domingo, 24 de dezembro de 2017

Colheita da Canola



Manejo de colheita

Visa reduzir ao máximo as perdas antes e durante a colheita para obter o máximo rendimento de grãos. O atraso na colheita determina grandes perdas.
  • Para determinar o ponto de colheita tome como base a cor dos grãos e não o aspecto das plantas.
  • Verificar a cor dos grãos das síliquas localizadas no topo do caule principal das plantas. Quando 40-60% dos grãos mudaram da cor verde para marrom as plantas atingiram o ponto de maturação fisiológica. O teor de umidade dos grãos neste estádio geralmente está em torno de 35 %. Realizar o Corte-enleiramento imediatamente após atingir a maturação fisiológica das plantas.

Corte-enleiramento

  • Cortar e enleirar as plantas quando 40 a 60% dos grãos começam a alterar a cor. Considera-se que ocorreu a troca de cor quando pelo menos a metade dos grãos já passaram de verde para a cor marrom e preto. Os grãos verdes devem estar firmes o suficiente para não quebrarem quando rolados entre os dedos polegar e indicador. Na maioria das áreas as plantas de canola estarão no ponto adequado para Corte-enleiramento durante o período de apenas 3 a 5 dias. A partir do Corte-enleiramento a cultura vai secando e estará pronta para colheita em 8 a 15 dias, dependendo das condições ambientais.
  • A operação de Corte-enleiramento (Figura 1) é realizada com equipamento auto-propelido ou acoplado a um trator. Existem modelos para acoplar na parte frontal do trator (acionado por motores hidráulicos), ou acoplado ao lado de trator (Figura 1).
  • Após um certo número de dias, que varia em função das temperaturas e da umidade ambiental desde o Corte-enleiramento, o teor de umidade dos grãos estará próximo de 10% de umidade, que é a umidade de referência na comercialização e também indicada para armazenamento de curto prazo. Realizar a colheita das plantas enleiradas o mais próximo possível da umidade de 10%.
Foto: Gilberto Omar Tomm
Figura 1. Área cortada-enleirada com o equipamento da figura 2.
Fotos: Gilberto Omar Tomm
      




Figura 2. Equipamento para corte-enleiramento de canola (e cereais), fabricado no Canadá, acionado pela tomada de força de trator e com o levante do molinete acionado por hidráulico (as mesmas duas tubulações empregadas no levante hidráulico de semeadoras).

Dessecação

A dessecação não é indicada.
  • Híbridos com ciclo mais curto, como Hyola 401 e Hyola 420 possuem maturação uniforme e dispensam dessecação.
  • Determinados herbicidas usados na dessecação podem deixar resíduos nos grãos, conforme verificado em estudos realizados pelo autor em Passo Fundo.
  • Quando usados incorretamente, os dessecantes podem aumentar a presença de grãos verdes e elevar o teor de clorofila no óleo onerando a clarificação no processamento industrial.
  • A dessecação causa amassamento de plantas, aumenta o custo de produção e pode aumentar as perdas.

Colheita direta

Ponto para colheita direta
  • A cor predominante dos grãos é o melhor indicador. A cor da planta ou dos caules são maus indicadores, pois os grãos secam antes das hastes e demais partes das plantas secarem.
  • A partir da maturação fisiológica, determinar diariamente o teor de umidade dos grãos, para identificar o momento de iniciar a colheita, pois, em dias quentes e secos, a secagem dos grãos e a deiscência ocorre rapidamente.
  • Iniciar a colheita quando o teor de umidade dos grãos estiver no máximo em 18 %. A partir deste ponto, se existe previsão de chuvas e ventos, colher a canola, passar os grãos por pré-limpeza e secagem o mais rapidamente possível;
  • Colher primeiro as áreas livres de plantas daninhas para reduzir a disseminação de sementes de invasoras.
  • Ao se evitar as horas mais quentes e secas do dia (colhendo pela manhã e ao fim da tarde.) reduzem-se perdas por debulha na plataforma. Entretanto, o elevado peso da massa verde que precisa passar pela colhedora torna mais difícil a separação dos grãos. Assim, no RS, frequentemente é preferível colher nas horas mais quentes do dia.
  • Realizar a regulagem da colhedora com muita atenção. Ajustar várias vezes durante o dia, pois as variações temperatura e umidade alteram o teor de umidade da palha e dos grãos. As perdas podem ser maiores que 10 % se a regulagem ou as peneiras não forem adequadas. Cálculo por regra de três simples indica que cada 23 grãos de canola perdidos por m2 de área colhida correspondem à perda aproximada de um kg/ha.

Regulagem da colhedora

Evitar a debulha na plataforma, pois causa grandes perdas. Consultar o catálogo do fabricante da máquina.
  • Vedar a base dos elevadores e todos os locais da colhedora (e dos veículos usados no transporte), onde podem vazar grãos, com fita crepe, com silicone ou outro material.
  • Eventualmente a retirada do arco divisor da lateral da plataforma pode reduzir perdas por debulha.
  • Uma adaptação realizada ao prender uma mangueira de 1/2", com os próprios parafusos da colhedora, em toda a largura da plataforma de corte, logo atrás das navalhas, tem se mostrado eficiente para reduzir as perdas causadas pela queda de grãos ao solo devido à inclinação em direção à barra de corte.
  • Usar peneiras apropriadas (2 a 4 mm).
  • Molinete: reduzir o número de "aspas”, recuar e ajustar a altura do molinete para que só as "aspas" se introduzam no cultivo. Ajustar a velocidade para que seja pouco superior à de deslocamento da colhedora.
  • Altura da barra de corte: deve cortar as plantas logo abaixo dos primeiros ramos produtivos. Isto é, se deve reduzir tanto quanto possível o volume de caules colhidos, os quais aumentam o risco de embuchamento da colhedora, o consumo de combustível e tendem a aumentar a umidade e impureza da massa de grãos.
  • Caracol: ajustar a velocidade e a altura para que não causem muita debulha de síliquas.
  • Velocidade do ventilador: regular para que permita a limpeza da massa de grãos e evite perdas.
  • Velocidade do cilindro: deve se menor do que a usada para cereais (400 - 600 rpm).
  • Abertura do côncavo: deve ser maior que aquela usada em trigo.
  • A velocidade de deslocamento na colheita de canola deverá ser menor do que aquela usada para cereais para reduzir o risco de perdas por debulha.
  • Em terrenos com grande declive a massa de plantas e grãos tende a se concentrar em uma área restrita na lateral das peneiras reduzindo a eficiência da separação e aumentando as perdas de grãos. Nestes casos realizar a colheita subindo e descendo o declive com o ajuste correspondente da velocidade do ar pode reduzir as perdas de grãos aumentar a eficiência de eliminação de impurezas.

Limpeza e vedação de equipamentos na colheita e tranporte

Objetivo: Minimizar os vazamentos e perda de grãos durante a colheita, o transporte e a entrega da produção.
  • Limpar a colhedora quando passar para outras áreas de lavoura e outras culturas para evitar a disseminação de sementes de canola. Isso diminuirá a ocorrência de plantas voluntárias e a proliferação de doenças e pragas.
  • Armazenar e transportar a produção em armazéns, carretas agrícolas e caminhões secos, limpos e bem vedados.



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