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sábado, 9 de dezembro de 2017

Pragas da Canola



Insetos

Resultados de pesquisa com manejo e controle de insetos-praga na cultura da canola, no Brasil, são escassos. A principal referência nessa área foi publicada na década de 1990 (DOMINICIANOS; SANTOS, 1996).
A canola, ao longo do seu ciclo de desenvolvimento, é danificada por diversos insetos que atacam raízes, folhas, inflorescências e síliquas/grãos.
Neste tópico, serão apresentados os principais insetos-praga da cultura, seus danos e manejo (algumas vezes adaptado de outras culturas).

Insetos rizófagos - corós

As principais espécies que ocorrem no Rio Grande do Sul são o coró-das-pastagens (Diloboderusabderus) e o coró-do-trigo (Phyllophaga triticophaga) (Coleoptera: Scarabaeidae) (Figura 1). Os danos são ocasionados pelas larvas, denominadas popularmente de corós, que, ao consumirem as raízes, causam a morte de plântulas, redução no crescimento de plantas, amarelecimento e murchamento de folhas. Após a destruição completa das raízes, plântulas inteiras podem ser puxadas para dentro do solo e consumidas.
Sempre que for possível, evitar a semeadura de canola em áreas com infestação por corós, tendo em vista que:
  1. A área de cultivo de canola no Brasil é muito menor que a área semeada com outras culturas oleaginosas.
  2. O uso de tratamento de sementes, ou outro controle químico, para o controle de corós onera a cultura, podendo diminuir a viabilidade econômica da mesma.
  3. A quantidade de sementes de canola empregada, em torno de 3 kg/ha, constitui veículo limitado para a quantidade de inseticida necessária ao controle de corós.
Devido à carência de resultados de pesquisa acerca do controle de corós na cultura da canola sugere-se o manejo e as informações geradas por Pereira; Salvadori (2011) para essas pragas na cultura do trigo:
  • Fazer amostragens de solo (trincheiras) para identificar a(s) espécie(s) ocorrente(s) (nem todas são pragas) e a densidade (nº de corós rizófagos/m2);
  • O nível de controle para corós-praga na cultura do trigo é de 5 corós-praga/m2;
  • Em trigo, altas populações (>15 corós/m2), não são eficientemente controladas, mesmo com doses altas de inseticida nas sementes devido ao curto efeito residual e longo período de vida da praga;
  • Para a cultura do trigo os inseticidas à base dos princípios ativos acetamiprido, carbosulfano, fipronil, imidacloprido, tiametoxam e tiodicarbe estão registrados para o controle do coró D. abderus e para o controle do coró P. triticophaga é registrada a mistura dos ingredientes ativos imidaclopride + tiodicarbe (AGROFIT, 2012).
  • A viabilidade econômica do controle dos corós depende da relação entre preços do inseticida e dos grãos de canola, da dose de defensivo necessária, do potencial de rendimento da lavoura e do tamanho da área infestada em relação a toda a lavoura;
  • Levar em conta que existem espécies de corós de ciclo anual (D. abderus) e de ciclo bianual (P. triticophaga), sendo que esta última pode ocorrer em anos alternados;
  • A mortalidade natural (controle biológico) geralmente é elevada e o nível das infestações varia de ano para ano.
Fotos: Paulo Roberto Valle da Silva Pereira
Figura 1. Principais espécies de corós rizófagos (Coleoptera Scarabaeidae).

Insetos desfolhadores – traça-das-crucíferas, formigas-cortadeiras e vaquinhas

Esses insetos, ao se alimentarem das folhas, diminuem a área fotossintética das plantas, ocasionando redução de crescimento, de produção e, quando a desfolha ocorre no início de desenvolvimento da cultura, a morte de plântulas.
A área foliar possui importância decisiva no rendimento de grãos, especialmente no início da floração (Tabela 1). Portanto, deve-se monitorar com mais frequência nessa fase crítica e, se necessário, realizar o controle de insetos.
Tabela 1. Importância da área foliar no rendimento de grãos de canola na floração, no Canadá.
Estádio de desenvolvimento
Área foliar destruída (%)
10
50
100
Redução no rendimento de grãos (%)
Início da floração
2
12
25
5o dia de floração
2
8
16
10o dia de floração
1
4
8
Fonte: Thomas (2003).

Traça-das-crucíferas
A traça-das-crucíferas, Plutella xylostella (Lepidoptera: Plutellidae) (Figura 2a), é a praga mais importante na cultura da canola no Rio Grande do Sul. Seus danos são ocasionados pelas larvas (lagartas) que causam desfolhamentos e, em altas populações, também podem consumir as hastes e a epiderme das síliquas. Surtos dessa praga, se iniciados antes da floração, podem causar sérios danos e prejuízos à cultura. Maiores densidades populacionais e danos tem sido relacionados em períodos de estiagem.
No Canadá, o nível de controle é de 2 a 3 larvas/planta (THOMAS, 2003). No Brasil, Dominiciano & Santos (1996) mencionaram a necessidade de controle com o uso de inseticida quando houver infestação generalizada de larvas e cerca de 10% de desfolha. Com relação ao controle químico, deve-se dar preferência à utilização de inseticidas reguladores de crescimento, em função de suas características favoráveis de eficiência, residualidade e seletividade. Atualmente, existe um único inseticida registrado para o controle da traça-da-crucíferas, para a cultura da canola, cujo ingrediente ativo é a bifentrina, do grupo químico dos piretróides (AGROFIT, 2012). Após o controle de P. xylostella em lavoura que já tenha as síliquas formadas, dificilmente haverá tempo para que uma nova infestação possa danificar a cultura, pois as plantas já estarão na fase de maturação dos grãos.
Formigas-cortadeiras
As principais formigas-cortadeiras são as saúvas (Atta spp.) (Figura 2b) e quenquéns (Acromyrmex spp.) (Hymenoptera: Formicidae). Essas pragas, ao desfolharem as plantas de canola, reduzem a área fotossintética, resultando em reduções no crescimento, na produção e, dependendo do nível de desfolha, também na morte das plantas. O controle dessas formigas deve ser realizado principalmente na fase inicial da cultura.
Para controle de insetos que atacam no período de estabelecimento da canola, os agricultores têm empregado alternativas como: 1) a aplicação de inseticidas na operação de dessecação antes da semeadura da canola; 2) a aplicação de inseticidas na linha de semeadura, usando aplicadores de granulados acoplados às semeadoras, e 3) aplicação de inseticidas logo após a emergência da canola para o controle de formigas.
Vaquinhas
Uma das vaquinhas mais frequentemente encontradas na cultura da canola, ocasionando danos, é a Diabrotica speciosa (Coleoptera: Chrysomelidae) (Figura 2c). É uma praga que ataca muitas culturas (polífaga) e, em canola, os adultos dessa espécie desfolham as plantas especialmente da fase cotiledonar até a fase de 2-3 folhas verdadeiras. Os danos são mais frequentes em lavouras semeadas no início do período recomendado. Em determinadas lavouras o tratamento de sementes com inseticidas permitiu proteger as plântulas por até 20 dias.
Outra espécie que tem sido observada causando danos na cultura da canola no Rio Grande do Sul é Lagria villosa (Coleoptera: Lagriidae) (Figura 2d). Adultos e larvas dessa praga podem eventualmente atacar o colo e desfolhar plantas jovens de canola causando reduções de crescimento e produção, e, em altas infestações, podem ocasionar a morte das plantas.
Não há níveis de controle estabelecidos e nem inseticidas registrados para o controle dessas pragas em canola (AGROFIT, 2012).

Insetos sugadores de ramos, folhas e inflorescências – tripes e pulgões

Tripes
A espécie que tem sido observada infestando plantas de canola é Frankliniella occidentalis(Thysanoptera: Thripidae) (Figura 2e) (MARSARO JÚNIOR et al. 2012). Os danos são provocados por ninfas e adultos que sugam o tecido da superfície das folhas, originando sintomas de raspagem. Esses danos podem reduzir a taxa fotossintética das folhas atacadas, mas ainda não se sabe qual o impacto dessa praga para a produtividade da cultura. Atualmente, não há inseticidas registrados para o controle dessa praga em canola (AGROFIT, 2012).
Pulgões
As principais espécies de pulgões encontradas na canola são Myzus persicae (Figura 2f), que geralmente ataca da emergência até a fase de roseta, Brevicoryne brassicae e Lipaphis sp. (Hemiptera: Aphididae) (Figura 2g), que ocorrem em reboleiras ou em infestações generalizadas, principalmente nas inflorescências, no período da elongação à maturação. Os pulgões podem ser encontrados na face inferior das folhas e cotilédones, no caule, nas inflorescências e também nas síliquas.
Em razão do aparelho bucal sugador, ao se alimentar da seiva das plantas os pulgões provocam deformações e enrolamento das folhas (reduzindo a capacidade fotossintética) e redução do potencial produtivo (quando atacam as inflorescências). Em infestações severas os pulgões podem levar as plantas à morte.
Segundo Dominiciano & Santos (1996), o nível de controle para pulgões na cultura da canola é atingido quando forem detectadas na lavoura cerca de 25% de plantas com infestação nas inflorescências. Atualmente, não há inseticidas registrados para o controle dessas pragas na cultura da canola (AGROFIT, 2012).
Fotos: Paulo Roberto Valle da Silva Pereira (a) e Alberto Luiz Marsaro Júnior (b, c, d, e, f, g).
Figura 2. Desfolhadores e sugadores de ramos e inflorescências: a) Plutella xylostella, b) Atta sp., c) Diabrotica speciosa, d) Lagria villosa, e) Frankliniella occidentalis, f) Myzus persicae e g) Lipaphis sp.

Insetos sugadores de síliquas/grãos - percevejos

As espécies de percevejos que têm sido observadas na cultura da canola no Rio Grande do Sul são: Nezara viridulaPiezodorus guildiniiEuschistus heros e Dichelops furcatus (Hemiptera: Pentatomidae) e Neomegalotomus parvus (Hemiptera: Alydidae) (Figura 3). Ninfas e adultos dessas espécies sugam os grãos reduzindo-lhes principalmente o peso. O controle é especialmente importante após o início da formação das síliquas, devido ao grande efeito negativo sobre o rendimento de grãos nessa fase de desenvolvimento da cultura. Não há, no momento, inseticidas registrados para o controle dessas pragas na cultura da canola (AGROFIT, 2012).
Fotos: Paulo Roberto Valle da Silva Pereira (a, b, c) e Alberto Luiz Marsaro Júnior (d, e).
Figura 3. Insetos sugadores de síliquas/grãos: a) Nezara viridula, b) Piezodorus guildinii, c) Euschistus heros, d) Neomegalotomus parvus e e) Dichelops furcatus.

Monitoramento e controle de insetos-praga

  • Vistoriar periodicamente a lavoura, verificando, mais frequente e cuidadosamente a partir do início do surgimento de insetos-praga ou de seus danos.
  • Começar a observação pelas raízes, hastes, face inferior das folhas e, principalmente, pelos ponteiros e as flores.
  • Verificar durante o dia se existe lagartas abaixo da superfície do solo e ao redor da base das plântulas. Durante a noite, examinar a superfície do solo.
  • Ao realizar os monitoramentos, lembrar que insetos-praga localizam-se inicialmente nas bordas da lavoura.
  • Procurar orientação técnica para identificação correta dos insetos-praga (cujas espécies podem variar de acordo com a região do país), verificação do nível de dano econômico e recomendação de controle.
  • Utilizar, de preferência, inseticidas seletivos para abelhas e para inimigos naturais dos insetos-pragas.
  • Utilizar inseticidas para o controle de pragas somente quando necessário, de forma curativa quando em pulverização.
  • Havendo a necessidade de se utilizar inseticidas tóxicos para as abelhas, caso não haja inseticidas seletivos disponíveis, deve-se realizar as aplicações somente no início da manhã ou no final da tarde, visando à redução do impacto dos pesticidas sobre as abelhas e polinização.
  • Antes de utilizar qualquer produto químico para o controle de pragas na cultura da canola deve-se consultar o Agrofit, “Agrofit: sistema de agrotóxicos fitossanitários”, que está disponível em http://extranet.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons, para verificar se o produto está registrado para o controle da praga alvo na cultura da canola.
  • Atualmente, o único inseticida disponível para o controle de insetos-praga na cultura da canola, no Brasil, apresenta o ingrediente ativo bifentrina, é do grupo químico dos piretróides, e está registrado para a traça-das-crucíferas, P. xylostella (AGROFIT, 2012).



terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Calagem e adubação na Canola


Calagem

A canola é uma planta exigente em termos de pH do solo, que deve estar entre 5,5 e 6,0. Se necessário, o corretivo deve ser aplicado cerca de 3 a 6 meses antes de semear a cultura. Independente de ser realizada a calagem, solos muito ácidos não são indicados para o cultivo de canola.
Em áreas sob plantio direto, coletar amostras compostas na profundidades de 0 a 10 cm. Sob preparo convencional de solo, coletar as amostras de 0 a 20 cm de profundidade. A análise de solo de 10 a 20 cm é importante para conhecer o pH desta camada, já que o pH é um atributo relevante para o desenvolvimento desta cultura.

Adubação

A demanda de macronutrientes pela planta de canola consta no Quadro 1, e o teor destes no grão em comparação com o trigo consta no Quadro 2. A diferença entre os valores dos Quadros 1 e 2 é a quantidade aproximada de nutrientes que permanece na palha da canola, verificando-se alta demanda de K pela planta, mas teor baixo no grão.
Quadro 1. Quantidade aproximada de macronutrientes (kg) absorvidos pela planta de canola para a produção de 1 t de grãos.
N
P205
K20
S
80
34
114
21

Fonte: Halliday et al., 1992.
Quadro 2 . Quantidade aproximada de nutrientes contidos (kg) em uma tonelada de grãos de canola, e trigo.
Cultura
Nitrogênio (N)
Fósforo (P)
Potássio (K2O)
Enxofre (S)
Canola
40
15
9
7
Trigo
22
10
6
2

Fonte: Halliday et al. (1992); Manual...(2004).

Nitrogênio

A cultura da canola é muito responsiva ao aporte de fertilizante nitrogenado. A adubação com N é a prática de campo que mais eleva o rendimento da cultura. Experimentos conduzidos em vários solos do RS, em várias safras, têm demonstrado que a canola sempre responde à aplicação de N.
A quantidade de N indicada para a canola consta no Quadro 3. Para expectativa de rendimento superior a 1,5 t/ha, acrescentar 20 kg de N/ha, por tonelada adicional de grãos. Do total indicado no Quadro 3, aplicar, na semeadura, 30 kg de N/ha. O restante deve ser aplicado em cobertura, quando as plantas apresentarem quatro folhas verdadeiras (as que crescem após as duas folhas cotiledonares) (Figura 1). Aplicações tardias de N não são indicadas.
Preferencialmente, 30 kg de N/ha deve ser aplicado na semeadura e o restante em cobertura no sul do Brasil. Estudos conduzidos em Goiás (TOMM et al., 2005) levam a indicar que é preferível aplicar toda a adubação na semeadura nas regiões em que as chuvas diminuem a partir da época de semeadura até quantidades pouco significativas, comum em latitudes menores que 24 graus.
As fontes de N fertilizante constam no Quadro 4. Eventuais diferenças na eficiência de uso de N decorrem de condições climáticas, mormente da chuva após a aplicação do fertilizante em cobertura. Idealmente, a aplicação de N em cobertura deve ser feita precedendo de chuva de pelo menos 20 mm, pois neste caso, a perda de N por volatilização de amônia, mormente da ureia, não ocorre.
Quadro 3. Adubação com nitrogênio sugerida para a cultura da canola para expectativa de rendimento de grãos de até 1.500 kg/ha.
Teor de matéria orgânica no solo (%)
Nitrogênio (kg de N/ha)
≤2,5
60
2,6 – 5,0
40
>5,0
≤30

Fonte: Manual..., 2004 (ver Referências).
Foto: Gilberto O. Tomm
Figura 1. Ponto ideal para aplicação de nitrogênio em cobertura: quatro folhas verdadeiras (as duas folhas cotiledonares, provenientes da semente, não são incluídas na contagem).
Quadro 4. Concentração de nutrientes em fertilizantes nitrogenados (garantia mínima).
Fertilizante
Nitrogênio (%)
Enxofre (%)
Ureia
45
0
Sulfato de amônio
20
22 a 24
Nitrato de amônio
32
0

Fonte: SBCS, 2004.

Enxofre

Por ser planta produtora de óleo e de proteína, a canola é exigente em termos de suprimento de enxofre (S). A deficiência de enxofre causa alta taxa de abortamento de flores, síliquas pequenas, mal formadas ou apresentando engrossamento. Caso o resultado da análise de solo indicar disponibilidade menor que 10 mg S/dm3, é recomendável aplicar 20 kg de S/ha, o que é importante para solos com baixo teor de matéria orgânica. Esta quantidade pode ser suprida com 150 kg/ha de gesso (13% de S), que deve ser aplicada antes da semeadura ou logo após, ou, então, mediante o uso de fertilizantes que contém enxofre (Quadro 4). Quando é empregado enxofre elementar, há necessidade de certo tempo para a sua transformação em sulfato, que depende da umidade e da temperatura do solo. O emprego de sulfato de amônio, na adubação de cobertura, pode suprir a demanda de N e de enxofre, mas o custo unitário de N é maior do que da ureia.

Fósforo e Potássio

Em solos que apresentam elevados rendimentos de grãos de soja e de milho para os padrões da região, não têm sido observadas deficiências de fósforo e de potássio em canola. O Quadro 5 apresenta as recomendações de P2O5 e de K2O para a cultura.
Quadro 5. Adubação com fósforo e potássio para a cultura da canola.
Interpretação do teor de P ou de K no solo
Fósforo por cultivo (kg de P2O5/ha)
Potássio por cultivo (kg de K2O/ha)
1º cultivo
2º cultivo
1º cultivo
2º cultivo
Muito baixo
110
70
105
65
Baixo
70
50
65
45
Médio
60
30
55
25
Alto
30
30
25
25
Muito alto
0
≤30
0
≤25
Fonte: Manual...(2004). *1º cultivo; *2 cultivo.
Para expectativa de rendimento de grãos maior que 1,5 t/ha, acrescentar, aos valores da tabela, 20 kg de P2O5/ha e 15 kg de K2O/ha, por tonelada adicional de grãos. Nos teores “Muito baixo” e “Baixo” a dose indicada inclui 2/3 da adubação de correção no 1º cultivo e 1/3 da adubação de correção no 2º cultivo. No teor “Médio” toda a adubação de correção está inclusa no 1º cultivo. As quantidades para o teor “Alto” são as indicadas para a adubação de manutenção e obtenção do rendimento referência de 1,5 t/ha. As doses indicadas para os níveis “Muito baixo”, “Baixo”,e “Médio”, compreendem a adubação de correção e de manutenção.

Micronutrientes

Em função do usual teor satisfatório de micronutrientes no solo, não há necessidade de aplicar esses nutrientes especificamente para a cultura da canola no Rio Grande do Sul. A decisão, no entanto, deve ser tomada com base na análise do solo. A deficiência de micronutrientes é mais comum em solos com baixo teor de matéria orgânica e que tenham sido cultivados intensamente sem aplicação destes nutrientes.

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Semeadura da Canola



Manejo da área antes da semeadura
Objetivo - Rápida emergência e crescimento da lavoura

  • Reduzir a infestação de plantas daninhas, dessecando-as antes da semeadura de canola e, se necessário, aplicar herbicidas de pré-emergência. Aumentado o número de dias entre a colheita da cultura anterior e a dessecação e semeadura de canola, oferece mais tempo e condições para emergência de plantas daninhas, e, assim, maior redução de competição das mesmas na cultura de canola através de uma só operação de dessecação.
  • Pulverizar as plantas daninhas em crescimento quando estão no estágio de 4 folhas, ou antes.
  • Se necessário, subsolar para facilitar a penetração de raízes de canola. Essa operação deve ser realizada no ano anterior à semeadura de canola.

Época de semeadura

No norte e noroeste do RS: 14 de abril a 20 de junho.
(Esta indicação é baseada em resultados de experimentos e experiências de lavoura e poderá ser ajustada em função de estudos para zoneamento agroclimático e novos experimentos em andamento).
• Verificar as previsões climáticas, pois geadas durante ou logo após a emergência podem matar ou debilitar as plântulas, especialmente em áreas com muita palha. Portanto, evitar a semeadura se existe probabilidade de ocorrência de geada nos dias que seguirão a emergência da canola.
A canola apresenta maior potencial de rendimento quando semeada em meados de abril, nas áreas relativamente quentes do noroeste do RS, como em Três de Maio(Latitude 27º47`02", Longitude 54º14`55", Altitude 333 m). O potencial de rendimento diminui a cada dia de atraso na semeadura após esta data. Hyola 60, híbrido de ciclo longo, sofre maior perda de rendimento a cada dia de atraso na semeadura que híbridos de ciclos intermediário ou curto, como Hyola 401. Destes híbridos, o último é o menos afetado pelo comprimento de dia. Isto é, a época de semeadura tem menos influência sobre o rendimento do que nos demais híbridos.
Na maioria dos locais avaliados, a extensão do ciclo dos híbridos foi decrescente, na seguinte ordem: Hyola 60 > Hyola 432 > Hyola 61 > Hyola 43 > Hyola 420 > Hyola 401. Portanto, esta deve ser a ordem de semeadura preferencial. Ao estarem avançados os dias dentro da época indicada, é preferível empregar híbridos de ciclo mais curto, pois estes sofrem menos redução de rendimento em função do atraso na época de semeadura.
No extremo norte do RS, na região de Vacaria, altitude acima de 800 m, o período de geada é mais longo e a temperatura mais baixa. Experiências de lavoura nesta região mais fria, desde 1994, sugerem que a semeadura deve ser realizada logo após a colheita das culturas de verão colhidas mais cedo. Os híbridos de ciclo e período de floração mais longo apresentam maior capacidade para compensar danos de geada.
Na região sul do RS: Informações da década de 1990 indicam que as melhores épocas de semeadura são entre 15/5 e 15/6 e entre 15/8 e 15/9 (DIAS, 1992).
Geada na floração tem menor efeito sobre o rendimento de grãos de canola do que sobre outras espécies cultivadas no inverno. Embora geada cause aborto de flores, o longo período de floração, típico da canola, que varia de 20 dias em híbridos precoces, até mais de 45 dias em híbridos de ciclo longo, permite compensar a perda de flores. Geada tardia pode causar prejuízo se a cultura recém terminou a floração e os grãos estão na fase leitosa.

Tecnologia de semeadura

Objetivo: obter 40 plantas/m2, uniformemente distribuídas.
  1. Empregar o menor espaçamento que a semeadora disponível permitir. Entretanto experiências com semeadoras com discos alveolados, equipadas com sulcadores (facões) utilizando espaçamento de até 45 cm, foram bem sucedidas.
  2. Usar semeadora que dispõem de um kit apropriado para canola (1.000 sementes pesam somente 3 a 6 gramas) para cada linha de semeadura. Kit com disco plástico alveolado, específico para canola, pode ser adquirido de fabricantes como a Socidisco (www.socidisco.com.br). Fotografias estão disponíveis em Tomm (2006). Para canola têm se empregado disco com uma linha de furos + um rolete interno com alça específica + anel corretor de folga "SEAJUSTE". Este anel corretor de folga, tem permitido ajustar a pressão sobre o disco alveolado, evitando vazamentos e desperdício de sementes, bem como facilita a regulagem da densidade de semeadura.
  3. Não misturar ou distribuir a semente no mesmo sulco, junto com o fertilizante, pois o contato, pode reduzir a população de plantas e, diminuir o rendimento da lavoura. Isto é devido ao efeito salino de determinados fertilizantes.
  4. Regular o distribuidor de fertilizante, lembrando que a canola requer solo fértil.
  5. Regular a semeadora para distribuir uniformemente 40 sementes aptas/m2(aproximadamente 3 kg de sementes/ha). Populações excessivas geram plantas com caules finos e suscetíveis ao acamamento e reduzem o rendimento de grãos. A canola tem grande capacidade de compensar baixas populações de plantas. Rendimentos de até 1.800 kg/ha foram obtidos em lavouras com apenas 15 plantas/m2, mas com distribuição uniforme. Entretanto, é recomendável 40 plantas/m2, a fim de assegurar um número adequado de plantas para permitir maior potencial de rendimento, compensar o dano de insetos e cobrir o solo rapidamente, diminuindo a presença de plantas daninhas.
  6. Ajustar a profundidade de semeadura para que as sementes sejam colocadas a 1-2 cm. É preferível que elas fiquem na superfície de solo úmido, do que muito profundamente.
  7. Empregar roda limitadora da profundidade de deposição de semente e também usar roda compactadora para assegurar bom contato solo-semente. A uniformidade da profundidade de deposição da semente e a compactação, aumentando o contato solo-semente e a absorção de umidade do solo, propiciam emergência mais uniforme, e assim, contribuem para uniformizar a maturação, reduzindo as perdas na colheita.
  8. Não semear canola em solo seco, a menos que haja previsão de chuva logo após.
É importante atentar aos detalhes da semeadura, pois é comum se observar lavouras com população insuficiente ou distribuição desuniforme de plantas, fatores que impedem a obtenção de elevado rendimento de grãos.


sábado, 25 de novembro de 2017

Cultivares de Canola


Somente usar apenas sementes de híbridos registrados, as quais possuem elevado potencial produtivo, produzidas sob manejo e condições favoráveis, livres de doenças, para:
  1. evitar a introdução, na lavoura, de inóculo de doenças;
  2. evitar a necessidade de ressemeaduras e atrasar o próximo cultivo;
  3. garantir a emergência vigorosa e uniforme do cultivo, reduzindo as perdas causadas pela desuniformidade na maturação.
  • É extremamente importante evitar a introdução, na América do Sul, de sementes de canola transgênicas, com resistência a herbicidas, devido ao risco de gerar plantas voluntárias (“guachas”) ou plantas daninhas com resistência a diversos herbicidas, por cruzamento com outras brassicáceas, como o nabo forrageiro (Raphanus sativus L. var. oleiferus Metzg), a nabiça (Raphanus raphanistrum L.) e a “mostacilla” (Rapistrum rugosum L.,), muito disseminada na Argentina. No Canadá, Hall et al., (2002) observaram elevado fluxo de genes através do pólen de canola transgênica resistente a Glifosato e a Glufosinato (de uso predominante no Canadá). A elevada taxa de fecundação cruzada observada em canola, até 21,8%, facilita o fluxo de genes via pólen, o qual pode ocorrer até a distância de 2 km (RIEGER et al, 2002 citado por HALL et al, 2002). No Brasil, somente são liberadas para comércio, as sementes testadas e comprovadas como livres de OGM`s.
  • As sementes de híbridos importados têm apresentado elevada sanidade e têm sido tratadas com fungicida no país de origem, evitando a introdução e a disseminação de doenças como o mofo branco (Sclerotinia sclerotiorum), as manchas de alternaria (Alternaria spp.) e a canela-preta.
  • Não semear grãos colhidos em lavouras de híbridos (geração F-2 ou Fn), pois, frequentemente, esses grãos estão contaminados com fungos, como Alternaria spp, e geram lavouras com baixo estande e com desenvolvimento de plantas e maturação desuniforme. O valor da perda de rendimento de grãos é superior ao custo das sementes que, além de alto valor genético e sanidade, apresentam custo por hectare inferior à maioria dos outros cultivos de inverno.
  • As variedades de polinização aberta de canola testadas no Brasil, como a PFB-2 e Global, apresentam ciclo mais longo que híbridos, como o Hyola 401 (SANTOS et al., 2000). A maturação das variedades é menos uniforme do que a maturação dos híbridos. Nenhuma das citadas variedades apresenta resistência à canela-preta, doença que causou grandes perdas em diversas lavouras do noroeste do RS, desde o ano 2000. No Estado do Paraná, o rendimento de grãos obtido com híbridos precoces geralmente supera o rendimento de outras cultivares (CARRARO & BALBINO, 1993; CARRARO & BALBINO, 1994).
  • Usar genótipos resistentes à canela-preta constitui a solução mais econômica para evitar os prejuízos causados por essa doença. Estudos permitiram a identificação de híbridos resistentes à raça do fungo existente no Sul do Brasil e no Paraguai (FERNANDO et al., 2003). Os híbridos desenvolvidos pela Pacific Seeds Pty. Ltd., Hyola 60 e Hyola 43, registrados no Brasil em dezembro de 2002, foram os primeiros genótipos, testados que comprovaram resistência à raça do patógeno que ocorre no sul do Brasil e no Paraguai. Os híbridos Hyola 61, Hyola 411, Hyola 433, Hyola 50, Hyola 76 e Hyola 571 distinguem-se de Hyola 43, Hyola 60 e Hyola 432 por possuírem resistência poligênica ao fungo causador da canela-preta. A soma das contribuições conferidas por um número maior de genes de resistência, presentes nos híbridos com resistência poligênica, tende a ser mais durável e mais estável que a resistência derivada de Brassica sylvestris, a qual, segundo o Dr. Greg Buzza1, provavelmente está associada a apenas três genes.
  • Genótipos com resistência à canela-preta têm aumentado a segurança de produção, viabilizando o cultivo de canola em áreas em que se verificaram perdas de até 100% devido à ocorrência dessa doença e ao emprego de genótipos suscetíveis.
  • Por outro lado, variedades e híbridos de canola considerados resistentes à canela-preta na Europa e América do Norte se mostraram altamente suscetíveis ao grupo de patogenicidade da canela-preta existente no Brasil e Paraguai (FERNANDO et al., 2003), sofrendo perdas totais em áreas com presença do fungo. Além disto, a maioria dos cultivares disponíveis mundialmente possuem ciclo e características agronômicas inadequadas para cultivo no RS, por serem canola “de inverno” ou por serem desenvolvidas para latitudes bem maiores que aquelas das regiões de produção brasileiras.

Cultivares (de polinização aberta) x híbridos de canola

As pesquisas e o cultivo de canola no Brasil tiveram início em 1974, empregando cultivares de polinização aberta. As antigas cultivares foram substituídas por híbridos de canola, os quais apresentam maturação mais uniforme e ciclo menor. Os produtores preferiram empregar sementes híbridas apesar dos esforços realizados pela Embrapa Trigo, na década de 1990, para manter o uso de cultivares de polinização aberta com menor custo das sementes. Com a posterior ocorrência da canela-preta de forma epidêmica, o uso das cultivares antigas se tornou ainda menos viável.
O emprego de híbridos adequados, em substituição às cultivares de polinização aberta, permite obter rendimentos de grãos mais elevados, provenientes dos benefícios do vigor híbrido e do maior potencial genético de materiais desenvolvidos recentemente. O potencial de rendimento de grãos dos híbridos de canola modernos é até 32% superior ao de cultivares de polinização aberta (GOODWIN, 2006). Além disto, como no caso de milho híbrido, o vigor híbrido das sementes de canola híbrida proporciona um estabelecimento de plantas mais rápido e uniforme. Os híbridos de canola apresentam ainda a vantagem adicional da maturação mais uniforme que a das cultivares de polinização aberta, característica de importância fundamental para a redução de perdas por debulha natural.
A substituição das antigas cultivares de polinização aberta ocorreu em função, principalmente, da maturação desuniforme, característica que dificulta o manejo de colheita, a qual causava elevadas perdas na colheita, que facilmente podiam superar 30% da produção. A maioria das cultivares de polinização aberta também apresentam ciclo longo, causando atrasos na semeadura de soja e milho, comprometendo, assim, o potencial de rendimento destas culturas.
A canela-preta, doença causada pelo fungo Leptosphaeriamaculans (Desm.) Ces. et de Not./Phomalingam (Tode:Fr.) Desm., tem causado prejuízos no Rio Grande do Sul e no Paraguai, desde o ano 2000 (TOMM, 2005), e na Argentina, desde o ano 2004 (GAETÁN, 2005).
O grupo de patogenicidade da canela-preta presente no Brasil e no Paraguai é o mesmo que ocorre na Austrália. Os cultivares considerados resistentes à canela-preta no Canadá e na Europa se mostraram altamente suscetíveis e com grande risco de perdas no Sul do Brasil, no Paraguai e em determinadas áreas da Argentina. A alta capacidade de evolução deste fungo constitui desafio ao melhoramento genético para disponibilizar cultivares com resistência durável. Em outras palavras, são necessários esforços contínuos para gerar e disponibilizar novos genótipos resistentes às populações do agente causal que se desenvolvem pela pressão de seleção sobre os genes de resistência presentes nas cultivares em uso nas lavouras (HOWLETT, 2004).
No início da década de 1990, uma nova fonte de resistência à canela-preta foi descoberta (CROUCH et al., 1994) em Brassica rapa ssp sylvestris. Esta resistência conferiu uma resposta praticamente imune à canela-preta e foi usada pela Pacific Seeds no desenvolvimento de híbridos como Hyola 43, Hyola 60 e Hyola 432. Pesquisas realizadas no Rio Grande do Sul permitiram iniciar, em 2003, o emprego de híbridos, como Hyola 43 e Hyola 60, que além de produtivos, possuem resistência à canela-preta, derivada de Brassica rapa ssp. sylvestris, alicerçando a retomada e aumentando a segurança no cultivo de canola no Brasil e Paraguai. Entretanto, no sul da Austrália (Peninsula Eyre), grandes prejuízos começaram a ocorrer em 2003 em variedades com a resistência de sylvestris. Antecipando-se a este tipo de situação, após extensiva experimentação coordenada pelo pesquisador Gilberto Omar Tomm, no Brasil e no Paraguai, se iniciou, em 2006, o emprego de Hyola 61, híbrido que apresenta resistência poligênica, com menor risco de quebra de resistência ao fungo causador da canela-preta.  A partir de 2008, estão disponíveis para cultivo os novos híbridos Hyola 433 e Hyola 411, que também possuem resistência poligênica e foram indicados para cultivo comercial após avaliação em uma rede com dezenas de experimentos em diversos locais e épocas de semeadura. As principais características observadas nestes experimentos estão resumidas no Quadro 1. O emprego de híbridos de canola com resistência ao grupo de patogenicidade da canela-preta existente no Brasil e no Paraguai, comprovado, tanto em experimentos de vários locais e anos, como nos anos de cultivo comercial, traz mais segurança aos investimentos pela redução de riscos causados pela canela-preta. Os custos associados à aplicação de fungicidas também são evitados.
Todos os cálculos baseados em avaliações de lavouras realizados pelo primeiro autor junto com técnicos de fomento nos últimos seis anos, indicaram que os benefícios do emprego de sementes híbridas com adequada resistência às doenças que ocorrem na América do Sul, invariavelmente foram muito superiores ao custo das sementes híbridas.
A seguir são apresentadas, em ordem cronológica de registro no Brasil, as principais características dos híbridos (Quadro 1) observadas, desde 2002, em uma rede de experimentos conduzidos por diversos técnicos, empresas e instituições em diversos locais e condições, relacionadas na base do Quadro 1. De maneira geral, o menor número de dias entre a emergência e a floração e menor altura de planta apresentados no quadro, foram observados em locais que apresentam menor altitude e temperatura mais elevadas do que nos locais que correspondem aos demais dados apresentados.
HYOLA 401
  • Híbrido utilizado com sucesso em países da América do Norte, Oriente Médio, Ásia e América do Sul, devido à elevada estabilidade de rendimento em grande amplitude de ambientes.
  • Um dos híbridos mais precoces cultivado no Brasil. Indicado para semeadura em regiões com latitudes menores que 24 graus (região norte do Paraná) onde tende a ocorrer escassez de chuvas a partir de junho.
  • Evitar seu cultivo em regiões com risco de geadas, pois seu curto período de floração implica em uma menor capacidade de compensação dos danos de geada, quando comparado com híbridos que apresentam período de floração e ciclo mais longo.
  • A altura menor de plantas deste híbrido, aliada a sua arquitetura compacta, confere grande resistência ao acamamento, permite colheita rápida e proporciona a passagem de menor quantidade de palha através da colhedora (possui elevado índice de colheita).
  • Suscetível à canela-preta.
HYOLA 420
  • Híbrido com período de floração e ciclo mais longo que Hyola 401.
  • Híbrido com ampla adaptação e excepcional estabilidade.
  • Observou-se após a colheita, em determinados anos com elevada umidade, elevado rebrote de plantas de Hyola 420, sendo necessárias duas dessecações para a implantação de lavoura de soja.
  • Suscetível à canela-preta.
HYOLA 43
  • Híbrido com resistência à canela-preta proveniente de Brassica rapa ssp sylvestris.
  • Apresenta período de floração e ciclo da emergência a maturação pouco mais longo do que Hyola 420.
  • Altura de plantas: dependendo da combinação de temperatura e umidade no início do ciclo, podem ocorrer algumas plantas mais altas, sem efeito significativo no rendimento de grãos.
HYOLA 60
  • Híbrido com resistência à canela-preta proveniente de Brassica rapa ssp sylvestris. Possui período de floração e ciclo mais longos entre todos os híbridos recomendados.
  • Seu amplo período de floração (de 37 até 82 dias) mostrou eficácia para manter elevado rendimento de grãos, quando ocorrerem geadas durante a floração, pois outras camadas de flores compensam aquelas que são abortadas pela ação do frio intenso.
  • Especialmente indicado para áreas com risco de ocorrência de geadas.
  • Dos híbridos em cultivo comercial é o mais sensível ao fotoperíodo. Portanto, para que possa expressar seu potencial de rendimento de grãos superior aos mais precoces, semear este híbrido o mais cedo possível após a colheita das lavouras mais precoces de soja ou milho. Em regiões relativamente quentes do RS, como Três de Maio, maior produtividade tem sido obtida quando semeado em meados de abril (TOMM et al., 2004).
  • É altamente sensível a resíduos de herbicidas usados em soja e em milho.
HYOLA 432
  • Híbrido com duração do ciclo bastante influenciado pela época de semeadura.
  • Quando semeado no início do período recomendado apresenta ciclo mais longo que Hyola 61 e apresenta ciclo mais curto quando semeado no fim do período recomendado (interação genótipo x ambiente).
  • Híbrido com resistência à canela-preta proveniente de Brassica rapa ssp sylvestris.
HYOLA 61
  • Híbrido com elevada estabilidade de rendimento de grãos e ampla adaptação: excelente desempenho tanto sob deficiência hídrica como sob frio intenso.
  • Híbrido mais empregado na América do Sul.
  • Este genótipo apresentou grande estabilidade de rendimento de grãos quando cultivado em condições variadas, como aquelas observadas na safra 2006 sob baixa precipitação e altas temperaturas no Mato Grosso do Sul (TOMM et al., 2007), como em condições de elevada umidade e geadas, no RS.
  • Apresenta resistência poligênica à canela-preta, que tende a ser mais duradoura que aquela proveniente de Brassica rapa ssp sylvestris, por estar associada ao somatório da contribuição de diversos genes.
HYOLA 433
  • Híbrido de ciclo curto indicado para solos de elevada fertilidade.
  • Para expressar seu elevado potencial, este genótipo exige condições ambientais favoráveis, especialmente solos de alta fertilidade.
  • Evitar a semeadura em ambientes com limitações de umidade e de fertilidade de solo.
  • Apresenta resistência poligênica à canela-preta.
HYOLA 411
  • Híbrido de ciclo curto indicado para solos de elevada fertilidade.
  • Evitar a semeadura em ambientes com limitações de umidade e de fertilidade de solo.
  • Apresenta resistência poligênica à canela-preta.
HYOLA 50
  • Híbrido de ciclo médio.
  • Apresenta resistência poligênica à canela-preta.
HYOLA 76
  • Híbrido de ciclo longo, e em função do longo período de floração, apresente maior capacidade de recuperação, após estresses causados por geada ou estiagem.
  • Apresenta resistência poligênica à canela-preta.
HYOLA 571
  • Híbrido de ciclo médio.
  • Apresenta resistência poligênica à canela-preta.
Na maioria dos ambientes, o ciclo dos híbridos se apresenta na ordem, do mais precoce para o mais tardio, como segue:
Hyola 401, Hyola 420, Hyola 411, Hyola 433, Hyola 432, Hyola 43, Hyola 571, Hyola 61, Hyola 50, Hyola 76, Hyola 60. O ciclo de Hyola 571 varia em relação ao ciclo dos demais híbridos em função do local e da época de semeadura. O ciclo de Hyola 432 em relação aos demais híbridos varia em função da época de semeadura (apresenta interação genótipo X ambiente).

Genótipos de canola com características diferenciadas (nicho de mercado)

Aparentemente, existe um crescente interesse na produção de canola com alto conteudo de ácido oleico e baixo conteúdo de ácido linolênico (High Oleic Low Linolenic - HOLL or Monola), para uso nas empresas e grupos de "fast food companies/groups" no mercado Australiano. A bonificação paga pelo produto destas cultivares, acima do produto das cultivares normais, garantiria uma crescente produção no futuro. Segundo Andrew Easton, mesmo na Austrália, o mercado é pequeno, e empresas como a Cargill entendem que é necessário que a produção seja realizada de acordo com a demanda, para evitar que se perca o preço diferenciado. No Canadá, o mercado para este tipo de produto tem sido estável por muitos anos, em aproximadamente 8% do total consumido. Este especialista entende que no Brasil se deve primeiro aumentar a produção de canola com o prefil tradicional de ácidos graxos até que a produção de canola seja maior do que a atual, para posteriormente investir neste nicho de mercado.

Armazenamento, transporte, manuseio de sementes até a semeadura

As sementes híbridas têm elevado valor genético e econômico. Como as sementes são organismos vivos, temperatura e umidade elevadas, durante o seu armazenamento ou transporte, aceleraram o envelhecimento causando perda de vigor. O emprego de sementes com baixo vigor, pode gerar lavouras com estabelecimento deficiente, principalmente quando ocorrem condições adversas (temperaturas baixas, solo seco ou encharcado) durante a emergência.
  • Manusear e transportar as sementes de forma seca, limpa e coberta, visando manter o potencial genético e tecnológico das mesmas.
  • Evitar a exposição de sementes a vapores de produtos químicos, particularmente herbicidas do grupo Fenoxi (2,4-D, Banvel, Tordon ou Picloran), durante o transporte e armazenamento, antes da semeadura.


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