terça-feira, 28 de novembro de 2017

Semeadura da Canola



Manejo da área antes da semeadura
Objetivo - Rápida emergência e crescimento da lavoura

  • Reduzir a infestação de plantas daninhas, dessecando-as antes da semeadura de canola e, se necessário, aplicar herbicidas de pré-emergência. Aumentado o número de dias entre a colheita da cultura anterior e a dessecação e semeadura de canola, oferece mais tempo e condições para emergência de plantas daninhas, e, assim, maior redução de competição das mesmas na cultura de canola através de uma só operação de dessecação.
  • Pulverizar as plantas daninhas em crescimento quando estão no estágio de 4 folhas, ou antes.
  • Se necessário, subsolar para facilitar a penetração de raízes de canola. Essa operação deve ser realizada no ano anterior à semeadura de canola.

Época de semeadura

No norte e noroeste do RS: 14 de abril a 20 de junho.
(Esta indicação é baseada em resultados de experimentos e experiências de lavoura e poderá ser ajustada em função de estudos para zoneamento agroclimático e novos experimentos em andamento).
• Verificar as previsões climáticas, pois geadas durante ou logo após a emergência podem matar ou debilitar as plântulas, especialmente em áreas com muita palha. Portanto, evitar a semeadura se existe probabilidade de ocorrência de geada nos dias que seguirão a emergência da canola.
A canola apresenta maior potencial de rendimento quando semeada em meados de abril, nas áreas relativamente quentes do noroeste do RS, como em Três de Maio(Latitude 27º47`02", Longitude 54º14`55", Altitude 333 m). O potencial de rendimento diminui a cada dia de atraso na semeadura após esta data. Hyola 60, híbrido de ciclo longo, sofre maior perda de rendimento a cada dia de atraso na semeadura que híbridos de ciclos intermediário ou curto, como Hyola 401. Destes híbridos, o último é o menos afetado pelo comprimento de dia. Isto é, a época de semeadura tem menos influência sobre o rendimento do que nos demais híbridos.
Na maioria dos locais avaliados, a extensão do ciclo dos híbridos foi decrescente, na seguinte ordem: Hyola 60 > Hyola 432 > Hyola 61 > Hyola 43 > Hyola 420 > Hyola 401. Portanto, esta deve ser a ordem de semeadura preferencial. Ao estarem avançados os dias dentro da época indicada, é preferível empregar híbridos de ciclo mais curto, pois estes sofrem menos redução de rendimento em função do atraso na época de semeadura.
No extremo norte do RS, na região de Vacaria, altitude acima de 800 m, o período de geada é mais longo e a temperatura mais baixa. Experiências de lavoura nesta região mais fria, desde 1994, sugerem que a semeadura deve ser realizada logo após a colheita das culturas de verão colhidas mais cedo. Os híbridos de ciclo e período de floração mais longo apresentam maior capacidade para compensar danos de geada.
Na região sul do RS: Informações da década de 1990 indicam que as melhores épocas de semeadura são entre 15/5 e 15/6 e entre 15/8 e 15/9 (DIAS, 1992).
Geada na floração tem menor efeito sobre o rendimento de grãos de canola do que sobre outras espécies cultivadas no inverno. Embora geada cause aborto de flores, o longo período de floração, típico da canola, que varia de 20 dias em híbridos precoces, até mais de 45 dias em híbridos de ciclo longo, permite compensar a perda de flores. Geada tardia pode causar prejuízo se a cultura recém terminou a floração e os grãos estão na fase leitosa.

Tecnologia de semeadura

Objetivo: obter 40 plantas/m2, uniformemente distribuídas.
  1. Empregar o menor espaçamento que a semeadora disponível permitir. Entretanto experiências com semeadoras com discos alveolados, equipadas com sulcadores (facões) utilizando espaçamento de até 45 cm, foram bem sucedidas.
  2. Usar semeadora que dispõem de um kit apropriado para canola (1.000 sementes pesam somente 3 a 6 gramas) para cada linha de semeadura. Kit com disco plástico alveolado, específico para canola, pode ser adquirido de fabricantes como a Socidisco (www.socidisco.com.br). Fotografias estão disponíveis em Tomm (2006). Para canola têm se empregado disco com uma linha de furos + um rolete interno com alça específica + anel corretor de folga "SEAJUSTE". Este anel corretor de folga, tem permitido ajustar a pressão sobre o disco alveolado, evitando vazamentos e desperdício de sementes, bem como facilita a regulagem da densidade de semeadura.
  3. Não misturar ou distribuir a semente no mesmo sulco, junto com o fertilizante, pois o contato, pode reduzir a população de plantas e, diminuir o rendimento da lavoura. Isto é devido ao efeito salino de determinados fertilizantes.
  4. Regular o distribuidor de fertilizante, lembrando que a canola requer solo fértil.
  5. Regular a semeadora para distribuir uniformemente 40 sementes aptas/m2(aproximadamente 3 kg de sementes/ha). Populações excessivas geram plantas com caules finos e suscetíveis ao acamamento e reduzem o rendimento de grãos. A canola tem grande capacidade de compensar baixas populações de plantas. Rendimentos de até 1.800 kg/ha foram obtidos em lavouras com apenas 15 plantas/m2, mas com distribuição uniforme. Entretanto, é recomendável 40 plantas/m2, a fim de assegurar um número adequado de plantas para permitir maior potencial de rendimento, compensar o dano de insetos e cobrir o solo rapidamente, diminuindo a presença de plantas daninhas.
  6. Ajustar a profundidade de semeadura para que as sementes sejam colocadas a 1-2 cm. É preferível que elas fiquem na superfície de solo úmido, do que muito profundamente.
  7. Empregar roda limitadora da profundidade de deposição de semente e também usar roda compactadora para assegurar bom contato solo-semente. A uniformidade da profundidade de deposição da semente e a compactação, aumentando o contato solo-semente e a absorção de umidade do solo, propiciam emergência mais uniforme, e assim, contribuem para uniformizar a maturação, reduzindo as perdas na colheita.
  8. Não semear canola em solo seco, a menos que haja previsão de chuva logo após.
É importante atentar aos detalhes da semeadura, pois é comum se observar lavouras com população insuficiente ou distribuição desuniforme de plantas, fatores que impedem a obtenção de elevado rendimento de grãos.


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