quarta-feira, 6 de julho de 2016

Pragas da fase vegetativa e reprodutiva do Milho



Os danos causados pelas pragas na fase vegetativa e reprodutiva do milho variam de acordo com o estádio fenológico da planta, condições edafoclimáticas, sistemas de cultivo e fatores bióticos localizados. Nessas fases, a cultura é atacada por várias espécies-praga conforme é mostrado a seguir.


Na fase vegetativa: 

Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda)
Importância econômica - Esse inseto é considerado a principal praga da cultura do milho no Brasil. O ataque na planta ocorre desde a sua emergência até o pendoamento e espigamento. As perdas devido ao ataque da lagarta pode reduzir a produção em até 34%.
Sintomas de danos - No início do ataque, as lagartas raspam as folhas deixando áreas transparentes. Com o seu desenvolvimento, a lagarta localiza-se no cartucho da planta destruindo-o (Figuras 18 e 19). O estádio da planta de milho mais sensível ao ataque é o de 8-10 folhas. A época ideal de realizar medidas para o controle é quando 17% das plantas estiverem com o sintoma de folhas raspadas.
Foto: Ivan Cruz
Figura 18. Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda).
Foto: Ivan Cruz
Figura 19. Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda).
Métodos de controle - o predador Doru luteipes e os parasitoides Trichogramma spp., Telenomus sp., Chelonus insularis e Campoletis flavicincta, são importante agentes de controle biológico dessa praga. Várias doenças também atacam a lagarta, como os fungos Nomuraea rileyii, Botrytis rileyi, Beauveria globulifera; virus, Baculovirus; bactérias, Bacillus thuringiensis e outros agentes de menor importância como nematoides e protozoários. Existem um grande número de inseticidas (Tabela 3) registrados para o controle da lagarta que podem serem aplicados via pulverização, e em alguns casos, através de água de irrigação (insetigação). Esses inseticidas diferem em seletividade, ou seja, causam impacto diferenciado sobre os inimigos naturais.O controle da lagarta-do-cartucho também pode ser feito com inseticida natural: O extrato aquoso de folhas de nim apresenta atividade inseticida e pode ser empregado para o controle da lagarta-do-cartucho na lavoura de milho, principalmente em pequenas propriedades rurais ou em áreas de agricultura orgânica. Para que se tenha sucesso no uso do inseticida natural, é necessário seguir os procedimentos descritos na Circular Técnica 0088 - 2006. Essa publicação mostra como coletar as folhas para o preparo do extrato aquoso, a utilização de adjuvantes e a hora de aplicação, o equipamento adequado para a pulverização, a época de aplicar e o número de pulverizações necessárias visando melhor eficiência de controle da praga.
Curuquerê-dos-capinzais (Mocis latipes)
Importância econômica - Essa praga é de importância secundária para a cultura do milho. Porém, em determinados locais pode ocorrer alta infestação da praga, demandando controle imediato para evitar elevada perda no rendimento de grãos.
Sintomas de danos - A lagarta alimenta das folhas do milho deixando somente a nervura central (Figura 20). A infestação geralmente desenvolve em gramíneas ao redor da lavoura e quando ocorre competição por alimento, as lagartas emigram para o milho. Para evitar danos, é necessário realizar vistorias frequentes na fase vegetativa da lavoura, principalmente em áreas vizinhas às pastagens.
Foto: Ivan Cruz
Figura 20. Curuquerê-dos-capinzais (Mocis latipes).
Métodos de controle - O método químico é o mais utilizado e eficiente para o controle dessa lagarta. Porém, nem sempre é necessário aplicar o inseticida em toda área da lavoura, uma vez que a infestação inicia pelas bordas da cultura e a pulverização localizada sobre a área infestada é bastante eficiente. Apesar do tamanho, a lagarta é muito sensível a ação da maioria dos inseticidas recomendados para o controle da lagarta-do-cartucho (Tabela 3). A aplicação do inseticida pode ser realizada tanto por pulverização convencional ou via água de irrigação por aspersão.


Tabela 1. Inseticidas registrados para o controle de insetos-praga na cultura do milho. 2002 

PragaIngrediente ativoNome comercialForm.C.TOX.Dose (p.c./ha)Fabricante
Agrotis ipsiloncarbarylCarbaryl Fersol 480 SCSCII2,0 - 3,0 lFersol




Carbaryl Fersol Pó 75DPIII15,0 - 20,0 kgFersol


carbofuranFuradan 350 TSSCI2,0 - 3,0 l/100 kg sem.FMC




Ralzer 350 SCSCI2,0 - 3,0 l/100 kg sem.Fersol


terbufosCounter 150 GGRI13,0 kgBasf




Counter 50 GGRI40,0 kgBasf


chlorpyrifosLorsban 480 BRECII1,0 lDow AgroSciences




VexterECII1,0 lDow AgroSciences


cypermethrinGalgotrinECII0,06 lChemotécnica Sintyal


lambdacyhalothrinKarate Zeon 250 CSCSIII0,01 lSyngenta


permethrinPounce 384 CEECII0,01 - 0,013 lFMC
Astylus variegatuscarbofuranFuradan 350 TSSCI2,0 - 3,0 l/100 kgsem.
Cornitermes snydericarbofuranFuradan 350 TSSCI2,0 - 3,0 l/100 kg sem.FMC




Furazin 310 TSSCI2,25 l/100 kg sem.FMC


carbosulfanMarshal TSSCII2,0 - 2,8 l/100 kg sem.FMC




Marzinc 250 TSDSII2,0 kg/100 kg sem.FMC
Daubulus maidisimidaclorpridGaucho FSSCIV0,8 lBayer


thiomethoxanCruiserDPIII0,15 - 0,2 kg/100 kg sem.Syngenta
Deois flavopictacarbofuranDiafuran 50GRI20,0 kgHokko


carbosulfanMarshal TSFSII2,4 - 2,8 l/100 kg sem.FMC


imidaclopridGaucho FSFSIV0,6 l/100 kg sem.Bayer


thiamethoxanCruiser 700 WSWSIII0,15 - 0,20 kg/100 kg sem.Syngenta


thiodicarbSemevin 350SCIII2,0 l/100 kg sem.Aventis
Diabrotica speciosachlorpyrifosAstroEWIII2,6 lBayer




Lorsban 10 GGRIV11,0 kgDow AgroSciences




SabreEWIII2,6 lDow AgroSciences


fipronilRegente 800 WGWGII0,1 kgAventis


imidaclopridGauchoWPIV0,7 kg/100 kg sem.Bayer


phorateGranutox 150 GGRII17 kgBasf


terbufosCounter 50 GGRI40 kgBasf




Counter 150 GGRI13 kgBasf
Dichelops furcatusimidaclopridGaucho FSSCIV0,35 l/100 kg sem.Bayer


thiamethoxanCruiser 700 WSDPIII0,3 kg/100 kg sem.Syngenta
Diloboderus abderusthiodicarbFutur 300SCIII2,0 l/100 kg sem.Aventis




Semevin 350SCIII2,0 l/100 kg sem.Aventis
Elasmopalpus lignoselluscarbarylCarbaryl Fersol 480 SCSCII2,0 - 2,3 lFersol




Carbaryl Fersol Pó 75DPIII15,0 - 20,0 kgFersol




Sevin 480 SCSCII1,9 - 2,25 lAventis


carbofuranCarbofuran Sanachem 350 TSSCI2,0 - 3,0 l/100 kg sem.Dow AgroSciences




Carboran Fersol 350 SCSCI2,0 l/100 kg sem.Fersol




Diafuran 50GRI30 kgHokko




Furandan 350 SCSCI3,0 - 4,0 lFMC




Furadan 350 TSSCI2,0 - 3,0 l/100 kg sem.FMC




Furadan 50 GGRIII30,0 kgFMC




Furazin 310 TSSCI2,25 l/100 kg semFMC




Ralzer 350 SCSCI2,0 - 3,0 l/100 kg sem.Fersol




Ralzer 50 GRGRI30,0 kgFersol


carbosulfanMarshal TSSCII2,4 - 2,8 l/100 kg sem.FMC




Marzinc 250 TSDPII2,0 kg/100 kg sem.FMC


chlorpyrifosLorsban 480 BRECII1,0 lDow AgroSciences




VexterECII1,0 lDow AgroSciences


furathiocarbPromet 400 CSSLIII1,6 l/100 kg sem.Syngenta


thiodicarbFutur 300SCIII2,0 l/100 kg sem.Aventis




Semevin 350SCIII2,0 l/100 kg sem.Aventis
Frankliniella williamsiimidaclopridGaucho FSSCIV0,8 l/100 kg sem.Bayer
Helicoverpa zeacarbarylCarbaryl Fersol 480 SCSCII2,0 - 2,3 lFersol




Carbaryl Fersol Pó 75DPIII15,0 - 20,0 kgFersol




Sevin 480 SCSCII1,90 - 2,25 lAventis


parathion-methylBravik 600 CEECI0,45 - 0,67 lAction


trichlorphonDipterex 500SLII0,8 - 2,0 lBayer




Trichorfon 500 MilenaSLII1,0 - 2,0 lMilenia
Mocis latipescarbarylCarbaryl Fersol 480 SCSCII2,0 - 2,3 lFersol




Carbaryl Fersol Pó 75PDIII15,0 - 20,0 kgFersol




Sevin 480 SCSCII1,9 - 2,,25 lAventis


chlorpyrifosLorsban 480 BRECII0,6 lDow AgroSciences




VexterECII0,6 lDow AgroSciences


malathionMalathion 500 CE SultoxECIII2,5 lAction


parathion-methylBravik 600 CEECI0,45 - 0,675 lAction




Folisuper 600 BRECI0,25 - 0,65 lAgripec


trichlorphonDipterex 500SLII0,8 - 2,0 lBayer




Triclorfon 500 MileniaSLII1,0 - 2,0 lMilenia
Procornitermes triaciferbenfuracarbLaser 400 SCSCII1,75 - 2,5 l/100 kg sem.Iharabras




Oncol SipcamSCII1,75 - 2,5 l/100 kg sem.Sipcam


carbofuranFuradan 350 TSSCI2,0 - 3,0 l/100 kg sem.FMC




Furazin 310 TSSCI2,25 l/100 kg sem.FMC


carbosulfanMarshal TSSCII2,0 - 2,8 l/100 kg sem.FMC




Marzinc 250 TSDSII2,0 kg/100 kg sem.FMC


imidaclopridGaucho FSFSIV0,25 l/100 kg sem.Bayer


terbufosCounter 50 GGRI40 kgBasf




Counter 150 GGRI13 kgBasf
Rhopalosiphum maidisimidaclopridGaucho FSSCIV0,8 l/100 kg sem.Bayer
Scaptocoris castaneaterbufosCounter 50 GGRI40 kgBasf




Counter 150 GGRI13 kgBasf
Spodopteraalpha-cypermethrinFastac 100 SCSCIII0,05 lBasf
frugiperdabeta-cyfluthrinBulldock 125 SCSCII0,04 lBayer




FullECII0,1 lBayer




NovapirECII0,1 lCheminova




TurboECII0,1 lBayer


carbarylCarbaryl Fersol 480 SCSCII2,0 - 2,3 lFersol




Carbaryl Fersol Pó 75DPIII15,0 - 20,0 kgFersol Ltda.




Sevin 480 SCSCII1,9 - 2,25 lAventis


carbofuranCarbofuran Sanachem 350 TSSCI2,0 - 3,0 lDow AgroSciences




Carboran Fersol 350 SCSCI2,0 kg/100 kg sem.Fersol




Diafuran 50GRI20,0 - 30,0 kgHokko




Furadan 350 TSSCI2,0 - 3,0 l/100 kg sem.FMC




Furadan 50 GGRIII20,0 - 30,0 kgFMC




Ralzer 350 SCSCI2,0 - 3,0 l/100 kg sem.Fersol




Ralzer 50 GRGRI20,0 - 30,0 kgFersol


chlorfenapyrPirateSCIII0,5 - 0,75 lBasf


chlorfluazuronAtabron 50 CEECI0,15 - 0,3 lIshihara


chlorpyrifosAstroEWIII0,3 - 0,5 lBayer




Clorpirifós Fersol 480 CEECII0,4 - 0,6 lFersol




Clorpirifos Sanachem 480 CEECI0,4 - 0,6 lDow AgroSciences




Klorpan 480 CEECII0,4 - 0,6 lAgripec




Lorsban 480 BRECII0,4 - 0,6 lDow AgroSciences




Nufos 480 CEECIII0,4 - 0,6 lCheminova




Pyrinex 480 CEECII0,4 lAgricur




SabreEWIII0,3 - 0,5 lDow AgroSciences




VexterECII0,4 - 0,6 lDow AgroSciences


cyfluthrinBaytroid CEECIII0,3 lBayer


cypermethrinArrivo 200 CEECIII0,05 - 0,08 lFMC




Cipermetrina Nortox 250 CEECI0,04 - 0,065 lNortox




CipertrinECII0,05 - 0,06 lPrentiss




Commanche 200 CEECIII0,05 - 0,06 lFMC.




Cyptrin 250 CEECI0,05 - 0,06 lAgripec




GalgotrinECII0,05 lChemotécnica Sintyal




Ripcord 100ECII0,1 lBasf


deltamethrinDecis 25 CEECIII0,2 lAventis




Decis 4 UBVULIII1,3 - 2,0 lAventis




Decis 50 SCSCIV0,05 - 0,075 lAventis




Decis Ultra 100 CEECI0,04 - 0,05 lAventis




Keshet 25 CEECI0,2 lAgricur


deltamethrin + triazophosDeltaphosECI0,25 - 0,35 lAventis


diflubenzuronDimilinWPIV0,1 kgUniroyal


enxofreKumulus DFWGIV1,0 kgBasf


esfenvalerateSumidan 25 CEECI0,6 - 0,8 lSumitomo


etofenproxTrebon 300 CEECIII0,07 - 0,1 lSipcam


fenitrothionSumibase 500 CEECII1,0 - 2,0 lSumitomo




Sumithion 500 CEECII1,0 - 1,5 lSumitomo


fenpropathrinDanimen 300 CEECI0,1 - 0,12 lSumitomo


furathiocarbPromet 400 CSSLIII1,6 l/100 kg sem.Syngenta


lambda-cyhalothrinKarate 50 CEECII0,15 lSyngenta




Karate Zeon 250 CSCSIII0,03 lSyngenta




Karate Zeon 50 CSCSIII0,15 lSyngenta


lufenuronMatch CEECIV0,3 lSyngenta


malathionMalathion 500 CE SultoxECIII2,5 lAction


methomylLannate BRSLI0,6 lDu Pont




Lannate ExpressSLII0,6 lDu Pont




Methomex 215 LSSLII0,6 lAgricur


methoxyfenozideIntrepid 240 SCSCIV0,15 - 0,18 lDow AgroSciences




ValientSCIV0,15 - 0,18 lBayer


monocrotophosAgrophos 400SLI0,6 - 0,9 lAgripec


novaluronGallaxy 100 CEECIV0,15 lAgricur




Rimon 100 CEECIV0,15 lAgricur


parathion-methylBravik 600 CEECI0,45 - 0,675 lAction




Folidol 600ECII0,45 - 0,675 lBayer




Folidol MECSIII0,7 lBayer




Folisuper 600 BRECI0,25 - 0,65 lAgripec




Mentox 600 CEECII0,65 lPrentiss




Paracap 450 MCSCSIII0,7 lCheminova




Parathion Metílico PikapauDPI0,65 lQuímicas São Vicente


permethrinAmbush 500 CEECII0,05 lSyngenta




Corsair 500 CEECII0,1 lAventis.




Permetrina Fersol 384 CEECI0,1 - 0,13 lFersol




PiredanECII0,065 lDu Pont




Pounce 384 CEECII0,065 lFMC




Talcord 250 CEECII0,1 lBasf




Valon 384 CEECII0,065 lDow AgroSciences


profenofosCuracron 500ECIII0,5 lSyngenta


pyridaphenthionOfunack 400 CEECIII0,5 lSipcam


spinosadCredenceSCIII0,037 - 0,1 lDow AgroSciences




TracerSCIII0,037 - 0,1 lDow AgroSciences


tebufenozideMimic 240 SCSCIV0,3 lDow AgroSciences


thiodicarbFutur 300SCIII2,0 l /100 kg sem.Aventis.


thiodicarbFutur 300SCIII2,0 l /100 kg sem.Aventis.




Larvin 800 WGWGII0,1 - 0,15 lAventis.




Semevin 350SCIII2,0 l/100 kg sem.Aventis


triazophosHostathion 400 BRECI0,3 - 0,5 lAventis.


trichlorphonDipterex 500SLII0,8 - 2,0 lBayer




Triclorfon 500 MilenaSLII1,0 - 2,0 lMilenia


triflumuronAlsystin 250 PMWPIV0,1 kgBayer




Alsystin 480 SCSCIV0,05 lBayer.




BrigadierWPII0,1 kgBayer




CerteroSCIV0,05 lBayer




RigelSCIV0,05 lCheminova


zeta-cypermethrinFury 180 EWEWII0,04 lFMC




Fury 200 EWEWIII0,08 - 0,1 lFMC




Fury 400 CEECII0,05 - 0,08 lFMC
Syntermes molestusbenfuracarbLaser 400 SCSCII1,75 - 2,5 l/100 kg sem.Iharabras




Oncol SipcamSCII1,75 - 2,5 l/100 kg sem.Sipcam


carbofuranFuradan 350 TSSCI2,0 - 3,0 l/100 kg sem.FMC




Furazin 310 TSSCI2,25 l/100 kg sem.FMC


carbosulfanMarshal TSSCII2,0 - 2,8 l/100 kg sem.FMC




Marzinc 250 TSDSII2,0 kg/100 kg sem.FMC


imidaclopridGauchoWSIV1 kg/100 kg sem.Bayer




Gaucho FSFSIV0,4 l/100 l águaBayer


terbufosCounter 50 GGRI40 kgBasf




Counter 150 GGRI13 kgBasf


thiodicarbFutur 300SCIII2,0 l/100 kg sem.Aventis




Semevin 350SCIII2,0 l/100 kg sem.Aventis
Fonte: MAPA Agrofit 

Broca da cana-de-açúcar (Diatraea saccharalis)
Importância econômica - Essa praga tem constituído um problema sério para a cultura do milho no Brasil Central. Em altas infestações, o ataque desse inseto pode causar perdas de até 21% na produção.
Sintomas de danos - Essa praga tem causado danos diretos e indiretos, afetando o enchimento dos grãos, bem como provocando o quebramento do colmo devido a infecção por microorganismos e ao próprio dano causado pela broca na haste da planta (Figura 21). Quando o ataque é intenso, a planta pode secar precocemente e se tornar improdutiva.
Foto: Ivan Cruz
Figura 21. Broca da cana-de-açucar (Diatraea saccharalis).
Métodos de controle - Na cultura da cana-de-açúcar, o controle desse inseto tem sido realizado com sucesso através de inimigos naturais. Os principais parasitoides são o Metagonistylum minense e o Trichogramma spp., podendo o parasitismo da lagarta chegar a atingir 20%. Para regiões onde o milho é plantado na safra e na safrinha, e onde várias outras culturas hospedeiras da broca são cultivadas durante quase todo o ano, aumenta a importância desse método de controle. Não existem inseticidas registrados no MAPA para o controle dessa praga atacando o milho. Experimentalmente, os inseticidas lufenuron (15 g i.a./ha) e acephate (750 g i.a./ha) aplicados antes da broca penetrar no colmo, possibilita um controle eficiente da praga. Eliminação de restos culturais de plantas hospedeiras, ajuda a reduzir a infestação na próxima safra.
Cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis)
Importância econômica - Essa cigarrinha é o vetor das doenças denominadas enfezamentos pálido e vermelho. O inseto também é vetor do vírus do raiado fino. As perdas na lavoura de milho variam de 9% a 90%, dependendo da susceptibilidade das cultivares utilizadas, do patógeno envolvido e das condições ambientais. Essa inseto tem trazido sérios prejuízos para a cultura do milho no Brasil Central.
Sintomas de danos - Os sintomas das plantas infectadas aparecem depois de 4 a 7 semanas da alimentação do inseto. Os danos diretos causados pela cigarrinha decorrem da sucção de seiva, ocasionando mudança na coloração da folha (avermelhada ou amarelada), murcha e morte das plantas. Os danos são mais acentuados em plantios de verão realizados tardiamente e em cultivos de safrinha.
Foto: Acervo Embrapa Milho e Sorgo, autoria desconhecida
Figura 22. Cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis).
Métodos de controle - O principal método de controle para essa praga tem sido o emprego de cultivares resistentes. Tem-se observado diferenças significativas entre os híbridos comerciais disponíveis no mercado quanto a susceptibilidade às doenças transmitidas pela cigarrinha. Medidas culturais como a eliminação das plantas voluntárias, plantio mais cedo, evitar plantio sucessivos e contínuos, reduzem a população da praga. O controle químico pode ser realizado com inseticidas (Tabela 3) aplicados no sulco de plantio ou através do tratamento de sementes.
Pulgão-do-milho (Rhopalosiphum maidis)
Importância econômica - Esse inseto é uma praga secundária do milho e somente causa prejuízos em alta infestação.
Sintomas de danos - A praga vive em colônias (Figura 23) e elimina dejeções líquidas onde se desenvolve um fungo negro (fumagina). O inseto alimenta nos tecidos jovem e vive em colônias situadas no interior do cartucho, no pendão e nas gemas das plantas. O inseto suga a seiva das plantas e transmite viroses, principalmente mosaico. A infestação do pulgão no estádio de pré-florescimento prejudica a formação de grãos, originando espigas pequenas que quando torcida manualmente, apresentam o aspecto de "grãos frouxos".
Foto: Ivan Cruz
Figura 23. Pulgão-do-milho (Rhopalosiphum maidis).
Métodos de controle - Vários inimigos naturais parasitam e predam o pulgão do milho mantendo sua população sob controle. Fatores climáticos como vento e chuvas frequentes são desfavoráveis ao inseto. O controle químico somente é justificável em altas populações, principalmente quando coincide com o pré-florescimento, podendo nesse caso acarretar perda econômica na lavoura devido ao ataque da praga (Tabela 3).
Na fase reprodutiva
Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda)
Importância econômica o inseto é considerado a principal praga da cultura do milho no Brasil. O ataque na planta ocorre desde a sua emergência até o pendoamento e espigamento. As perdas devido ao ataque da lagarta na espiga pode ser alta, especialmente quando o ataque é na inserção com a planta, pois pode haver queda da espiga ou até mesmo falta de enchimento dos grãos. Muitas vezes a falta de controle ou o controle inadequado do inseto na fase vegetativa (fase de cartucho), faz com que se tenha a presença na espiga de lagartas bem desenvolvidas com grande capacidade de destruição.
Sintomas de danos - Na espiga a lagarta pode atacar os estilo-estigmas ("cabelo do milho"), os grãos em formação, na ponta da espiga ou em outras parte como a porção mediana ou basal. Orifícios na palha é um bom indicativo da presença da praga; Espigas caídas e/ou danos no ponto de inserção da espiga com o colmo também são sintomas do ataque da lagarta (Figuras 24 e 25).
Foto: Ivan Cruz
Figura 24. Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda).
Foto: Ivan Cruz
Figura 25. Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda).
Métodos de controle - O controle da praga quando o ataque é na espiga é muito difícil com métodos convencionais em função da dificuldade de colocação do inseticida químico (Tabela 3) no local onde se encontra a praga, mesmo quando ela está exposta nos estilos-estigma. Fica praticamente impossível quando a praga encontra-se protegida pela palha. O controle biológico especialmente com os predadores Doru luteipes e Orius spp. tem sido importante na manutenção dessa praga em níveis populacionais baixo na espiga de milho.
Lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea)
Importância econômica - Tipicamente o inseto coloca seus ovos nos estilos-estigmas (Fiura 26), local onde as lagartas recém-nascidas iniciam os seus danos, podendo ocasionar falhas na produção de grãos. Á medida que a larva desenvolve ela dirige-se para a ponta da espiga para alimentar-se dos grãos em formação. Os prejuízos estimados para essa praga é cerca de 8% nos rendimentos.
Foto: Ivan Cruz
Figura 26.  Lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea).
Sintomas de danos - Estilo-estigmas danificados e grãos na ponta da espiga danificados (Figura 27), podem representar os sintomas de ataque da praga. Deve-se considerar que também a lagarta-do-cartucho pode também estar presente na espiga e ocasionar sintoma de dano semelhante.
Foto: Ivan Cruz
Figura 27. Lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea).
Métodos de controle -Pela localização da praga o controle convencional através da pulverização tem baixa eficiência (Tabela 3). Um controle efetivo pode ser conseguido através da liberação de vespas do gênero Trichogramma, comercialmente disponíveis no mercado brasileiro. De maneira geral, onde ainda existe o equilíbrio biológico o controle natural através de Trichogramma, ou da tesourinha, Doru luteipes ou de espécies de Orius tem sido suficiente para manter a praga com nível populacional insuficiente para causar dano econômico.










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