domingo, 17 de junho de 2018

Mercado e Comercialização do Eucalipto

Em 2008, a participação brasileira no mercado mundial de produtos florestais foi de 2%. No mercado de papel, o Brasil foi o 12º produtor mundial, com produção de 12,7 milhões de toneladas em 2008, correspondendo a 2,3% da produção global. Por outro lado, no mercado de celulose, o Brasil produziu, no mesmo ano, 9,4 milhões de toneladas, o que correspondeu a 6,5% da produção mundial, ocupando a quarta posição (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CELULOSE E PAPEL, 2010). Os Estados Unidos, a Holanda, a China, a Bélgica e a Itália foram os maiores importadores de celulose do Brasil, com 80% do total exportado. Com relação ao papel, o maior mercado para o produto foi o da Argentina, Estados Unidos, Chile, Venezuela e Paraguai, que totalizaram 47% das exportações brasileiras em 2008 (ANUÁRIO ESTATÍSTICO DA ABRAF, 2009).
No contexto da produção de celulose e papel, no Brasil, cerca de 85 % do total produzido utiliza como matéria-prima a madeira de Eucalyptus spp. (ANUÁRIO ESTATÍSTICO DA ABRAF, 2009).
No mercado mundial de produtos de madeira sólida, o Brasil ocupou, em 2006, a oitava posição, com participação de 4,1% do total produzido (AVALIAÇÃO ..., 2009?).
Das toras de eucaliptos produzidas no Brasil, em 2008, 91,1% foram consumidas para a produção de celulose e papel (43,9 %), carvão (20,4 %) e para lenha (26,9%). O beneficiamento de toras para obtenção de produtos de maior valor agregado como portas, batentes, pisos, moldura, ferramentas e Edge Glued Panel (EGP) constitui-se no quarto maior mercado da madeira de eucalipto, com 3,7 % do total (ANUÁRIO ESTATÍSTICO DA ABRAF, 2009). 
Com relação ao carvão produzido no Brasil, cerca de 53,2% são de origem de floresta plantada (CALAIS, 2009), sendo a quase totalidade obtida a partir de Eucalyptus spp. (Fatos ..., 2006).
As restrições ao aproveitamento das madeiras de florestas nativas e os investimentos já realizados, e outros anunciados, para a produção de serrados de Eucalyptus e de Pinus, permitem prever o crescimento no uso deste tipo de matéria-prima, sendo que os serrados de eucalipto contribuirão com 10% a 15% dos serrados oriundos de plantações, estimulando a substituição gradativa no consumo de serrados de madeira de florestas nativas pelas oriundas de florestas plantadas, podendo constituir-se num mercado a ser explorado por pequenos e médios silvicultores. 
O segmento de celulose e papel é concentrado em grandes conglomerados industriais, dada a necessidade de grandes investimentos no parque industrial e em áreas de produção florestal própria. A complementação da matéria prima necessária normalmente é feita por via do fomento florestal.
Conforme análise de cenários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (BUAINAIN; BATALHA, 2007), “os programas de fomento florestal deverão ser intensificados e consolidarão a atividade florestal em pequenas e médias propriedades rurais, respondendo por 10% da área total. A área total plantada de eucaliptos deverá chegar, em 2020, a pouco mais de 10 milhões de hectares, mas considerando os ganhos de produtividade, o rendimento florestal deverá ser suficiente para atender à demanda e o consumo projetado de madeira industrial, para 2020, será superior a 280 milhões de m³. Desse total, a maior parte (49%) será representada pela madeira de eucalipto. A madeira de pínus representará aproximadamente 31% do consumo total, e a tropical, os 21% restantes. O consumo se concentrará nas regiões Sul e Sudeste do País e no que concerne às madeiras de espécies plantadas (pínus e eucalipto), o setor de celulose e papel continuará a ser o principal demandante”.
De acordo com Buainain e Batalha (2007), “com a entrada em vigor do Protocolo de Kyoto, em 2005, o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) entrou em operação. Este instrumento pode ser fundamental para viabilizar empreendimentos florestais, tais como o plantio de florestas de rápido crescimento. Cabe, portanto, uma ação estruturada do País para consolidar o mercado de créditos de carbono para a área florestal, aumentar a participação do setor privado em projetos de MDL e garantir a continuidade do mecanismo no próximo período de compromissos. A consolidação efetiva do mercado de créditos de carbono possivelmente trará impactos positivos na área de florestas plantadas no Brasil”.


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