inseticida
l
2
Herbicida
l
3

N

kg
20
P205
kg
60
K20
kg
50
Subtotal
B. Serviços
Preparo da área, semeadura e adubação
hm
4
Aplicação de herbicida
hm
0,5
Aplicação de inseticidas
hm
0,5
Aplicação de inseticida
dh
1
Tratos culturais (capina)
dh
6
Energia elétrica
Kw.h
2050
Manejo da irrigação
dh
10
Trato fitossanitário
hm
0,5
Trato fitossanitário
dh
1
Colheita
dh
8
Transporte interno
hm
0,5
Trilha
hm
2
Sacaria
sc
34
Subtotal
C. Custo variável total (A + B)(1)
D. Produção (kg).
E. Valor da produção (R$)(2)
F. Receita líquida (E – C) R$
G. Benefício/custo (F/C)
Administração (3,0 % do valor da produção)
(1) Aos preços vigentes 
(2) Ao preço de R$ 
Obs.: hm = hora máquina, dh= dia homem, sc = saco capacidade de 60 kg, ha = hectare.





quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Colheita e Beneficiamento do Feijão-Caupi



A colheita deve ser feita na época correta, ou seja, imediatamente após as vagens completarem a secagem e, estas não devem ficar no campo além do necessário, porque a maior exposição ao sol, possíveis chuvas e orvalho acarretam perda de qualidade.

Colheita

A colheita é uma das etapas mais importantes no processo produtivo do feijão-caupi. A qualidade final do produto, quer seja semente ou grão, depende de uma colheita bem feita, na época correta. A colheita dever realizada logo que a lavoura atinja o ponto de maturidade adequado, estágio R5 (Campos et al., 2000). O atraso na colheita, geralmente, implica na perda de qualidade do produto. As cultivares da classe cores, subclasses Mulato e Sempre-Verde, sofrem o escurecimento do tegumento e têm o valor comercial reduzido, desse modo o produtor deve se preparar para realizar a colheita, cuidando, com antecedência, de máquinas, equipamentos, sacaria e depósito para armazenar o produto. É importante que seja feito o expurgo do material no armazém para controlar as pragas associadas às sementes, principalmente o caruncho (Callosobruchus maculatus Febr.), que causa grandes perdas físicas e de qualidade em feijão-caupi.

Formas de colheita 
O feijão-caupi, tradicionalmente, é colhido manualmente, vagem por vagem, e debulhado por meio de bateção. Entretanto, atualmente, esse processo está restrito às pequenas propriedades. Nas médias e grandes propriedades há uma ampla combinação de práticas que dão uma maior rapidez à colheita e ao beneficiamento do feijão-caupi. Podemos mencionar as seguintes:
  • Colheita manual e debulha mecânica através de máquina debulhadora estacionária ou acoplada a jeep ou trator.
  • Arranquio e amontoa manual das plantas e debulha mecânica através de máquina acoplada a trator.
  • Corte e amontoa manual das plantas e debulha mecânica através de máquina acoplada a trator.
  • Arranquio e enleiramento manual das plantas e recolhimento e debulha através de máquina recolhedora.
  • Corte e enleiramento manual das plantas e recolhimento e debulha através de máquina recolhedora.
  • Corte e enleiramento mecânicos e debulha através de máquina recolhedora.
  • Aplicação de dessecante e colheita e debulha através de colheitadeira.

Beneficiamento

É importante que a semente para ser comercializada esteja bem limpa e padronizada, principalmente quanto ao tamanho. O beneficiamento deve ser feito em máquina apropriada e bem regulada para evitar danos às sementes


Acondicionamento

Em feijão-caupi, as sementes são armazenadas de diferentes formas. Nas pequenas propriedades o feijão-caupi é armazenado em garrafas de vidro, em recipientes com camadas de areia fina, latas de flandre e tambores de zinco; nas médias e grandes propriedades, as sementes são armazenadas em tambores de zinco e silos metálicos.
O acondicionamento para comercialização é feito, principalmente, em sacos de fibra de polietileno e em sacos de papel multifoliados, geralmente com peso de 60 kg.



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