O milho (Zea mays) está entre as plantas de maior eficiência comercial, originado das Américas, mas especificamente no país do México, América Central ou Sudoeste dos Estados Unidos. A história de produção do milho tem crescido anualmente, principalmente devido às atividades de avicultura e suinocultura, onde o milho pode ser consumido diretamente ou ser utilizado na fabricação de rações e destinado ao consumo de animais (MARCHI, 2008). O milho mostra-se importante na comercialização nacional por ser típico de determinadas regiões, utilizado nas refeições, em épocas festivas e culturais no preparo de derivados, complemento e consumo humano direto da espiga cozida ou assada. O milho apresenta inúmeras utilidades, na indústria de rações, na indústria de alimentos, na elaboração de produtos finais, intermediários entres outros. Geralmente, produtores com grandes propriedades e áreas de lavoura investem em tecnologia e consequentemente obtêm maior rendimento na produção.
Antes de ser descoberta a importância alimentícia do milho, a espécie era cultivada em jardins europeus. No Brasil, a importância do milho na alimentação humana varia de região, devido em determinadas regiões o maior consumo do grão e seus derivados ser realizado por famílias de baixa renda e por ser tradicional em culinárias de algumas culturas, como dos nordestinos. E mundialmente, para os mexicanos, por exemplo, o uso desse cereal e seus derivados na sua culinária é uma rica fonte de energia para a população (EMBRAPA, 2000).
Em uma pesquisa realizada pelo Ministério da Agricultura (2010) na safra de 2009/2010, a produção de milho no Brasil mostra um total de 53,2 milhões de toneladas, atendendo a demanda de comércio interno para fins de consumo dos brasileiros e indústria de ração para animais. As regiões de Centro-Oeste, Sul e Sudeste são as que apresentam maiores índices de produção do grão, e na região Norte, o Estado do Acre apresenta potencial de produtividade em torno de 6.0 kg.ha¹, logo, alcançando as projeções que há em crescimento da produção brasileira em milho e área plantada, as estimativas de exportação também aumentará e solucionando necessidade mundial de milho como ingrediente para indústria de ração animal e culinário. Cultivado em diferentes sistemas produtivos, a cultura do milho ainda é superado por outras culturas, como o trigo e o arroz, mundialmente.
Origem e Histórico
Apesar de parecer ser nativo do Brasil, o milho tem como centro de origem o
México e a Guatemala, sendo encontrada a mais antiga espiga de milho no vale do Tehucan na data de 7000 a.C, essa região atualmente é onde se localiza o México. O Teosinte ou “alimento dos deuses”, chamado pelos maias, foi originado por meio do processo de seleção artificial, feito pelo homem. O mesmo ainda é encontrado na América Central (Lerayer, 2006).
Sendo uma espécie da família das gramíneas, o milho é o único cereal nativo do Mundo, como suas altitudes vão desde o nível do mar até 3 mil metros, sua cultura é encontrada numa grande região do globo (Lerayer, 2006).
Conforme foi passando o tempo, a domesticação desta cultura feita pelo homem foi evoluindo cada vez mais através da seleção visual no campo, destacando as principais características como produtividade, resistência a doenças e capacidade de adaptação, dentre outras originando as variedades hoje conhecidas (Lerayer, 2006).
Importância Econômica
A cultura do milho é cultivada em todas as partes do mundo. Sendo os maiores produtores mundiais os Estados Unidos, a China e o Brasil que ocupa terceiro lugar com média de produção atual em torno de 53,2 milhões de toneladas (MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, 2010). O Brasil destaca-se mundialmente em relação à cultura do milho como produtor, consumidor e exportador. E com a grande multiplicidade de usos que o cereal apresenta, as estimativas de procura pelo grão é aumentar. A primeira ideia com a descoberta da espécie foi para alimentação humana, basicamente para as regiões de baixa renda por ser uma rica fonte de energia, mas sua safra tem como principal destino as indústrias de rações para animais e até indústrias de alta tecnologia.
Atualmente, a maior parte da utilização do milho está concentrada à fábrica de rações para animais, sobretudo devido às suas características nutricionais, constituído da maioria dos aminoácidos, além de ser um cereal com produção de baixo custo, comparado à obtenção de outros grãos. No Brasil, a produção do grão destinado à alimentação animal está representada entre 70-80%. Há espécies da planta do milho que também é utilizada na elaboração de silagem, como ingrediente único ou complemento (EMBRAPA, 2000).
A cultura do milho além de apresentar qualidades nutricionais relevantes, destaca-se também na geração de empregos, sobretudo na época da safra. Geralmente, o cultivo do milho é mecanizado, beneficiado por técnicas modernas de plantio e colheita, principalmente nas grandes lavouras, nesse caso a geração de empregos é menor do que em pequenas propriedades, onde o cultivo é semimecanizado na maioria das produções, há um grande índice de emprego nas zonas rurais, atraindo famílias, pessoas de baixa renda, logo evitando situações de êxodo rural.
Botânica e Cultivares
De acordo com a classificação botânica, o milho é um monocotiledônea, pertencente a família Poaceae, Subfamília Panicoidae, gênero Zea e espécie Zea mays L. (Siloto, 2002). É uma planta herbácea, monóica, portanto possuem os dois sexos na mesma planta em inflorescências diferentes, completa seu ciclo em quatro a cinco meses caracterizando uma planta anual (PONS & BRESOLIN, 1981).
Sendo uma espécie alógama e originada do México, o milho apresenta uma grande variabilidade, existindo atualmente cerca de 250 raças. Com um aumento significativo na segunda metade do século X houve uma grande evolução com desenvolvimento de variedades e híbridos (Santos, 2012).
Uma colheita realizada com sucesso dentro do planejamento e com grande produção é o resultado de um trabalho realizado com potencial genético da semente e das condições edafoclimáticas do local de plantio, além do manejo da lavoura, levando a cultivar o maior responsável por 50% do rendimento final, a escolha correta da semente pode levar ao sucesso ou insucesso da lavoura (Carlos Cruz, 2002).
Segundo Carlos Cruz (2002) antes da escolha da cultivar, o produtor deve fazer um levantamento completo das sementes que ele deseja utilizar, avaliação de pesquisas, assistências técnicas, quais as empresas produtoras das sementes, experiências regionais e o comportamento em safras passadas. Visando obter sucesso em sua lavoura o produtor deve ter em mente os aspectos: Adaptação a região, produtividade e estabilidade, ciclo, tolerância a doenças, qualidade do colmo e da raiz, textura e cor do grão.
Adaptação a Região Conhecer a região onde será implantado o milho é crucial para a escolha da cultivar, a mesma deve ser bem adaptada a região. Sendo o Brasil dividido em quatro grandes microrregiões homogêneas de cultivo do milho diferencias pelos fatores latitude, altitude e clima. São eles, região subtropical, de transição, tropical e nordeste (Carlos Cruz, 2002).
Produtividade e Estabilidade
O potencial produtivo e a estabilidade de produção determinada em função do seu comportamento nos cultivos em diferentes locais e anos, também devem ser consideradas pelos produtores no ato da compra das sementes. As cultivares estáveis ao passar dois anos e dentro de uma determinada área geográfica oscila pouco em resposta a melhoria do ambiente, além de evitar perdas maiores em ambientes desfavoráveis (Carlos Cruz, 2002).
Conforme foi crescendo o melhoramento genético, houve o acompanhamento de uma maior variedade no mercado, com híbridos duplos, híbridos triplos e híbridos simples, sendo que os híbridos triplos e simples podem ser dos tipos modificados ou não. Sementes de menores custos são aquelas variedades melhoradas, portanto multiplicadas com os devidos cuidados podem ser reutilizadas por alguns anos, sem diminuição substancial da produtividade (Carlos Cruz, 2002).
O milho híbrido possui alta produtividade, devido seu melhoramento genético, contudo depois de colhido não se deve plantar novamente, pois o seu potencial genético tem maior produtividade somente na primeira geração (F1), no caso do replantio a produção vai ter uma queda significativa acarretando prejuízos ao produtor.
Ciclo
Através do numero de dias da semeadura até o pendoamento, até a maturação fisiológica ou até mesmo a colheita é determinado o ciclo de uma cultivar, seus grupos variam de acordo com seu ciclo, descritos como: superprecoce, precoce, semiprecoce e normal (Carlos Cruz, 2002).
Tecnicamente, o ciclo de uma cultivar leva em consideração as unidades de calor necessárias para atingir o florescimento. O agricultor deve ter em mente que essa determinação de ciclo das cultivares não é muito rígida, a diferença entre as cultivares mais tardias e as mais superprecoces pode não chegar a dez dias. Além da classificação não ser rigorosa, uma cultivar classificada como superprecoces pode comportar-se como precoce e vice- versa. Por outro lado a colheita pode acontecer mais cedo devido as diferentes taxas de secagem após a maturação fisiológica (Carlos Cruz, 2002).
Portanto não tem como fazer o perfeito ajuste entre as culturas usadas na rotação ou sucessão sem a escolha da cultivar de ciclo adequado, para compor o sistema de produção da propriedade (Carlos Cruz, 2002).
Tolerância a Doenças
As doenças podem causar grandes danos as lavouras ou até mesmo atingir toda a cultura, elas se instalam com facilidade e demoram na maioria das vezes mais de anos para se tornar ausente.
É de fundamental importância a escolha de cultivares tolerantes as principais doenças, para evitar a redução de produtividade. A sanidade dos grãos também é importante para a escolha da cultivar, essa característica é função principalmente da resistência genética da cultivar aos fungos que atacam o grão e está normalmente associada a um bom empalhamento (Carlos Cruz, 2002).
Qualidade do Colmo e Raiz
A boa qualidade do colmo além de ser considerado uma resistência das plantas ao acamamento e ao quebramento, ele evita maiores perdas durante a colheita mecânica, devido sua boa qualidade variando de cultivar para cultivar (Carlos Cruz, 2002).
Textura e Cor do Grão
Outra forma em que as cultivares são agrupas é de acordo com a textura dos grãos. Milhos comuns podem apresentar grãos com as seguintes texturas: 1 – Dentado ou mole: os grãos de amido são densamente arranjados nas laterais dos grãos, formando um cilindro aberto que envolve parcialmente o embrião. 2 – Grão duro ou cristalino: os grãos apresentam reduzida proporção de endosperma amiláceo em seu interior, notando-se que a parte dura ou cristalina é a predominante e envolve por completo o amido amiláceo. Existem, ainda, os grãos semiduros e os semidentados, que apresentam características intermediárias (Carlos Cruz, 2002). Com isso no mercado existem diversas variedades para o produtor escolher aquela que mais se encaixa nas características exigidas pela sua região, sem deixar de levar em consideração os demais fatores que podem afetar sua produção. Para o sucesso de sua produção só depende da escolha de uma boa cultivar.
Clima, Solo, Plantio e Tratos Culturais
Para obtenção de rendimentos satisfatórios na produção de qualquer cultura, é fundamental a realização de um estudo prévio da área e planejamento sobre a implantação da cultura. Considerando as necessidades de cada espécie, em relação a fatores que implicarão em todas as operações envolvidas na lavoura, além de determinar o resultado da produtividade da cultura.
O milho apresenta grande flexibilidade, sendo bastante adaptado a sistemas de rotação, sucessão e consorciação de culturas, mas como a maioria das culturas, requer uma interação entre fatores edafoclimáticos e manejo. Inicialmente, deve-se escolher a área de plantio, verificar se o solo local é adequado para o plantio do milho. Geralmente, o solo ideal para a cultura do milho apresenta características físicas em textura média de 30-35% de argila ou argilosos bem estruturados, permeáveis e adequados à drenagem, permitindo a planta boa capacidade de retenção de água e de nutrientes (SANS; SANTANA, 2002). O sistema radicular do milho cresce rápido, sendo o ideal solo com profundidade mais de 1 m para não prejudicar o desenvolvimento das raízes. E solo com características químicas em reação neutra ou ligeiramente ácida e rica em nutrientes disponíveis (SILVA et al., 2010).
Verificar a topografia do solo é fundamental antes de implantar a cultura, sendo o relevo plano o ideal, evitando a suscetibilidade à erosão, contribuindo para a mecanização do solo, tratos culturais e colheita. Se necessário, realizar análise de solo das características físico-químicas e fornecer ao solo o que falta de nutrientes para o bom desenvolvimento da planta.
A exigência da planta do milho em água está em torno de 500-800 m, e a planta só realiza os processos de germinação e emergência na presença da água. A falta de água vai prejudicar a disponibilidade, absorção e o transporte de nutrientes, tornando a planta suscetível ao ataque de pragas e doenças. Logo percebe-se a importância do fornecimento de água a cultura, principalmente após a germinação já na fase reprodutiva no período do pendoamento ao espigamento, sendo a época crucial 15 dias antes e 15 dias depois do pendoamento, contribuindo para o florescimento das inflorescências masculinas e femininas (SILVA et al., 2010).
Em relação ao clima, deve considerar a radiação solar e a intensidade e frequência do veranico nas diferentes fases fenológicas da cultura. A temperatura diurna ideal está entre 21° C e 27°C, principalmente da emergência a floração. E temperatura noturnas superiores a 24°C, aumenta a respiração da planta, logo diminui a taxa de fotoassimilados e ocasiona queda na produção. O clima mais favorável à cultura é aquele que apresenta verões quentes e úmidos durante o ciclo vegetativo, acompanhado de invernos secos o que vem a facilitar a colheita e o armazenamento (SILVA et al., 2010).
A fisiologia da planta do milho que é C4, responde melhor a temperaturas mais elevadas do que plantas C3, ou seja, tem o mecanismo de crescimento acelerado, isso explica que o aumento da temperatura reduz o ciclo da cultura do milho. Em outras palavras, a planta C4 tem resposta positiva ao aumento da luminosidade, principalmente no enchimento dos grãos. O aproveitamento da luz está vinculado à população de plantas e de sua distribuição na área, arquitetura e idade das folhas e área foliar (SILVA et al., 2010). No Brasil, a limitação climática para a produção de milho só é encontrado em regiões da Bacia Amazônica, do Nordeste e extremo Sul.
A ação dos ventos pode interferir no desenvolvimento da planta por meio da proliferação de esporos de fungos e bactérias, friagem, desidratação, aumento pela demanda de água e acamamento das plantas. Mas tem como benefício na realização da polinização, onde o vento apanha o pólen maduro e o transporta pela lavoura. A destruição causada por ventos fortes pode ser evitadas com a implantação de quebra ventos, desde que seja adequado à estatura da espécie e não faça sombreamento (RITCHIE et al., 2003).
A escolha da semente para a produção de uma cultura deve ser condicionada à área selecionada para a lavoura. Onde o rendimento da produção está relacionado ao potencial genético da semente, por isso a escolha da cultivar deve atender as necessidades específicas da situação e considerar o ciclo de cada espécie, pois há cultivares superprecoces, precoce, semiprecoce e normal. Mas pode ocorrer oscilação de produção se não forem cultivadas de acordo com suas exigências nutricionais e de manejo. E logo, conhecer a finalidade de cada cultivar (CRUZ et al., 2002). Ao comprar a semente, deve verificar se na embalagem não há mistura de sementes, pois pode prejudicar a genética da cultivar; a semente deve apresentar pureza física, sem nenhum tipo ferimento, rachadura, amassamento ou qualquer dano mecânico; qualidade fisiológica com alto poder germinativo; e qualidade sanitária com sementes livres de pragas e doenças. Ainda ser resistente ao tombamento, com boas características organolépticas/industrias, apresente sincronismo de florescimento, contribuindo para uma colheita uniforme e de bom empalhamento. Em algumas situações são necessária à realização de tratamentos da semente, a fim de conferir proteção contra patógenos, insetos-pragas e manter a qualidade fitossanitária.
O preparo do solo para o plantio da semente de milho é para facilitar as condições de germinação, emergência e o estabelecimento das plantas. Entre os principais, destaca-se o preparo convencional, que consiste na realização de uma aração com 20 cm de profundidade e depois duas gradagens para quebrar os torrões e nivelar o solo. Em caso de o terreno não apresentar declividade plana, o ideal é fazer o plantio em curva de nível (ALVARENGA et al., 2002). E outro método de preparo do solo comum é o plantio direto, esse sistema vem ganhando espaço no setor agrícola, pois proporciona um melhor aproveitamento da área, conserva o solo, a matéria seca deixado no solo mantém e produz mais nutriente, aumentou o número de grãos obtidos numa mesma área e em menor tempo, controla a entrada de plantas invasoras e outras inúmeras vantagens. Mas, para implantação desse sistema, o solo é preparado convencionalmente, depois da implantação de culturas que produzem grande quantidade de matéria seca e deixada no solo, no plantio direto o solo não é revolvido (CRUZ et al., 2002). Esse sistema de plantio direto apresenta maior sucesso em grandes lavouras, onde o preparo do solo e colheita é mecanizado. Serão usadas máquinas apenas para colheita e essa apta a triturar a palhada e pulverizar ao solo novamente. Atualmente, o sistema de plantio direto é o mais recomendado para a produção de milho.
A época de plantio é variável de acordo com cada região. No Brasil, há duas épocas: plantio de verão, no período das chuvas-primeira safra, mais adaptado às regiões Sul, Sudeste e Nordeste. Realizado nos meses de agosto, outubro- novembro e janeiro-fevereiro, respectivamente. E o plantio da safrinha, que é a segunda safra, ideal para milho sequeiro. Mais comum na região do Centro-oeste, nos Estados de São Paulo e Paraná com plantio entre fevereiro e março.
A semeadura da semente do milho deve atender às condições de solo e ambientais. Em caso de solo argiloso, a profundidade de semeadura vai de 3-5 cm e em solos arenosos a profundidade de semeadura é de 5-8 cm. Na região Norte, os meses de semeadura ideal são em setembro e outubro. E analisar as condições ambientais, pois a cultivar do milho leva em média 120-150 dias para completar seu ciclo, e o sucesso e rentabilidade da produção depende de fatores como a temperatura, chuvas e radiação solar nas diferentes fases fenológicas da cultura. Portanto, de acordo com cada região que é determinada a época de semeadura (PEREIRA FILHO; CRUZ, 2002).
A semeadura pode ser realizada com uso de matracas em plantios menores e em grandes plantios, usam-se máquinas semeadoras/adubadoras, atentando-se para a velocidade de semeadura, em torno de 4 a 6 km.h-¹. O espaçamento entre linhas depende da cultivar, no Brasil o espaçamento mais utilizado é de 80 a 90 cm (PEREIRA FILHO; CRUZ, 2002). O objetivo de menor espaçamento entre as plantas contribuem para uma melhor distribuição na área, aumentando a eficiência na utilização da radiação solar, água e nutrientes e logo maior rendimento. Além de contribuir para o controle de plantas daninhas e diminuição de erosão. Mas para decidir sobre qual espaçamento é recomendável considerar a operação de colheita, espaçamento entre os bicos coletores e a semeadora deve ter número de linhas igual ou múltiplo do número de linhas da colhedora.
A densidade populacional depende da cultivar, onde as cultivares precoces suportam melhor a alta densidades, da época de semeadura, em caso de safrinha, diminui 20% a densidade. Depende da disponibilidade hídrica, em regiões sujeitas a secas, optar por baixa densidades ou em solos arenosos, a capacidade de fornecer é menor, então, o certo é reduzir a densidade de populações de plantas na área. E por fim, o destino do produto também influencia proporção da densidade, pois, por exemplo, para milho verde, a densidade de plantas são 35.0 a 5.0 plantas.ha-¹ e para produção de silagem, a possibilidade de 80.0 plantas.ha-¹, sendo necessário a irrigação sobre as plantas (PEREIRA FILHO; CRUZ, 2002). A quantidade de semente por hectare depende também do tamanho da semente e do poder germinativo.
As práticas culturais estão relacionadas à realização de rotação de culturas e consorciação, principalmente em caso de preparo do solo para plantio direto. O emprego de um sistema de rotação equilibrado contemplará o solo com uma maior diversidade possível de espécies utilizadas como adubo verde (RITCHIE et al., 2003). E os tratos culturais, compreende aos cuidados de caráter edáfico, como a eliminação de queimadas, uso de corretivo no solo, rotação de culturas, adubação orgânica e química equilibrada; de caráter vegetativo, corresponde ao uso de adubos verdes, capinas entre as faixas e implantação de quebra ventos. Caráter mecânico, por sua vez, corresponde a construção de terraços em área a partir de 3% de declividade, semeadura em nível e carreadores e canais escoadouros evitando o tombamento das plantas erosão no solo, na área de plantio. As maiores restrições a maiores produtividades deverão ser associadas ao aspecto nutricional e ao controle de plantas invasoras.
Melhoramento Genético
Há ainda disponível no mercado variedades sintética e híbrido simples, duplo e triplo que foram modificadas geneticamente. Os híbridos duplos dominaram o mercado de sementes de milho até há poucos anos. Hoje, já existe uma predominância dos híbridos triplos. O vigor do híbrido proporciona com grande contribuição para as práticas genéticas.
resistência a determinados tipos de insetos e doenças |
Sendo uma cultura mundial o milho vem de uma crescente em relação ao estudo em se tratando de melhoramento genético ao longo dos anos, cada vez mais melhoristas criam nova cultivares adaptadas ao clima ou região diferentes e com
Vários métodos de melhoramento são utilizados, entre eles a seleção massal, na qual são escolhidas espigas com qualidades desejadas. Até chegar ao melhoramento genético o milho passou por um longo processo de melhorias significativas, mas que não obteriam o mesmo sucesso.
O aumento da produtividade foi conseguido por etapas, partindo dos métodos empíricos até chegar aos atuais em que se empregam técnicas modernas de melhoramento, que culminam com a obtenção do milho híbrido. Para se obter o melhoramento genético precisa considerar os aspectos científicos, tecnológicos, agrícolas, ecológicos, sociais e econômicos para tomar decisões acertadas (SOUZA et al., 2013).
Há os transgênicos, que são plantas geneticamente modificadas, cujo genoma foi alterado pela introdução do DNA exógeno, que pode ser derivado de outros indivíduos da mesma espécie ou de outra espécie completamente diferente, podendo ser inclusive artificial, isto é sintetizado em laboratório. Essa descoberta veio disponibilizar aos produtores novas alternativas no controle pragas e de espécies daninhas principalmente. Um exemplo de variedade transgênica é o milho Bt, originado do Bacillus thuringiensis, na qual sua formulação reduziu substancialmente o uso de inseticidas químicos. Após essas modificações, são comercializados milhos tolerantes a herbicidas. Portanto, o melhoramento genético na cultura do milho possibilita ao homem, grãos de qualidade, produtividades rentáveis e diminui os impactos causado ao meio ambiente proveniente do setor agrícola (SOUSA ALMEIDA, 2010)
Nutrição e Adubação
O aumento da produção de grãos no Brasil está acontecendo devido as grandes mudanças tecnológicas, sempre em busca de alternativas de melhor eficiência, menores custos e qualidade na hora de produzir grãos. Entre essas tecnologias, destaca-se a necessidade da melhoria da qualidade dos solos, buscando uma produção sustentada (Marcos Coelho, 2002).
Essa melhoria na qualidade dos solos está geralmente relacionada ao adequado manejo, o qual inclui a rotação de culturas, plantio direto e o manejo da fertilidade do solo por meio da calagem, gessagem e adubação equilibrada com macro e micronutrientes, utilizando fertilizantes químicos ou orgânicos (Marcos Coelho, 2002).
No planejamento para adubação, alguns aspectos devem ser considerados: 1
– Diagnose adequada dos problemas; 2 – Quais nutrientes devem ser considerados neste caso particular; 3 – Quantidade de N, P e K necessários na semeadura; 4 – Qual a fonte, quantidade e quando aplicar N; 5 – Quais nutrientes podem ter problemas nesse solo (Marcos Coelho, 2002).
Trabalhos realizados em Sete Lagoas e Janaúba por Coelho & França (1995) mostra como funciona a extração de nutrientes feitos pelo milho, observou-se que a extração de nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio e magnésio aumenta linearmente com o aumento na produtividade, tendo como principal exigência N e K, seguido de Ca, Mg e P.
O manejo da adubação é de suma importância, pois visa a máxima eficiência, através do conhecimento da absorção e acumulação de nutrientes nas diferentes fases de desenvolvimento da planta, sabemos as épocas em que os elementos são exigidos em maiores quantidades. Fatores importantes quando há perdas por lixiviação de nutrientes ajudando na aplicação parcelada de fertilizantes, principalmente nitrogenados e potássicos (Marcos Coelho, 2002).
A utilização de culturas de coberturas e rotação de culturas no plantio direto tem ajudado a aumentar a sustentabilidade desse sistema, deixando assim o solo com mais fertilidade e com otimização da adubação nitrogenada (Marcos Coelho, 2002).
Irrigação
A implantação do sistema de irrigação na produção de milho somente é necessário em regiões áridas e semiáridas, pois em regiões onde ocorre muita chuva é suficiente para suprir as necessidades da planta em pelo menos uma safra. Portanto, é fundamental antes de comprar os equipamentos para instalação do sistema de irrigação, saber se é necessário e se é possível. Se for preciso a instalação do sistema de irrigação, verificar se fatores como a distribuição de chuva e disponibilidade de água, o efeito da irrigação na produção, a necessidade de água das cultivares e a qualidade de água da fonte (ANDRADE; BRITO, 2008).
A quantidade de água que o milho utiliza é variável durante o ciclo e aumenta de acordo com a região de cultivo. Há variedades que responde melhor a irrigação, sendo proporcionado um aumento na produtividade da cultura, maior eficiência na aplicação de fertilizantes e a possibilidade do emprego do emprego de uma maior densidade de plantas numa mesma área. Se optar por uma cultura irrigada, é essencial verificar se o volume de água disponível é de qualidade e suficiente para atender a necessidade sazonal de água da cultivar, respeitando as leis de uso da água, em vigor no país, sendo obrigado a requerer a outorga para uso da água junto as agências responsáveis ( ALBUQUERQUE; RESENDE, 2002).
Se atender as exigências e for necessário o uso da irrigação, o próximo passo é escolher o método a ser implantado na lavoura. Os principais métodos são: superfície, aspersão, localizada e subirrigação. Conhecendo quais são os métodos, deve analisar fatores que podem influenciar no sucesso do sistema, como declividade do terreno, taxa de infiltração dos solos, sensibilidade da cultura ao molhamento e o efeito do vento. Além desses fatores, é recomendável pesquisar se o custo do material é viável, se a implantação da atividade agrícola vai trazer retorno econômico ao produtor e escolher implementos de qualidade. Para a cultura do milho, o sistema de irrigação mais apropriado é o que se adapta as condições do ambiente, do que precisa e das condições financeiras do produtor (ANDRADE; BRITO, 2008).
Plantas Daninhas
Os fatores que o milho precisa para seu desenvolvimento são basicamente os mesmo exigidos pelas plantas daninhas, tais como: água, luz, nutriente e espaço físico, se torna um processo competitivo quando a cultura e a planta daninha se desenvolvem conjuntamente (Karam, 2002).
O milho pode assumir uma arquitetura diferente por estar em competição com as plantas daninhas, diferente de quando cresce livre da presença de outras plantas. A presença da alelopatia liberadas por plantas daninhas no meio prejudicando o desenvolvimento de outro, podendo ocorrer inclusive entre indivíduos da mesma espécie (Karam, 2002).
Para evitar danos irreversíveis a cultura e prejudicar o rendimento da cultura, é realizado o manejo de plantas daninhas visando elimina-las durante o período crítico de competição. Outro aspecto importante é dar condições para que a colheita mecanizada tenha a máxima eficiência, e evitar a proliferação de plantas daninhas, garantindo assim a produção nas próximas safras (Karam, 2002).
O produtor deve entender que as perdas podem variar de ano a ano, em virtude das condições climáticas, e de propriedade a propriedade, devido as variações de solo, população de plantas daninhas, sistemas de manejo incluindo rotação de culturas no plantio direto, além do beneficiamento na colheita evitando assim perdas na produção (Karam, 2002).
O solo não pode ser colocado em pousio para evitar altas taxas de germinação de plantas daninhas, por isso é importante plantar leguminosas para aumentar a fertilidade do solo e não deixar as plantas daninhas encontrar condições adequadas.
O controle cultural é utilizado pelos produtores e não se encaixa como um processo de manejo de plantas daninhas, e sim visando aumentar a capacidade competitiva da cultura em detrimento das plantas daninhas. O menor espaçamento entre linhas, maior densidade de plantio, época adequada de plantio, uso de variedades adaptadas às regiões, uso de cobertura morta, adubações adequadas, irrigação bem manejada, rotação de culturas, são técnicas que tornam a cultura mais competitiva com as plantas daninhas (Karam, 2002).
Outros tipos de controles podem ser feitos através de capina manual, mecânica, controle químico e aplicações de herbicidas na quantidade adequada (Karam, 2002).
Pragas e Doenças
A importância de se entender a evolução das doenças e o ataque pragas em determinada cultura é imprescindível para um controle eficiente de danos à produção. Para amenizar a ocorrência de prejuízos a lavoura, é recomendável um estudo prévio sobre a cultivar ou híbrido que deseja cultivar. Verificar se a área escolhida não é propícia a incidência de doenças e pragas.
O emprego de sementes selecionadas, tratos culturais, o uso de agrotóxicos contribuem para a disseminação de pragas e doenças da cultura. O descuido com as lavouras ainda é um forte fator responsável pela baixa produtividade do milho na maioria dos casos. Se não conhece o invasor e apresenta-se em grande quantidade, o ideal é procurar ajuda técnica e orientações e recomendações de como proceder a fim de diminuir os danos econômicos.
As principais pragas que atacam a cultura do milho são os cupins, lagarta do cartucho, lagarta da espiga, lagarta rosca, cigarrinha e as pragas de armazenamento, por exemplo, Sitophilus zeamais (VIANA et al., 2002). E as doenças mais conhecidas que atacam o milho são: Cercosporiose, ferrugem comum, antracnose do colmo, antracnose foliar e mancha branca (CASELA et al., 2002). A maioria das cultivares do milho apresenta vulnerabilidade à incidência de patógenos. O controle químico ainda é a grande solução para o ataque de doenças.
Algumas medidas contribuem para prevenção e disseminação dos invasores, podendo preparar o solo adequadamente, realizar a colheita em época certa, seguida de destruição dos restos culturais e entorno dos mesmos; manter a cultura e das áreas próximas ao limpo, isentas de ervas daninhas e outros tipos de vegetação que servem de hospedeiros (CASELA et al., 2002). A realização de rotação de culturas é fundamental, pois além de contribuir no controle cultural das pragas, ainda fertiliza e conserva o solo. Aplicação do controle biológico, a maioria das pragas tem inimigos naturais. O produtor deve estar atento a lavoura, pois esses invasores podem diminuir o número de plantas, reduzir a população; outras ainda promovem a perda e o apodrecimento das raízes das plantas.
Colheita, Beneficiamento e Armazenamento
A colheita do milho depende muito da cultivar e do consumidor final do produto, com isso ela dependerá da maturidade fisiológica do milho e condições climática que se encontram no dia e hora da colheita, sendo importante também de que forma será realizada, mecanizada ou manual, essa escolha dependerá do produtor, tendo em vista a quantidade de grãos produzidos, suas condições financeiras e objetivo.
O ponto de colheita se refere as características relacionadas ao momento ótimo para se colher o milho, sendo de acordo com o tipo de armazenamento disponível ou finalidade a que se destina. No caso do milho verde, este deve ser colhido com os grãos no estado leitoso, apresentado de 70 a 80% de umidade. As condições climáticas resultantes das épocas de semeadura ou da região onde a lavoura foi instalada faz com que o ponto de colheita seja variável (Pereira Filho & Carlos Cruz 2002).
A colheita pode ser realizada manualmente ou mecanizada. A colheita manual promove menos danos à espiga, assim como na debulha, provoca pouca perda na colheita, entretanto a mão-de-obra requer maiores despesas aumentando os custos com o rendimento abaixo do ideal. Na colheita mecanizada o importante é regular bem as máquinas evitando perdas quantitativas e qualitativas, ou seja, perdas de grãos ou massa de grãos e redução da qualidade por trincamento e quebra do mesmo, causando uma perda de 08 a 10%, sem esquecer das doenças que podem surgir através dessas causas (Fonseca, 2013).
Considerada uma das últimas etapas do programa de produção de grãos, o beneficiamento é a unidade em que o produto adquire após a retirada de contaminantes como: sementes ou grãos imaturos, rachados ou partidos, sementes de ervas daninhas, material inerte, pedaços de plantas e outros, as qualidades físicas, fisiológicas e sanitárias que possibilitam sua boa classificação em padrões comerciais (Silva et al., 2008).
A limpeza deve acontecer para remover as impurezas, restos culturais e retirada de grãos trincados, quebrados ou ardidos do lote a ser armazenado (Fonseca, 2013). Existem varias formas de armazenagem de grãos, depende somente da finalidade do mesmo, a armazenagem a granel é a forma mais comum de armazenagem do milho, devido aos avanços tecnológicos disponíveis para os produtores, através de maquinas e implementos. Apropriada para armazenamento de produções em maior escala, pode ser feito em silos aéreos ou subterrâneos, e em armazéns em sistema hermético (Fonseca, 2013).
No armazenamento em sacarias o milho deve estar com umidade entre 12,5 a 14%, garantindo assim a qualidade do milho, para isso a sacaria deve ser suspensa do piso, sobre estrados, e mantida distante das paredes para haver circulação de carrinhos hidráulicos ou de pessoas, para inspeções e movimentação de carga. Deve conter ventilação, limpeza e controle de pragas e ratos. Existe outro tipo de armazenamento para pequenas propriedades com custo tecnológico mais baixo e durabilidade, requer maior atenção no período de armazenamento, esse armazenamento de espigas favorece a boa conservação, desfavorece o ataque de pragas (Fonseca, 2013).
Comercialização
A cultura do milho apresenta uma multiplicidade de usos. Logo, a comercialização é bastante difundida, apresentando fluxos de comercialização direcionados para fabricas de rações, indústrias químicas, mercado de consumo in natura e exportações. Nesta atividade, há os agentes intermediários que movimentam este setor, reduzindo a produtividade média dos estabelecimentos que usam este meio para venda (OLIVEIRA DUARTE, 2008).
O avanço tecnológico tem contribuído para o aumento da produção do milho, apresentando vantagens em permitir, por exemplo, a antecipação da colheita, liberando terra para outras culturas; utilização de um sistema de armazenamento mais simples e econômico, evitando o ataque de roedores e carunchos nos grãos, diminuindo deste modo às perdas a campo; e conservação do valor nutritivo por um maior período de tempo, com isso, a comercialização do produto ganha um incentivo, possibilitando maior retorno econômico ao produtor (REIS et al., 2001).
O milho verde, comparado com o milho destinado para grão, apresenta resultados mais satisfatório e expressivo no valor comercial. Nos períodos de entressafra, os preços de comercialização do milho são mais altos, principalmente o milho verde. E os produtores que destinam a produção de milho para grãos, aproveitam esta época para comercializar esse produto na forma de milho verde e o restante da lavoura sendo triturada, destinada a compor a produção de silagem para alimentação animal (REIS et al., 2001). É importante que o produtor faça um planejamento da semeadura para evitar o acúmulo da produção em uma só época, obtendo, assim, quantidades adequadas do produto para um maior período de comercialização. Nas pequenas propriedades, costumam destinar seus produtos ao comércio por meio de sacas e por varejo, na base de espigas. Já em grandes lavouras, a comercialização é feita em estoques elevadíssimos, vendido no atacado.
A Seguir apresento-lhes vários slides da cultura para melhor detalhamentos dos assuntos tratados em relação à cultura do milho. sugiro para melhor leitura fazê-lo em tela cheia clicando nas duas setinhas no rodapé do slideshare.
agradecimentos à EMBRAPA, EPAMIG E OUTROS AMIGOS.
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