Calagem
A canola é uma planta exigente em termos de pH do solo, que deve estar entre 5,5 e 6,0. Se necessário, o corretivo deve ser aplicado cerca de 3 a 6 meses antes de semear a cultura. Independente de ser realizada a calagem, solos muito ácidos não são indicados para o cultivo de canola.
Em áreas sob plantio direto, coletar amostras compostas na profundidades de 0 a 10 cm. Sob preparo convencional de solo, coletar as amostras de 0 a 20 cm de profundidade. A análise de solo de 10 a 20 cm é importante para conhecer o pH desta camada, já que o pH é um atributo relevante para o desenvolvimento desta cultura.
Adubação
A demanda de macronutrientes pela planta de canola consta no Quadro 1, e o teor destes no grão em comparação com o trigo consta no Quadro 2. A diferença entre os valores dos Quadros 1 e 2 é a quantidade aproximada de nutrientes que permanece na palha da canola, verificando-se alta demanda de K pela planta, mas teor baixo no grão.
Quadro
1. Quantidade aproximada de macronutrientes (kg) absorvidos pela planta de
canola para a produção de 1 t de grãos.
N
|
P205
|
K20
|
S
|
80
|
34
|
114
|
21
|
Fonte:
Halliday et al., 1992.
Quadro
2 . Quantidade aproximada de nutrientes contidos (kg) em uma tonelada de
grãos de canola, e trigo.
Cultura
|
Nitrogênio (N)
|
Fósforo (P)
|
Potássio (K2O)
|
Enxofre (S)
|
Canola
|
40
|
15
|
9
|
7
|
Trigo
|
22
|
10
|
6
|
2
|
Fonte: Halliday et al.
(1992); Manual...(2004).
Nitrogênio
A cultura da canola é muito responsiva ao aporte de fertilizante nitrogenado. A adubação com N é a prática de campo que mais eleva o rendimento da cultura. Experimentos conduzidos em vários solos do RS, em várias safras, têm demonstrado que a canola sempre responde à aplicação de N.
A quantidade de N indicada para a canola consta no Quadro 3. Para expectativa de rendimento superior a 1,5 t/ha, acrescentar 20 kg de N/ha, por tonelada adicional de grãos. Do total indicado no Quadro 3, aplicar, na semeadura, 30 kg de N/ha. O restante deve ser aplicado em cobertura, quando as plantas apresentarem quatro folhas verdadeiras (as que crescem após as duas folhas cotiledonares) (Figura 1). Aplicações tardias de N não são indicadas.
Preferencialmente, 30 kg de N/ha deve ser aplicado na semeadura e o restante em cobertura no sul do Brasil. Estudos conduzidos em Goiás (TOMM et al., 2005) levam a indicar que é preferível aplicar toda a adubação na semeadura nas regiões em que as chuvas diminuem a partir da época de semeadura até quantidades pouco significativas, comum em latitudes menores que 24 graus.
As fontes de N fertilizante constam no Quadro 4. Eventuais diferenças na eficiência de uso de N decorrem de condições climáticas, mormente da chuva após a aplicação do fertilizante em cobertura. Idealmente, a aplicação de N em cobertura deve ser feita precedendo de chuva de pelo menos 20 mm, pois neste caso, a perda de N por volatilização de amônia, mormente da ureia, não ocorre.
Quadro
3. Adubação com nitrogênio sugerida para a cultura da canola para expectativa
de rendimento de grãos de até 1.500 kg/ha.
Teor de matéria orgânica no solo (%)
|
Nitrogênio (kg de N/ha)
|
≤2,5
|
60
|
2,6 – 5,0
|
40
|
>5,0
|
≤30
|
Fonte:
Manual..., 2004 (ver Referências).
Foto: Gilberto O. Tomm
Figura 1. Ponto ideal para aplicação de nitrogênio em cobertura: quatro folhas verdadeiras (as duas folhas cotiledonares, provenientes da semente, não são incluídas na contagem).
Quadro
4. Concentração de nutrientes em fertilizantes nitrogenados (garantia
mínima).
Fertilizante
|
Nitrogênio (%)
|
Enxofre (%)
|
Ureia
|
45
|
0
|
Sulfato de amônio
|
20
|
22 a 24
|
Nitrato de amônio
|
32
|
0
|
Fonte:
SBCS, 2004.
Enxofre
Por ser planta produtora de óleo e de proteína, a canola é exigente em termos de suprimento de enxofre (S). A deficiência de enxofre causa alta taxa de abortamento de flores, síliquas pequenas, mal formadas ou apresentando engrossamento. Caso o resultado da análise de solo indicar disponibilidade menor que 10 mg S/dm3, é recomendável aplicar 20 kg de S/ha, o que é importante para solos com baixo teor de matéria orgânica. Esta quantidade pode ser suprida com 150 kg/ha de gesso (13% de S), que deve ser aplicada antes da semeadura ou logo após, ou, então, mediante o uso de fertilizantes que contém enxofre (Quadro 4). Quando é empregado enxofre elementar, há necessidade de certo tempo para a sua transformação em sulfato, que depende da umidade e da temperatura do solo. O emprego de sulfato de amônio, na adubação de cobertura, pode suprir a demanda de N e de enxofre, mas o custo unitário de N é maior do que da ureia.
Fósforo e Potássio
Em solos que apresentam elevados rendimentos de grãos de soja e de milho para os padrões da região, não têm sido observadas deficiências de fósforo e de potássio em canola. O Quadro 5 apresenta as recomendações de P2O5 e de K2O para a cultura.
Quadro 5. Adubação com fósforo e potássio para a cultura da canola.
Interpretação do teor de P ou de K no solo
|
Fósforo por cultivo (kg de P2O5/ha)
|
Potássio por cultivo (kg de K2O/ha)
| ||
1º cultivo
|
2º cultivo
|
1º cultivo
|
2º cultivo
| |
Muito baixo
|
110
|
70
|
105
|
65
|
Baixo
|
70
|
50
|
65
|
45
|
Médio
|
60
|
30
|
55
|
25
|
Alto
|
30
|
30
|
25
|
25
|
Muito alto
|
0
|
≤30
|
0
|
≤25
|
Fonte: Manual...(2004). *1º cultivo; *2 cultivo.
Para expectativa de rendimento de grãos maior que 1,5 t/ha, acrescentar, aos valores da tabela, 20 kg de P2O5/ha e 15 kg de K2O/ha, por tonelada adicional de grãos. Nos teores “Muito baixo” e “Baixo” a dose indicada inclui 2/3 da adubação de correção no 1º cultivo e 1/3 da adubação de correção no 2º cultivo. No teor “Médio” toda a adubação de correção está inclusa no 1º cultivo. As quantidades para o teor “Alto” são as indicadas para a adubação de manutenção e obtenção do rendimento referência de 1,5 t/ha. As doses indicadas para os níveis “Muito baixo”, “Baixo”,e “Médio”, compreendem a adubação de correção e de manutenção.
Micronutrientes
Em função do usual teor satisfatório de micronutrientes no solo, não há necessidade de aplicar esses nutrientes especificamente para a cultura da canola no Rio Grande do Sul. A decisão, no entanto, deve ser tomada com base na análise do solo. A deficiência de micronutrientes é mais comum em solos com baixo teor de matéria orgânica e que tenham sido cultivados intensamente sem aplicação destes nutrientes.
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