segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Pragas do Feijão-Caupi



Os insetos, de uma maneira geral, ocorrem na planta em uma determinada época em que o seu estágio fenológico está produzindo seu alimento ideal. Assim, podemos distribuir as pragas do feijão-caupi de acordo com a fenologia da planta (Fig. 1). O conhecimento desta relação inseto/planta é importante na medida que o produtor ou técnico tenha de ir ao campo para uma vistoria ou acompanhamento do nível populacional de uma praga para fins de manejo.

Os insetos, de uma maneira geral, ocorrem na planta em uma determinada época em que o seu estágio fenológico está produzindo seu alimento ideal. Assim, podemos distribuir as pragas do feijão-caupi de acordo com a fenologia da planta (Figura 1). O conhecimento desta relação inseto/planta é importante na medida que o produtor ou técnico tenha de ir ao campo para uma vistoria ou acompanhamento do nível populacional de uma praga para fins de manejo.
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Figura 1. Esquema do ciclo fenológico do feijão-caupi com a ocorrência das principais
pragas.

Manejo das pragas

De acordo com o local de ataque na planta, pode-se esquematizar as pragas do feijão-caupi da seguinte forma:
Pragas subterrâneas: São as que atacam as sementes, raízes e o colo da planta. As de maiores importância são: Paquinha, Broca-do-colo ou lagarta elasmo, Lagarta-rosca.
Pragas da parte aérea: São as pragas que atacam as partes acima do colo da planta como os ramos, folhas e órgãos reprodutivos como as flores, vagens e grãos.
  • Pragas das folhas: Algumas pragas atacam as folhas sugando-lhes a seiva, injetando toxinas, vírus e outros microorganismos causadores de doenças, outras consumindo o limbo e diminuindo a área fotossintética das plantas e ao contrário do que muitos pensam, o feijão-caupi é uma leguminosa sensível ao desfolhamento. As principais pragas desfolhadoras do feijão-caupi são:Vaquinhas, Lagarta-militar, Lagarta-dos-capinzais, Lagarta-preta-das-folhas,Cigarrinha verde, Pulgões, Mosca-branca, Minador-das-folhas.
  • Pragas dos órgãos reprodutivos: Atacam as flores, vagens e grãos. Destacam-sePercevejo-vermelho-do-caupi, Percevejo pequeno da soja, Percevejo-verde-da-soja, Lagartas das vagens, manhoso, tripes.
  • Pragas dos grãos armazenados: Normalmente as pragas que ocorrem por ocasião do armazenamento provêm do campo, a isto é o que se chama de infestação cruzada. A infestação pode ser feita por meio de ovos, larvas ou adultos, que juntamente com as vagens, grãos ou sacarias, chegam aos armazéns, infestando também os grãos já existentes. Por outro lado, grãos sadios provenientes do campo podem ser infestados nos armazéns quando medidas preventivas não são tomadas. Portanto, a contaminação inicial pode ocorrer tanto no campo como nos armazéns. As principais pragas que atacam o feijão-caupi em condições de armazenamento são: Traça, Caruncho-do-feijão.
Orientações para Expurgo das pragas dos grãos armazenados.
Pragas subterrâneas
Paquinha: Neocurtilla hexadactyla (Perty, 1832) (Orthoptera; Gryllotalpidae)
O adulto tem coloração acinzentada, medindo aproximadamente 30mm de comprimento (Figura 2). Asas do tipo tégmina alcançando a metade do abdômen (Bastos, 1982). Pernas anteriores fossoriais e posteriores saltatórias.
Ninfas e adultos alimentam-se de raízes. As plantas recém emergidas, tenras, são mais prejudicadas devido estarem iniciando o desenvolvimento; aquelas mais desenvolvidas cujo sistema radicular se encontre mais resistente, suportam mais os danos provocados pelos insetos.
Foto: Paulo Henrique Soares da Silva
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Figura 2. Adulto de paquinha Neocurtilla hexadactyla (Perty).
Os maiores estragos são verificados quando os solos apresentam-se úmidos. No Nordeste, a maioria das lavouras com feijão-caupi são plantadas em solos arenosos e no período chuvoso, favorecendo, portanto, o ataque da praga.
Em grandes áreas de plantio onde se observa a incidência freqüente de paquinha e de outras pragas subterrâneas, o seu controle pode ser preventivo, utilizando-se produtos no tratamento de sementes, incorporando-os ao solo ou no sulco de plantio.
Esses produtos por serem muito tóxicos devem ser aplicados com máquinas adequadas. No controle pós-plantio, as pulverizações devem ser dirigidas para o colo das plantas.
Broca-do-colo ou lagarta elasmo: Elasmopalpus lignosellus (Zeller, 1848) (Lepidoptera: Pyralidae)
O adulto mede cerca de 15 a 20 mm de envergadura, Figura 3, com asas anteriores acinzentadas.
As fêmeas põem seus ovos na vegetação próxima a lavoura ou nas próprias plantas. Quando pequenas, as lagartas alimentam-se raspando o parênquima foliar.
Foto: Paulo Henrique Soares da Silva
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Figura 3. Adulto da broca-do-colo ou lagarta elasmo: Elasmopalpus lignosellus (Zeller).
À medida que crescem, perfuram um orifício na planta ao nível do solo construindo aí uma galeria ascendente que vai aumentando de comprimento e largura com o crescimento da lagarta e o consumo de alimento.
As plantinhas atacadas apresentam inicialmente um murchamento discreto assemelhando-se a um sintoma de estresse hídrico. Posteriormente, tombam e secam completamente.
Assim que ataca a planta, a lagarta constrói um abrigo de teia e grãos de areia próximo ao orifício de entrada da planta, nele permanecendo quando não está dentro da galeria. São muito ágeis, quando tocadas pulam incessantemente por alguns segundos, sendo este comportamento uma forma de livrar-se dos inimigos naturais.
Completamente desenvolvida, a lagarta mede 15mm de comprimento, Figura 4, de coloração cinza-azulada (Zucchi et al., 1993).
Foto: Paulo Henrique Soares da Silva
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Figura 4. Lagarta da broca-do-colo:Elasmopalpus lignosellus (Zeller).
O ataque de E. lignosellus na cultura do feijão-caupi se dá normalmente em épocas de veranico e principalmente em solos de cerrados ou muito arenosos. Em condições irrigadas, a cultura é menos atacada. As plantas são sensíveis ao ataque até 30 dias após a germinação, quando então, o caule fica mais lenhoso, dificultando a penetração das lagartas.
Portanto, até 30 dias após a germinação deve-se manter vigilância constante pois cada planta atacada é uma planta morta, atingindo a população de plantas/ha e consequentemente a produção.
Produtos para tratamento de sementes ou aplicados no solo no sulco de semeadura protegem eficazmente as plantas após a germinação, entretanto, não se recomenda o tratamento preventivo dessa praga, uma vez que, se as condições climáticas forem favoráveis a cultura (sem veranico), dificilmente a população deste inseto chegará ao nível de dano econômico. Contudo, se no decorrer da condução da cultura ocorrer um ataque que mereça uma medida de controle, recomenda-se uma pulverização com o jato dirigido para o colo da planta.
Lagarta-rosca: Agrotis ipsilon (Hufnagel, 1776) (Lepidoptera: Noctuidae)
Ataca as plantas na região do colo, seccionando-as. Permanece enterrada próximo às plantas atacadas durante o dia e a noite, sai para se alimentar, atacando outras plantas. Aquelas totalmente seccionadas tombam e murcham rapidamente. As mais desenvolvidas, quando atacadas pela lagarta, conseguem se recuperar, em parte, mas a produção é afetada. As plantas mais visadas pela lagarta-rosca são as que acabam de germinar. Alguns dias após a germinação, o caule começa a ficar mais lenhoso, oferecendo resistência ao ataque da praga.
A lagarta de A. ipsilon, mede em torno de 45mm, de coloração marrom-acinzentada e robusta. O adulto é uma mariposa que mede 40mm de envergadura, apresentando asas anteriores de coloração marrom e posteriores branca hialina com o bordo lateral acinzentado. (Zucchi et al., 1993).
O tratamento das sementes para o plantio ou a aplicação do produto no sulco de plantio é uma medida preventiva de controle da lagarta-rosca, prática essa que só deverá ser tomada caso exista necessidade de controle de outras pragas. Após a cultura instalada, caso exista um ataque que mereça uma medida de controle, aconselha-se uma pulverização dirigida para o colo da planta.
Pragas da parte aérea
Pragas das folhas
Vaquinhas: as espécies de vaquinhas mais comuns em feijão-caupi são: Diabrotica speciosa (Germar, 1824) e Cerotoma arcuata (Olivier, 1791) (Coleoptera: Chrysomelidae).
Os adultos dessas espécies medem aproximadamente 4 mm de comprimento. Os de D. speciosa são de coloração verde e amarela e os de C. arcuata, preta e amarela (Figura 5 e 6).
Foto: Paulo Henrique Soares da Silva
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Figura 5. Adulto de vaquinha: Diabrotica speciosa (Germar).
Foto: Paulo Henrique Soares da Silva
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Figura 6. Adulto de vaquinha: Cerotoma arcuata (Olivier).
As fêmeas dessas pragas põem seus ovos nas plantas próximos ao solo. Após cerca de sete dias da postura as larvas eclodem e passam a alimentar-se das raízes das plantas. (Zucchi et al., 1993).
O ataque desses insetos nas raízes das plantas de feijão-caupi podem ser confundidos com o ataque de outros insetos subterrâneos, entretanto, ao analisar as plantas no campo, deve-se observar também o solo próximo das raízes para certificar-se da presença dessas ou de outras pragas subterrâneas.
A ocorrência das larvas de vaquinhas como pragas das raízes em feijão-caupi é muito esporádico, entretanto, é uma praga em potencial, podendo a qualquer momento atingir níveis de danos econômicos.
Os produtos para tratamento de sementes ou aplicação no sulco de plantio podem ser empregados para seus controles, entretanto não se recomenda fazer o tratamento preventivo, devido a sua esporadicidade.
Os adultos alimentam-se das folhas e esporadicamente das vagens, Figura 7, e iniciam esta atividade logo que as plantas emitam os primeiros folíolos. Uma grande população de vaquinhas podem ocasionar grandes perdas da área foliar e nesses casos convém uma análise do percentual de perdas nas folhas e o que essas perdas irão influenciar no rendimento da cultura, para então, ser tomada uma decisão de controle. Entretanto, os maiores danos ocasionados por esses insetos são a sua capacidade de transmitirem vírus. C. arcuata e D. speciosa transmitem o vírus do mosaico severo do feijão-caupi.
Foto: Paulo Henrique Soares da Silva
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Figura 7. Adulto de vaquinha: Cerotoma arcuata (Olivier) alimentando-se de vagem. 
O controle dos adultos visando a diminuição de plantas infectadas por vírus não é uma prática recomendável, por outro lado, a Embrapa Meio-Norte já lançou diversas cultivares com resistência múltiplas à vírus. O uso dessas cultivares é a forma mais correta se evitar a contaminação da lavoura por viroses.
No entanto, caso haja necessidade de um controle visando a diminuição da população devido ao grande consumo de área foliar, pode-se utilizar produtos em pulverização, dando-se preferência aos produtos menos tóxicos e mais seletivos.
Lagarta-militar: Spodoptera frugiperda (J. E. Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae)
A lagarta-militar é uma das principais pragas da cultura do feijão-caupi, pode ocorrer em qualquer época em que a planta é cultivada e seu ataque pode iniciar-se logo nos primeiros dias após a emergência das plantas, período em que as mesmas são muito sensíveis ao desfolhamento.
Foto: Paulo Henrique Soares da Silva
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Figura 8. Lagarta-militar, dos milharais ou do cartucho 
Spodoptera frugiperda (J. E. Smith).
As lagartas completamente desenvolvidas medem cerca de 35 mm de comprimento, Figura 8, corpo cilíndrico de coloração marrom-acinzentada no dorso e esverdeada na parte ventral. (Cruz et al., 1999).
Os adultos são mariposas de aproximadamente 30 a 35mm de envergadura com asas anteriores de coloração marrom-acinzentada, tendo os machos, manchas no ápice bem visíveis, enquanto que, nas fêmeas são quase imperceptíveis (Figura 9). Em ambos os sexos as asas posteriores são esbranquiçadas e hialinas.
Foto: Paulo Henrique Soares da Silva
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Figura 9. Adultos de Spodoptera frugiperda(J. E. Smith): fêmea – esquerda e macho – direita.
Os ovos são colocados em massas recobertas por pelos da própria mariposa, próximas às culturas ou sobre a própria planta. Após 3 dias, aproximadamente, eclodem as lagartas, que a princípio, raspam o parênqüima foliar ao redor da postura, se espalham e iniciam a raspagem do limbo das folhas novas e posteriormente, migram para outras plantas, alimentando-se das folhas ou das vagens por todo o resto do estado larval que dura cerca de 20 dias, consumindo cerca de 200 cm2 de folha, sendo que o maior consumo se dá nos dois últimos estágios.
Um comportamento de S. frugiperda é o de seccionar as plantas ainda novas na região do colo, provocando o tombamento das mesmas à semelhança do ataque da lagarta-rosca A. ipsilon. O conhecimento das características das duas lagartas é de fundamental importância para a identificação das espécies e tomada de decisão quanto a medida de controle.
O controle mais indicado para essa praga é o biológico com aplicação do Baculovirus spodoptera. Este inseticida biológico é produzido a partir de lagartas infectadas por este vírus. Conforme recomendações de Valicente & Cruz (1991) a aplicação do baculovirus pode ser feita a partir de lagartas infectadas maceradas em água ou do vírus formulado em pó molhável. Outro produto biológico também recomendado é oBacillus thuringiensis. Esses bioinseticidas são mais eficientes quando aplicados nas lagartas ainda pequenas, no máximo 1,5 cm de comprimento ou quando as plantas estão com os sintomas de folhas raspadas.
A liberação de parasitóides como Trichogramma na cultura é também uma prática recomendável. Cruz et al. (1999) recomendam a liberação de cerca de 100 000 indivíduos por hectare quando aparecerem as primeiras posturas ou adultos da praga.
Lagarta-dos-capinzais ou mede-palmo: Mocis latipes (Guenée, 1852) (Lepidoptera: Noctuidae)
A lagarta-dos-capinzais, M latipes, é uma praga esporádica, entretanto, quando ocorrem condições favoráveis, seu ataque tem-se mostrado devastador na cultura do feijão-caupi.
Foto: Paulo Henrique Soares da Silva
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Figura 10. Adulto de Mocis latipes (Guenée).
O adulto dessa espécie é uma mariposa de aproximadamente 35 mm de envergadura, de coloração acinzentada e asas com uma faixa transversal mais escura nas anteriores e mais clara nas posteriores (Figura 10).
As lagartas completamente desenvolvidas podem chegar a medir cerca de 55 mm de comprimento. Sua coloração é geralmente parda com ligeiras variações, em geral, para a tonalidade clara.
Possuem duas faixas escuras longitudinais limitadas por duas faixas amareladas (Figura 11). Uma das características dessa lagarta, é a forma de como ela caminha, "medindo palmo", devido aos dois primeiros pares de falsas pernas serem atrofiados, daí a derivação de um de seus nomes comuns em algumas regiões do Brasil. Essa lagarta também tem uma forma peculiar de alimentar-se, consome apenas a parte mais tenra da folha, deixando a nervura principal.
Como se trata de uma praga esporádica, é necessário uma vigilância constante na lavoura pois seus ataques normalmente constitui-se de um surto populacional muito grande, podendo em qualquer época de desenvolvimento da planta ocorrer um ataque e prejudicar a produção devido à desfolha.
Foto: Paulo Henrique Soares da Silva
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Figura 11. Lagartas de Mocis latipes(Guenée).
O uso de produtos biológicos, como oBacillus thuringiensis para o controle das lagartas ainda pequenas (até 1,5 cm de comprimento), é de fundamental importância devido às vantagens inerentes a toxicologia e ao meio ambiente.
Lagarta-preta-das-folhas: Spodoptera latifascia (Walker, 1856) (Lepidoptera; Noctuidae)
Foto: Paulo Henrique Soares da Silva
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Figura 12. Mariposa de Spodoptera latifascia
(Walker).
As mariposas, Figura 12, medem aproximadamente 40 mm de envergadura, de coloração parda com asas anteriores que possuem muitos riscos ou desenhos brancos que se interceptam e asas posteriores brancas (Silva & Magalhães, 1980 e Gallo et al., 2002).
As lagartas, Figura 13, no seu total desenvolvimento chegam a medir cerca de 40 mm a 50 mm de comprimento e têm uma coloração que varia do pardo ao quase negro e são aveludadas. Nos bordos laterais encontram-se listras longitudinais de cor alaranjada marcadas sucessivamente por áreas esbranquiçadas (Santos & Quinderé, 1988).
Foto: Paulo Henrique Soares da Silva 
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Figura 13. Lagarta de Spodoptera latifascia
(Walker) alimentando-se de folha de
feijão-caupi.
Na região Norte, em especial no Estado do Amazonas, essa praga, segundo Nogueira (1981) chega a destruir completamente a lavoura. Nas demais regiões produtoras de feijão-caupi é uma praga pouco agressiva, ocorrendo sempre em baixas populações e esporadicamente.
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Figura 14. Lagarta de Spodoptera latifascia(Walker) alimentando-se de vagem de feijão-caupi.
S. latifascia é uma lagarta desfolhadora mas é comum encontrá-las atacando vagens (Figura 14).
Em casos de altas populações que possam afetar a produção recomenda-se as medidas de controle citadas para S. frugiperda e M. latipes.
Cigarrinha verde: Empoasca kraemeri (Ross & Moore, 1957) (Hemiptera; Cicadelidae)
Foto: Paulo Henrique Soares da Silva
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Figura 15. Ninfa da cigarrinha verde
Empoasca kraemeri (Ross & Moore) em
folha de feijão-caupi.
Trata-se de um pequeno inseto de coloração verde, Figura 15, o adulto mede aproximadamente 3 mm. Adultos e ninfas localizam-se sempre na face inferior das folhas onde se alimentam. Uma das características desse inseto é a forma peculiar de caminhamento, sempre de lado.
É uma das principais pragas de V. unguiculata no Nordeste e especialmente durante os meses mais quentes e secos.
O ataque dessa praga provoca enfezamento nas plantas, as quais ficam com os folíolos enrolados ou arquiados (Figura 16). Tais sintomas são provocados pela introdução de substâncias tóxicas durante a alimentação na planta, induzindo anomalia de caráter sistêmico. Moraes et al. (1980) mencionam que os maiores danos são causados quando a incidência do inseto se dá no período próximo do florescimento e continua até a formação dos grãos.
Foto: Paulo Henrique Soares da Silva
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Figura 16. Sintomas de enfezamento das
plantas, folíolos enrolados, devido a injeção
de toxinas pela cigarrinha ‘verde Empoasca
kraemeri (Ross & Moore). 
As perdas em plantas não protegidas podem chegar a 39,8%. Devido ao hábito das ninfas e adultos permanecerem na face inferior das folhas para se alimentarem, os inseticidas de contato devem ser aplicados de forma a atingirem essa superfície, por outro lado, os produtos sistêmicos ou que agem por fumigação ou ação translaminar, as pulverizações podem ser feitas na superfície superior das folhas que atingirão os insetos na superfície oposta.
Pulgões: ocorrem no feijão-caupi as espécies Aphis craccivora Koch, 1854 (Moraes & Ramalho, 1980); Aphis gossypii (Glover, 1876) e A. fabae (Scopoli, 1763) (Homoptera; Aphididae) (Santos et al., 1982)
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Figura 17. Planta de feijão-caupi atacada
por pulgão: Folhas, ramos, flores e vagens.
São insetos pequenos, com cerca de 1,5 mm de comprimento, de coloração variando do amarelo-claro ao verde-escuro. Vivem em colônias, sob as folhas, brotos novos e flores (Figura 17).
Os pulgões se alimentam sugando a seiva das plantas, injetando toxinas e transmitindo viroses.
A ação de sucção dos pulgões provoca o encarquilhamento das folhas, ou seja, seus bordos voltam-se para baixo, e a deformação dos brotos. Devido sua alimentação ser exclusivamente de seiva, esses insetos eliminam grandes quantidades de um líquido adocicado do qual se alimentam as formigas que, em contrapartida, os protegem dos inimigos naturais.
Foto: Paulo Henrique Soares da Silva
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Figura 18. Planta de feijão-caupi atacada
por pulgões e exibindo sintomas de "mela
e fumagina".
Essa substância adocicada serve também de substrato para o desenvolvimento de um fungo denominado comumente de "fumagina", de coloração escura, Figura 18, que pode cobrir totalmente a superfície foliar da planta, prejudicando os mecanismos de fotossintetização e respiração.
Com o decorrer do tempo e com o aumento da população de pulgões, as plantas atacadas ficam debilitadas em virtude da grande quantidade de seiva retirada e de toxinas injetadas. Entretanto, é por serem transmissores de vírus que esses insetos constituem uma das pragas mais sérias da cultura merecendo, por isso, especial atenção.
A utilização de cultivares resistentes dispensa a utilização de inseticidas para evitar a contaminação da lavoura pelas viroses.
Foto: Paulo Henrique Soares da Silva
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Figura 19. Variedades de feijão-caupi com resistência múltipla a vírus.
A Embrapa Meio-Norte coordena, no País, o Programa de Pesquisa de Feijão-caupi e dispõe em seu Banco de Germoplasma algumas variedades, Figura 19, com resistência múltipla a diversos vírus, inclusive ao transmitido pelos pulgões (Santos & Freire Filho, 1986; Cardoso et al., 1987; Cardosoet al., 1988; Cardoso et al., 1990; Cardosoet al., 1991 e Freire Filho et al., 1994).
Mosca-branca
É um inseto pequeno, cerca de 1,5 mm de comprimento, Figura 20, com dois pares de asas brancas com cabeça e abdome amarelados. Ao contrário do que muitos pensam as moscas-brancas não são moscas (Ordem Diptera). A posição sistemática atual é de que pertencem a Ordem Hemiptera.
Foto: Paulo Henrique Soares da Silva
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Figura 20. Adultos e ninfas de Bemisia
argentifolii Bellows & Perring em folha de
feijão-caupi.
Foto: Paulo Henrique Soares da Silva
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Figura 21. Folhas de feijão-caupi com
sintomas do Mosaico Dourado do Caupi
transmitido pela mosca-branca.
Até o ano de 1995 a Bemisia tabaci era a única espécie de mosca-branca que causava danos a cultura do feijão-caupi, não pela sua ação direta, mas por ser vetora do Vírus do Mosaico Dourado do Caupi (VMDC), Figura 21, do grupo Geminivírus (Santos, 1982).
A partir desse ano com a chegada no Nordeste, principalmente nos polos produtores de feijão-caupi, de outra espécie de mosca-branca, Bemisia argentifolii a cultura passou a ser alvo não somente de mais um vetor do VMDC, mas também, de uma espécie de mosca-branca mais agressiva, passando a causar também danos diretos pela sucção de seiva e injeção de toxinas na planta causando depauperamento da mesma.
Além desses danos, quando sua população está elevada, suas fezes adocicadas "mela" servem de substrato para o desenvolvimento da fumagina, Figura 22, que ao cobrirem parcial ou totalmente as folhas, prejudicam o mecanismo de respiração e fotossintetização das plantas.
Foto: Paulo Henrique Soares da Silva
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Figura 22. Folhas de feijão-caupi atacada
por mosca-branca e exibindo sintomas de
"mela" e fumagina.
Uma proposta para o manejo da mosca-branca em feijão-caupi, incluindo o uso de variedades resistentes ao VMDC (Figura 36), foi elaborada por Silva et al. (1999). Neste trabalho foram contemplados várias práticas culturais e medidas de controle além de amostragens e níveis de danos para a referida praga.
Níveis de controle para mosca-branca
Conforme Silva et al. (1999) os níveis de danos para controle da mosca-branca são:
  • 60% de Plantas infestadas com um ou mais adultos.
  • 40% de plantas infestadas com ninfas.
Manejo da mosca-branca
  • Eliminação dos restos de cultura.
  • Ações do clima nas populações da mosca-branca.
  • Escolha da variedade.
  • Ações curativas.
  • Avaliação da infestação.
  • Amostragem de 50 plantas/5ha em ziguezague a cada sete dias.
  • Amostragem de adultos: Folíolo do terço superior da planta.
  • Amostragem de ninfas: Folíolo do terço médio
  • Uso da planilha de campo
Minador-das-folhas: Liriomyza sativae (Blanchard, 1938) (Diptera; Agromyziidae)
Trata-se de uma pequena mosca de aproximadamente 1,5 mm de comprimento com olhos amarronzados e abdome amarelado (Figura 23).
Foto: Paulo Henrique Soares da Silva
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Figura 23. Adulto da mosca minadora
Liriomyza sativae (Blanchard).
Foto: Paulo Henrique Soares da Silva
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Figura 24. Sintomas de ataque da mosca
minadora em folhas de feijão-caupi.
A postura é feita dentro da folha e uma fêmea pode ovipositar cerca de 500 ovos que passam por um período de três dias de incubação (Santos & Quinderé, 1988 e Quintela et al., 1991). Ao eclodirem as pequenas larvas vão abrindo galerias irregulares, Figura 24, a medida que se alimentam do conteúdo interno das folhas. Essas galerias aumentam de tamanho e diâmetro a medida que as larvas vão se desenvolvendo, passando aproximadamente 14 dias por este estádio, quando então empupam dentro da própria mina, atingindo a fase adulta em aproximadamente sete dias (Santos & Quinderé, 1988 e Quintela et al., 1991).
Segundo Moraes & Ramalho (1980) os danos dessa praga são devidos a redução da área fotossintética e são mais severos nos meses mais quentes e secos.
Observações em campos de feijão-caupi e outras culturas atacadas por moscas minadoras tem indicado que grandes surtos dessa praga ocorrem quando o produtor utiliza produtos de largo espectro (pouco seletivos) no início dos cultivos, com isto, os inimigos naturais são praticamente destruídos, possibilitando o desenvolvimento rápido da praga.
Pragas dos órgãos reprodutivos
Percevejo-vermelho-do-caupi: Crinocerus sanctus (Fabricius,1775) (Hemiptera: Coreidae)
Corpo com partes amarela-alaranjadas e outras avermelhadas, medem ao redor de 25 mm de comprimento e possuem pernas posteriores com fêmures volumosos avermelhados e com grandes números de pequenos espinhos escuros (Figura 25). As fêmeas fazem posturas nas folhas, cerca de 80 ovos (Quintela et al., 1991), em média 9 por postura (Freitas Júnior. et al., 1987).
Foto: Paulo Henrique Soares da Silva
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Figura 25. Adulto do percevejo-vermelho-do-caupiCrinocerus sanctus (Fabricius).
Após a eclosão das ninfas, essas passam a alimentar-se sugando as vagens, passam por cinco estágios ninfais e quando adultos continuam a alimentar-se das vagens, passando, portanto, 35 dias da fase ninfal e 45 da fase adulta (Freitas Júnior. et al., 1987) totalizando 80 dias de alimentação em média, nas vagens.
Percevejo pequeno da soja: Piezodorus guildinii Westwood, 1837 (Hemiptera: Pentatomidae)
Os ovos dessa espécie são de coloração preta, em forma de barril, dispostos em massas constituídas por filas paralelas contendo cerca de 15 a 20 ovos.
No primeiro estágio, as ninfas apresentam hábito gregário, concentrando-se em colônias, normalmente próximas à postura. Com o seu desenvolvimento, efetuado por meio de 5 ínstares, dispersam-se sobre as diversas partes das plantas. As ninfas apresentam coloração esverdeada, com manchas vermelhas e pretas dispostas sobre o dorso.
O adulto é um percevejo de corpo verde, com uma listra de cor marrom ou vermelha na altura do pronoto, medindo aproximadamente 10 mm de comprimento (Figura 26).
Foto: Paulo Henrique Soares da Silva
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Figura 26. Adulto do percevejo pequeno da
soja: Piezodorus guildinii Westwood.
No final da sua vida pode apresentar coloração amarelada (Gazzoni et al., 1981).
Esta espécie é a mais abundante e juntamente com C. sanctus, compreendem cerca de 70% da população de percevejos na cultura do feijão-caupi.
Percevejo-verde-da-soja: Nezara viridula Linnaeus, 1758 (Hemipera: Pentatomidae)
Os ovos do percevejo verde são colocados na face inferior das folhas, em massas de forma hexagonal, contendo cerca de 100 ovos. Após a eclosão, as ninfas de primeiro estágio permanecem agregadas em torno da postura ou movimentam-se em colônias sobre as plantas. Nesse estádio apresentam coloração alaranjada. No segundo estágio, quando as ninfas apresentam cor geral preta, também pode ser observado seu agrupamento em colônias sobre as plantas.
A partir do quarto estádio as ninfas assumem coloração verde, com manchas amarelas e vermelhas sobre o dorso. Sob determinadas condições, tanto as ninfas do quarto como as do quinto estádio podem apresentar coloração preta na parte dorsal do abdômen.
Na fase adulta, conforme indicado por seu nome comum, o percevejo apresenta coloração verde, tendo manchas vermelhas nos últimos segmentos de suas antenas. (Figura 27)
Foto: Paulo Henrique Soares da Silva
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Figura 27. Adulto do percevejo-verde-da-soja
Nezara viridula L.
No ato da alimentação, os percevejos injetam toxinas nos grãos e nos orifícios deixados pelo aparelho bucal dos insetos penetram microorganismos que determinam o chochamento dos grãos causando depreciação do produto no ato da comercialização.
Além disso, as toxinas atingem as plantas determinando uma redução em sua produtividade.
O controle desses insetos deve ser feito utilizando-se produtos em pulverização, escolhendo-se aqueles mais seletivos aos inimigos naturais e menos tóxicos ao homem.
Utilizar produtos de carência curta, principalmente se a produção for destinada ao consumo verde.
Lagartas das vagens:
  • Etiella zinckenella (Treitschke, 1832) (Lepidoptera; Phycitidae)
O adulto é uma mariposa com cerca de 20 mm de envergadura, com asas anteriores de cor cinza e posteriores, de coloração cinza clara, com franjas brancas nos bordos. A lagarta tem o corpo verde claro e a cabeça escura quando nova, e corpo rosado quando bem desenvolvida, medindo, aproximadamente 20 mm de comprimento no seu máximo desenvolvimento (Santos & Quinderé, 1988).
Os ovos são depositados nas flores ou nas vagens. As lagartas após a eclosão abrem um orifício nas vagens e se alimentam dos grãos verdes. Nos orifícios de entrada das lagartas as vagens apresentam um estrangulamento e são encontradas fezes obstruindo-os (Moraes & Ramalho, 1982) o que indica a sua presença no interior das vagens.
  • Maruca testulales (Geyer, 1832) (Lepidoptera; Pyraustidae)
O adulto de maruca, Figura 28, é uma mariposa com aproximadamente 20 mm de envergadura e de coloração marrom-claro, apresentando nas asas áreas transparentes, por falta de escamas (Santos & Quinderé, 1988 e Quintela et al., 1991). Tem longevidade aproximadamente de sete dias e a fêmea oviposita em médias 150 ovos nas gemas de folhas e flores.
Foto: Paulo Henrique Soares da Silva
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Figura 28. Adulto de M. testulales.
O período de incubação dos ovos é em torno de cinco dias e as lagartas passam por cinco ínstares e alimentam-se nesse período de pedúnculos, flores e vagens. A penetração das lagartas nas vagens ocorre principalmente no ponto de contato desta com as folhas, ramos ou outra vagem (Moraes & Ramalho, 1982).
O orifício de entrada da lagarta da Maruca embora possa apresentar sinais de excrementos permanece sempre aberto e sem estrangulamento na vagem (Figura 29).
Foto: Paulo Henrique Soares da Silva
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Figura 29. Vagens ligadas por excrementos no orifício de penetração da lagarta.
A ocorrência tanto de E. zinckenella quanto de M. testulales é esporádica, mas quando ocorrem com grandes populações os danos podem ser significativos. Para o controle dessas pragas deve se dar preferência aos produtos de carência curta e a aplicação dirigida para as vagens, local preferido para o seu ataque.
Manhoso: Chalcodermus bimaculatus (Fiedler,1936) (Coleoptera; Curculionidae)
Em alguns estados do Nordeste é considerado uma das principais pragas do feijão-caupi, no entanto, nos Estados do Piauí e Maranhão é de ocorrência esporádica, ocorrendo com mais freqüência em cultivos irrigados e consecutivos.
O adulto é um besouro com aproximadamente 5 mm de comprimento, de coloração preta (Figura 30). Alimenta-se de folhas, ramos, mas principalmente das vagens. Quando se alimenta em plantas jovens pode transmitir virose como o Mosaico Severo do Caupi (Silva & Santos, 1992).
Os adultos fazem orifícios nas vagens que podem ser de alimentação e de postura (Figura 30).
Foto: Paulo Henrique Soares da Silva
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Figura 30. Manhoso: Chalcodermus
bimaculatus(Fiedler) alimentando-se de
vagem de feijão-caupi. Vagens apresentando
pontos escuros, orifícios de posturas e
alimentação.
Os orifícios de postura são feitos pelas fêmeas através da inserção do seu aparelho bucal na vagem até atingir o grão, em seguida, com o ovipositor, introduz o ovo no orifício e cobre-o com uma secreção que o protege dos inimigos naturais e inseticidas, esses orifícios, formam posteriormente uma cicatriz saliente, característica da postura do manhoso. Os orifícios de alimentação permanecem abertos.
Cada fêmea pode ovipositar em média 120 ovos (Quintela et al., 1991), um ovo em cada orifício de postura.
As larvas são recurvadas e branca-leitosas, chegam a medir aproximadamente 6 mm de comprimento quando completamente desenvolvidas. Uma larva pode consumir completa ou parcialmente um grão. Após seu completo desenvolvimento, que se dá no interior do grão, as larvas abandonam as vagens para empuparem no solo. Essa fase se completa em duas semanas aproximadamente segundo Quintela et al. (1991).
O controle das larvas no interior dos grãos ou vagens verdes é muito difícil devido a dificuldade de penetração dos inseticidas e, por terem elas aparelho bucal mastigador, os produtos de ação sistêmica se tornam ineficazes. Para o controle dos adultos a aplicação de produtos com ação de contato e ingestão seriam mais recomendados com as pulverizações dirigidas para as vagens, alimento preferido pelo inseto adulto.
Segundo Quintela et al. (1991), pulverizações com Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae na superfície do solo tem evidenciado um controle de 30 a 50% de larvas e pupas e a utilização desses fungos em áreas de secagem de vagens para o controle das larvas que saem das sementes ou mesmo a destruição dessas larvas são práticas que podem diminuir a reincidência da praga nas safras subsequente. Outras práticas para o controle de C. bimaculatus são sugeridas pelos mesmos autores como a coleta de vagens remanescentes no campo, principalmente as infestadas, e a queima ou incorporação profunda dos restos de cultura.
Tripes: (Ordem Thysanoptera)
Foto: Paulo Henrique Soares da Silva
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Figura 31. Adulto de tripes coletado em inflorescência de feijão-caupi.
São insetos pequenos, em torno de 0,5 a 13 mm de comprimento medindo a maioria das espécies cerca de 1 mm apresentando dois pares de asas franjadas (Figura 31).
Em feijão-caupi os tripes têm se tornado importante praga nos últimos anos, principalmente, nos períodos secos ou de veranico.
Até o momento não se determinaram qual a espécie ou espécies que ocorrem na região Meio-Norte, entretanto, Chagas (1993) mencionam a ocorrência da espécieFrankliniella schultzei (Trybom) atacando inflorescência de feijão-caupi no Rio Grande do Norte.
Foto: Paulo Henrique Soares da Silva
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Figura 32. Colônia de tripes em inflorescência
de feijão-caupi.
Os tripes atacam com maior freqüência a inflorescência, Figura 32, provocando o abortamento das flores, em grandes populações, podem atacar também as folhas e ramos, no entanto, o ataque as inflorescências causam os maiores prejuízos e como escondem-se entre as pétalas, dificultam a ação dos inseticidas.
Pragas dos grãos armazenados
Traça: Plodia interpunctella (Huebner, 1813) (Lepidoptera; Pyralidae)
São pequenas mariposas, Figura 33, de aproximadamente 20 mm de envergadura, cabeça e tórax avermelhados, asas anteriores com dois traços distais também avermelhados e com o terço basal de coloração acinzentada, com alguns pontos escuros nítidos (Galloet al., 2002). As lagartas são de coloração branco rosadas que se tornam mais escuras quando próximas de empuparem. Neste período, tecem um casulo de teia e restos de alimento e excrementos, Figura 33, entre os próprios grãos, sacarias ou frestas das paredes. Uma fêmea oviposita de 100 a 400 ovos distribuídos isoladamente ou agrupados sobre os grãos (Gallo et al., 2002).
Foto: Paulo Henrique Soares da Silva
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Figura 33. Traça: Plodia interpunctella
(Huebner) nas fases de larva pupa e adulto.
Por terem o corpo mole esta traça não penetra profundamente em grãos armazenados a granel, atacando mais os grãos da superfície principalmente aqueles trincados ou quebrados. Quando armazenados em sacarias, são mais atacados.
Caruncho-do-feijão: Callosobruchus maculatus (Fabricius,1775) Coleoptera; Bruchidae)
São besouros de aproximadamente 3 mm de comprimento, apresentando nos élitros manchas amarronzadas que em repouso formam um "X", Figura 34, vivem cerca de 5 a 8 dias. As fêmeas põem em média 80 ovos segundo Quintela et al. (1991) nas superfícies dos grãos. Ao eclodirem, as larvas penetram nos mesmos alimentando-se do conteúdo interno. Dentro dos grãos, transformam-se em pupas e, após a emergência, os adultos perfuram um orifícios de saída, Figura 34, e fora dos grãos, reiniciam o ciclo biológico.
O controle de P. interpunctella e C. maculatus, pelo fato de apresentarem infestação cruzada e proporcionarem a contaminação dos armazéns, deve obedecer o seguinte esquema para os grãos armazenados em sacarias:
  • No período da entressafra, os armazéns devem ser limpos e desinfestados, com aplicação de inseticidas por meio de pulverização, polvilhamento ou nebulização, procurando atingir principalmente os locais de esconderijo dos insetos, como cantos de paredes, fendas dos trados, rachaduras de pisos e paredes, locais escuros, etc.
  • Realização de expurgo em todo o material a ser estocado e posteriormente, pulverização ou polvilhamento das superfícies do material expurgado.
  • Fazer monitoramento dos grãos armazenados, fazendo mensalmente uma amostragem de cada lote e expurgando novamente aqueles infestados.
Foto: Paulo Henrique Soares da Silva
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Figura 34. Adulto de Callosobruchus maculatus
(Fabricius) em grãos apresentando ovos e
orifício de saída dos insetos.
Expurgo
Segundo Gallo et al. (2002), expurgo, é a operação que visa a eliminação dos insetos que se encontram nos produtos armazenados em suas diversas fases de desenvolvimento, procurando atingir uma eficiência de 100% no controle.
Foto: Paulo Henrique Soares da Silva
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Figura 35. Pastilhas de fosfina para expurgo
de grãos armazenado.
Na operação de expurgo, são empregados defensivos conhecidos como fumigantes sendo a fosfato de alumínio (fosfina) o mais utilizado atualmente (Figura 35).
A operação de expurgo pode ser realizada com os grãos a granel ou ensacados. A granel, os grãos são depositados em silos verticais, horizontais ou armazéns graneleiros.
Na operação de expurgo em grãos acondicionados em sacos, seguem-se as seguintes etapas:
  • Empilhamento da sacaria sobre estrados de madeira (Figura 36);

Foto: Paulo Henrique Soares da Silva
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Figura 36. Sacos de feijão empilhados sobre
estrados de madeira para serem expurgados. 
  • Cobertura da sacaria com um lençol impermeável de forma que as laterais do lençol se estenda sobre o piso cerca de 1,0 m (Figura 37).
  • Disposição das "cobras de areia" sobre as laterais do lençol que se estende sobre o piso de forma que o lençol fique em contato com este e evite a saída dos gases do inseticida (Figura 37).
Foto: Paulo Henrique Soares da Silva
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Figura 37. Lençol impermeável cobrindo a
sacaria em expurgo. Detalhe das "cobras
de areia" evitando a saída dos gases.
  • Deixar um dos lados da pilha sem as "cobras de areia" para dar acesso à pessoa que vai colocar as pastilhas de fosfina (inseticida).
  • Distribuir as pastilhas de fosfina na quantidade recomendada pelo fabricante em diferentes locais da pilha de sacos.
  • Após a colocação das pastilhas, vedar o acesso colocando as "cobras de areia" no local do acesso.
  • Obedecer o período de exposição dos grãos e de carência. 
Em grãos armazenados em silos ou armazéns graneleiros, normalmente as partilhas de fosfina são adicionadas aos grãos na esteira de carregamento, em doses recomendadas, à medida que esses locais estão sendo carregados com os grãos.
A fosfina é um gás inodoro, portanto, o odor de etileno "carbureto" (gás de alerta) é para alertar as pessoas que trabalham com este produto ou se encontre nas proximidades dos locais onde a mesma está sendo usada, que a fosfina está no ambiente.
A pastilha do inseticida começa a liberar o gás venenoso uma hora após entrar em contato com o ar, entretanto, dependendo das condições de temperatura e umidade, este tempo pode ser mais reduzido. Neste sentido, aconselha-se que a distribuição do produto pelas sacarias, seja o mais breve possível e, após a aplicação, evitar a presença de pessoas e animais no local.




quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Doenças e Métodos de Controle No Feijão-Caupi



O feijão Caupi é uma cultura tradicionalmente explorada por pequenos agricultores, normalmente descapitalizados, por isso mesmo, na maioria das vezes, com emprego de pouca tecnologia. Tara-se de uma leguminosa de alto valor nutricional, e com boa aceitação no mercado. É uma cultura pouco exigente no que diz respeito à fertilidade do solo, pois tem a grande vantagem de ser uma planta fixadora de nitrogênio, um dos elementos essências à cultura. No entanto, variações climáticas podem afetar significativamente a produtividade da cultura. 


Morte das plântulas (Damping off)
Sintomas: Frequentemente, quando o ataque é provocado por Rhizoctonia, os sintomas são logo perceptíveis no caule, onde se observam lesões deprimidas, alongadas e marrons, circundando às vezes todo o colo. Quando o ataque é de Pythium a doença avança até acima da linha do solo e, nesse caso, a lesão assume tonalidade esverdeada de aspecto aquoso. Nessa situação, quando as condições climáticas externam muita umidade e temperaturas amenas, o desenvolvimento das lesões é muito rápido, determinando murcha e tombamento das plantas em um curto espaço de tempo. Assim, observa-se falha na germinação e consequentemente, redução no estande (Rios, 1988; Ponte, 1996).
Controle: Os métodos de controle se baseiam fundamentalmente no emprego de sementes sadias e certificadas e na proteção das sementes com emprego de fungicidas antes do plantio.

Podridão-das-raízes

Sintomas: O sintoma primário tem início na raiz principal que, a princípio, apresenta discreta coloração avermelhada, progredindo em intensidade e extensão. Posteriormente, a coloração avermelhada assume um tom marrom, época em que os tecidos se rompem em fendas longitudinais e são verificados apodrecimento do parênquima e desintegração dos feixes vasculares com a conseqüente interrupção da circulação de seiva, surgindo um amarelecimento geral, murcha, seca e morte das plantas (Ponte, 1996).
Controle: Na ausência de cultivares comprovadamente resistentes, devem ser adotadas a remoção e queima das plantas doentes, eliminação dos restos culturais e rotação de cultura com algodão e/ou gramíneas. A aplicação de calcário, na ordem de 1 t/ha tem sido destacada por Santos et al. (1996) como eficiente para o controle da enfermidade.

Podridão-do-colo

Sintomas: A doença se exprime inicialmente no colo das plantas, ao nível do solo, causando lesões necróticas deprimidas, de aspecto aquoso, que com a rápida evolução atinge todo o caule e também os primeiros ramos, dando lugar à extensa área necrosada e podre (Figura 1). Em condições favoráveis à doença, surge, muitas vezes, na superfície das lesões, discreto crescimento branco, correspondendo às estruturas reprodutivas do patógeno. Nessas condições, as plantas afetadas murcham e fenecem rapidamente.

Foto: Cândido Athayde Sobrinho
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Figura 1. Podridão-do-colo.
Controle: O controle deve visar ao estabelecimento de condições que sejam desfavoráveis à doença. Assim, deve-se evitar plantios adensados, solos excessivamente úmidos, e, em casos muito especiais, promover tratamento com fungicidas específicos, a exemplo de produtos à base de metalaxyl e tratamento de sementes com produtos à base de captan.

Podridão cinzenta do caule

Sintomas: A doença pode se manifestar em todos os estádios de desenvolvimento das plantas. Os sintomas iniciais aparecem freqüentemente no colo, atingindo, posteriormente, a raiz pivotante e as partes superiores do caule e ramos primários, onde são observadas lesões acinzentadas, difusas, de aspecto úmido, que evoluem para intensa podridão dos tecidos, definindo uma desagregação parcial ou total do parênquima e feixes vasculares. 
Ponte (1996) destaca que na superfície das lesões são muitas vezes observadas inúmeras pontuações negras - as estruturas reprodutivas do patógeno (picnídios). Atrelado à desestruturação dos tecidos, sobrevêm um amarelecimento generalizado, murcha, seca e morte das plantas.
Controle: Os métodos de controle recomendados se baseiam no emprego de sementes sadias, certificadas, plantio pouco adensado e, em áreas irrigadas, o manejo adequado da água visando a evitar encharcamento (Ponte, 1996). Recomenda-se um plano de rotação cultural com inclusão de gramíneas forrageiras. O tratamento de sementes com produtos à base de benzimidazóis também representa importante medida de controle.

Murcha-de-fusarium

Sintomas: Os sintomas se expressam primeiramente na redução do crescimento, Figura 2, clorose acompanhada de queda prematura de folhas que evolui para murcha e posterior morte das plantas (Rios, 1988). Seccionando-se longitudinalmente o caule percebe-se uma descoloração dos feixes vasculares, os quais assumem uma pigmentação castanha, demonstrando a colonização necrotóxica do patógeno nos tecidos condutores da hospedeira.
Foto: Cândido Athayde Sobrinho
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Figura 2. Murcha-de-fusarium.
Controle: Para o controle da doença deve-se considerar um conjunto de medidas: escolha da área isenta do patógeno; definição adequada da época do plantio para se evitar o plantio sob condição de encharcamento; estabelecimento de um plano de rotação cultural; emprego de sementes certificadas, produzidas em áreas indenes e realização de tratamento de sementes com fungicidas à base de benomyl (Oliveira, 1981). Para esse fim, pode-se adotar uma associação de produtos a base de benomil + thiran.

Murcha/podridão-de-esclerócio

Foto: Antônio Apoliano dos Santos 
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Figura 3. Murcha-de-esclerócio
Sintomas: O sintoma mais representativo da doença constitui-se em um emaranhado miceliano de coloração branca, com ou sem pequenos corpúsculos esféricos (esclerócios), inicialmente brancos, posteriormente, amarelados, situado no colo da planta (Ponte, 1996) (Figura 3). Sob essas estruturas é ordinariamente observada intensa desestruturação dos tecidos do que resulta em danos ao sistema vascular com conseqüente amarelecimento, murcha, seca e morte das plantas.
Controle: Na ausência de materiais que apresentem resistência à doença, algumas medidas são recomendadas, visando sobretudo o controle preventivo. Dentre elas destacam-se: durante o preparo do solo, promover aração profunda, enterrando, abaixo de 15 cm, os restos culturais; evitar acúmulo de matéria orgânica junto ao colo e caule das plantas; empregar espaçamentos abertos;promover plano de rotação de cultura, incluindo milho e algodão, plantas consideradas resistentes; efetuar tratamento do solo, no ato da semeadura, com fungicidas à base de PCNB, o que pode ser complementado pela aplicação quinzenal do mesmo produto, via pulverização dirigida para o colo/caule (Ponte, 1996). Tal recomendação pressupõe situação muito especial, tendo-se que considerar convenientemente a relação benefício/custo.

Carvão

Foto: Cândido Athayde Sobrinho
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Figura 4. Carvão. 
Sintomas: A doença caracteriza-se pela presença, nos folíolos, de manchas arredondadas, castanho-escuras, firmes e lisas, alcançando, em média, 4 a 8 mm (Figura 4). Referidas lesões aparecem circundadas por um notável halo clorótico. Tais manchas, quando numerosas, coalescem, induzindo, aos folíolos, um intenso amarelecimento e queda precoce, do que resulta em diminuição da produtividade (Ponte, 1996).
Controle: No caso de ataque severo, sobre cultivares suscetíveis, seria conveniente o uso de fungicida cúprico, mediante pulverizações semanais. Três a quatro aplicações preventivas, no geral, são suficientes (Ponte, 1996). De acordo com Rios (1988) o controle curativo pode ser obtido pelo emprego de fungicidas benzimidazóis.

Mancha-café

Sintomas: Apesar do fungo infectar folhas (nervuras, pecíolos), ramos, pedúnculo, almofada floral, os sintomas mais freqüentemente observados têm estado restritos à vagem e ao pedúnculo onde são encontradas manchas de coloração marrom-escura ou café, de tamanho e conformação variados. Na superfície das lesões, frequentemente despontam as frutificações negras do patógeno (acérvulos), destacando setas escuras, perceptíveis ao tato (Ponte, 1996).
Controle: Emprego de sementes sadias, produzidas em áreas comprovadamente indenes, destruição dos restos de cultura. De acordo com Ponte (1996) em casos muito especiais, pode-se efetuar pulverizações semanais, com produtos à base de mancozeb.

Cercosporiose (Mancha-vermelha)

Sintomas: De acordo com Rios (1988) a doença surge preferencialmente por ocasião do início da floração. Nos folíolos, observam-se manchas necróticas, secas, ligeiramente deprimidas de coloração avermelhada e contorno irregular, notadamente, nas lesões mais velhas (Ponte, 1996). Com a evolução da doença, a coloração do centro da lesão torna-se pardo-acinzentada, sendo o conjunto, circundado por um discreto halo clorótico. Em condições de elevada umidade, sobressai da superfície da mancha, uma massa compacta marrom, que corresponde as estruturas reprodutivas do patógeno.
Controle: Dada a pouca expressão que essa doença apresenta nas condições da região Nordeste do Brasil, não se justifica a adoção de medidas específicas de controle de caráter sistemático (Ponte, 1996).

Mela

Sintomas: De acordo com Ponte (1996) a doença incide mais frequentemente nas folhas, onde, no início dos sintomas, surgem pequenas lesões circulares que evoluem, crescem e, rapidamente coalescem, formando grandes manchas de aspecto aquoso, tomando grande parte da área do folíolo (Figura 5). Muitas vezes, o fungo produz uma trama de micélio (teia micélica) que, às vezes liga umas folhas às outras. Há ocasiões em que ocorre queda prematura de folhas e morte das plantas atacadas.
Foto: Cândido Athayde Sobrinho
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Figura 5. Mela.
Controle: Medidas isoladas para o controle da doença não têm sido satisfatórias. O correto seria a adoção de um conjunto de medidas visando minimizar a ação do patógeno (Rios, 1988). Assim, medidas como o emprego de sementes sadias, evitar cultivos em baixios ou em áreas sujeitas a elevada umidade, aração profunda do solo, incorporando os restosculturais a grandes profundidades.
Em situações muito especiais, pode-se eventualmente efetuar o controle químico por meio de fungicidas à base de quintozene (Ponte, 1996). Recomenda-se, também, para áreas onde já ocorreu ataque, o tratamento de sementes com fungicidas do mesmo grupo.

Mancha-zonada

Sintomas: O fungo ataca exclusivamente os folíolos, onde provoca manchas necróticas circulares de tamanho variado (2-20 mm) e em anéis concêntricos (zonas). Normalmente, tais manchas mostram-se avermelhadas com o centro escuro (Ponte, 1996).
Controle: Como se trata de uma doença de pouca expressão, não há, com frequência, necessidade de medidas de controle. Ponte (1996) recomenda que, se ocorrerem surtos epifitóticos em locais específicos, medidas gerais como a rotação cultural e controle químico com produtos à base de tiabendazóis (benomyl) e mancozeb devem ser implementadas.

Ferrugem

Sintomas: A doença se caracteriza, de acordo com Rios (1988), pela formação de pústulas em ambas as superfícies foliares. Tais pústulas, são reveladas por meio de pequenas manchas necróticas, amareladas e levemente salientes. Muitas vezes ao friccionarem-.se os folíolos contendo pústulas, sente-se, ao tato, a presença das estruturas reprodutivas do patógeno (uredósporos), liberadas das referidas pústulas. Ao final do ciclo, as manchas passam a apresentar cor escura, em função da liberação de outros tipos de esporos (teliósporos), os quais, individualmente, são marrons ou vermelhos e escuros quando em massa.
Controle: Como se trata de uma doença de pouca expressão para as condições da região Meio-Norte do Brasil, não há, com frequência, necessidade de medidas de controle.

Mancha-de-alternária

Sintomas: Presença de manchas necróticas, ligeiramente circulares, apresentando, quando novas, coloração avermelhada, depois pardo-clara. Quando bem desenvolvidas, essas manchas atingem um diâmetro de 15 mm. Uma característica marcante da doença é a presença de anéis concêntricos, que fazem lembrar um painel de tiro-ao-alvo (Ponte, 1996). A doença, quando surge, manfesta-se, via de regra, nos folíolos mais velhos.
Controle: Por se tratar de doença pouco frequente, manifestando-se de forma restrita e incidindo sobre os folíolos mais velhos, próximos à senescência, torna-se dispensável qualquer medida de controle.

Oídio ou cinza

Sintomas: A doença pode atingir todas as partes das plantas, salvo o sistema radicular. O principal sintoma da doença se constitui no crescimento de uma "massa" branco-acinzentada de aspecto pulverulento, formada pelas estruturas vegetativas do patógeno, a qual se manifesta, inicialmente, nos folíolos e depois se estende aos pecíolos, caules, órgãos florais e vagens, até recobrir toda a superfície da planta efetada.
Controle: Em condições normais de cultivo a doença dispensa medidas de controle específicas. Contudo, nas zonas semi-áridas podem ocorrer surtos da doença que em situações muito especiais, podem comprometer o desempenho da cultura. Nesses casos, pode-se empregar fungicidas a base de enxofre ou benomyl, em pulverização foliar (Ponte, 1996).

Sarna

Sintomas: Presença de lesões em qualquer parte da planta: folha, caule, ramos, pedúnculo, pecíolo e vagens (Figura 6). Nas folhas, no início da infecção, observam-se pequenas pontuações (manchas) amarelo-amarronzadas, tornando-se brancas ou marrons. Com a evolução da doença, as pontuações tornam-se necróticas e, em seguida, rompem-se definindo pequenas perfurações no limbo (Rios, 1988). Nas demais partes da planta, os sintomas aparecem na forma de lesões ovaladas a ligeiramente alongadas, profundas, de centro esbranquiçado e bordos marrons. O ataque às vagens deixam-nas encurvadas, atrofiadas e, muitas vezes secas, acarretando grande perda na produção.
Foto: Antônio Apoliano dos Santos
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Figura 6. Sarna.
Controle: O emprego de cultivares resistentes é o melhor método. Dessa forma, para o controle da sarna, tem-se o BR 14 - Mulato com alto padrão de resistência para as condições locais (Cardoso et al., 1991). Outras medidas complementares de controle podem ser adotadas, entre elas destacam-se o emprego de sementes sadias, livres do patógeno e destruição dos restos culturais (Torres Filho & Sá, 1994).

Mofo-cinzento-das-vagens

Sintomas: Os sintomas são expressos sobretudo nas vagens, onde, inicialmente, aparecem pequenas áreas encharcadas que depois escurecem, culminando com o apodrecimento dos tecidos lesados. Nesse estádio de desenvolviemento da doença, nota-se, à superfície das lesões, um crescimento acinzentado, evidenciando as estruturas reprodutivas do patógeno.
Controle: Como a enfermidade ocorre nas vagens, preferindo tempo úmido, constitui importante medida de controle efetuar o plantio de modo a não coincidir a fase de desevolvimento e maturação desses órgãos com as condições ambientais supracitadas. Caso essa prática seja impossível, recomenda-se emprego de fungicidas a base de benomyl em aplicações semanais.

Mancha-bacteriana

Sintomas: A doença se manifesta na forma de manchas foliares, com centro avermelhado, envolvidas frequentemente por um halo amarelado (anasarca) de tecido encharcado. Em certas condições, o patógeno pode invadir o caule de onde surgem cancros bem característicos (fissuras longitudinais). Nas vagens são observadas manchas irregulares de aspecto úmido de onde o patógeno invade as sementes. As manchas foliares ocorrem principalmente ao longo da estação chuvosa.
Controle: Plantio de sementes sadias livre do patógeno, além da utilização sempre que possível de variedades resistentes (Santos & Freire Filho, 1982).

Mosaico-severo-do-caupi

Sintomas: Os sintomas apresentados por plantas doentes, são, no geral, severos, expressos na forma de intenso encrespamento do limbo foliar, em função de numerosas bolhosidades associadas a presença de mosqueado, isto é, alternância, nos folíolos, de zonas de coloração verde-clara, com outras de cor verde-escura (Figura 7 e 8). Freqüentemente, são observados subdesenvolvimento das nervuras principais, resultando em franzimento e redução do limbo, distorção foliar e, quando as plantas são infectadas no início do ciclo, apresentam intenso nanismo, com severos prejuízos à produção. Estudos conduzidos em casa de vegetação revelaram que na dependência da idade da planta infectada com o virus a produção pode ser reduzida em até 81% (Gonçalves & Lima, 1982). As sementes produzidas de plantas atacadas, apresentam-se deformadas, "chochas" e manchadas, com acentuada redução no poder germinativo.
Controle: Considerando-se a ocorrência generalizada, severa e permanente desta virose em toda a região, a melhor forma de controle a ser adotada é o emprego de cultivares comerciais altamente resistentes. Neste particular, indicam-se a BR 10 - Piauí, BR 14 - Mulato (Cardoso et al., 1990; 1991) e BR 17 - Gurguéia (Freire Filho et al., 1994). Medidas auxiliares de controle devem ser conduzidas quando o produtor, por desconhecimento das cultivares aludidas, adotar em seus plantios materiais susceptíveis. Tais medidas devem ser embasadas no controle sistemático dos vetores, plantio em época de baixa população dos vetores, e, eliminação, sempre que possível, das hospedeiras silvestres.
Foto: Antônio Apoliano dos Santos
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Figura 7. Mosaico-severo 
Foto: Antônio Apoliano dos Santos
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Figura 8. Mosaico-severo.

Mosaico-rugoso

Sintomas: O sintoma mais evidente é o mosaico, isto é, presença marcante, nos folíolos, de áreas intensamente verde-escuras, entremeadas por zonas de cor verde esmaecido (Figura 9 e 10). Tais órgãos concomitantemente exprimem intensa bolhosidade e enrugamento. Com muita freqüência são também observados sintomas do tipo faixa verde das nervuras, que são faixas de verde normal acompanhando algumas ou todas as nervuras do folíolo, com as zonas próximas apresentando um verde amarelado. A redução do porte das plantas não tem sido verificado com frequência.
Controle: As medidas de controle devem ser fundamentalmente embasadas no emprego de cultivares resistentes. Ao longo dos anos têm sido recomendadas diversas cultivares com excepcional resistência a essa enfermidade (Freire Filho et al., 1985). Entre elas destacam-se: BR 1 - Poty, CE 315, Pitiúba, VITA - 7, e mais recentemente, dispõem-se de cultivares como BR 10 - Piauí, BR 12 - Canindé, BR 14 - Mulato e BR 17 - Gurguéia. Por outro lado, caso o produtor não disponha de nenhum desses materiais, medidas outras podem ser adotadas, entre elas destaca-se o controle eficiente dos vetores logo no início do ciclo cultural.
Foto: Antônio Apoliano dos Santos
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Figura 9. Mosaico-rugoso.
Foto: Antônio Apoliano dos Santos
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Figura 10. Mosaico-rugoso.

Mosqueado-severo

Sintomas: A doença exprime-se nos folíolos por meio de extensas áreas cloróticas em alternância com áreas de verde normal, sendo que as zonas cloróticas apresentam-se bem mais extensas (Figura 11). Freqüentemente é observada distorção foliar, sobretudo no ápice do folíolo. Plantas severamente afetadas apresentam porte reduzido.
Foto: Antônio Apoliano dos Santos
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Figura 11. Mosqueado-severo.
Controle: O controle também consiste no emprego de variedades resistentes, entre as quais destacam-se o BR 10 - Piauí, BR 14 - Mulato, BR 17 - Gurguéia. O controle sistemático dos afídeos vetores durante a fase de desenvolvimento vegetativo representa importante medida quando da impossibilidade do emprego de materiais comprovadamente resistentes indicados pela pesquisa.

Mosaico-do-pepino

Sintomas: Sempre que o virus se manifesta isoladamente, os sintomas são bastante discretos, quase imperceptíveis, sendo observado discreto mosaico nos folíolos, acompanhado de leve redução do porte das plantas. Todavia, quando em sinergismo com alguns potyvirus, podem surgir sintomas do tipo faixa verde das nervuras, intensa distorção foliar e até nanismo.
Controle: Em função do caráter de grande severidade dessa doença quando em associação com os potyvirus acima citados, as medidas de controle eficazes indicadas para o referido grupo mostram-se também importantes para este. Algumas medidas complementares como controle de afídeos vetores e emprego de sementes certificadas oriundas de campos comprovadamente sadios, são de grande valia para o controle efetivo da doença.

Mosaico-dourado

Sintomas: A doença, inicialmente, se expressa na forma de pequenas pontuações verde-amareladas (Figura 12). Proporcionalmente a sua evolução, tais pontuações crescem em formato e extensão, cobrindo toda a superfície do limbo foliar, finalizando por deixar os folíolos com a coloração amarelo-dourado (Figura 13). As vezes, tem-se observado redução no porte das plantas, sem contudo, apresentar distorção nem deformação foliar.
Controle: Recomenda-se o emprego de cultivares com alguma resistência ou tolerância. Neste particular, apresentam-se como resistentes as cultivares BR 10 - Piauí, BR 14 - Mulato e BR 17 - Gurguéia. Eventualmente essas cultivares podem apresentar, em condições de campo, infecções leves da doença, sem comprometer o rendimento da cultura.
Foto: Antônio Apoliano dos Santos
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Figura 12. Mosaico-dourado.
Foto: Cândido Athayde Sobrinho
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Figura 13. Mosaico-dourado.
Na Tabela 1 encontram-se produtos recomendados para controle de doenças.
Tabela 1. Produtos recomendados, doenças controladas, doses do produto comercial (PC) e intervalo de segurança (IS)
Produto
Doença controlada
PC (dose)
IS (dia)
Benomyl
Podridão da raiz, morte das plântulas, podridão cinza do caule, murcha-de- fusário
100g/100 kg sementes (T.S.)(1)
17
Captan
Mancha-café, murcha-de-esclerócio, podridão, murcha-de-fusario, podridão-de-raiz, podridão-do-colo, morte de seedling
200g/100 kg sementes (T.S.)
-
Carboxin
Mancha-café, morte seedling
200-400g/100 kg sementes (T.S.)
-
Daconil
Mancha-café
2-3 l/ha
7
Hidroxido de cobre
Ferrugem, mancha-café
300 ml/100 l
7
Mancozeb
Ferrugem, mancha-café
2 kg/ha
7
Oxycarboxin
Ferrugem
0,5-0,8 kg/ha
21
Tiofanato metilico
Mancha-café
100 ml/100 l
21
Quintozene
Morte seedling, murcha-de-esclerócio, Mancha-café, cercosporiose, podridão-das-raízes, podridão-do-colo
100-350 g/100 (T.S.)
100 g/100 l(2)
-
-




quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Tratos Culturais e Manejo de Plantas Daninhas no Feijão-Caupi



Plantas daninhas

Em uma lavoura de feijão-caupi podem aparecer inúmeras plantas estranhas à espécie explorada, as quais são chamadas de plantas daninhas, ervas daninhas ou mato. O período crítico de competição das plantas daninhas com o feijão-caupi, ou seja, o período durante o qual as perdas econômicas são maiores, ocorre aproximadamente, até aos 35 dias após a emergência (Araújo et al., 1984).

A estratégia adequada de manejo está associada à eficiência técnica e econômica do método considerado como o momento de maior suscetibilidade das plantas daninhas. Na definição do método deve-se levar em conta o tamanho e o relevo da área a ser controlada; as condições climáticas prevalecentes no período; a disponibilidade de equipamentos e mão-de-obra; a qualidade da água; os custos e as espécies daninhas predominantes. Na maioria dos casos, a fusão de métodos de controle proporciona melhores resultados.
Existem vários métodos de controle de plantas daninhas, destacando-se como principais:

Controle preventivo

O objetivo principal desse método é prevenir a introdução, o estabelecimento e/ou a disseminação de determinadas espécies de plantas daninhas em áreas não infestadas. Tem importância extrema quando o campo é destinado à produção de sementes. A legislação brasileira de sementes relaciona as espécies proibidas, sendo suficiente a presença de um único propágulo para condenar um lote de semente. Para tanto, foram estabelecidos limites de tolerância para as espécies daninhas toleradas e nocivas (Ferreira et al., 1998).
Para evitar a contaminação de uma área, certos cuidados são necessários. Entre eles destacam-se: utilizar sementes e adubos de natureza orgânica (estrume, restos de cultura ou composto) livres de propágulos de plantas daninhas proibidas; realizar limpeza completa de máquinas e implementos antes de iniciar as práticas agrícolas; e promover permanentemente o controle dessas plantas daninhas próximo a canais de irrigação e margens de carreadores.

Controle cultural

Consiste no aproveitamento das características agronômicas da cultura comercial como  objetivo de levar vantagem sobre as plantas daninhas (Ferreira et al., 1994).
O monocultivo de uma dada espécie por vários anos, como também a utilização contínua de um mesmo princípio ativo (herbicida), em uma mesma área, facilitam o estabelecimento de certas plantas daninhas tolerantes aos herbicidas, promovendo um efeito negativo adicional sobre a cultura.
Uma prática para amenizar os efeitos da monocultura é a rotação cultural, pois previne o surgimento de altas populações de espécies de plantas daninhas mais adaptáveis às culturas.
A variação do espaçamento entre linhas, ou da densidade de plantas na linha pode contribuir para a diminuição da competição das plantas daninhas sobre a cultura (Lorenzi,1994; Cardoso et al., 1997a; Cardoso et al., 1997b). A combinação espaçamento x variedade visa, principalmente, a proporcionar adequada cobertura do solo para diminuir a competição de plantas daninhas com a cultura.
Atrasar o plantio após o preparo do solo favorece o desenvolvimento das plantas daninhas. O ideal é que a última gradagem seja feita imediatamente antes do plantio, pois facilita o controle das plantas daninhas já germinadas, o que favorece o estabelecimento mais rápido da cultura.


Controle mecânico

Consiste na utilização de práticas de controle de plantas daninhas pelo efeito físico-mecânico, como a capina manual e o cultivo mecânico.
A utilização de enxadas e, principalmente, os cultivadores a tração animal são os métodos mais comuns de controle de plantas daninhas em feijão-caupi. Esses são, ainda, comuns em muitas lavouras, mormente no caso dos pequenos produtores que não possuem meios mais eficientes. Entretanto, ressalta-se que a tração animal não controla as plantas daninhas na linha do plantio comercial, e só pode ser utilizada, com eficiência, em sistemas de plantio em linha ou em covas bem alinhadas.


Controle químico

É recomendado para grandes áreas, quando justificado, ou em áreas com mão-de-obra escassa. De um modo geral, antes da aplicação, deve-se observar as recomendações do rótulo de cada produto seguindo a orientação técnica. Nesse método são utilizados os herbicidas que podem ser classificados em pré-plantio incorporado (PPI), pré-emergente (PE) e pós-emergente (POS). O produtor deve levar em conta que esse método de controle de plantas daninhas é um complemento de outras práticas de manejo e deve ser utilizado com o intuito maior de reduzir do que de eliminar as necessidades dos métodos de controle manual ou mecânico das plantas daninhas. O importante para uma boa produtividade de grãos de feijão-caupi é que o controle das plantas daninhas seja feito na época certa, pois quanto mais tempo a lavoura ficar infestada mais perdas poderão ocorrer por ocasião da colheita.
Na Tabela 5 estão as condições climáticas apropriadas para uma boa eficiência de herbicida.
Obs.: Não aplicar herbicida em pós-emergência em caso de chuva iminente (alguns dos herbicidas de contato ou sistêmico, aplicados em pós-emergência necessitam de até seis horas para serem absorvidos pelas folhas das plantas).


Pré-plantio incorporado (PPI)

É recomendado para solos infestados com plantas daninhas, principalmente das famílias das ciperáceas e gramíneas perenes. A profundidade de incorporação bem como o período deve seguir as orientações contidas no rótulo de cada produto.


Pré-emergente (PRÉ)

Inicia-se com o plantio do feijão-caupi e termina com o início da fase de emergência dos cotilédones.
Os produtos podem ser aplicados na área total ou na faixa de 30 a 50 cm sobre a linha de plantio.
O poder residual do herbicida deve ser suficiente para manter a lavoura no limpo até o início do florescimento, período considerado crítico, sendo que a aplicação em solo seco sem a garantia de uma chuva ou irrigação, logo após, afeta a eficiência do produto.


Pós-emergente (POS)

Para uma maior eficiência as plantas daninhas devem estar, preferencialmente, nos estádios iniciais de desenvolvimento, pois são mais suscetíveis nesta fase. No rótulo dos produtos as doses maiores são para dicotiledôneas nos estádio de duas a quatro folhas e gramíneas até a emissão do primeiro perfilho, e as doses menores, para as dicotiledôneas nos estádios de quatro a oito folhas e gramíneas até quatro perfilhos (Lorenzi, 1994). De um modo geral, deve-se observar as recomendações do rótulo. Os pós-emergentes devem ser utilizados quando as plantas de feijão-caupi apresentarem bom estado e vigor vegetativo evitando período de estiagem, hora de calor, excesso de chuvas ou com a cultura em condições vegetativas e fitossanitárias precárias por reduzir a tolerância da cultura ao produto (Rodrigues & Almeida, 1998). Na hora da aplicação, o ar deve estar com umidade relativa de preferência nas condições ideais conforme a Tabela 5.

Tabela 5. Condições climáticas apropriadas para aplicação de herbicidas.
Tipo de Aplicação
Temperatura °C
Umidade Relativa do AR % *


Mínima
Ideal
Máxima
Mínima
Ideal
Máxima
PPI
10
20-30
35
50
60-90
95
PRE
10
20-30
35
50
60-90
95
POS
10
20-30
35
50
70-90
95






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