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sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Colheita do Arroz Irrigado



do sistema de produção do arroz, a colheita, a pós-colheita e a industrialização são as últimas operações antes da comercialização. Este fato é suficiente para justificar atenção especial , pois, nestas fases, o custo agregado ao produto é o mais alto, devido aos inúmeros gastos que já foram realizados no decorrer do processo de produção.


Ponto de Colheita

O teor de umidade do grão adequado para realizar-se a colheita do arroz está entre 18 e 23%. Se colhido com teor muito elevado, haverá grãos em formação. Por outro lado, se a colheita for muito tarde haverá mais quebra de grãos no beneficiamento e, quando se destina a semente, o vigor poderá ser afetado.

Colheita mecânica de arroz irrigado

Dentre as operações agrícolas que desempenham papel importante na produção de arroz , destaca-se a da colheita. 

A operação de colheita é realizada, geralmente, por diversos tipos de máquinas, desde as de pequeno porte tracionadas por trator, até as colhedoras automotrizes, dotadas de barra de corte de até 6 metros de largura, as quais realizam, em seqüência, as operações de corte, recolhimento, trilha e limpeza.

Funções de uma colhedora
Podem-se distinguir as seguintes funções em uma colhedora: corte da cultura e direcionamento para os mecanismos de trilha; trilha, que consiste na separação dos grãos de suas envolturas e de partes de suporte na planta; separação do grão e da palha; limpeza.

Perdas na colheita de arroz irrigado

As perdas na colheita mecânica de arroz poderão ocorrer por três motivos básicos: antes da colheita, na plataforma da colhedora e nos mecanismos internos da colhedora.

Antes da colheita
As perdas devem-se a o fato de a colheita ser realizada fora de época, à ocorrência de chuvas em excesso, granizo e ventos, à debulha natural influenciada pela genética das cultivares, bem como ao ataque de pássaros, comuns nesta região na época da colheita.

Na plataforma da colhedora
Este é o local de maior perda de grãos na colheita, respondendo por até 85% do prejuízo.
Plataforma convencional
Os pontos responsáveis por estas perdas na plataforma são os seguintes: 
Molinete: ocorrem perdas devido à baixa ou excessiva velocidade, ou devido a sua má posição na hora da operação da máquina, causando debulha, acamamento e/ou duplo corte.

Barra de corte: as perdas devem-se ao fato de as navalhas estarem quebradas, tortas, trincadas ou sem fio, e/ou os dedos encontrarem-se tortos; também devido à folga nas peças de ajuste da barra de corte.
Velocidade da máquina: o operador deve conduzir a colhedora, cortando de maneira a aproveitar toda a largura da barra de corte, porém, avançando à maior ou menor velocidade, segundo as condições da cultura.
Densidade da cultura: uma baixa densidade de plantas dificulta o trabalho da plataforma, fazendo com que as plantas deixem de ser recolhidas pelo molinete, perdendo, por conseguinte, grãos.
Presença de plantas daninhas: a presença de plantas daninhas na lavoura de arroz contribui para o aumento das perdas.
Umidade dos grãos: padrões fora da umidade recomendada, 18 a 23%, aumenta as perdas.
Plataforma recolhedora
Estes equipamentos retiram ou arrancam o grão ao invés de cortar a panícula, como fazem as colhedoras equipadas com plataformas convencionais.

Os resultados iniciais obtidos com arroz irrigado na Itália mostram que são possíveis aumentos de até 60% na taxa de colheita.


Mecanismos internos da colhedora
Os principais pontos de perda são: perdas no cilindro, no saca-palha e nas peneiras.
Perdas no cilindro
Acontecem devido a pouca velocidade ou a muita distância entre o cilindro e o côncavo. Normalmente, apresentam-se em forma de panículas sem debulhar.
Perdas no saca-palhas
As perdas no saca-palhas acontecem a semelhança do caso anterior.
Perdas nas peneiras
As perdas nas peneiras são causada geralmente por trilha curta, furos das telas muito fechados e ar mal dirigido, insuficiente ou excessivo. As perdas nas peneiras são grãos soltos, que saem juntamente com a palha miúda.

Correção de algumas regulagens das colhedoras

São apresentados no Quadro 1, os pontos da colhedora onde ocorre o maior percentual de perdas, suas causas e as correções mais comuns.

CLIQUE NA IMAGEM PARA EXPANDIR:



quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Pragas do Arroz Irrigado



Principais Artrópodes-Pragas

Entre as pragas que reduzem a economicidade da cultura do arroz irrigado na região Subtropical do Brasil destacam-se espécies de insetos, moluscos, e pássaros, que causam perdas de produtividade de 10 a 35%. Associados à ocorrência de pragas ainda existem os riscos de impacto ambiental, decorrentes do crescente uso irracional de inseticidas químicos aplicados para controle. O sistema de implantação da cultura é dos fatores que mais influenciam nos níveis de danos. As principais diferenças são detectadas entre lavouras implantadas em solo seco com posterior inundação (plantio direto e convencional) e lavouras de arroz pré-germinado, havendo tendência dessas ultimas serem as mais prejudicadas.


Entre as espécies de insetos são mais prejudiciais ao arroz irrigado Spodoptera frugiperda (lagarta-da-folha), Oryzophagus oryzae (gorgulho-aquático), Tibraca limbativentris (percevejo-do-colmo) e Oebalus poecilus (percevejo-do-grão). Pomacea canaliculata e Argelaius ruficapilus são respectivamente a espécie de molusco e pássaro mais daninhos à cultura. O conhecimento sobre bases técnicas do Manejo Integrado de Pragas (MIP) é essencial para o controle eficaz das espécies supra citadas, na busca de redução de custos de produção e de riscos de impacto ambiental negativo. Destaca-se o conhecimento sobre níveis populacionais de controle econômico (NCE), necessário à adoção de medidas de combate.




Hábitos, proliferação, níveis de danos e métodos de manejo integrado de pragas

Insetos

Lagarta-da-folha


Na fase de lagarta é praga aguda polífaga. A mariposa coloca os em camadas, nos dois lados das folhas, cobertos com escamas. A dispersão das lagartas, logo após a eclosão, ocorre por meio do vento. Danifica plantas novas, corta colmos rente ao solo, desfolha plantas mais desenvolvidas e causa danos a flores e panículas. Em áreas planas, o período crítico de ataque está compreendido entre a emergência das plantas e a inundação da lavoura, podendo destruir rapidamente partes ou totalmente os arrozais. Em áreas inclinadas, o ataque pode se estender a plantas sobre as taipas, até a fase de emissão das panículas. 

O monitoramento do inseto deve ser iniciado logo após a emergência das plantas, no período pré-inundação. Em intervalos semanais, vistoriar maior número possível de pontos do arrozal (0,5 x 0,5m), ao longo de linhas transversais imaginárias. A cada lagarta de 3º ínstar (± 1cm de comprimento) encontrada em média/m2, é esperada uma redução de 1% na produção de grãos. Em áreas infestadas com capim-arroz a incidência do inseto é maior.

Controle: a) maiores cuidados com arrozais próximos a áreas que foram ou estão sendo cultivadas com milho e sorgo; b) destruição de restos culturais de plantas nativas hospedeiras; c) adequar a fertilidade do solo a um rápido crescimento das plantas, para reduzir o período de maior suscetibilidade ao ataque do inseto e criar maiores condições de recuperação dos danos causados; d) inundar as áreas infestadas; e) preservar parasitóides e predadores do inseto, somente aplicando inseticidas químicos registrados quando o nível populacional de controle econômico (NCE) for atingido.


Gorgulho-aquático


Este inseto, oligófago, é praga-chave e crônica do arroz irrigado no Sul do Brasil. Surge nos arrozais quando ocorre acúmulo da água das chuvas ou da irrigação por inundação. O adulto, com 3,5 mm de comprimento (Figura 1), alimenta-se do parênquima foliar causando lesões longitudinais, acasalam e oviposita em partes submersas da bainha foliar. Cerca de uma semana pós-oviposição surgem as larvas (bicheira-da-raiz), que danificam as raízes durante aproximadamente 25 dias e atingem o comprimento de 8,5 mm no último instar. Os adultos somente provocam danos econômicos em arroz pré-germinado, quando destroem significativa quantidade de plântulas. As larvas sempre são mais prejudiciais. Ao danificarem as raízes reduzem a capacidade de absorção de nutrientes e induzem a perdas de 10 a 35% na produtividade. As lavouras instaladas mais cedo são sempre mais prejudicadas. Os danos das larvas muitas vezes são atribuídos erroneamente a deficiência de nitrogênio, toxidez por ferro e salinidade.

Dez dias pós-inundação, no sistema de cultivo convencional (semeadura em solo seco) ou da emergência das plantas, em arroz pré-germinado, deve ser avaliada a presença de larvas, no mínimo em dez locais escolhidos ao acaso na lavoura. É importante considerar que, inicialmente, há maior concentração de larvas ao longo das margens ou nas primeiras partes inundadas da lavoura. Em cada local, retirar quatro amostras-padrâo de solo e raízes, usando uma secção de cano de PVC com 10 cm de diâmetro e 20 cm de altura, aprofundando-a 8 cm no solo. Agitar as amostras sob água, em uma peneira apropriada, para liberação e contagem das larvas. A cada larva, em média por amostra-padrão, é esperada uma redução de 1,1 e 1,5 % na produção de grãos de cultivares de ciclo médio e precoce, respectivamente. 

O controle: a) por meio de práticas culturais intrínsecas do manejo da cultura como limpeza de canais de irrigação, destruição de restos culturais, aplainamento do solo e adubação nitrogenada suplementar, no máximo até a fase inicial de diferenciação das panículas (IDP), para recuperação do sistema radicular danificado pelas larvas; b) em áreas com histórico de danos, evitar o uso de cultivares de ciclo biológico, que são menos tolerantes ao ataque do inseto; c) tratamento de sementes com inseticidas; e) aplicação curativa de inseticidas, com base em NCE, apenas de produtos registrados para esse fim, conforme constam na publicação Arroz irrigado: recomendações técnicas da pesquisa para o Sul do Brasil.


Percevejo-do-colmo


Inseto oligófago, de ocorrência crônica, com 13 mm de comprimento e 7 mm de largura, marrom. Os adultos hibernantes invadem as novas lavouras cerca de 20 dias após a emergência das plantas de arroz. Localizam-se na base dos colmos, próximos ao colo das plantas, principalmente em partes do arrozal não atingidas pela lâmina da água de irrigação, onde acorre a reprodução. Adultos e ninfas de quarto e quinto ínstar são facilmente observados no topo das plantas de arroz, em horários de temperatura mais elevada.

Ao perfurar colmos em formação (fase vegetativa) ou já desenvolvidos (fase reprodutiva), provoca os sintomas de coração morto e panícula branca, respectivamente. Os prejuízos são maiores quando ataca na fase de pré-floração e de formação de grãos, causando perdas quantitativas e qualitativas na produção de grãos. Plantas debilitadas pelo ataque do inseto tornam-se mais sensíveis a fungos manchadores de grãos.

O percevejo-do-colmo é mais prejudicial no Planalto da Campanha do Rio Grande do Sul, onde há maior concentração de lavouras implantadas em terrenos inclinados, com grande quantidade de plantas de arroz sobre as taipas, condição altamente favorável ao seu crescimento populacional. Em Santa Catarina há maior ocorrência na Região do Alto Vale do Itajaí.

O monitoramento populacional deve ser efetuado, em intervalos semanais, do início do perfilhamento das plantas à fase de floração. Averiguar a presença de insetos preferencialmente em plantas sobre as taipas, após o meio-dia, usando rede de varredura (aro de 30 cm de diâmetro). A cada inseto adulto, em média/m2, é esperada uma redução de 1,2% na produção de grãos.

Controle: a) evitar, quando possível, plantio escalonado de arroz em áreas com histórico de danos; b) destruição de restos culturais e hospedeiros nativos; c) cultura armadilha, criando condições favoráveis à concentração do inseto, em determinados locais às margens dos arrozais, por meio da adubação nitrogenada mais elevada, manutenção de plantas de espécies nativas hospedeiras ou plantio de cultivares precoces, visando ao controle localizado; d) catação manual, em pequenas lavouras, possibilitada pela colocação de abrigos ou esconderijos (pedaços de tábuas), em taipas e estradas internas, com coletas periódicas dos insetos; e) maximizar o controle biológico natural, preservando o complexo de parasitóides e predadores do inseto; f) uso de inseticidas químicos somente com base em NCE.


Percevejo-do-grão


Inseto oligófago, de ocorrência aguda, com 7 a 8 mm de comprimento e 4 mm de largura, castanho amarelo. Surge nos arrozais, normalmente quando os grãos atingem a fase leitosa. Geralmente inicia a oviposição em panículas de Echinochla spp. (capim-arroz), representando verdadeiros focos de desova. É mais ativo em horários nublados do dia, pois, quando a temperatura é mais elevada, abriga-se entre as plantas de arroz, nas partes baixas, junto ao solo.

O percevejo-do-grão afeta a quantidade e qualidade do produto. A natureza e extensão do dano dependem do estágio de desenvolvimento dos grãos. Espiguetas com endosperma leitoso, se sugadas, podem ficar completamente vazias ou darem origem a grãos atrofiados com diminutas manchas escuras nas glumas, nos pontos de introdução do estilete. A alimentação na fase de endosperma pastoso origina grãos com manchas escuras na casca, gessados, estruturalmente enfraquecidos nas regiões danificadas. Esses grãos quebram facilmente durante o processo de beneficiamento, diminuindo ainda mais o rendimento de engenho.

O percevejo-do-grão está distribuído em todas as regiões orizícolas do Rio Grande do Sul. O lançamento e a expansão do cultivo, no Estado, de cultivares de grãos finos e longos, com ciclo diferenciado daquelas tradicionais ocasionaram mudanças no comportamento do inseto e induziu à antecipação da época de ocorrência nos arrozais. O inseto, anualmente, tem sido mais prejudicial à cultura do arroz irrigado nas Regiões Central e Norte do Brasil. 

O monitoramento populacional do percevejo-do-colmo deve ser efetuado desde a fase de polinização ao início do amadurecimento das panículas. Em horários com temperaturas mais amenas, verificar a presença do inseto em locais da lavoura onde há maior densidade e vigor de plantas de arroz ou infestação de capim-arroz, usando rede de varredura, com aro de 30 cm de diâmetro. A cada inseto adulto em média/m2 é esperada uma redução de 1% na produtividade, sem considerar ainda as perdas qualitativas.

Controle: a) evitar plantio escalonado de arroz; b) destruição dos restos culturais e hospedeiros nativos; c) controle localizado em cultura armadilha (focos premeditados de capim-arroz ou de plantas de arroz adubadas com altas doses de nitrogênio); d) em áreas com histórico de danos severos, se possível, utilizar cultivares de ciclo mais curto; e) em pequenas lavouras, catação manual de massas de ovos nos focos de desova; f) maximizar o controle biológico natural, preservando o complexo de parasitóides e predadores do inseto; g) aplicar inseticidas somente com base em NCE.


Pássaro-preto


A população do pássaro-preto, nos últimos anos, aumentou sensivelmente nas várzeas do Rio Grande do Sul, fazendo com que atingisse o status de praga do arroz irrigado. O pássaro, de aproximadamente 180 mm de comprimento, ao arrancar plântulas de arroz no período de implantação da cultura, reduz significativamente população de plantas, principalmente em lavouras localizadas menos de 200 m de bosques ou de vegetação nativa, arbórea ou herbácea, que servem de locais de refúgio ou descanso. Prefere atacar lavouras de arroz pré-germinado pois normalmente estão localizadas próximas a bosques e são as primeiras serem implantadas. Também ataca plantas na fase reprodutiva, alimentando-se de grãos em maturação, podendo causar perdas de aproximadamente 1250 kg.ha-1.

O aumento da população do pássaro-preto resulta da perda de arroz durante a colheita, transporte, nas estradas, e de resíduos da pré-limpeza de grãos, disponíveis durante o inverno. Tal oferta extra de alimento reduz a mortalidade dos pássaros, especialmente de espécimes jovens e faz com que as fêmeas não necessitem sincronizar a reprodução.

Sistemas de manejo do pássaro-preto não devem focar simplesmente a eliminação total da população, mas sim mante-lá abaixo do nível de dano econômico (NDE), considerando que o este desempenha um papel importante ao alimentar-se de insetos fitófagos e sementes de plantas daninhas. A estratégia é encontrar o ponto de equilíbrio entre a redução dos danos causados pelo pássaro e a manutenção dos benefícios que oferece. Qualquer plano de manejo do pássaro deve ser global, em uma determinada região, contemplando a participação integrada de vários produtores na adoção de medidas de controle populacional.

As seguintes medidas devem ser adotadas para evitar aumento populacional do pássaro-preto: a) redução de perdas de grãos, na colheita, e durante o transporte, em estradas; b) não acumular resíduos da pré-limpeza de grãos; c) abate por meio de caça e uso de armadilhas, segundo regulamentação oficial. Para reduzir danos na fase de implantação da cultural são indicados: a) cobertura completa das sementes após a semeadura; b) sincronismo da semeadura, o máximo possível, em uma determinada região produtora; c) aumento da densidade de semeadura em áreas mais próximas a banhados e bosques; d) no sistema pré-germinado, não retirar totalmente a água de irrigação lavoura após a semeadura. Na fase reprodutiva, os danos podem ser minimizados se as primeiras lavouras forem implantadas em áreas mais afastadas possível de banhados e bosques, se as bordas dos arrozais forem mantidas livres de plantas daninhas e se o tempo de exposição de grãos maduros ao pássaro for reduzido.


Moluscos


Os moluscos (caramujos), nos últimos oito anos, tornaram-se praga importante do arroz irrigado, essencialmente em cultivos de arroz pré-germinado, sendo e espécie Pomacea canaliculata a mais prejudicial. A espécie (dimensão) apresenta uma concha grande, arredondada, de cor castanho-clara, com listras marrons, e possui elevada capacidade de reprodução. A oviposição é feita em pontos não submersos, em caules ou folhas de plantas, moirões e troncos de árvores. Os ovos ficam aglutinados e aderidos por meio de um líquido transparente gelatinoso expelido pela fêmea. A postura é similar a um cacho de uva, vulgarmente chamada de ovo de sapo. Em maio cessam a oviposição, reiniciando em agosto.

Os caramujos invadem as lavouras de arroz pré-germinado por meio da água de irrigação e permanecem vários dias em condições de alimentação reduzida. Com a semeadura do arroz, passam alimentar-se de plântulas, durante o dia e a noite, causando danos significativos à cultura. Tornam-se mais vorazes quando atingem de 15 a 30 mm de diâmetro. A praga normalmente atinge elevada densidade populacional, tendo sido verificado que três caramujos por m2, ao atacarem sementes de arroz pré-germinado, podem causar danos superiores a 90%, em apenas dois dias. A ocorrência na lavoura é mais acentuada nos canais de irrigação, entradas de águas, nas passagens de água de um tabuleiro a outro, e também em pontos correspondentes a depressões do solo, onde há maior acúmulo de água na fase de implantação da cultura. 

As seguintes medidas podem ser empregadas para reduzir os danos causados por caramujos: a) coleta e destruição de posturas; b) limpeza e drenagem dos canais de irrigação; c) preparo do solo com enxadas rotativas; d) drenagem dos tabuleiros durante o período germinação e crescimento das plântulas; e) colocação de telas nos canais de irrigação, nos pontos de entrada de água na lavoura; f) implantação de poleiros nas lavouras para facilitar a mobilização gavião-caramujeiro (predador de caramujos). Não há produtos químicos registrados para controle de caramujos, portanto, este método não é recomendado.






quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Principais Doenças do Arroz Irrigado e seu Controle



As lavoura brasileira de arroz irrigado são atacadas por várias doenças. Entre elas se destaca a brusone (Pyricularia grisea), cujos danos podem comprometer até 100% da produção de algumas lavouras. 

Neste capitulo será abordado somente as doenças mais comuns e economicamente importante.










Brusone

O agente causal desta doença, Pyricularia grisea (Cooke) Sacc, possui capacidade de infectar várias gramíneas como arroz "vermelho" e "preto", trigo, aveia, azevém, cevada, centeio, capim arroz (Echinochloa spp.), grama boiadeira (Leersia hexandra), Brachiaria mutica, etc. A enfermidade desenvolve rapidamente quando existe condições adequada como: períodos longos de orvalho, nublados e associada as chuvas leves, as quais mantêm a umidade sobre as folhas.

Sintomas



O sintoma mais típico ocorre nas folhas. As lesões possuem um formato alongado, com bordos irregulares, de coloração marrom, com centro grizáceo, onde aparecem as frutificações do fungo. Nos colmos, as lesões são localizadas na região dos nós, com coloração semelhante à observada nas folhas. A infecção no primeiro nó, abaixo da panícula, é conhecida pelo nome de brusone de "pescoço" (Figura 1).


Controle



O emprego cuidadoso do conjunto de práticas de manejo integrado de doenças recomendadas para o cultivo do arroz irrigado, aumenta a resistência das cultivares semeadas e melhora a eficácia dos fungicidas. Entre as medidas recomendadas, destacam-se as seguintes:


- Dimensionamento adequado das fontes de água, canais de irrigação e realizá-la no momento necessário,
- Uso de sementes de boa qualidade fitossanitária,
- Semeaduras na época recomendada,
- Uso cultivares mais resistente ou tolerantes,
- Troca de cultivares suscetíveis a cada 3-4 anos.
- Adubação equilibrada, sem provocar um crescimento vegetativo muito vigoroso das plantas.
- Destruição dos restos de cultura 
- Uso de fungicidas


Escaldadura das folhas

O organismo causador da doença escaldadura é conhecido pelo nome deGerlachia oryzae (Hashioka & Yologi) W. Gams (Gams & Müller, 1980). 



A severidade desta enfermidade no Brasil tem sido agravado nos últimos anos, com uso das cultivares modernas mais suscetíveis e com elevadas adubações nitrogenadas.


Sintomas



As folhas apresentam manchas oblongas (faixas), em sucessão, com a formação típica de áreas concêntricas com coloração mais escura e mais clara, dando um aspecto franjado às lesões (Figura 2). O aumento destas lesões causa a morte da folha afetada. As lavouras atacadas apresentam amarelecimento geral, com as pontas das folhas secas.


Controle



- Evitar o uso de adubação nitrogenada pesada,

- Usar variedades mais resistente ou tolerantes
- Uso de sementes de boa qualidade fitossanitária.


Queima das Bainhas

Nos últimos anos, a queima das bainhas, causado pelo fungo Rhizoctonia solani Kühn, vem aumentando nos Estados do Rio Grande do Sul e Tocantins. A expansão da doença poderá ser decorrência do plantio do arroz irrigado, em rotação com culturas da soja ou pastagens consorciadas de azevém com trevo e da introdução das cultivares modernas suscetibilidade. 



Sintomas


A doença ocorre nas bainhas das folhas e colmos das plantas de arroz. O sintomas são caracterizadas pelas manchas não bem definida, com aspecto de queimado, sobre a qual surgem esclerócios de coloração escura (Figura 3). Nas lavouras, os ataques intensos, formam grandes reboleiras, com morte precoce das plantas, causando uma aparente aceleração da maturação.


Controle



- Destruição dos restos de cultura, drenagem nas áreas durante a entre-safra e uso adubação nitrogenada equilibrada, evitando crescimento vigoroso das plantas.

- controle biológico natural com Trichoderma é muito eficiente. Em algumas situações, tem-se mostrado mais eficiente do que as aplicações de fungicidas com ação sobre R. solani.
- Uso de cultivares tolerante ou resistente.

As manchas-das-glumas


Sintomas

As manchas-das-glumas geralmente ocorrem nas lavouras semeadas em épocas tardias, (dezembro), porém, podem surgir em menor freqüência nas demais épocas. As manchas das glumas estão associadas com mais de um patógeno fúngico ou bacteriano. Os principais patógenos causadores das manchas das glumas são os fungos: Drechslera oryzae, Pyricularia oryza, Alternaria padwickii, Phoma sp., Nigrospora spp, Epicocum spp., Curvularia lunata e Fusarium sp.
Sintomas



As glumas mostram sintomas caracterizados por manchas marrom-avermelhadas ou escurecimento total (Figura 4 ). Em alguns casos as manchas restrigem-se à parte superior ou inferior das glumas e apresentam centro mais claro.


Controle



- No momento, julga-se que as melhores maneiras de controlar esse problema são a semeadura na época adequada e o uso de cultivares mais tolerantes.


Mancha Parda

A doença mancha parda é causada pelo patógeno conhecido pelos nomes deDrechslera oryzae (Breda de Haan) Subr. & Jain, Helminthosporium oryzae(Breda de Haan) e Bipolaris oryzae (Breda de Haan) Shoem.



Em algumas lavouras isoladas, situadas em solos mais arenosos ou degradados, os ataques de mancha parda podem ser mais severos e comprometer a produção e a sanidade dos grãos.


Sintomas



A doença é caracterizada pelo aparecimento de manchas castanho-escuras nas folhas, logo após a floração e, mais tarde, nas glumas e nos grãos. Posteriormente, com manchas maiores, passa a desenvolver-se um centro mais claro, acinzentado (Figura 5). Nos grãos, as glumas apresentam manchas marrom-escuras, que muitas vezes coalescem, cobrindo as glumas.


Controle



O uso de medidas preventivas e de fungicida de espectro de ação ampla para o controle da brusone, também atuam no controle da mancha-parda. 


- Semear cultivares tolerantes
- Tratar as sementes quando for necessário


Podridão do Colmo

A doença podridão do colmo é causada por Sclerotium oryzae Catt., atualmente conhecido de Nakataea sigmoideum (Cav.) Hara.



Nos últimos anos, no Rio Grande do Sul, têm ocorrido na região "Fronteira Oeste" fortes ataques desta doença. Os danos são mais sérios quando esta doença está associado com a queima das bainhas.


Sintomas



Na bainha externa, próxima à linha da água, apresenta uma pequena lesão, irregular, de cor marrom-escuras . Com progresso da doença, a bainha e o caule apodrecem, podendo acamar a planta e tornar as panículas chochas. 

Quando o ataque é parcial, aumenta o número de espiguetas estéreis com floração desuniforme. Nas lesões velhas do entrenó do caule, podem encontrar-se o micélio cinzento-escuro e pequenos esclerócios negros no interior (Figura 6).


Controle 



O controle da podridão do colmo deve se feito da maneira preventiva, evitando a contaminação do solo, drenando as lavouras na entre-safra, usando densidade de sementes adequado e não provocando um crescimento vegetativo excessivo das plantas.


Manchas das Bainhas

A doença, manchas das bainhas, causada pelo fungo Rhizoctonia oryzae Riker & Gooch, foi constatada pela primeira vez em 1967 no Estado de São Paulo e no anos 70, no Rio Grande do Sul, depois da introdução da cultivar Bluebelle.

Sintomas



As manchas são caracterizadas pela forma oval, elíptica ou arredondada, e de coloração cinza-esverdeada. Com sua evolução, podem adquirir centro branco-acinzentado, com bordas marrons bem definidas (Figura 7).


Controle



A doença é transmitida por fungo de solo e por esta razão, devem ser adotado medidas de controle de drenagem do solo na entre-safra e outras já recomendas para a podridão do colmo.


Fig. 1. Sintoma de brusone na folha, nos nó dos colmos e na panícula. Embrapa Clima Temperado, 2002.



Fig. 2. Sintoma da Escaldadura das folhas. Embrapa Clima Temperado, 2002.



Fig. 3. Sintoma de Queima das bainhas. Embrapa Clima Temperado, 2002.



Fig. 4. Sintomas de Manchas de glumas. Embrapa Clima Temperado, 2002.



Fig. 5. Sintoma de Mancha Parda nas folhas. Embrapa Clima Temperado, 2002.



Fig. 6. Sintoma de podridão do colmo. Embrapa Clima Temperado, 2002.



Fig. 7 . Sintoma de mancha das bainhas. Embrapa Clima Temperado, 2002.







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