quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Taxonomia e Descrição das espécies de Araucária


Taxonomia

De acordo com o Sistema de Classificação Botânica de Engler, a taxonomia de Araucaria angustifoliaobedece à seguinte hierarquia:
Classe: Coniferopsida.
Ordem: Coniferae.
Família: Araucariaceae.
Espécie: Araucaria angustifolia (Bertoloni) Otto Kuntze, Revisio Generum Plantarum 3(2):375, 1898.
Sinonímia botânica: Araucaria brasiliana Richard; Araucaria brasiliensis London; Colymbea angustifoliaBertoloni; Pinus dioica Vellozo
Nomes vulgares no Brasil:
  • araucária, pinheiro-araucária, pinheiro-caiová (PR, SC, SP);
  • cori, curi (SP);
  • curiúva, pinhão, pinheiro-chorão (RJ);
  • pinheiro (PR, RS, SC, SP);
  • pinheiro-branco, pinheiro-brasileiro (MG, RS, SP);
  • pinheiro-cajuva, pinheiro-elegante, pinheiro-macaco (PR, SC) ;
  • pinheiro-macho-fêmea, pinheiro-das-missões, pinheiro-de-ponta-branca, pinheiro-preto, pinheiro-rajado, pinheiro-de-são-josé, pinho (RS);
  • pinho-brasileiro, pinho-do-paraná.
Nomes vulgares no exterior: kuri`y, no Paraguai e pino paraná, na Argentina. Em inglês e no mercado mundial de madeiras: parana pine.
Etimologia: Araucaria deriva de Arauco, região do Chile central, de onde procede a espécie tipo;angustifolia, do latim angustus (estreito, pontudo) e folium (folha) (REITZ; KLEIN, 1966).

Descrição das espécies

Forma: Árvore perenifólia, com 10 m a 35 m de altura e 50 cm a 120 cm de diâmetro à altura do peito (DAP) (CARVALHO, 1994), atingindo excepcionalmente 50 m de altura e 250 cm ou mais de DAP, na idade adulta (REITZ; KLEIN, 1966).
Tronco: Fuste, em geral, cilíndrico, reto; raras vezes bifurcado em dois ou mais troncos, com 50 cm a 120 cm de DAP, podendo atingir 250 cm ou mais (REITZ; KLEIN, 1966; CARVALHO, 1994).
Ramificação: Árvore adulta, com pseudoverticilos, muito típica. Copa alta, estratificada e múltipla, caliciforme ou em forma de taça nas árvores mais velhas, e cônica nas árvores mais jovens. Ramos primários cilíndricos, curvados para cima, maiores os inferiores e menores os superiores (REITZ; KLEIN, 1966). Ramos secundários agrupados no ápice dos ramos primários.
Casca: Grossa, com espessura variando de 7 cm a 15 cm (REITZ; KLEIN, 1966). Casca externa de cor marrom-arroxeada, persistente, áspera, rugosa, desprendendo-se em lâmina na parte superior do fuste. A casca interna é resinosa, esbranquiçada, com tons róseos (CARVALHO, 1994).
Acículas (conhecidas popularmente como folhas): Simples, sésseis, alternas, espiraladas, lineares a lanceoladas, coriáceas, verde-escuras, com de 3 cm a 6 cm de comprimento por 4 mm a 10 mm de largura (CARVALHO, 1994; REITZ; KLEIN, 1966).
Estróbilos (inflorescência): As árvores dessa espécie são dioicas, mas ocasionalmente ocorrem árvores monoicas, devido a doenças e traumas (SHIMIZU; OLIVEIRA, 1981). Os cones masculinos (flores masculinas) são cilíndricos e alongados, medindo de 10 cm a 22 cm de comprimento, por 2 cm a 5 cm de diâmetro, sendo compostos por escamas (Figuras 1 e 2). As escamas se arranjam na inflorescência masculina, em espiral. As escamas da base se abrem primeiro, deixando o pólen livre e à disposição do vento para ser transportado ao estróbilo feminino. Flores femininas em estróbilo, chamado de pinha, com cone subarredondado, protegidas no ápice de um ramo por numerosas acículas muito próximas umas das outras (REITZ; KLEIN, 1966), com várias brácteas escamiformes, coriáceas, sem asas e com espinho no ápice, inseridas sobre um eixo central e cônico, com base mais ou menos cilíndrica. As brácteas escamiformes férteis sustentam em sua base apenas um óvulo (Figura 3).
Cone (conhecido como fruto): Pseudofrutos reunidos em estróbilo feminino ou (ovário), com 10 cm a 25 cm de diâmetro, composto de 700 a 1.200 escamas, com número variável de sementes (5 a 150 pinhões), pesando de 0,61 kg a 4,1 kg, podendo chegar até 4,7 kg (MATTOS, 1994). Em uma pinha de 2,3 kg, encontra-se, em média, 0,82 kg de pinhões (MATTOS, 1972). As pinhas são encontradas nos galhos, de uma a duas em cada ramo. Contudo, o maior número observado de pinhas num galho foi quatorze (MATTOS, 1972) (Figura 4). 
Foto: Valderês Aparecida de Sousa
Figura 1. Cone masculino verde.
Foto: Valderês Aparecida de Sousa
Figura 2. Cone masculino maduro, após a liberação do pólen.
Foto: Ivar Wendling
Figura 3. Estróbilo feminino desenvolvido.
Foto: Ivar Wendling
Figura 4. Cone maduro.
Sementes: As sementes têm origem nas brácteas do estróbilo feminino, desenvolvendo-se a partir de óvulos nus, geralmente com tegumento duro e endosperma abundante. São carnosas, conhecidas como pinhões, tendo 3 cm a 8 cm de comprimento, por 1 cm a 2,5 cm de largura e peso médio de 8,7 g; a forma é cônica-arredondada-oblonga, com ápice terminando com um espinho achatado e curvado para a base (Figuras 5 e 6). A amêndoa é branca-róseo-clara, rica em reservas energéticas, principalmente amido (54,7%) e aminoácidos; no centro, encontra-se o embrião com os cotilédones, brancos ou rosados claros, que são retos, ou com a extremidade dobrada e constituem cinco sextos do comprimento do embrião (REITZ; KLEIN, 1966; CARVALHO, 1994).
Foto: Valderês Aparecida de Sousa
Figura 5. Sementes de araucária.
Foto: Ivar Wendling
Figura 6. Sementes de araucária e relação métrica.



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